Conjuntura do Agronegócio

1. Exportações do agronegócio de janeiro a maio atingiram US$ 39,8 bilhões

A receita das exportações do agronegócio nos primeiros cinco meses deste ano somou US$ 39,8 bilhões, valor 1,2% inferior ao registrado em igual período do ano passado. Já as importações recuaram 0,4% para US$ 5,9 bilhões. O saldo da balança comercial do agronegócio caiu 1,4% para US$ 33,8 bilhões.

As exportações do complexo soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, recuaram 10,3% para US$ 15,60 bilhões, apesar o volume embarcado se manter praticamente estável. Os preços médio caíram 10,2%.

A receita das vendas externas de soja em grãos caiu 9,6% para US$ 12,8 bilhões, apesar do aumento de 1,2% no volume exportado, que foi recorde para o período. O faturamento, no entanto, foi o terceiro maior da história, por causa da queda de 10,7% nos preços médios, em relação ao acumulado de janeiro a maio do ano passado.

As exportações de farelo de soja atingiram a marca de US$ 2,40 bilhões no ano (-11,2%) e as de óleo de soja totalizaram US$ 334 milhões (-26,2%).

Os produtos florestais desbancaram o setor de proteínas animais e se destacam em segunda lugar entre os maiores setores exportadores do agronegócio brasileiro. As vendas externas somaram US$ 6,15 bilhões (+6,9%). O principal produto exportado foi a celulose, com o montante recorde para o período de US$ 3,81 bilhões. O volume embarcado também foi recorde.

As exportações de carnes alcançaram o montante de US$ 6,10 bilhões. A principal proteína animal negociada foi a carne de frango, com a soma de US$ 2,76 bilhões (+10,8%) para um volume de 1,65 milhão de toneladas (+4,7%). Em seguida, destacaram-se as vendas de carne bovina, com a cifra de US$ 2,59 bilhões (+7,8%) e volume comercializado de 692 mil toneladas, recorde da série histórica para os primeiros cinco meses do ano.

Os analistas da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, explicam que o bom desempenho das exportações de carne se deve ao incremento de quase 100 mil toneladas nos embarques, com destaque para o crescimento das compras dos Emirados Árabes Unidos (+31,86 mil toneladas), da Rússia (+23,50 mil toneladas), China (+17,97 mil toneladas), Turquia (+13,54 mil toneladas) e Irã (+13,22 mil toneladas).

As exportações de carne suína totalizaram US$ 562,20 milhões no período (+14,7%), com 281,62 mil toneladas vendidas (+16,5%), enquanto as exportações de carne de peru somaram US$ 25,56 milhões (-55,0 milhões) para um total de 12,73 mil toneladas embarcadas.

O setor cafeeiro registrou exportações de US$ 2,20 bilhões em 2019, com aumento de 16,6% em relação ao US$ 1,88 bilhão exportado no mesmo período de 2018. O volume embarcado, de 963,06 mil toneladas, foi recorde para o período. O principal produto negociado pelo setor foi o café verde, com US$ 1,96 bilhão ou 89,2% do total exportado pelo setor no período. Observou-se também recorde na quantidade negociada da mercadoria, com 923,49 mil toneladas (+46,3%). Já as exportações de café solúvel alcançaram a marca de US$ 216,63 milhões e 35,29 mil toneladas comercializadas.

O complexo sucroalcooleiro obteve vendas externas de US$ 2,14 bilhões nos primeiros cinco meses deste ano. A queda de 17,8% no volume embarco e a retração de 10,0% no preço médio acarretaram na diminuição de 26,1% da receita obtida com as exportações. “O principal item negociado pelo setor foi açúcar, que vem enfrentando uma conjuntura desafiadora no mercado internacional devido ao excesso de oferta global do produto e consequente retração de sua cotação.”

O preço médio do açúcar brasileiro vendido no mercado externo recuou 11,7% no período, o que aliado à queda de 19,5% na quantidade vendida (6,35 milhões de toneladas), resultou no decréscimo de 28,9% no valor alcançado (US$ 1,87 bilhão), em comparação a janeiro e maio de 2018. Já as vendas externas de álcool atingiram a cifra de US$ 265,13 milhões (+3,9%), com volume comercializado de 411,99 mil toneladas (+24,6%).

Desempenho Mensal

As exportações do agronegócio foram de US$ 9,80 bilhões em maio deste ano, recuo de 1,7% em relação ao mês de 2018. A redução das exportações ocorreu principalmente em função da diminuição do índice de preço dos produtos de exportação do agronegócio brasileiro, de 9,1%. O volume embarcado cresceu 8,1%.

A participação do agronegócio na balança comercial brasileira de maio recuou de 51,6% para 46,1%, devido à queda das exportações do agronegócio em 1,7% e a elevação das exportações dos demais setores em 22,5%

As importações de produtos do agronegócio, por sua vez, subiram de US$ 1,08 bilhão em maio de 2018 para US$ 1,18 bilhão em maio de 2019. O saldo da balança comercial do Agronegócio ficou em US$ 8,6 bilhões.

Os produtos agropecuários que tiveram recorde em quantidade vendidas ao exterior para o mês de maio, desde a séria histórica de 1997, foram a carne bovina e suína in natura, celulose e café verde.

