Conjuntura do Agronegócio

1. Agronegócio de São Paulo fatura 19,3% menos com exportações no 1º quadrimestre de 2019

Nos quatro primeiros meses de 2019, as exportações de produtos agropecuários do Estado de São Paulo caíram 19,3% em relação a igual período de 2018, para US$ 4,35 bilhões. As informações são da Secretaria de Agricultura e Abastecimento paulista, com base na Balança Comercial dos Agronegócios Paulista e Brasileiro de Janeiro a Abril de 2019, elaborada pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta).

No mesmo período, as importações do setor registraram queda de 6,7% em comparação ao primeiro quadrimestre de 2018, para US$ 1,66 bilhão. Assim, o superávit da balança comercial do Estado atingiu US$ 2,69 bilhões.

Os cinco principais produtos do agronegócio paulista, responsáveis por 74,2% das vendas externas do Estado, tiveram pior desempenho no período. No setor sucroalcooleiro, a variação negativa foi de 32,75%, registrando US$ 1,051 bilhão, em comparação a US$ 1,563 bilhão de igual período do ano anterior. Os produtos florestais caíram 5,9%, as carnes, 14,8%, o complexo soja 17,5% e os sucos 26,3%. Dos 25 setores, 16 registraram queda.

O relatório do IEA-Apta também aponta que a União Europeia retomou o status de principal comprador dos produtos agrícolas paulistas, contribuindo com 19,8% do total das exportações, com suco (37,6%) e produtos florestais (20,8%) como principais produtos. Em seguida vem a China, com 19,4% do total, adquirindo a maior parte produtos do complexo soja (49,1%) e carnes (20,7%).

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Fonte: Valor Econômico

2. Agricultura verde europeia prejudica América Latina

A União Europeia implementou muitas leis para tornar sua agricultura cada vez mais sustentável, mas especialistas alertam que suas políticas indiretamente causam desmatamento ou poluição na América Latina. A lista de preocupações da Europa em relação à sua agricultura é longa, mas muitas vezes é limitada ao que acontece dentro de suas próprias fronteiras.

Essas atitudes abrangem produtos orgânicos, práticas sustentáveis, conservação da diversidade biológica e cuidados com a terra, bem como controle dos produtos químicos utilizados nas culturas. Mas enquanto o Velho Continente luta para dar uma resposta política a seus cidadãos que exigem medidas mais vigorosas para combater a mudança climática, os cientistas advertem que sua política agrária é prejudicial aos ecossistemas latinos. "A Europa tenta dar a impressão de que sua agricultura é verde e sustentável, mas se levarmos em conta todo o sistema, ou seja, a cadeia de produção, não é assim", diz Laura Kehoe, pesquisadora da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Kehoe foi a promotora da iniciativa que levou apenas uma semana para 604 cientistas de diferentes organizações europeias assinaram uma carta pedindo à UE para repensar seu acordo comercial com o Brasil. O bloco comunitário está atualmente negociando com o País, como parte das negociações com o Mercosul.

Quando o cientista fala sobre a cadeia produtiva, refere-se à origem dos produtos. "As pessoas esquecem o que não vêem, neste momento, a Europa está importando muitas matérias-primas ligadas ao desmatamento", diz ele, referindo-se também à mineração.

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Fonte: Agrolink

3. Agronegócio reúne 70 deputados na maior frente parlamentar da Alesp

Assim como ocorre em Brasília, o agronegócio conseguiu reunir na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) representantes de partidos de esquerda e direita na maior frente parlamentar criada na Casa desde o início da atual legislatura, em 15 de março.

De lá pra cá, a SP-Agro, como tem sido chamada, já agrupou 70 deputados - 75% do total. O objetivo é defender os interesses do setor que movimentou R$ 267,9 bilhões apenas no ano de 2017 em São Paulo e é visto por produtores rurais, representantes de entidades de classe e parlamentares como uma área subrepresentada no Legislativo paulista.

A SP-Agro tem representantes de 22 dos 24 partidos - ninguém do PSL ou do PSOL entrou no grupo. Os assuntos definidos como prioritários foram segurança no campo, defesa sanitária, seguro rural, tributação, incentivo à inovação e valorização das instituições de pesquisa e ensino, explica o deputado Itamar Borges (MDB), líder da SP-Agro. A reforma da Previdência também está no radar. "A frente vem para propor melhorias e aperfeiçoamentos nas legislações que nascerem", diz.

