Conjuntura do Agronegócio

1. Joice nega inconstitucionalidade sobre demarcação de terras em nova MP

A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), afirmou nesta quarta-feira que a nova medida provisória (MP) enviada pelo presidente Jair Bolsonaro para transferir para o Ministério da Agricultura a competência da demarcação de terras indígenas não é inconstitucional e disse que a oposição só quer atrapalhar o Palácio do Planalto.

“A oposição está fazendo o papel da oposição, que é atrapalhar o governo. Tentaremos tirar a oposição do caminho e tocar o país”, disse Joice a jornalistas. “Me parece pouco provável que toda equipe do governo, a equipe da Casa Civil, a equipe de profissionais de direito em torno do presidente tenham costurado um decreto inconstitucional”, acrescentou.

Mais cedo, o líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), pediu ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), em ligação feita nesta quarta-feira, que ele devolva a nova MP ao Poder Executivo. Procurado pelo Valor, Alcolumbre não respondeu se acatará a sugestão.

Na avaliação de Molon, a reedição da MP “afronta” a recente decisão do Congresso de deixar a questão da demarcação de terras com a Funai, alojada no Ministério da Justiça. O deputado afirmou que protocolará no Supremo Tribunal Federal (STF) uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) contra a medida.

Segundo a Constituição Federal, é proibida a reedição, numa "mesma sessão legislativa" - que se refere ao período de atividade do Congresso entre 2 de fevereiro e 17 de julho e 1 de agosto e 22 de dezembro de um menos ano -, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou tenha perdido a eficácia. Bolsonaro editou a MP da reforma administrativa em janeiro, quando deputados e senadores ainda não haviam iniciado as atividades legislativas de 2019.

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Fonte: Valor Econômico

2. Bolsonaro se reunirá com Xi Jinping no Japão antes do início do G20

Antes de estrear na cúpula de líderes do G20 em Osaka, no Japão, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) terá um encontro bilateral com o dirigente chinês Xi Jinping na próxima sexta-feira.

Na conversa, Bolsonaro vai falar sobre a agricultura brasileira e seu desejo de que o Brasil passe a exportar produtos de maior valor agregado ao país asiático. Hoje o comércio é fortemente baseado na venda de commodities brasileiras aos chineses.

A China é o principal parceiro comercial do Brasil e foi destino de 27% das exportações brasileiras entre janeiro e maio deste ano.

Bolsonaro e Xi devem tratar de visitas de ambos aos países parceiros. O brasileiro tem viagem oficial prevista para a China em agosto e o chinês deve viajar ao Brasil em novembro, para participar da Cúpula dos Brics.

Esta será a primeira participação de Bolsonaro em uma reunião de cúpula do G20. Além da bilateral com Xi, ele deve ter uma reunião a sós com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.

O encontro é uma mudança de postura do presidente brasileiro, que, durante a campanha, dizia que a China estava "comprando o Brasil".

Desde o início do governo, Bolsonaro fez gestos de aproximação entre os dois países, deixando para trás a fala que adotou como candidato.

Em maio, a ministra Tereza Cristina (Agricultura) viajou à China para tratar das relações comerciais com os asiáticos.

Em viagem a Roma na última semana, ela apoiou a candidatura do vice-ministro da Agricultura da China, Qu Dongyu, recém-eleito diretor da FAO.

Também em maio, o vice-presidente, general Hamilton Mourão, viajou a Pequim para participar da reunião da Cosban (Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação).

Durante o encontro, ao lado do vice-dirigente chinês, Wang Qishan, ele discutiu temas como fabricação e venda de aviões da Embraer para os chineses e de produtos de frigoríficos brasileiros.

Mourão também se encontrou com o presidente-executivo da Huawei, Ren Zhengfei, e disse que o Brasil não pretende restringir as atividades da empresa chinesa.

A Huawei foi vetada de instalar redes de 5G nos EUA pelo presidente Donald Trump, sob a acusação de espionagem. Os americanos vêm pressionando aliados a adotar postura semelhante.