As vendas externas de carne bovina in natura alcançaram 123 mil toneladas, com destaque para três mercados: Emirados Árabes (+7,8 mil toneladas), Rússia (+7,1 mil toneladas) e China (+6,2 mil toneladas).

Quanto à carne suína, os casos de Peste Suína Africana (PSA) já estão gerando impacto nas exportações brasileiras. Alguns mercados mereceram evidência quanto ao incremento da quantidade exportada em maio: China (+7,2 mil toneladas), Rússia (+3,1 mil toneladas), Chile (+2,1 mil toneladas) e Vietnã (+1,8 mil toneladas).

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Fonte: Revista Globo Rural

2. Trump está disposto a impor mais tarifas à China se não houver acordo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está disposto a seguir adiante com a ameaça de tarifar os US$ 300 bilhões em produtos chineses ainda não punidos pela Casa Branca se Washington e Pequim não conseguirem fechar um acordo comercial, afirmou o secretário de Comércio americano, Wilbur Ross.

“Iremos eventualmente fechar um acordo, mas se não fecharmos, o presidente está perfeitamente feliz em continuar com os movimentos de tarifas que já anunciamos, assim como impor as novas que foram temporariamente suspensas”, disse Ross. As negociações comerciais entre americanos e chineses estão num impasse desde o começo do mês passado.

Há expectativas de que Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, se encontrem às margens da reunião de cúpula de líderes do G20 prevista para o fim deste mês, no Japão, para discutir um acordo comercial. A presença de Xi no evento, porém, ainda não foi confirmada.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Canal Rural

3. FPA e governo vão intensificar ações de promoção da imagem do agronegócio

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e o Ministério das Relações Exteriores querem montar uma força-tarefa para melhorar a imagem do agronegócio no exterior.

“Temos uma legião de brasileiros, empresários ou não, morando em diversos países do mundo. Essas pessoas têm de ser aproximadas das embaixadas brasileiras. Reuni-las, sistematicamente, para falar da política internacional, colocá-las no contexto, pedir a cooperação para que o Brasil saia dessa grande crise que vive”, afirmou na quinta-feira, dia 13, o presidente da FPA, deputado Alceu Moreira (MDB-RS).

Segundo estimativas do Ministério da Agricultura, a agropecuária brasileira deve trazer US$ 30 bilhões a mais para o país em 10 anos. Ao todo, o agronegócio injetará no país, neste período, US$ 1,1 trilhão.

Alceu Moreira acrescentou que, em um mundo de tanta concorrência, é preciso vencer por ser correto e qualificado. “O país que trabalha o contexto da cooperação empreendedora precisa partir dos bancos escolares com essa filosofia de vida”.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, falou sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. Segundo ele, a iniciativa criará oportunidades para o agronegócio, não só imediatas, mas de longo prazo, com a atração de investimentos e a abertura de parcerias que estavam travadas anteriormente.

Araújo destacou a necessidade de intensificar as ações do governo brasileiro para promover a imagem do setor no exterior. A abertura de mercados, como a Malásia, com a exportação de bovinos vivos para abate, e a China, que tem ampliado a cartela de importações com novos produtos brasileiros, também foi abordada pelo ministro.

O chanceler fez questão de ressaltar o entusiasmo do Itamaraty em trabalhar com o Congresso. “É muito importante que as coisas tenham essa solidez democrática, essa legitimidade a partir da participação dos parlamentares”, finalizou.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Canal Rural

Insumos

4. Bayer amplia aportes no desenvolvimento de novos herbicidas

É melhor prevenir do que remediar. Com o glifosato na berlinda, alvo de uma onda de processos, sobretudo nos EUA que atrelam seu uso ao desenvolvimento de câncer, a Bayer anunciou que planeja ampliar investimentos para desenvolver novos herbicidas. Segundo a multinacional alemã, serão 5 bilhões de euros na próxima década nessa frente.

“Enquanto o glifosato continuará a ocupar um importante papel na agricultura e no portfólio da Bayer, a companhia está comprometida em oferecer mais escolhas para os produtores e investirá em pesquisas de novos métodos de combate a ervas daninhas”, afirma comunicado divulgado na sexta-feira pela empresa.

Desenvolvido pela Monsanto, adquirida pela Bayer no ano passado por US$ 63 bilhões, o glifosato foi considerado uma revolução no plantio de grandes culturas — especialmente a soja, proteína base em rações de suínos, frango e bovinos — porque possibilitou o plantio direto de uma lavoura depois da outra sem a necessidade de arar o solo, o que costuma provocar erosões e torna o processo mais demorado.

Isso foi possível porque a americana Monsanto desenvolveu também uma semente de soja resistente ao herbicida. Uma vez aplicado, o agrotóxico mata todas as plantas menos a semente com resistência.

Usado em larga escala, contudo, o glifosato há anos passou a ser questionado pelo risco que gera a quem o manuseia. No Brasil e em muitos outros países, sua aplicação é permitida apenas em lavouras. Qualquer utilização doméstica é proibida. O agrotóxico também é associado a mortes de abelhas.