Hoje, há 72 projetos que trazem impactos do agronegócio na Alesp. Entre eles, um que proíbe a criação de animais em confinamento. "Se proibir, acaba com a avicultura, com a suinocultura, com a pecuária", diz Borges. O parlamentar destacou a atividade de diagnóstico como uma das maiores funções do grupo - tanto para identificar as necessidades do setor e propor políticas públicas quanto para monitorar e acompanhar como ele pode ser afetado por novas leis. "Temos que fazer com que as políticas públicas se encaixem de uma forma positiva, proativa e não repreensiva".

Fórum

Mais de 30 entidades de representação de diferentes setores do agronegócio apoiam a SP-Agro. Elas trabalharão juntas no Fórum do Agronegócio Paulista. A ideia é atuar nos moldes do Instituto Pensar Agro, formado por técnicos e especialistas que produzem conhecimento para subsidiar as decisões da Frente Parlamentar da Agropecuária, um dos grupos mais poderosos do Congresso Nacional, com 225 deputados e 32 senadores. "Temos muitos deputados urbanos e nem todos têm a noção exata do que é o setor, do tanto que ele gera de emprego e de renda. Queremos mostrar isso e ser como é a Frente Parlamentar da Agropecuária em Brasília", diz Ariel Mendes, líder do Fórum e diretor da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa mais de 140 agroindústrias de suínos e aves ao redor do Brasil. O Fórum terá reuniões semanais conduzidas pelo corpo técnico das entidades. Os parlamentares só precisam comparecer obrigatoriamente na última reunião do mês. "A nossa ideia é que a cada 60 dias as entidades venham conversar com os parlamentares para apresentar alguma demanda", acrescenta Itamar Borges. O objetivo é manter o colegiado aberto para ouvir os pedidos do setor, semelhante a como ocorre na FPA em Brasília.

Na avaliação de Ibiapaba Neto, diretor da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), é importante evitar votações ideológicas que podem prejudicar o setor. "As discussões devem ser técnicas acima de tudo. Essa frente traz mais qualificação para os debates", diz ele, que representa a terceira atividade mais importante do agronegócio paulista, atrás da cana-de-açúcar e da produção de carne bovina.

O ex-deputado federal Evandro Gussi, que hoje preside a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e integrou a FPA, diz que, em um Estado urbanizado como São Paulo, é importante fornecer informações sólidas aos parlamentares sobre agropecuária. "Esse tipo de iniciativa, nos Estados Unidos e em outros países, é um processo complementar entre o poder público e a iniciativa privada. É um movimento global para permitir a oferta de informação e dados para aqueles que vão tomar as decisões", avalia o representante da entidade que tem mais de 120 usinas associadas. De acordo com o Instituto de Economia Agrícola (IEA), da Secretaria estadual de Agricultura e Abastecimento, há cerca de 334 mil propriedades rurais em São Paulo, das quais 283 mil (84%) pertencem a produtores familiares, com cerca de 5 a 40 hectares. Cada hectare tem o equivalente ao tamanho de um campo de futebol. "A representação que o agronegócio tinha é menor do que a importância econômica do setor", diz Antônio Junqueira, representante da Sociedade Rural Brasileira (SRB) no Fórum.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Globo Rural

Insumos

4. Bayer amarga revés bilionário na Justiça

Nada está tão ruim que não possa piorar. Foi o que a alemã Bayer aprendeu a duras penas esta semana. Na segunda-feira, segundo a agência Dow Jones Newswires, a múlti foi condenada a pagar US$ 2,1 bilhões a um casal da Califórnia que acusou a companhia de encobrir os riscos à saúde associados ao uso do Roundup - marca comercial do glifosato, herbicida criado pela Monsanto. O casal havia pedido indenização de US$ 1 bilhão.

O veredicto marca a terceira derrota consecutiva da Bayer sobre a segurança do produto. E foi também a maior indenização imposta à companhia até hoje. As duas primeiras foram de US$ 80 milhões cada. Ao fim de março, eram 13,4 mil processos movidos contra a empresa nos EUA. A empresa nega as acusações e recorre em todos os processos.