Apesar da mudança de postura de Bolsonaro, uma maior aproximação com a China não é consenso em seu governo.

Em entrevista recente à revista Veja, o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, disse que o tema da Huawei no Brasil "ainda está sob análise", destoando do tom adotado por Mourão.

Araújo e o escritor Olavo de Carvalho, influente no governo Bolsonaro, são contrários a uma maior aproximação com o país asiático e defendem que o Brasil se mantenha ao lado dos EUA na guerra comercial travada entre eles.

A necessidade de reduzir a co-dependência em relação ao gigante asiático foi um dos principais assuntos do jantar para o presidente Jair Bolsonaro durante visita a Washington, em março.

A reunião de cúpula do G20, que começa na sexta, terá como pano de fundo novos desdobramentos da guerra comercial entre EUA e China diante da expectativa do resultado do encontro entre Xi e Trump que deve ocorrer no Japão.

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Fonte: Valor Econômico

3. Chinês ganha eleição na FAO e vai substituir Graziano

A China elegeu o novo diretor-geral da FAO, a agência da ONU para Agricultura e Alimentação, e vai substituir o brasileiro José Graziano da Silva, que ficou oito anos no cargo.

O vice-ministro chinês da Agricultura, Qu Dongyu, ganhou logo no primeiro turno, com 108 votos, contra 71 para a candidata da União Europeia, a francesa Catherine Geslain-Lanéelle, e 12 para o candidato da Georgia, Davit Kirvalidze, que dizia ter apoio dos Estados Unidos.

O Brasil, representado pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, votou e fez campanha pelo chinês.

A FAO é uma agência essencial para os interesses brasileiros, como grande exportador agrícola. A entidade tem feito estudos defendendo uma agricultura mais sustentável e maior consumo de proteínas vegetais, em vez de proteínas animais.

Para a China, trata-se de uma vitória diplomática importante, com sua influência crescente na governança global.

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Fonte: Valor Econômico

Insumos

4. Déficit comercial de produtos químicos sobe 15% no ano, mostra Abiquim

O déficit na balança comercial de produtos químicos alcançou US$ 11,7 bilhões nos cinco primeiros meses do ano, com expansão de 15,1%, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). De janeiro a maio, enquanto as importações saltaram 9,2%, para US$ 17 bilhões, as exportações do setor recuaram 2,1%, para US$ 5,3 bilhões.

Conforme a entidade, os intermediários para fertilizantes seguem como principal grupo da pauta de importação, com compras de US$ 2,8 bilhões no acumulado do ano até maio e crescimento de 39,2%. Na outra ponta, o grupo das resinas termoplásticas se manteve como o mais exportado, com vendas de US$ 788,7 milhões e retração de 5,9%.

Em volume, as importações de produtos químicos ficaram em 16,8 milhões de toneladas e as exportações, em 5,4 milhões de toneladas, com aumento de 16% e queda de 5,4%, respectivamente, frente ao mesmo intervalo de 2018.

De janeiro a maio, os produtos químicos responderam por 24% do total de US$ 70,7 bilhões em importações e 5,7% dos US$ 95,8 bilhões em exportações realizadas pelo país.

Em nota, a diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Mazzaro Naranjo, diz que o segundo semestre terá papel central “no progressivo processo de inserção comercial responsável e na agenda de competitividade”.

“A indústria química brasileira apoia fortemente a proposta de mais inserção comercial, sendo necessário que esse processo seja responsável e inteligente, isto é, concomitante à redução do custo Brasil, transparente, gradual, negociado, debatido publicamente com os setores”, acrescenta.

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Fonte: Valor Econômico

5. Juros do Moderfrota sobem para entre 8,5% e 10,5% em 2019/20

O governo elevou as taxas de juro do Moderfrota, principal linha de crédito subsidiado para compra de máquinas agrícolas, no Plano Safra 2019/20 anunciado hoje em cerimônia no Palácio do Planalto. O intervalo será de 8,5% a 10,5% ao ano, ante a banda de 7,5% a 9,5% ao ano de 2018/19.