Para a Bayer, os problemas começaram em agosto de 2018, quando o ex-jardineiro Dewayne Johnson ganhou um processo contra Monsanto em San Francisco ao sustentar que tinha desenvolvido um tipo de câncer por causa do agrotóxico. De lá para cá houve uma enxurrada de novas ações, e o número já supera 13 mil apenas nos Estados Unidos.

Em março, a Bayer perdeu mais um processo em San Francisco. Em ambos, a múlti foi condenada a pagar US$ 80 milhões aos reclamantes. Em maio deste ano veio a pior derrota: a múlti foi condenada a pagar US$ 2,1 bilhões a um casal da Califórnia que acusou a companhia de encobrir os riscos à saúde associados ao uso do Roundup — marca comercial do glifosato.

O casal havia pedido US$ 1 bilhão, mas a corte achou pouco. Há outros quatro julgamentos programados para 2019, no Missouri e em Montana, e as perspectivas são de novas derrotas. Nos recursos que apresenta em todos esses casos, a empresa tenta desconstruir a ponte entre os casos de câncer e o agrotóxico.

Na semana passada, os problemas chegaram a um novo continente. Os advogados de um jardineiro australiano entraram na Justiça contra a múlti alegando severos danos causados pelo Roundup. Foi o primeiro processo do gênero movido contra a múlti no país da Oceania.

No comunicado de sexta-feira, no qual anunciou os investimentos de 5 bilhões de euros, a alemã afirmou que os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento que serão realizados ajudarão a entender o mecanismo de resistência e descobrir e desenvolver novos modos de ação. A ideia é encontrar “soluções sob medida” no combate a ervas daninhas, com recomendações mais precisas de uso por meio de ferramentas digitais.

Além disso, a Bayer informou que vai aprimorar parcerias com cientistas do mundo todo para ajudar nesse desenvolvimento. “Estamos fazendo um bom progresso na integração do negócio agrícola adquirido e agora estamos começando a implementar medidas para impulsionar a transparência e a sustentabilidade de nossos negócios”, disse Werner Baumann, presidente do conselho de administração da companhia, no comunicado divulgado.

O aumento dos processos envolvendo o glifosato não têm agradado aos acionistas da empresa. Em maio, mais da metade deles (55%) se recusou a ratificar as decisões tomadas pela diretoria no ano passado — entre as quais a efetivação da aquisição da Monsanto.

Segundo a ala descontente, o negócio colocou o futuro da Bayer em risco. Na prática, a votação não tem efeito sobre a administração da múlti ou sobre a compra da Monsanto. Mas, segundo analistas, pode abalar a relação da diretoria com os investidores. Na reunião anual realizada em 2018, 97% dos acionistas haviam aprovado as ações da diretoria.

Também para contornar a situação, a Bayer já afirmou que “aplicará padrões de segurança consistentes a seus produtos, mesmo quando isso significar exceder as regulamentações locais”. A companhia se comprometeu a vender, em países em desenvolvimento, apenas agrotóxicos com os mesmos padrões de segurança exigidos na maioria dos países desenvolvidos que têm regulamentações bem desenvolvidas.

Paralelamente, a companhia também prometeu que reduzirá o impacto ambiental de seus negócios em 30% até 2030. A Bayer pretende alcançar a meta desenvolvendo novas tecnologias que permitam a redução dos volumes de agrotóxicos usados e uma aplicação mais precisa. “Isso ajudará a restaurar e reter a biodiversidade, combater as mudanças climáticas e fazer o uso mais eficiente dos recursos naturais”, afirmou a multinacional alemã.

Apesar dos pesares, a direção da Bayer sustenta que a aquisição da Monsanto foi um bom negócio, até porque no primeiro trimestre as vendas dos produtos que eram da americana impulsionaram os resultados de sua divisão agrícola.

No total, a receita da divisão alcançou 6,4 bilhões de euros, mais que o dobro do montante do mesmo período do ano passado. Os ativos que eram da Monsanto geraram receita de 4,3 bilhões de euros para a Bayer no intervalo.

Também graças à compra da Monsanto, o lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da divisão agrícola da alemã aumentou 73,7%, para 1,7 bilhão. Mas, no período, o Ebitda sofreu impacto negativo de 31 milhões de euros devido aos processos.

Apesar dos avanços operacionais no trimestre, Sebastian Bray, analista do banco de investimentos alemão Berenberg, afirmou à agência Dow Jones Newswires nesta semana que o mercado “perdeu a confiança na capacidade de defesa da empresa nos processos judiciais envolvendo o herbicida Roundup”.

Segundo o banco, a maior parte dos cerca de 1 bilhão de euros que a Bayer provisionou para custas judiciais poderia eventualmente ser coberta por seguro, mas que indenizações punitivas não deverão ser cobertas de forma significativa.

Na bolsa de Frankfurt, o desempenho da Bayer não tem sido dos melhores. Neste ano, os papéis da companhia já caiu mais de 11%, para 53,89 euros na sexta-feira. No começo de agosto, antes de concluir a compra da Monsanto e do primeiro processo perdido em San Francisco, as ações estavam em 95,75 euros.