O novo veredicto levou os papéis da múlti negociados na bolsa de Frankfurt ao menor valor desde junho de 2012. As ações fecharam a € 55,33 e o valor de mercado da companhia está em € 52 bilhões. Quando a Bayer anunciou a compra da americana Monsanto, em setembro de 2016, seu valor de mercado era de € 77,3 bilhões. quando a transação foi concluída, em junho do ano passado, o valor tinha subido para € 88,2 bilhões. De lá para cá, o valor de mercado recuou cerca de 40%.

O derretimento da ações não tem agradado os investidores. No mês passado, em reunião anual, 55% dos acionistas da múlti se recusaram a apoiar decisões da gestão tomadas em 2018 - como a aquisição da Monsanto -, indicando uma falta de confiança na forma pela qual a companhia tem sido administrada.

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Fonte: Valor Econômico

5. Prejuízo da Heringer quase dobra no trimestre e atinge R$ 91 milhões

A Fertilizantes Heringer registrou prejuízo líquido de R$ 91,6 milhões no primeiro trimestre do ano, perda 95,8% maior que a registrada no mesmo período de 2018, quando a companhia reportou resultado negativo de R$ 46,8 milhões.

A companhia está em processo de recuperação judicial desde 6 de fevereiro. Nos três primeiros meses do ano, houve queda de volume entregue de cerca de 90%, para 83 mil toneladas.

“As dificuldades de financiamento das atividades operacionais no quarto trimestre de 2018 se intensificaram em janeiro de 2019, levando a uma execução de um crédito, que definitivamente comprometeu a continuidade normal das operações da companhia”, apontou a Heringer, em nota.

A situação levou a receita líquida cair 87% no primeiro trimestre deste ano ante o mesmo período do ano passado, para R$ 135,4 milhões. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou negativo em R$ 61,7 milhões, o dobro do resultado também negativo de R$ 28 milhões dos três primeiros meses de 2018.

A Heringer deve cerca de R$ 2 bilhões e já apresentou um plano de recuperação. A assembleia de acionistas ainda não foi marcada.

O plano que prevê o pagamento de apenas 20% das dívidas com os principais credores — a classe dos quirografários, sem garantia real, tem R$ 1,7 bilhão a receber, mais de 80% da dívida total de R$ 2 bilhões da companhia.

A proposta da empresa prevê a venda sete unidades misturadoras de fertilizantes, com as quais a Heringer pretende angariar R$ 315 milhões.

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Fonte: Valor Econômico

6. Nível de armazenagem em fazenda no MT é superior à média nacional

Mais de 8 milhões de toneladas dos grãos produzidos em Mato Grosso estão estocados nas propriedades dos próprios agricultores, fazendo com que o nível de armazenagem nas fazendas chegue em cerca de 22%. O índice é maior do que a média nacional, como aponta o resultado do trabalho de censo com a atualização de dados dos principais armazenadores no estado, realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Os dados foram apresentados nesta terça-feira (14), durante o Encontro sobre Armazenagem, realizado pela própria Companhia em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “As unidades dentro das propriedades rurais possibilitam mais autonomia para o produtor, uma vez que ele consegue planejar melhor a logística de colheita e escoamento”, frisa a superintendente da Companhia em Mato Grosso, Francielle Guedes. “Assim é possível aguardar o melhor momento para comercializar a produção. Ao mesmo tempo, ele adquire independência da rede armazenadora de terceiros e diminui seus custos”.

Segundo o levantamento, Mato Grosso possui 2.192 unidades armazenadores cadastradas em 92 municípios, o que totaliza uma capacidade estática de 37,6 milhões de toneladas. Com a atualização das informações houve um acréscimo de 6,8 milhões de toneladas à capacidade de armazenamento já existente no estado. Ainda sim, Mato Grosso fica quase 40,8 milhões de toneladas abaixo do volume recomendado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), que indica uma capacidade estática de armazenagem 20% superior que a produção agrícola anual do local.

O censo mostra ainda que as unidades coletoras, que recebem produtos diretamente das lavouras para prestação de serviços, respondem por 48% da estocagem de grãos no estado. Já os armazéns intermediários, localizados em pontos estratégicos para facilitar a recepção e escoamento dos produtos, correspondem a 29% do armazenamento, enquanto os armazéns em terminais, junto aos grandes centros consumidores ou nos portos, correspondem a 1%.