A linha, que conta com recursos do BNDES, terá inicialmente R$ 9,6 bilhões na nova temporada, R$ 700 milhões a mais que em 2018/19.

“Conversamos bastante com o setor e preferimos aumentar as taxas, mas garantir mais recursos para o Moderfrota.

Os produtores não chegaram a se queixar da linha”, afirmou Eduardo Sampaio, secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, em entrevista coletiva.

Segundo Sampaio, se as linhas do Moderfrota em 2018/19 tivessem tido uma alta de juros de 1 ponto percentual em relação à temporada anterior haveria mais dinheiro, e em volume suficiente, para atender à demanda crescente por tratores, colheitadeiras e outros equipamentos. Neste ciclo, as indústrias reclamaram que os recursos reservados para o Moderfrota foram insuficientes.

As linhas de investimento em geral tiveram um aumento de 1 ponto em suas taxas de juros. Os juros do PCA, destinado à construção de armazéns, por exemplo, subiram de entre 5,25% e 6% em 2018/19, para entre 6% e 7% em 2019/20.

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Fonte: Valor Econômico

6. Mosaic fechará planta de produção de fosfato nos Estados Unidos

A americana Mosaic, uma das maiores companhias de fertilizantes do mundo, anunciou nesta terça-feira que fechará sua planta de produção de fosfatos em Hillsborough County, na Flórida.

Em março, em decorrência de estoques elevados, a companhia já havia anunciado redução da produção de fosfato em 300 mil toneladas por meio de mudanças nos cronogramas de manutenção e nos planos operacionais de produção de minas localizadas nos Estados da Flórida e Louisiana.

Segundo nota divulgada pela Mosaic, a Planta City, a que terá suas atividades encerradas, é operacional desde 1975 e produziu aproximadamente 1,3 milhão de toneladas de fosfatos acabados em 2017, seu último ano de operação. A fábrica foi desativada no fim de 2017 porque era uma das instalações de fosfatos de custo mais elevado nas operações da Mosaic na Flórida e devido às condições do mercado global.

“Nossa decisão de fechar a fábrica de fosfato Plant City reafirma nosso compromisso com a operação de baixo custo”, disse o CEO da Mosaic, Joc O'Rourke.

“Continuaremos a atender a demanda global por fertilizantes de fosfato de alta qualidade com produção de nossas instalações de baixo custo na Flórida, Louisiana, Brasil e Peru, e através de nossa joint venture na Arábia Saudita”, continuou O'Rourke, em comunicado.

Durante o segundo trimestre, a Mosaic espera reconhecer um encargo de até US$ 390 milhões pelo fechamento permanente da linha, incluindo baixas de ativos e um aumento do passivo de obrigação de retirada de ativos. Os pagamentos anuais em dinheiro para gerenciar o fechamento da instalação nos próximos cinco anos devem ser semelhantes aos pagamentos incorridos enquanto a usina estava ociosa em 2018.

A Mosaic buscará mitigar uma parte dos custos de fechamento avaliando abordagens para a gestão de água e reutilizando parte da instalação para uso produtivo. De acordo com a múlti americana, a pequena equipe de funcionários da planta permanecerá no local para gerenciar as responsabilidades de fechamento nos próximos anos.

Segundo Rafael Ribeiro, da Scot Consultoria, os estoques mundiais de fosfato diminuíram ao longo de 2018, o que tem aberto espaço para preços mais "normalizados" do adubo. Problemas na safra americana, contudo, reduziram a demanda pelo produto.

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Fonte: Valor Econômico

Proteína Animal

7. Prime Cater procura sócio para erguer fábrica em SP

"O boi no pasto não fica parado. Ou engorda ou emagrece". Assim o empresário Marcelo Shimbo define o principal desafio da Prime Cater, companhia criada em 2013 para vender bifes já porcionados para alguns dos restaurantes e churrascarias mais badalados do Brasil.