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Fonte: Valor Econômico

5. Startup oferta crédito a produtores rurais com juros de até 1% ao mês

O Plano Safra pode se tornar dispensável, promete a startup Gestão Integrada de Recebíveis do Agronégócio (Gira). As taxas praticadas pela fintech — termo usado para abreviar o conceito de tecnologia financeira —podem chegar a 1% ao mês e 12% ao ano; diferentes dos 20% ou até 30% oferecidos pelos grandes bancos.

Segundo o diretor comercial da empresa, Gianpaolo Zambiazi, a maior diferença está na matriz de garantia: “A nossa é a produção agrícola, não o imóvel. Como não estamos preocupados em tomar a propriedade do produtor e, sim, garantir que haja produtividade, nossa análise é muito mais rápida”, afirma o dirigente.

O auditor fiscal da Gira vai até a propriedade rural para analisar o perfil de risco do produtor. Através de imagens via satélite e outras fontes de dados, como a Embrapa, ele mapeia a área produzida e as condições da região. Também são inseridas informações específicas da fazenda. “Levamos em consideração o tipo de solo, nível de tecnologia, qualidade de maquinário etc. Quanto mais dados, mais confiança e menos o custo”, diz.

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Fonte: Canal Rural

6. Supremo Tribunal Federal marca julgamento sobre tabela do frete rodoviário

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, divulgou a pauta para o segundo semestre que inclui o julgamento da tabela de frete rodoviário. As ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) sobre a tabela do frete serão avaliadas em 4 de setembro.

Há na Corte três ADIs, relatadas pelo ministro Luiz Fux, contra a tabela de preços mínimos de frete, que foi uma concessão do então governo de Michel Temer ao movimento grevista dos caminhoneiros, realizado em maio do ano passado. Os processos foram abertos pela Associação do Transporte Rodoviário do Brasil (ATR Brasil), que representa empresas transportadoras; pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Em dezembro, Fux chegou a conceder uma liminar (decisão provisória) para suspender a cobrança de multa feita pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) sobre as transportadoras que tenham desrespeitado a tabela. O ministro, entretanto, voltou atrás da medida dias depois, após pedido de reconsideração da Advocacia-Geral da União (AGU).

A CNA argumenta que o tabelamento é uma intervenção ineficaz no meio econômico, que tem causado perdas ao setor produtivo, como o aumento de 145% no valor do transporte de granéis agrícolas e a redução nas exportações.

Os caminhoneiros defendem o tabelamento. Eles alegam que há uma distorção no mercado e que, sem a tabela, não têm condições de cobrir os custos do serviço que prestam e ainda extrair renda suficiente para o próprio sustento.

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Fonte: Agência Brasil/ Canal Rural

Proteína Animal

7. Ministério prevê retomada da venda de carne aos EUA

O Ministério da Agricultura espera que os Estados Unidos levantem ao longo do segundo semestre o embargo às exportações brasileiras de carne bovina in natura, que já dura dois anos. A missão sanitária americana que está no Brasil visitando frigoríficos para avaliar a reabertura do mercado terminará seus trabalhos no próximo dia 28.

Técnicos do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) chegaram na segunda-feira passada no Brasil para inspecionar plantas de seis Estados: São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Também serão auditados laboratórios da rede pública federal e haverá visitas às regionais do serviço de inspeção animal nacional e reuniões na sede do Ministério da Agricultura em Brasília.

O resultado da missão é muito aguardado pelos frigoríficos brasileiros, que estão desde junho de 2017 sem exportar carne fresca aos EUA. O país suspendeu os embarques após detectar abscessos (inflamações) em carregamentos de carne bovina provenientes do Brasil. O então ministro da Agricultura, Blairo Maggi, fez uma série de tentativas para retomar as vendas, mas todas fracassaram.

Agora, a expectativa da Agricultura é que a aproximação diplomática do governo Bolsonaro com Washington agilize o processo. Esforços nesse sentido foram incluídos em comunicado conjunto dos presidentes Donald Trump e Jair Bolsonaro em março na capital dos EUA. Na ocasião, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também se reuniu com o secretário do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Sonny Perdue, quando foi negociada a vinda da missão.

"A missão está transcorrendo bem e os sinais que tivemos até agora são positivos", disse ao Valor o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Orlando Leite Ribeiro. "O ideal é que a retomada venha no segundo semestre", acrescentou.

Ribeiro explicou, no entanto, que o processo de reabertura tem que respeitar um cronograma. Após a auditoria, o serviço sanitário americano ainda terá que produzir um relatório sobre a missão no Brasil, e Perdue terá que analisá-lo para dar uma resposta ao Ministério da Agricultura do Brasil.

Tereza Cristina tem reiterado que não há mais pendências sanitárias em torno do assunto e que o fim do embargo depende apenas da missão e das negociações finais entre os governos dos dois países. Até o início do ano, a vinda de auditores a frigoríficos brasileiros não estava no radar - porém, Washington alertou que a última inspeção já havia completado um ano e que seria preciso uma nova auditoria in loco.