Durante o estudo, também foi realizada a atualização do cadastro no Sistema de Cadastro dos Agentes da Cadeia Produtiva de Vegetais, seus Produtos, Subprodutos e Derivados para Certificação da Segurança e Qualidade (SICASQ), para exportação à China e Rússia, no estado de Mato Grosso. Os dois trabalhos foram possíveis a partir de um Termo de Execução Descentralizada firmado entre o Mapa e a Companhia.

As informações coletadas a partir do censo de armazenagem são utilizadas pelo governo federal no planejamento de políticas públicas para o setor e ficam disponíveis para consultas no Cadastro Nacional de Unidades Armazenadoras de Produtos Agrícolas. Já os dados obtidos a partir da renovação dos dados do SICASQ permitem verificar in loco a veracidade das informações prestadas na ficha cadastral.

Mato Grosso é o principal estado produtor de grãos do país. Para a safra 2018/2019, a produção mato-grossense está estimada em 65,4 milhões de toneladas. Com este desempenho, o crescimento registrado nos últimos 10 anos é superior a 125%.

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Fonte: Conab/Agrolink

Proteína Animal

7. Peste suína na China começa a inflar exportação do Brasil

Na ponta da língua de acionistas que desejam justificar os investimentos em frigoríficos, o surto de peste suína africana que sacudiu a China começa a chegar às estatísticas das exportações brasileiras e a ser incorporado às estimativas de inflação nos país. Diante da esperada demanda do país asiático, os preços das carnes podem subir também no varejo brasileiro - a alta pode superar 10% este ano.

Em recente relatório, o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco estimou que a peste suína pode elevar os preços da carne suína ao consumidor em ao menos 12% no ano. No atacado, a alta seria de 43%. As projeções foram feitas tomando como exemplo o impacto de choques de oferta de suínos que ocorreram no passado.

Ao longo do primeiro trimestre, executivos da indústria e analistas vinham enfatizando o potencial disruptivo da doença sobre o comércio global de proteínas, mas a liquidação antecipada do plantel de suínos da China - medida tomada por produtores do país para evitar a contaminação e impedir a venda dos animais - aumentava a oferta de carne do país momentaneamente. Agora, esse impacto diminuiu, e a necessidade de importações se torna cada vez mais clara.

"Essa superoferta do início do ano acabou", afirmou o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela ABPA indicam expressivo crescimento da exportação de carne suína do país em abril. Os frigoríficos exportaram 15,9 mil toneladas de carne suína à China no mês passado, incremento de 61% ante as 9,9 mil toneladas enviadas para o país asiático em abril de 2018. Em receita, os embarques para os chineses geraram US$ 35,8 milhões, alta de 42%.

Além disso, as vendas para Hong Kong, que em geral acabam redirecionadas à China continental, também registraram aumento significativo. No mês passado, foram exportadas 13,8 mil toneladas para Hong Kong, volume 39,4% superior ao total de 9,9 mil toneladas de um ano antes, de acordo com a ABPA.

Conforme a associação, parte do expressivo aumento pode estar relacionado à mudança na metodologia da Secex, feita em abril do ano passado. De qualquer forma, argumenta a ABPA, os embarques à China já estão crescendo e há uma incontestável aceleração no ritmo das vendas.

Até o primeiro trimestre, as exportações de carne suína aos chineses acumulavam uma queda de 17,8% comparação anual, para 33,6 mil toneladas, de acordo com dados da Secex compilados pelo Ministério da Agricultura. Em abril, a China respondeu por 27,7% das exportações de carne suína do Brasil.

Conforme o analista do banco holandês Rabobank Adolfo Fontes, a queda das vendas nos primeiros três meses é resultado da elevação nos abates na China logo após o surto de peste suína africana. "A tendência, num primeiro momento, foi de aumento nos abates internos, mas com a diminuição da oferta de carne no país, as importações devem aumentar", avaliou o analista.

Do lado do Brasil, existe o claro interesse de ampliar os embarques, o que vai depender dos preços ofertados pela China nos próximos meses, segundo o analista. "Até março, a China não tinha preço que justificasse vender para eles em detrimento de outros mercados. A Rússia, por exemplo, estava pagando mais", afirmou Fontes. Vale lembrar, no entanto, que poucos frigoríficos têm autorização para vender aos russos - BRF e JBS, os maiores do setor, não podem.