Para não perder musculatura - e gordura, característica essencial para uma carne suculenta -, o empresário negocia com gestoras de fundos de private equity uma injeção da ordem de R$ 30 milhões para erguer uma fábrica no interior paulista. Assim, busca preservar a trajetória de rápida ascensão da empresa, que também vem avançando com as vendas pela internet da marca própria de carne, a 481.

Se bem sucedida, a captação almejada por Shimbo avaliará a Prime Cater em mais de R$ 100 milhões, montante expressivo para um negócio que até 2014 contava com apenas um cliente: a rede de restaurantes Pobre Juan, cujos donos foram sócios da Prime Cater nos primeiros anos de atuação. De lá para cá, a receita da companhia saltou de R$ 13 milhões anuais para quase R$ 90 milhões. Com a nova fábrica, o faturamento poderá atingir R$ 250 milhões em 2022.

"Já não é mais uma brincadeira tão pequena, e as taxas de crescimento são muito agressivas", disse Shimbo, durante uma visita da reportagem ao frigorífico onde a Prime Cater está sediada, no município de Louveira (SP), a 72 quilômetros da capital paulista (ver mapa abaixo). Alugada, a unidade da empresa deve ter a capacidade praticamente saturada em 2020, o que justifica a necessidade construir uma fábrica própria.

Com 87% do capital da Prime Cater - os outros 13% pertencem a funcionários -, Shimbo pretende vender uma fatia da ordem de 25% para atrair o novo sócio. A intenção do empresário é angariar os recursos até dezembro e, ao longo do próximo ano, construir a planta.

A ideia é que a nova fábrica fique próxima da região da atual para que a Prime Cater possa aproveitar a mão-de-obra treinada nos últimos anos. Atualmente, a companhia emprega aproximadamente 115 funcionários - a maior parte na área industrial.

Dos recursos que pretende captar, entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões serão investidos na nova fábrica. O restante será para reforçar o capital de giro e reduzir dívidas.

A nova unidade será capaz de produzir - em um primeira fase - 8 mil toneladas por ano, bem acima das 3 mil toneladas atuais. O espaço comportará uma expansão que permitirá a produção de 10 mil toneladas por ano, viabilizando um faturamento de cerca de R$ 400 milhões. Mas essa será a segunda fase - em prazo ainda não definido -, quando a empresa vislumbra fazer nova captação para dar saída ao sócio financeiro que pode ingressar neste ano. Na primeira fase da nova fábrica, prevista para 2021, a Prime Cater pretende diversificar o portfólio de produção. Pelo planejamento de Shimbo, a empresa passará a oferecer aos restaurantes cortes porcionados de outras proteínas que não só a bovina. "Teremos porco e cordeiro", disse o empresário.

A diversificação do portfólio dará à Prime Cater a possibilidade de vender mais produtos aos mesmos clientes, disse Shimbo. A companhia tem atualmente uma base de 550 clientes, dentre os quais restaurantes como Mocotó, redes como Mania de Churrasco e hamburguerias como Lanchonete da Cidade. No Brasil, as vendas de proteína ao mercado de food service (alimentação fora do lar) giram mais de R$ 40 bilhões por ano, segundo cálculos feitos a partir de estimativas da consultoria Euromonitor.

Além de vender um leque maior de produtos por cliente, a ampliação da capacidade dotará a empresa de uma escala que a permitirá competir por clientes de fast food, inclusive na área de hambúrguer - a nova planta terá uma área grande para a fabricação desse produto.

De acordo com Shimbo, os equipamentos a serem instalados na nova fábrica ajudarão a diluir os custos, o que torna viável a venda de produtos a clientes de menor margem. Na atual estrutura, o peso da mão-de-obra no custo de produção de certos itens inviabiliza as vendas, disse.

Em lojas como as do Mania de Churrasco, mais parecidas com as redes de fast food, as margens são apertadas, exemplifica o empresário. A aposta, portanto, é que o maquinário da nova fábrica melhore a rentabilidade das operações da Prime Cater. Em outras palavras, a relação entre faturamento e número de funcionários tende a cair.

