Conjuntura do Agronegócio

1. Ex-ministros do Meio Ambiente sugerem medidas de combate a queimadas

Nove ex-ministros do Meio Ambiente entregaram uma carta ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nesta quarta-feira sugerindo uma série de medidas emergenciais de combate às queimadas e ao desmatamento na Amazônia.

O documento é assinado por Marina Silva, José Goldenberg, Rubens Ricupero, Gustavo Krause, Izabela Teixeira, José Sarney Filho, José Carlos Carvalho, Carlos Minc e Edson Duarte.

Após a reunião, Marina afirmou que ela e os outros ex-ministros sugeriram que Maia faça uma moratória, “suspendendo” os projetos antiambientais que tramitam na Casa.

Segundo a integrante do Rede Sustentabilidade, o grupo também sugeriu a criação de uma comissão especial para audiências públicas com especialistas, gestores públicos, representantes do agronegócio e população local.

Além disso, ela destacou que os ex-ministros têm como objetivo a recomposição do orçamento do Ministério do Meio Ambiente e a retomada de políticas públicas.

“Queremos que o presidente da Câmara leve para o presidente [Jair] Bolsonaro propostas robustas que façam com que o Brasil recupere sua credibilidade. Isso não se recupera com palavras, mas com políticas e ações”, disse Marina.

Minc, por sua vez, afirmou que, diferentemente de Bolsonaro, o Congresso não despreza a ciência e dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “O Parlamento será o contraponto a essa insanidade ambiental que ameaça o Brasil”, afirmou.

Segundo ele, Maia se comprometeu a não colocar em pauta a proposta de emenda à Constituição (PEC) que permite atividade agropecuária em terras indígenas. O presidente da Câmara ainda teria afirmado que não votará o texto atual do licenciamento ambiental.

Ricupero lembrou que essa é uma das primeiras vezes que todos os ex-ministros de uma mesma pasta se reúnem para empreender uma ação em comum. “Se foi possível fazer ação conjunta é porque estamos atravessando uma crise sem precedentes”, disse.

O ex-ministro ainda classificou os recentes movimentos de Bolsonaro como “ações inconsequentes, com discurso agressivo, irresponsável, com poder de causar dano irreparável”.

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Fonte: Valor Econômico

2. UE socorre produtores prejudicados pela seca

A União Europeia anunciou nesta quarta-feira medidas de emergência para ajudar produtores rurais de diversos países do bloco atingidos por uma das piores secas dos últimos tempos. Entre outras ações, o pacote de socorro prevê a antecipação de parte dos subsídios que normalmente são concedidos aos agricultores e uma atenuação temporária em algumas regras “verdes”.

A França é um dos país mais afetados, com estragos na agricultura e no ambiente. Por isso, produtores do país querem também a ajuda de seu Mecanismo de Calamidade Agrícola, que poderá ser 20 vezes maior que o pacote de US$ 20 milhões articulada pelo presidente Emmanuel Macron no G7 para auxiliar no combate aos incêndios na Amazônia.

O verão foi complicado neste ano na Europa, com intempéries de diferente naturezas. Algumas regiões enfrentaram duas ondas de calor, nos meses de junho e julho, enquanto outras registraram quedas de granizo, como aconteceu em Portugal e na França.

A situação é distinta, a depender da região e mesmo de áreas de um mesmo país. Segundo a central agrícola europeia Copa- Cogeca, as culturas com colheita em julho, como os cereais, foram menos prejudicadas, e houve volumes recordes em alguns países.

Já as culturas com colheita mais tardia, como beterraba, milho e legumes, sofreram bastante com a falta de água, que provocou quedas de rendimento. “Também há enormes estragos nas florestas e em culturas como a canola, por causa da proliferação de ataques de insetos favorecida pela forte onda de calor”, informou a Copa-Cogeca.

Há, igualmente, “fortes tensões” na pecuária em razão de problemas nas pastagens e redução da oferta disponível de alimentos. Em algumas regiões europeias, os estoques de forragem de inverno já foram utilizados, o que poderá causar problemas aos criadores nos próximos meses.