A expectativa do analista do Rabobank é que haja uma mudança mais expressiva de cenário no segundo semestre, mesmo porque os preços estão subindo rapidamente, o que se reflete nas estatísticas gerais das exportações brasileiras. Em abril, o preço médio da carne suína in natura exportada pelo Brasil para todos os destinos foi de US$ 2,2 mil por tonelada, aumento de 5,7% na comparação com o mês de março, segundo dados da Secex.

Principal referência quando o assunto é o impacto econômico da peste suína africana na China, o Rabobank estima que as exportações brasileiras de carne suína ao país asiático aumentem mais de 65% neste ano, passando das 156,2 mil toneladas enviadas aos chineses em 2018, para até 260 mil toneladas em 2019. Esse volume só considera os frigoríficos já habilitados para a exportar à China. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, terá uma reunião em Pequim esta semana para tentar aumentar o número de plantas autorizadas a exportar.

Pelos números do Rabobank, o crescimento das exportações do Brasil para a China é pequeno - em volume - tendo em vista a necessidade chinesa. A projeção do banco holandês é que o país asiático importe 5 milhões de toneladas neste ano, mais que o dobro das 2 milhões de toneladas trazidas do exterior no ano passado.

A China é o maior produtor e consumidor global de carne suína, perfazendo cerca de 50% da demanda global. Por causa da peste suína, no pior dos cenários, o país pode perder 180 milhões de animais do seu rebanho, 40% do total de cabeças, e ter a produção reduzida em 35%, para 35,1 milhões de toneladas de carne suína, conforme estudo do Rabobank.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Brasil tenta abrir mercado chinês a lácteos

Embora os holofotes da missão da ministra Tereza Cristina na Ásia estejam voltados para as oportunidades abertas para a ampliação das vendas de carnes bovina, suína e de frango à China, o governo brasileiro considera positivas as perspectivas de abertura do mercado do país asiático para as exportações de lácteos - sobretudo queijos -, ainda que nada vá ser definido agora.

Hoje, a comitiva do Ministério da Agricultura começa a negociar essa abertura com autoridades do GACC, o serviço sanitário chinês, na chegada da ministra a Pequim. A expectativa é que seja dado mais um passo para avançar nas negociações. Na melhor das hipóteses, o governo conseguirá a assinatura do certificado sanitário internacional necessário para que o processo de habilitação de empresas exportadoras à China tenha início. Mas uma promessa nessa direção já será bem-vinda.

A Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura já encaminhou no fim de 2018 relatórios com todas as exigências sanitárias feitas pelos chineses, além de questionários preenchidos por 22 indústrias e cooperativas interessadas em vender seus produtos lácteos no mercado do país asiático.

"Já está tudo certo para a habilitação de plantas brasileiras de lácteos e já enviamos tudo. Se os chineses estiveram de bom humor existe também essa área para abrir", avalia uma fonte do Ministério da Agricultura que acompanha as negociações.

A confiança da indústria nesse processo aumentou de um ano para cá, desde que ministério, Itamaraty e Apex intensificaram as conversas com Pequim para esclarecer os requisitos comerciais exigidos e o perfil de produtos mais adequados aos chineses, conta Marcelo Martins, diretor-executivo da Viva Lácteos, entidade que representa indústrias do segmento que atuam no país.

O dirigente fala com entusiasmo sobre a oportunidade de o Brasil abrir na China mais um canal para as exportações brasileiras de lácteos, dada a baixa inserção que o segmento tem no mercado internacional - em 2018, os embarques recuaram 48,3% em relação ao ano anterior, para US$ 58,2 milhões, devido principalmente à falta de competitividade dos preços dos produtos. Segundo ele, novas abertura no exterior devem contribuir para reduzir oscilações de preços domésticos.

Para Martins, no entanto, o maior potencial de acesso à China, num primeiro momento, seria para as exportações de queijos "massa dura" (como parmesão) e de queijos processados (usados na fabricação de pizzas e sanduíches), cujas exportações mais que dobraram nos últimos quatro anos para mercados como Rússia, Estados Unidos, Argentina e Chile.

"Nas conversas que já tivemos, vemos hoje um interesse das autoridades chinesas em avançar nas negociações", disse Martins ao Valor. "Mas é claro que a ida da ministra à China é fundamental. Se o mercado for aberto agora na viagem, ótimo. Senão, vamos seguir nas negociações para que a gente consiga exportar."