Na busca por melhor rentabilidade, Shimbo não abre mão da oferta de serviços que viabilizou o surgimento da Prime Cater. Ao porcionar os bifes, a empresa evita o desperdício nos açougues pouco produtivos e padronizados da área interna de cada restaurante - no Pobre Juan, a economia com a compra de carne foi de 15% no primeiro ano de parceira.

Outro diferencial é a oferta de consultorias, ajudando na definição do cardápio, o que também se traduz em economias. Em média, a carne representa um terço dos custos dos restaurantes com matéria-prima, conforme Shimbo.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Minerva passa a fazer parte de comitê global sobre sustentabilidade

A brasileira Minerva Foods, maior exportadora de carne bovina da América do Sul, informou hoje que passou a fazer parte de um comitê global dedicado às discussões sobre sustentabilidade na indústria de carne bovina.

A Mesa Global de Carne Sustentável (GRSB, sigla em inglês) é composta por especialistas, acadêmicos e empresas, informou a Minerva, em nota.

Na América do Sul, a Minerva já fazia parte de comitês nacionais — no Brasil, Uruguai e Paraguai — voltados ao tema da sustentabilidade.

Em nota, o gerente de sustentabilidade da Minerva, Taciano Custodio, afirmou que o ingresso da empresa na GRSB “evidencia o nosso comprometimento com a sustentabilidade da cadeia de carne bovina na América do Sul, desde os produtores até os clientes finais”.

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Fonte: Valor Econômico

9. Exportações paranaenses de carne de frango à China têm forte aumento

As exportações paranaenses de carne de frango para a China somaram 28,7 mil toneladas em maio, 110% mais que no mesmo mês do ano passado, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Sindiavipar, que representa as empresas do segmento no Estado. Em relação a abril, o aumento foi de 40%.

No total, as exportações de carne de frango do Paraná alcançaram 143 mil toneladas no mês passado, um aumento de 21% na comparação com maio de 2018.

Ainda de acordo com comunicado do Sindiavipar, o abate de frangos chegou a 161 milhões de cabeças em maio e somou 773,3 milhões nos primeiros cinco meses de 2019, volume 7,8% superior ao registrado em igual intervalo do ano passado.

A entidade estima crescimentos acumulados da ordem de 5% tanto no abate quanto nas exportações neste ano.

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. Moagem de cana aumentará 8% na safra 2019/20, prevê São Martinho

O Grupo São Martinho, dono de quatro usinas sucroalcooleiras no Centro-Sul, estimou hoje que processará 22 milhões de toneladas de cana na safra atual (2019/20), iniciada em abril. Se confirmado, esse volume será 8% superior ao da safra passada.

A expectativa de melhor desempenho é baseada nas condições climáticas mais favoráveis e na perspectiva de que os projetos para aumentar a produtividade dêem mais resultados. Nesse patamar, as usinas da São Martinho operariam com ocupação de 92% da capacidade, que é de 24 milhões de toneladas, segundo Felipe Vicchiato, diretor financeiro do grupo, ao Valor.

Para o rendimento da cana na indústria — determinado sobretudo pelo clima —, a expectativa é de redução de 2%, para 139 quilos de açúcares totais recuperáveis (ATR) por tonelada de cana moída. Vicchiato disse que ainda há risco climático para a safra, mas ele está cada vez menor.

O mix de produção, porém, ainda não está claro. A companhia divulgou uma faixa de estimativa de produção de açúcar e etanol. Para o biocombustível, a empresa projetou que a produção pode ficar entre 915 milhões de litros e 1,145 bilhão de litros — ante 1,097 bilhão de litros na safra passada.

Para a produção de açúcar, a estimativa é de uma produção de 1,415 milhão a 1,055 milhão de toneladas — em qualquer caso, acima das 922 mil toneladas produzidas no ciclo anterior.