Após colocar o combate às queimadas na Amazônia no centro da agenda internacional, o presidente francês, Emmanuel Macron, pode agora se concentrar nesse problema mais local. Apesar da diferença gigantesca de dimensão dos dois problemas, a narrativa francesa faz lembrar os comentários do presidente Macron sobre a Amazônia.

“A floresta sufoca, as árvores morrem de sede”, relata a apresentadora de um jornal da TV France 2, enquanto se sucedem na tela imagens de uma pequena floresta, “um dos pulmões verdes” da Alsácia.

A seca atinge 85 dos 90 departamentos franceses — ou seja, quase todo o território. “É uma seca inédita, pelo fato de estarmos com 30% a 40% menos de pluviometria, e temos a terceira onda de calor neste ano'', disse o vice-presidente da Federação Nacional dos Agricultores (FNSEA) da França, Luc Smessert, ao Valor.

O dirigente estima que a produção francesa de milho vai cair de 20% a 30%. A produção açucareira também está sofrendo, e a queda na produção de frutas e legumes varia de 10% a 20%.

Ao mesmo tempo em que a colheita encolhe, os custos aumentam para os produtores. Os animais vão ser alimentados com produtos de fora por oito meses, em vez dos tradicionais cinco meses, porque os pastos ficaram secos.

Na seca do ano passado, o governo francês liberou para os agricultores 200 milhões do Mecanismo de Calamidade Agrícola, que eles ajudam a financiar.

Desta vez o problema é maior, e o representante da FNSEA estima que a fatura vai ser bem mais elevada — entre 50% ou mesmo 100% maior, podendo chegar a 400 milhões.

O pacote de ajuda anunciado nesta quarta-feira pela UE em Bruxelas prevê que os agricultores europeu possam receber até 70% de seus subsídios diretos já na metade de outubro. Também poderão receber em setembro 85% de ajuda ligada ao desenvolvimento rural.

A UE também atenuou certas “regras verdes” para permitir o uso de terras para a produção de alimentos para os animais. Para a Copa-Cogeca, algumas decisões chegam com atraso, sobretudo para os pecuaristas. É que a UE se baseia exclusivamente em dados de satélites para validar os estragos nas regiões agrícolas.

No cenário atual na Europa, as demandas de projetos para o continente recuperar a “soberania nas proteínas” voltou à agenda. E Macron reconheceu uma “culpa parcial” da Europa na destruição da Amazônia, já que as vacas europeias em geral se alimentam com ração à base de soja brasileira — ainda que a produção do grão no bioma seja pequena.

A TV France 2 procurou saber a possibilidade de a França produzir mais grãos para seus animais. O agricultor Frederique Piquet disse que não tem como evitar a soja brasileira. Quando tentou alternativas, afirmou, a produção de leite de suas vacas caiu 20%. A França produz apenas 400 mil toneladas de soja por ano.

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Fonte: Valor Econômico

3. Ministra da Agricultura viajará a países árabes em setembro

Ministério da Agricultura confirmou que a ministra Tereza Cristina viajará a três países árabes em setembro. Entre os 14 a 23, uma comitiva liderada por ela passará por Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos. Um dos objetivos é estreitar as relações comerciais, sobretudo após o desconforto causado pela ameaça — não cumprida — do presidente Jair Bolsonaro de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém.

“O Brasil tem condições de ampliar o fornecimento de diversos produtos agrícolas já importados pela Liga Árabe, mas que ainda tem representação ínfima na pauta de exportação brasileira para seus países. É o caso do algodão, do cacau e de frutas secas ou frescas, como goiaba, manga e limão”, disse a ministra, em comunicado. A declaração foi dada em palestra na Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, em São Paulo.

Segundo o ministério, Tereza Cristina também confirmou a presença na feira de Anuga, na Alemanha, um dos principais eventos globais do setor de alimentos e bebidas, que acontecerá em outubro, na cidade de Colônia. Na ocasião, ela deverá se reunir com empresários alemães e com a ministra da Agricultura da Alemanha, Julia Klöckner.