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Fonte: Valor Econômico

9. Suspensas novas autorizações para pesca de atum

A Secretaria de Aquicultura e Pesca suspendeu novas emissões de Permissão Prévia de Pesca, Autorização de Pesca e Autorização de Pesca Complementar para toda e qualquer modalidade de pesca de atuns no Brasil.

Segundo o secretário de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif, a decisão do Comitê Permanente de Gestão de Atuns e Afins foi tomada porque o Brasil precisa se adequar às recomendações internacionais impostas pela Comissão Internacional de Conservação do Atum no Atlântico (ICCAT, na sigla em inglês).

“A decisão é correta. Poderíamos sofrer alguma consequência, como a suspensão de exportações de atuns para outros países, de cotas e até afetar outras proteínas que comercializamos”, explica o secretário.

A Portaria MAPA n° 89, publicada ontem no Diário Oficial da União, esclarece que a suspensão não se aplica à modalidade de Pesca de Sombra ou Cardume Associado definida na Portaria Interministerial da Secretaria-Geral da Presidência da República e do Ministério do Meio Ambiente de nº 59-A, de 09 de novembro de 2018.

A suspensão de emissão de autorização de pesca também não se aplica às permissões prévias emitidas até a data da publicação da portaria.

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. INTL FCStone eleva previsão de moagem e de produção de etanol no Centro-Sul

A INTL FCStone elevou nesta terça-feira, 14, a previsão do processamento de cana-de-açúcar nas usinas e destilarias do Centro-Sul do Brasil na safra 2019/2020. A consultoria prevê moagem de 574,2 milhões de toneladas, alta de 1% ante o total de 568,6 milhões de toneladas estimado no levantamento anterior, em março. A previsão representa leve alta de 0,2% ante os 573,1 milhões de toneladas de cana processadas na safra 2018/2019.

Segundo o relatório dos analistas João Paulo Botelho e Matheus Costa, a alta na previsão ocorre pela melhora nos canaviais após chuvas volumosas em fevereiro e março na região, o que deve ampliar a produtividade das lavouras a serem colhidas no segundo semestre.

No cinturão canavieiro do Centro-Sul, as chuvas entre março e a primeira quinzena de maio acumularam, em média, 324,7 milímetros (mm), já contando a previsão para os dias iniciais deste mês.

O volume é 67% acima de igual período no ano passado e 12% maior do que a média histórica.Com mais chuvas, a produtividade agrícola da cana deve atingir 73,2 toneladas por hectare em 2019/2020, ante 72,5 toneladas/ha na estimativa anterior. Mas as precipitações devem afetar negativamente na qualidade da cultura.

Segundo os analistas, a oferta de Açúcar Total Recuperável por tonelada (ATR/t) de cana processada deve cair 0,7% entre as safras, de 137,9 kg/t de 2018/2019, para 136,9 kg/t estimados em 2019/2020.

A persistente queda no preço do açúcar e a alta no preço do petróleo levaram a INTL FCStone a elevar, mais uma vez, o mix de destino cana para a produção de biocombustível. Essa fatia saiu de 60,3% para 62,9% em 2019/2020 entre as estimativas de março e a de hoje, mas deve ficar abaixo dos 64,8% de mix de 2018/2019.

A produção de etanol de cana deve ser de 29,1 bilhões de litros, alta de 1,5 bilhão de litros ante a estimativa de março, de 27,6 bilhões de litros, mas queda de 3,5% sobre os 30,2 bilhões de litros da safra 2018/2019. A produção de hidratado de cana deve recuar 7%, para 19,8 bilhões de litros, e o volume de anidro de cana deve avançar 5%, para 9,4 bilhões de litros entre as duas safras no Centro-Sul.

A produção de etanol de milho foi mantida 1 bilhão de litros, alta de 31,4% em relação aos 800 milhões de litros de 2018/2029. A oferta total de etanol deve sair de 31 bilhões para 30,1 bilhões de litros. A consultoria reduziu a previsão do mix de destino da cana para a produção do adoçante de 39,7% para 37,1% em 2019/2020, ante 35,2% em 2018/2019.

Com um pouco mais de cana destinada ao açúcar entre as safras, a produção no Centro-Sul deve ficar em 27,8 milhões de toneladas, alta de 4,7%, ou 1,3 milhão de toneladas, sobre os 26,5 milhões de toneladas de 2018/2019, mas 1,7 milhão de toneladas inferior à estimativa de março, de 29,5 milhões de toneladas para 2019/2020.