Embora sejam grandes produtores de carne, os EUA têm um importante mercado potencial, sobretudo para os cortes dianteiros do Brasil, muito demandados para a produção de hambúrguer.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. JBS investe R$ 45 milhões para ampliar produção em Ituiutaba

A JBS, maior empresa de proteínas animais do mundo, informou hoje que investiu R$ 45 milhões na ampliação de sua planta de Ituiutaba, em Minas Gerais.Segundo a companhia, o aporte, realizado nos últimos meses, permitirá um incremento de 50% na capacidade produtiva da unidade. O objetivo é atender à demanda doméstica e os principais mercados importadores, como Europa, Oriente Médio, China e Chile.

“O incremento no volume da produção da planta de Ituiutaba a torna ainda mais estratégica no atendimento a todas as nossas certificações de exportação. Além disso, os novos postos de trabalho nos tornarão uma das principais empresas empregadoras da região, o que é motivo de muito orgulho”, afirmou, em nota, Renato Costa, presidente da divisão Friboi.

As reformas incluem modernização de equipamentos e implantação do projeto que permite um melhor fluxo para aumento da produção. Em função da expansão, a JBS informou que iniciará um segundo turno de trabalho na unidade e, ao longo do segundo semestre, abrirá 700 novos postos de trabalho na cidade.

De acordo com a companhia, a unidade da Friboi está na lista de plantas a serem habilitadas para exportação de carne bovina in natura aos Estados Unidos e recebeu hoje uma comitiva do país.

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Fonte: Valor Econômico

9. Dakang quer mais aquisições e mira bovinos

Quase um ano depois de iniciar a reestruturação financeira e operacional da mato-grossense Fiagril, a chinesa Dakang International Food & Agriculture, braço agrícola do grupo chinês Pengxin - que faturou quase US$ 2 bilhões no ano passado - avalia novas aquisições no país.

Em entrevista ao Valor durante evento no interior de São Paulo, Richard Fan, vice-presidente da Dakang, afirmou que "está de olho" em muitas áreas, mas que tem mirado com especial atenção a bovinocultura. "Temos um projeto gigante de bovinos e vemos oportunidades significativas no Brasil", disse ele.

Mas, antes de fazer novos investimentos, a Dakang quer ter a certeza de que o desempenho está dentro dos conformes. "Estamos de olho, mas nossa agenda principal ainda é ter certeza de que nossos investimentos existentes sejam ainda mais bem sucedidos e rentáveis para a Dakang para termos suporte para novos investimentos".

Há motivos para tanta cautela. A distribuidora de insumos Fiagril começou a colher os primeiros frutos da reestruturação que vem sendo feita desde meados de 2018. A distribuidora é controlada pela Dakang desde 2016. No ano passado, a Fiagril lucrou R$ 52 milhões, resultado bem melhor que o de 2017, quando amargou um prejuízo de R$ 10 milhões. Porém, como efeito colateral da reestruturação, a empresa ficou menor e viu a receita diminuir mais de 20%, passando de R$ 3,4 bilhões para R$ 2,7 bilhões.

Por sua vez, a paranaense Belagrícola, adquirida pela Dakang em 2017, também saiu de um prejuízo líquido em 2017 (R$ 90 milhões) para um lucro de R$ 100 milhões em 2018. A receita cresceu 27% na comparação, para R$ 670 milhões.

"Se a Dakang vir uma grande oportunidade, vai aproveitar. Quando e como fazer o investimento é o tipo de coisa que eu não posso falar", disse Fan, que assegurou a intenção da empresa de fazer novos investimentos no país.

Fan reforçou, ainda, o desejo de ter nas empresas já adquiridas uma fonte direta de fornecimento de grãos para a China, sem o intermédio das grandes tradings. As duas distribuidoras têm hoje capacidade anual para originar 6 milhões de toneladas.

"Também olhamos ativos em áreas como açúcar, algodão e mesmo suínos, que é uma oportunidade que está emergindo para o Brasil", afirmou, em referência à crise gerada no gigante asiático pela epidemia de peste suína africana. Estimativas do segmento apontam queda de 30% do plantel de suínos no país. Além disso, a guerra comercial entre Washington e Pequim segue abrindo espaço para vendas brasileiras de carne suína, soja, milho e algodão na China.

Neste ano, a Dakang conseguiu uma linha de financiamento para giro operacional de US$ 300 milhões do Banco de Desenvolvimento da China, que serão utilizados de 2019 a 2021 no Brasil. "Não é tão fácil, para eles, dar um suporte para uma companhia como a nossa. Mostra o interesse no país", disse.

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. Leilão da Usina Floralco termina sem receber nenhum lance

Foi encerrado ontem (13), às 15h30 – após uma prorrogação de 30 minutos –, o leilão da antiga Usina Floralco, localizada em Flórida Paulista (SP). Nenhum lance foi apresentado.

O certame já estava em sua segunda praça e o valor inicial de lances era de R$ 74,19 milhões – um desconto de 30% em relação ao valor de avaliação, de R$ 105,9 milhões. A venda incluiria o parque industrial e 24 propriedades rurais localizadas ao redor da usina, totalizando 3,03 mil hectares.

A usina, por sua vez, possui capacidade de moagem de 2,5 milhões de toneladas de cana por safra. Na estrutura, é possível produzir 135 mil toneladas de açúcar, 115 mil litros de etanol e 20 toneladas de levedura por dia.