O volume de energia cogerada a partir do bagaço de cana deve ficar entre 905 mil megawatt-hora (MWh) e 910 mil MWh - superando, em ambos os casos, os 829 mil MWh de energia cogerada em 2018/19.

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Fonte: Valor Econômico

11. Lucro da São Martinho caiu 44% no 4º trimestre

A queda dos preços do etanol justamente na entressafra, contrariando a tendência sazonal, atrapalhou a estratégia do Grupo São Martinho, que costuma concentrar as vendas nesse período e já havia se programado para reforçar essa estratégia no último período. Combinado com os preços baixos do açúcar, esse fator fez com que a companhia encerrasse o quarto trimestre da safra 2018/19 com lucro líquido de R$ 85,6 milhões, 44,2% menor que um ano antes.

Em toda a safra, o lucro líquido alcançou R$ 461,4 milhões, uma redução de 45,5%. A queda, porém, se dá em relação a uma safra em que a companhia teve lucro recorde, o que conferiu à temporada passada o marco de segundo melhor resultado da empresa, limitado por intempéries que afetaram a quantidade de matéria-prima e que dificultaram a diluição de custos. "Dado o cenário de seca monstruosa, acho que foi um resultado excepcional", destacou Fábio Venturelli, CEO do grupo, ao Valor.

Apesar da queda dos preços do etanol no início de 2019 ter pego a todos no contrapé, o valor médio de venda da empresa no trimestre (R$ 1.779,80 o metro cúbico) superou a média dos três trimestres anteriores. "Ganhamos dinheiro fazendo carregamento", afirmou ele.

A receita com vendas de etanol foi maior tanto no trimestre como no acumulado da safra, contribuindo para que a receita líquida total da companhia ficasse estável no trimestre (R$ 1,1 bilhão). Na temporada, a receita recuou 6,6%, para R$ 3,6 bilhões.

A contabilização do lucro do último trimestre contou ainda com a entrada de R$ 70,6 milhões do pagamento dos precatórios do IAA (descontados tributos em discussão e outras despesas), que foi repassado pela Copersucar em março.

Trata-se da primeira parcela do primeiro precatório que a cooperativa distribuiu a seus associados da época da ação contra a União.

A entrada do precatório contribuiu positivamente no caixa, que aumentou 38%, a R$ 2,1 bilhões - que seria suficiente para pagar a dívida dos próximos três anos. Contribuiu ainda para o caixa a primeira fase de captação de recursos com recebíveis do agronegócio (CRA). Com isso, a dívida líquida caiu 2,5% no fim da safra, a R$ 2,4 bilhões.

Esse reforço dá um fôlego para a São Martinho remunerar mais uma vez seus acionistas e ainda manter investimentos. O conselho de administração aprovou ontem o pagamento de R$ 110 em dividendos e aprovou R$ 93 milhões que podem ser usados em recompra de ações, capital de giro ou ambos.

Além disso, do valor total recebido de precatórios (R$ 106,5 milhões), a companhia repassou R$ 3,3 milhões aos acionistas controladores (Luiz Ometto Participações), conforme previsto no Contrato de Compra e Venda das Ações da Santa Cruz S.A.

Por outro lado, também no último trimestre da safra, a São Martinho deduziu, do resultado, R$ 80,3 milhões (sem efeito caixa) de um alongamento de dívida em moeda estrangeira que antes contava como contabilidade de hedge - o que compensou o efeito do precatório no lucro, argumentou Felipe Vicchiato, diretor financeiro e de relações com investidores.

No trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado recuou 13%, para R$ 510 milhões, enquanto o da temporada caiu 15,7%, para R$ 1,6 bilhão.

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Fonte: Valor Econômico

12. Fim de crise no setor açucareiro desperta dúvidas

Por que os preços caíram?

Dois fatores principais levaram à queda dos preços. O fim das cotas europeias de açúcar em outubro de 2017 e o consequente aumento da produção levaram o mercado europeu a ter um excesso de oferta. Além disso, especialistas destacam que dois grandes produtores também ampliaram a quantidade de mercadoria disponível no mercado mundial desde 2017 e 2018.