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Fonte: Estadão Conteúdo/UDOP

11. Déficit global de açúcar em 2019/20 deverá ser de 2,1 mi t, diz S&P Global Platts

O déficit no mercado global de açúcar deverá ter um avanço para 2,1 milhões de toneladas na temporada 2019/20, segundo apresentação realizada pela S&P Global Platts nesta terça-feira.

O saldo negativo será resultado de uma produção mundial menor, especialmente na Ásia, disse a empresa.

Na Índia, a produção tende a cair para 28,4 milhões de toneladas, ante 32,86 milhões em 2018/19, informou a S&P Global Platts. Já a produção na Tailândia deve recuar para 12,9 milhões de toneladas, contra 14,6 milhões em 2018/19.

Embora a menor produção ajude a sustentar os preços do adoçante, os potenciais ganhos nos contratos futuros pelos próximos seis meses serão limitados pelo nível de paridade do etanol, que é fixado entre 13 centavos e 14 centavos de dólar.

Os avanços nos valores também deverão ser limitados pela estagnação do consumo, especialmente à medida que a demanda em países mais ricos decai, por conta da maior preocupação dos consumidores com a saúde.

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Fonte: Reuters/Nova Cana

12. Witzel acena reduzir ICMS do etanol no Rio de Janeiro, mas comissão quer mais

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), já sinalizou que vai mandar à Assembleia Legislativa do estado uma proposta para reduzir a alíquota do ICMS cobrado na bomba de etanol de 34% para 24%. Mas os deputados querem mais.

O presidente da Comissão de Minas e Energia, Max Lemos (MDB), quer deixar o imposto no mesmo percentual cobrado em São Paulo: 12%. E defende que a proposta pode ser executada com o combate à sonegação fiscal.

Dados disponibilizados pelo Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes de Lojas de Conveniência do Município do Rio de janeiro (Sindcomb) apontam que pelo menos 30 milhões litros de álcool hidratado são vendidos por mês no estado sem pagar o imposto.

O assunto vai ser debatido em uma audiência pública marcada para o mês que vem.

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Fonte: Extra (RJ)/NovaCana

Grãos e Grandes Culturas

13. Olam International lucrou 6,9% a mais no 1º tri

A Olam International, grupo agrícola com sede em Cingapura, registrou lucro depois de impostos e participação minoritária (Patmi, na sigla em inglês) de US$ 168,8 milhões no primeiro trimestre deste ano, 6,9% superior ao do mesmo período do ano passado.

A receita da companhia no período alcançou US$ 8,5 milhões, com elevação de 21,5% na comparação. O lucros antes de juros, tributos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em US$ 420,3 milhões, com alta de 14,2%.

Em nota, a empresa informou que os melhores resultados operacionais foram registrados nas áreas de nozes e cacau, que compensaram as menores contribuições de amendoim, arroz e açúcar.

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Fonte: Valor Econômico

14. 2ª safra de milho concentra a maior parte da produção

O milho plantado na primeira safra apresenta produção para atendimento a demandas internas, a exemplo da ração animal para confinamento e nas áreas próximas às granjas de aves e suínos, uma vez que o foco do produtor, neste primeiro momento, é a soja, informa o 8° Levantamento da safra de grãos 2018/2019, divulgado pela Conab - Companhia Nacional de Abastecimento.

Na segunda safra é onde se concentra a maior parte da produção de milho. Nesta temporada, apesar de ter sido verificado a migração de áreas de feijão primeira safra, cana-de-açúcar e pastagens, para o milho primeira safra, a competição por culturas mais rentáveis resultou em diminuição de área em relação à safra passada. A área plantada atingiu 4.966,7 mil hectares, representando diminuição de 2,3%.

Já a área do milho segunda safra deverá obter um aumento de 6,4% em relação à safra passada. A área de milho segunda safra foi bastante estimulada pela antecipação da colheita da soja e pela possibilidade do aproveitamento integral da janela climática, criando a expectativa de bons rendimentos na lavoura.

O forte aumento na área plantada e a expectativa positiva na produção deverão estabelecer novos recordes nacionais, contribuindo para que a produção, englobando a primeira e segunda safras, se transforme na segunda maior safra do cereal produzida no país.

A produção total de milho deverá atingir 95,2 milhões toneladas, representando um aumento de 18% em relação à temporada passada, comprometida por problemas climáticos na segunda safra.