O resultado contraria a expectativa da Teza Leilões, empresa realizadora do certame, que afirmava haver companhias interessadas na aquisição da usina durante a segunda fase do leilão.

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Fonte: Folha Regional/NovaCana

11. RenovaBio: ANP deve publicar metas para distribuidores até 1º de julho

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) publicou nesta sexta-feira (14) as regras para metas individuais de descarbonização que serão aplicadas a distribuidores no programa federal de incentivos ao biocombutível RenovaBio, sendo que a meta para cada empresa deverá divulgada até 1° de julho.

A agência afirmou ainda, em nota, que quatro firmas inspetoras já foram credenciadas para emitir certificações de unidades produtoras e importadoras no âmbito do programa.

O RenovaBio, criado pelo governo anterior, de Michel Temer, busca impulsionar o uso de combustíveis renováveis no país e ajudar na redução de emissões de gases do efeito estufa. Outras firmas inspetoras estão em processo de credenciamento, bem como produtores em processo de certificação, segundo a ANP.

Pelas regras do programa, produtores e importadores de biocombustíveis poderão calcular as suas notas de eficiência energético-ambiental por meio de uma ferramenta chamada RenovaCalc e contratar firmas inspetoras credenciadas pela ANP para realizar o processo de certificação de sua produção, que culmina com a emissão do Certificado da Produção Eficiente de Biocombustíveis.

Mais adiante, os produtores e importadores certificados poderão solicitar a emissão dos Créditos de Descarbonização (CBios) a que fizerem jus.

Os CBios também poderão ser comprados pelas distribuidoras de combustíveis para atingimento das metas individuais de descarbonização, que ainda serão definidas.

Regulamentação

Nesta sexta-feira, a ANP publicou resolução que trata de critérios da individualização das metas de descarbonização para os distribuidores de combustíveis no âmbito do programa, que prevê sanções no caso de eventuais descumprimentos dos referidos objetivos.

As metas anuais individuais para cada distribuidor serão publicadas até 31 de março de cada ano, segundo o texto. A exceção é para as metas de 2019, que serão publicadas no site da ANP até 1º de julho de 2019.

O descumprimento sujeitará o distribuidor a multa, sem prejuízo de outras sanções administrativas e pecuniárias. Além disso, o pagamento da penalidade não isenta o agente de obrigações, sendo que a quantidade de CBios não cumprida deverá ser somada à meta para o exercício seguinte, de acordo com a resolução.

A extensão das penalidades deverá levar em conta as vantagens auferidas pelos distribuidores com o descumprimento, assim como a localização e os volumes movimentados pelo distribuidor. A punição ainda poderá envolver em alguns casos a suspensão temporária, total ou parcial do funcionamento de instalações do agente.

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Fonte: Reuter/NovaCana

12. Produtores de São Paulo comemoram boa safra da cana

A chuva atrasou o início da colheita da cana-de-açúcar no interior de São Paulo. Porém, a recuperação veio acompanhada de um aumento na produtividade. Segundo o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), o rendimento aumentou 5,58% em maio, na comparação com ano anterior.

"A chuva melhorou a produtividade. Principalmente chuva de março, abril, e estamos tendo 10% acima da produtividade do nosso canavial", disse Henrique Gatti, gerente agrícola.

Uma usina de Batatais (SP) deve moer 4,1 milhões de toneladas de cana até dezembro. A maior parte vai para a produção de etanol.

"Os preços do etanol estão melhores que o preço do açúcar por mais um ano. A gente tem um excedente de produção de açúcar nos outros países que tem pressionado o preço da commodities no mundo e no Brasil", falou Luiz Gustavo Diniz, gerente comercial da usina.

As usinas do Centro-Sul devem moer este ano 566 milhões de toneladas de cana

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Fonte: Revista Globo Rural/Udop

Grãos e Grandes Culturas

13. Quebra da safra gaúcha faz preço do arroz subir

A constatação de que a safra de arroz do Rio Grande do Sul, que responde por 70% da oferta nacional, quebrou como se especulava fez os preços do cereal finalmente superarem a barreira de R$ 44 a saca, em média, em maio. Esse patamar supera o custo de produção do ciclo 2018/19, o que não acontecia em período de colheita há quatro anos. Também representa um aumento de quase 6% em relação a abril e de 20% na comparação com maio de 2018.

De acordo com levantamento do Instituto Riograndense de Arroz (Irga), o rizicultor gaúcho desembolsou entre R$ 42 e R$ 43 por saca para semear o cereal em 2018/19, levando em consideração apenas o custeio de lavoura - sem a inclusão de despesas financeiras e remuneração de capital, arrendamento e pró-labore, entre outros itens.

"Parece um bom preço, mas o produtor está endividado há várias safras e, por isso, muitos já venderam parte grande de sua colheita para as indústrias, como forma de financiar a safra. E esses receberam menos de R$ 40", diz Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz). Ele não tem dados sobre a parcela da safra foi comercializada antecipadamente.