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Fonte: Valor Econômico

Insumos

4. Novo presidente da Embrapa poderá ser anunciado em setembro

Mais de um mês após a exoneração do pesquisador aposentado Sebastião Barbosa da presidência da Embrapa, o cargo continua vago e deverá ser definido até o fim de setembro, informou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao Valor.

A ministra faz mistério sobre os candidatos que poderão assumir o comando da estatal de pesquisas agrícolas, que tem passado por turbulências nos últimos anos em meio a uma tentativa de governos anteriores de modernizá-la. Mas diz já ter avaliado “vários nomes” e espera em breve levar sua escolha para a deliberação do Conselho de Administração da Embrapa, que voltará a se reunir em meados do mês que vem.

“O nome precisa passar pelo conselho, não é uma decisão unilateral minha. Temos muita coisa para mexer na empresa, mas não é uma coisa que vai acontecer de hoje para amanhã. A Embrapa faz parte das minhas preocupações”, afirmou a ministra.

Tereza Cristina reforça que o nome escolhido precisa, em primeiro lugar, estar comprometido com um novo plano de modernização para a empresa, que está em gestação no Ministério da Agricultura. O plano deverá ser mais amplo do que a reestruturação que vinha sendo conduzida pelo ex-presidente Maurício Lopes e que ganhou força no governo Dilma.

“O modelo em que a Embrapa caminhou ficou hoje obsoleto. Ela atualmente é uma empresa muito pesada, mas precisa ser mais ágil, leve, para que possa estar inserida no mundo moderno das “startups”. Não que não esteja, mas poderia estar muito mais”.

Fernando Camargo, presidente do conselho da Embrapa e secretário de Inovação do Ministério da Agricultura, explica que o processo de escolha do novo presidente vem sendo rigoroso — por isso a demora. Ele garantiu que a escolha não seguirá processo formal de seleção para convocação de candidatos como da última vez, em que o escolhido foi Barbosa – à época 16 pessoas se candidataram para a vaga.

Quem está na frente na bolsa de apostas é o atual presidente interino da Embrapa, Celso Moretti, que era diretor de Pesquisa e Desenvolvimento na gestão de Barbosa e vem dando mostras de alinhamento com a ministra, ao contrário do antigo chefe. Chamou a atenção nos últimos dias uma visita de Tereza a Moretti, na sede da empresa, no fim da tarde, fora da agenda. “Ele conta com uma atenção da ministra que o Sebastião não tinha. E ela tem feito boas referências ao nome dele”, diz uma fonte do ministério.

Outro nome lembrado é o do ex-deputado federal Xico Graziano, que concorreu ao processo de seleção para presidir a estatal em 2018. Também passou a circular ultimamente o nome de Eduardo Brito Bastos, diretor executivo da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (Anipc).

No processo de escolha, Tereza Cristina vem consultando assessores especiais no ministério que já passaram pela Embrapa, como Francisco Basílio, que enfrenta resistências junto a servidores por conta de uma passagem conturbada pela diretoria internacional da estatal.

No início do ano, o Valor mostrou que Basílio foi nomeado por Tereza Cristina após ser vetado para o cargo de vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil pelo Comitê de Ética da instituição. Mais recentemente, Basílio passou a ser investigado pelo Ministério Público Federal por suspeita de irregularidades em um projeto de cooperação técnica do Ministério da Agricultura há cinco anos.

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Fonte: Valor Econômico

5. Índia será responsável por 20% do ganho no mercado de amônia

A Índia está preparada para impulsionar o crescimento global da indústria de amônia a partir de plantas planejadas e anunciadas entre 2019 e 2030, contribuindo com cerca de 20% do total de adições de capacidade de amônia. Foi isso que informou a GlobalData, empresa líder em análise e dados.