Balanço de oferta e demanda do milho

O atraso no plantio de milho nos Estados Unidos tende a inverter o movimento de baixa da Bolsa de Chicago em abril. Desta feita, há expectativa que as cotações indiquem valores próximos a US$ 4,00 (US$ 157,47 a tonelada). Por outro lado, os prêmios dos portos brasileiros estão em queda, o que desvaloriza a paridade de exportação e, por consequência, impedem que a tendência de baixa das cotações domésticas do milho seja contida.

No cenário doméstico, mais uma vez a Conab aponta um aumento da estimativa de produção de milho, fazendo com que os estoques de passagem do cereal da safra 2018/19 estimados subam para 16,5 milhões de toneladas, sendo esse mais um fator de pressão nos preços. O mercado de grão no Brasil já começa a precificar esse excesso de oferta, onde, mesmo com um consumo estimulado pelo etanol de milho e incremento nas exportações, as cotações futuras no médio norte do Mato Grosso estão em R$ 18 a saca de 60 quilos, ou seja, muito próximas do preço mínimo.

As exportações tendem a se confirmar dentro do valor estimado de 31 milhões de toneladas, isto porque, além do volume de embarques de fevereiro a abril já atingirem 3 milhões de toneladas, já foram comercializadas cerca de 24 milhões de toneladas do milho segunda safra, onde a maior parte foi feita por tradings, com direcionamento ao mercado externo.

Assim, restaria um volume a ser comercializado não muito alto para fechar a estimativa feita pela Conab. Todavia é imprescindível que o país exporte, no mínimo, o montante previsto, caso contrário, o volume de estoque exercerá uma pressão ainda maior sobre os preços.

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Fonte: Agrolink

15. Citricultura paulista tem alternativas para reduzir riscos

A edição deste mês da revista Hortiftruti Brasil, publicação do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, traz alternativas a produtores de laranja do estado de São Paulo que têm buscado um modelo de negócio mais diversificado.

Essa busca por mudança na estrutura da fazenda é estimulada pela restrição orçamentária em investir e manter os pomares citrícolas, o que, por sua vez, se deve à crise na citricultura entre as safras 2012/13 e 2014/15. Naquele período, a rentabilidade da cultura se reduziu com força, ao mesmo tempo que o nível tecnológico nos pomares precisou ser ampliado, principalmente pelo aumento da incidência do HLB (greening).

Pesquisadores da Hortifruti Brasil indicam que, quando produtores se veem numa situação de orçamento limitado, muitos têm preferido ampliar a tecnologia nos pomares citrícolas em uma área menor ao invés de expandir e/ou renovar a área com 100% de laranja para a indústria. As estatísticas da citricultura paulista comprovam essa tendência – atualmente, o setor já opera numa área total menor, mas com um nível de tecnologia (produtividade, adensamento e irrigação) muito maior.

Diante desse contexto, a Hortifruti Brasil montou um projeto, tendo como base uma propriedade de 363 hectares com laranja, soja e cana-de-açúcar, chamada de “Projeto Multinegócios”. Este modelo representa hoje um perfil das fazendas citrícolas que estão diversificando suas atividades com cultura anuais, já que o arrendamento de cana é o mais tradicional, mas o plantio de grãos também tem ganhado espaço.

No geral, o estado de São Paulo tem boa aptidão para várias atividades agrícolas, mesmo com alguns percalços climáticos. A diversificação com grãos e com arrendamento para cana pode reduzir o risco de rentabilidade do citricultor. Além disso, o investimento nesse modelo apresenta menor valor frente à produção de laranja para indústria.

Outra alternativa de diversificação é a citricultura de mesa. Neste caso, a escolha muitas vezes não é feita por restrição orçamentária – já que os custos de formação/manutenção dos pomares são maiores, principalmente quando se opta por uma fruta de alta qualidade, que exige investimentos em irrigação – e, sim, pelo fato de a rentabilidade poder ser maior em uma área menor e por minimizar a dependência de um negócio somente voltado à indústria.

FÓRUM – O entrevistado da edição de maio é Carlos Eduardo Prudente Correa Junior, que é administrador de empresas, com especialidade em Gestão. Em sociedade com a sua família, Correa Junior tem dinamizado suas propriedades com um modelo multinegócio de laranja, cana-de-açúcar e soja.

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Fonte: Cepea/Esalq/Agrolink

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