O primeiro é a Índia, que produzia entre 22 e 28 milhões de toneladas e, nos últimos anos, passou a produzir entre 32 e 33 milhões, conforme explica Xavier Astolfi, diretor adjunto do grupo Cristal Union, segundo maior do setor açucareiro francês.

Com isso, a Índia se tornou o maior produtor mundial, à frente do Brasil. De acordo com Astolfi, este avanço da produção foi estimulado pelo governo, com um “programa de desenvolvimento agrícola muito forte, do qual a cana-de-açúcar faz parte”, para “estabilizar as populações rurais” e evitar a migração para as grandes cidades indianas.

O segundo país é a Tailândia, cuja produção foi de 5 para quase 15 milhões de toneladas em 20 anos.

“A Tailândia colocou em execução todo um sistema que permitiu desenvolver a indústria açucareira, por meio de empréstimos para investimento, licenças para construção e subvenções diretas”, explica Astolfi.

O objetivo do país era tornar fornecedor de açúcar para toda a região, com a China no norte e a Indonésia e a Malásia no sul.

Como está a situação?

Na Europa, segundo o presidente da direção da Tereos, Alexis Duval, o mercado do preço corrente, ou spot, trabalha com 400 euros por tonelada. O valor representa um aumento de 35% em relação ao nível do ano passado na mesma data, já reflexo de uma recuperação.

Além disso, está prevista para o setor uma produção deficitária em relação ao consumo mundial. A firma Agritel estima um déficit de 3 a 4 milhões de toneladas.

“Mas não se deve perder de vista que a oferta continua segundo significativa”, destaca François Thaury, analista da Agritel, que lembra que as reservas estão em níveis históricos.

O que se espera da próxima safra?

A União Europeia pode ter um leve aumento da produção, devido ao rendimento melhor, que compensa uma redução das superfícies.

“[Contudo] se prevê que o Brasil, que já reduziu muito sua produção no ano passado para fazer mais etanol e menos açúcar vai manter esta produção em nível bem próximo”, explica Thaury.

A Tailândia também deve diminuir sua produção, de acordo com Thaury. Já a Índia teria, dentro da lógica, que reduzir sua produção, porque houve uma monção no ano passado que não foi boa para a região de produção, no estado de Maharashtra.

Para o diretor da Tereos, Alexis Duval, a recuperação é inevitável: “A verdadeira pergunta é a partir de quando esses fundamentos se refletirão nos preços”.

Thaury, entretanto, aponta que o volume de reservas acumuladas nos últimos anos é muito grande. “Mesmo se voltar ao déficit, é pouco provável que vejamos os preços subirem de forma extremamente violenta”, estima.

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Fonte: Agence France-Presse/NovaCana

Grãos e Grandes Culturas

13. Exportações brasileiras de suco de laranja continuam em queda

Os embarques de suco de laranja do país mantiveram em maio o ritmo mais fraco observado desde o início desta safra 2018/19 e fecharam os 11 primeiros meses da temporada em queda na comparação com o mesmo intervalo do ciclo 2017/18.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), o volume das vendas caiu 17% entre julho de 2018 e maio de 2019, para 870,3 mil toneladas equivalentes ao produto concentrado e congelado (FCOJ), e a receita recuou 16%, para US$ 1,6 bilhão.

Essas reduções têm sido determinadas sobretudo pela menor demanda dos Estados Unidos - que enfrentaram problemas climáticos no ano-agrícola passado, mas cuja oferta doméstica está em recuperação -, o que tem dado um pouco mais de fôlego inclusive às suas exportações. Para os americanos, os embarques do Brasil somaram 190,7 mil toneladas e renderam US$ 331,5 milhões nos 11 primeiros meses da safra atual, com retrações de 38% e 39%, respectivamente.