A elevação de preço em maio se deu diante de uma colheita gaúcha de 7,24 milhões de toneladas, 14,5% menor que no ciclo passado, em função de fortes chuvas e enchentes que atingiram por meses a metade sul do Estado. Com isso, a produtividade média ficou em 7.508 quilos por hectare, 5,5% menos que na temporada 2017/18.

Além disso, Velho lembra que a cada ano a soja toma mais espaço das lavouras de arroz do Rio Grande do Sul. De 2017/18 para 2018/19, a área de cultivo caiu 10,5%, para 964,5 mil hectares. Há quatro anos, ultrapassava 1,1 milhão de hectares.

A escalada dos preços deve continuar no segundo semestre, preveem analistas e arrozeiros, com o período de entressafra do cereal no Brasil. Entretanto, Gabriel Viana, analista da consultoria Safras & Mercado, diz que há limitações para alta devido à dificuldade de a indústria repassá-la ao varejo e à grande oferta de arroz no Mercosul. "Se o dólar continuar muito valorizado, as importações desde Paraguai e Argentina não deverão ser tão elevadas, ao mesmo tempo que as exportações brasileiras tendem a crescer", afirma.

Nos primeiros cinco meses do ano, o Brasil exportou 513,5 mil toneladas de arroz e importou 268,7 mil toneladas. No mesmo período de 2018, foram 614,3 mil toneladas e 254,7 mil, respectivamente.

Mário Pegorer, diretor de assuntos internacionais da Associação Brasileira da Indústria de Arroz (Abiarroz), não é tão otimista quando à demanda externa. "Temos um arroz de boa qualidade que vem conquistando mercado, mas levando em consideração concorrentes como os EUA, estamos com preços altos neste momento", afirma.

No porto de Rio Grande, a saca de arroz era negociada na primeira semana de junho por R$ 48 - ou US$ 12,30, ao passo que o produto americano era cotado a US$ 11.

No varejo brasileiro, a demanda doméstica tende a ficar estável, em pouco mais 11 milhões de toneladas, embora o desembolso para a compra de arroz já tenha crescido no último mês.

A empresa GFK, que faz o monitoramento mensal de uma cesta de produtos para a Associação Brasileira dos Supermercados (Abras), mostra que as famílias brasileiras gastaram R$ 18,45 com arroz no mês de maio, 9,2% mais que em abril. No mesmo período do ano passado, foram R$ 16,89, uma variação anual também de 9,2%. A GFK leva em consideração famílias de 3,1 pessoas em média.

Apesar do aumento, Marco Lima, diretor da empresa, lembra que o arroz é um produto de menor peso para a composição da cesta de 35 produtos da Abras, que inclui itens de higiene, limpeza e alimentos. Em maio, representou 3,8% dos R$ 481,56 gastos em média pelas famílias brasileiras.

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Fonte: Valor Econômico

14. Cargill investe para combater desmatamento no Cerrado

A americana Cargill, maior companhia de agronegócios do mundo, avaliou que não conseguirá cumprir o compromisso de garantir que, até 2020, toda a soja que compra no mundo não tenha origem em regiões com desmatamento. Diante dessa constatação, a multinacional lançou nesta quinta-feira um novo plano de ações e investimentos, com foco na América do Sul — sobretudo no Cerrado brasileiro — para garantir o cumprimento da meta até 2030.

Em 2014, a companhia firmou a Declaração de Nova York sobre Florestas, cujos signatários se comprometeram a cortar pela metade as perdas das florestas naturais em suas regiões de suprimento de matérias-primas agrícolas até 2020 e acabar com o desmatamento em suas cadeias até 2030. Porém, organismos internacionais como o Forest 500, projeto da ONG ambiental Global Canopy, já vinha alertando que a meta de 2020 não seria alcançada.

Em teleconferência com jornalistas, a diretora global de sustentabilidade da Cargill, Ruth Kimmelshue, fez a mesma avaliação e afirmou que “toda a indústria deverá falhar” com a meta de cortar pela metade o desmatamento na originação em 2020. “Nós não acreditamos que a indústria tenha respostas para um desafio tão complexo”, afirmou a executiva.

Apesar desse diagnóstico, ela afirmou que a companhia está procurando soluções com parceiros, incluindo competidores e clientes, e anunciou que está disponibilizando inicialmente US$ 30 milhões para ações voltadas especificamente para o Brasil, para a proteção de florestas e da vegetação nativa. O direcionamento dos investimentos será estabelecido com um “facilitador”, que a Cargill ainda está procurando. O perfil desse facilitador ainda não está definido, mas poderá ser uma ONG ou uma associação setorial.

A ação, porém, só fará sentido se outros agentes também contribuírem, argumentou. “A indústria da soja no Brasil tem muitos players pequenos e grandes. Se a Cargill adotar ações sozinha, as mesmas práticas que existem hoje vão continuar”, disse o CEO da múlti, Dave MacLennan, em nota. “A Cargill é uma grande companhia, mas o desmatamento é maior que nós”, reforçou Ruth.

A região considerada mais crítica pela Cargill no mundo para que a meta global de acabar com o desmatamento seja alcançada é o Cerrado brasileiro. Para isso, a companhia colocou a região do “Matopiba”, dentro do bioma Cerrado, como a de maior prioridade no momento.