Para a União Europeia, principal destino das vendas de suco de laranja brasileiro, a tendência também continua a ser negativa, embora as baixas sejam menores — o volume caiu 6% de julho de 2018 a maio de 2019, para 560 mil toneladas, e o valor das vendas foi 5% menor (pouco mais de US$ 1 bilhão).

Ainda conforme a CitrusBR, que representa as três grandes exportadoras de suco brasileiro (Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus Company), para o Japão foram exportadas 45,6 mil toneladas, ou US$ 88,6 milhões (quedas de 13% e 12%, respectivamente), e para a China os embarques chegaram a 30,6 mil toneladas, ou US$ 61,3 milhões (baixas de 8% e 9%).

“Assim como relatado anteriormente, vivemos um período em que juntamos a queda de consumo com o fim da janela de oportunidade que nos foi aberta por causa do furacão Irmã em 2017 [que prejudicou a produção nos EUA]. Portanto, vivemos o fim de um período em que a demanda mostrou certa recuperação, mas de forma artificial”, afirma o diretor executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, em comunicado divulgado pela entidade.

A associação destacou, ainda, que nos 11 primeiros meses da safra 2018/19 as exportações de FCOJ em si alcançaram 615,2 mil toneladas, ou US$ 1,1 bilhão (quedas de 23% e 21%, respectivamente), ao passo que o volume das vendas de suco pronto para beber (NFC) aumentou 2%, para 255,2 mil toneladas equivalentes ao FCOJ. Neste caso, porém, a receita também caiu: 2%, para US$ 463,9 milhões.

A CitrusBR calcula o total de NFC exportado em toneladas equivalentes ao FCOJ porque o suco pronto para beber tem volume cerca de seis vezes maior que o suco concentrado e congelado.

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Fonte: Valor Econômico

14. Exportações aceleradas podem levar a estoque menor de café no Brasil

O Brasil pode ter estoques de passagem da safra 2018/2019 para a 2019/2020 de café menores que as estimativas anteriores, avaliam pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O ritmo acelerado das exportações é visto como o fator determinante para essa situação, de acordo com nota de mercado divulgada nesta semana pela instituição.

No comunicado, o Cepea lembra que, em maio, o volume embarcado de café brasileiro para o exterior foi recorde para o mês, totalizando 3,5 milhões de sacas de 60 quilos e superando abril em 9,3%. Em comparação com maio de 2018, a quantidade exportada dobrou.

Em relação ao estoques, a instituição se baseia em dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Em maio, o órgão do governo americano reduziu a previsão para as reservas brasileiras para 3,8 milhões de sacas. A primeira estimativa para o final do ciclo 2018/2019 era de 6,8 milhões de sacas.

“A redução dos estoques será refletida especialmente em 2019/20. Com a menor produção esperada, devido, especialmente, à bienalidade negativa, e com as expectativas de que o consumo siga em alta e os embarques, em bons níveis, a oferta pode ser limitada”, dizem os pesquisadores do Cepea, na nota.

Enquanto o cenário não se confirma, o mercado brasileiro mantém a trajetória de queda neste mês, acompanhando o cenário global. A referência do Cepea para o café arábica, com base em São Paulo, acumula desvalorização de 4,88% até a quarta-feira (19/6), quando fechou em R$ 397,42 a saca de 60 quilos. Foi o segundo dia de junho com a referência abaixo de R$ 400 a saca.

No robusta, com base no Espírito Santo, principal produtor da variedade no Brasil, a queda acumulada no indicador é de 7,05% em junho. Na quarta-feira (19/6), a cotação média foi de R$ 278,22.

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Fonte: Revista Globo Rural

15. USDA: Apenas 54% da soja americana está em boas condições

Apenas 54% das lavouras norte-americanas estavam em condições boas ou excelentes no domingo, dia 23, informou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Somam-se 36% em situação regular e 10% em condições entre ruins e muito ruins. O mercado apostava em percentual de 59% de lavouras entre boas e excelentes.

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Fonte: Agência Safras/Canal Rural

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