“Globalmente, as áreas mais críticas de desmatamento são as que nos últimos 25 anos tiveram maior ação humana”, explicou a diretora de sustentabilidade da múlti. Ela comparou a região do Cerrado brasileiro com as áreas de plantio de palma na Indonésia, que também estão sob intensa pressão internacional por causa do desmatamento. O problema na Indonésia fez com que a União Europeia desconsiderasse neste ano o biodiesel feito do óleo de palma como combustível renovável.

No Brasil, a Cargill já é signatária desde 2006 da Moratória da Soja da Amazônia, acordo no qual as indústrias do setor se comprometeram a não comprar mais soja de áreas desmatadas do bioma. A executiva afirmou que o acordo tem sido “efetivo”, dado que anos atrás a Amazônia era a área mais crítica.

Em sua avaliação, o governo Bolsonaro não representa uma dificuldade para envolver os produtores brasileiros nesse plano, e a Cargill pretende buscar engajamento não só com o setor privado, mas também com Brasília. “Entendemos que governo está atuando para buscar um equilíbrio entre preservação e desenvolvimento”, avaliou Ruth.

Em seu novo plano, a Cargill também considera como áreas de alto risco de desmatamento associado ao fornecimento de soja a região dos Grandes Chacos (que compreende áreas na Argentina, Paraguai, Bolívia e no Pantanal brasileiro). Já as áreas de originação da soja no Uruguai foram consideradas de baixo risco.

O plano prevê uma avaliação ampla dos riscos de desmatamento tanto com fornecedores diretos como indiretos na cadeia de soja. A Cargill também estabeleceu alguns prazos para ações como o mapeamento de regiões específicas de alto risco, comunicação com produtores, listagem de produtores e intermediários considerados “prioritários”, treinamento de grupos comerciais nas origens e nos destinos, entre outras.

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Fonte: Valor Econômico

15. Mais de 100 mil crianças em lavouras de cacau

A fundação Iniciativa Internacional do Cacau (ICI), composta por agentes relacionados à cadeia de produção da amêndoa, identificou 112.840 crianças envolvidas em uma ou mais tarefas consideradas perigosas em lavouras de cacau do oeste da África de 2012 até 2018.

Do total, 33.604 casos foram identificados como de trabalho infantil, sendo 24.973 apenas no ano passado. Os casos de trabalho infantil identificados em 2018 representaram 19% de todas as crianças acompanhadas no ano pelo Sistema de Monitoramento e Remediação do Trabalho Infantil em lavouras de cacau.

Os dados constam em um relatório divulgado nesta semana pela ICI, que criou o sistema em 2007, após anos de pressão de governos e da opinião pública. O monitoramento começou a ser realizado na Costa do Marfim e em Gana, que respondem por dois terços da produção mundial de cacau, e tem aumentado ano a ano. O sistema envolve as maiores empresas de processamento de cacau e promove, além da identificação de casos de trabalho infantil, ações para eliminar e prevenir novos casos.

Considerando todos os casos identificados de crianças envolvidas em tarefas perigosas nesses seis anos, 78% foram relativos a carregamento de cargas pesadas, 14% ao trabalho com agrotóxicos, 12% à queima de materiais orgânicos, 10% à quebra da fruta do cacau com facão e 10% ao trabalho de limpeza de florestas ou poda de árvores. Muitas vezes, uma criança realiza mais de uma atividade perigosa.

De 2012 a 2018, foram realizadas 23.666 ações de remediação ou prevenção, alcançando ao menos 16.297 crianças. Nesse período, foram visitadas 124.964 fazendas, 84.917 proprietários e foram alcançados 112.840 agricultores.

O programa prevê também treinamento de agentes da cadeia, que alcançou 15.546 pessoas nesses seis anos de operação e envolveu 2.164 proprietários em atividades sobre geração de renda.

Em paralelo ao sistema de monitoramento, a fundação implementa há quatro anos o Projeto de Eliminação de Trabalho Infantil no Cacau (ECLIC), criado pelo Departamento do Trabalho do governo americano, que opera atualmente na Costa do Marfim. De 2015 a 2018, a fundação construiu 19 salas de aula, que atendem 579 crianças e jovens que estavam fora da escola e 626 adultos, e construiu ou recuperou cinco escolas.

Apenas no ano passado, a ICI auxiliou 149 grupos de produtores em 75 comunidades no oeste da África. São desenvolvidas ações de apoio educacional e comunitárias, que vão desde medidas de geração de renda até construção de estruturas escolares e de saúde.

As ações de monitoramento e prevenção atenderam 123.793 pessoas no ano passado, sendo 61.933 crianças. A ICI tem o objetivo de atender 1 milhão de crianças em 2020 com ações de proteção à infância e com ações diretas, sendo que estas devem atender 375 mil crianças.

No relatório, o diretor executivo da fundação, Nick Weatherill, afirmou que, pelo Sistema de Monitoramento e Remediação do Trabalho Infantil, é possível reduzir em mais de 50% a incidência de trabalho infantil dentre os casos identificados. Ele estima que o sistema cubra hoje 200 mil produtores, o que representa 10% da cadeia de na Costa do Marfim e em Gana.

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Fonte: Valor Econômico

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