O relatório da empresa, 'Capacidade Global de Amônia e Perspectivas de Despesas de Capital, 2019 - Ásia e Oriente Médio liderarão globalmente em termos de adições de capacidade de amônia', revelou que cerca de 103 plantas planejadas e anunciadas estão programadas para entrar em operação, predominantemente na Ásia nos próximos 11 anos. A Índia deve ter adições de grande capacidade de 9,27 milhões de toneladas por ano (mtpa) até 2030.

Entre estes, espera-se que 6,58 mtpa provêm das plantas planejadas, enquanto 2,69 mtpa provavelmente provêm das plantas anunciadas. O país deve trazer 14 plantas planejadas e quatro anunciadas durante o período de previsão. Dayanand Kharade, analista de petróleo e gás da GlobalData, disse “a Índia deve ter grandes adições de capacidade de amônia, visando o aumento da demanda de fertilizantes no país e reduzindo sua dependência das importações".

A GlobalData identifica o Irã como o segundo país mais alto em termos de adição de capacidade. O país deve adicionar 7,67 mtpa de capacidade de amônia planejada e anunciada a partir de usinas recém-construídas e expandidas até 2030. Entre elas, 6,25 mtpa estão prestes a vir de usinas planejadas e 1,43 mtpa de usinas anunciadas.

Entre as empresas, espera-se que a Dangote Industries Ltd, a Oteko e a Nagarjuna Fertilizers and Chemicals Ltd liderem globalmente com as mais altas adições de capacidade de amônia de 2,90 mtpa, 2,50 mtpa e 2,05 mtpa, respectivamente em 2030, afirmou.

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Fonte: Agrolink

6. Índios e caminhoneiros contra ferrovia no MT

Índios kayapós, caminhoneiros e políticos locais do Pará partiram para a judicialização com um objetivo comum: barrar o projeto da Ferrogrão, ferrovia que conectaria a região norte do Mato Grosso ao porto de Miritituba (PA). Eles brigam na Justiça para que a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) faça audiências públicas em comunidades que seriam afetadas pelo projeto.

Os processos deverão atrasar o cronograma do governo federal para viabilizar a construção da linha férrea, que previa a publicação do edital até setembro deste ano. As reivindicações vão além do pedido por audiências públicas, já que alguns grupos são contrários à construção da ferrovia.

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Fonte: Diário de Cuiabá/Notícias Agrícolas

Proteína Animal

7. Pilgrim's, da JBS, adquire líder em carne suína do Reino Unido

A JBS, maior empresa de proteínas animais do mundo, informou na manhã de ontem que a americana Pilgrim's Pride, sua controlada, assinou contrato para adquirir a Tulip Company, que produz carne suína e alimentos preparados no Reino Unido. A transação deverá ser fechada por € 290 milhões (US$ 354 milhões).

Em comunicado, a Pilgrim's informou que pretende criar uma líder em proteína e alimentos preparados na Europa. O objetivo é que os alimentos preparados respondam por 21% das vendas da companhia americana. De acordo com a Pilgrim's, a Tulip é a maior produtora de carne suína do Reino Unido, com 1 bilhão de libras em vendas anuais e mais de 6 mil funcionários.

O valor do negócio representa um múltiplo de 5,4 x do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) esperado. A transação será totalmente financiada pelo caixa da Pilgrim's.

À tarde, em evento em São Paulo, o CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, indicou que novas aquisições estão por vir, como a empresa sinalizou na divulgação de seus resultados no segundo trimestre. "Vamos continuar crescendo em geografias que estamos posicionados, onde temos sinergias e com marcas de valor agregado", afirmou ele. "Esse aumento da demanda [mundial por proteínas] encontra a JBS num momento favorável. Vamos voltar a focar no crescimento inorgânico".

As perspectivas são particularmente positivas para o mercado global de carne suína, já que uma epidemia de peste suína africana está reduzindo drasticamente o plantel da China, o maior do mundo, abrindo espaço para um aumento das importações do país - tanto de carne suína quanto bovina e de frango. "Todas as proteínas têm crescimento. O mercado está favorável para quem atua nessa área", disse.

Também durante o Salão Internacional da Avicultura e Suinocultura (Siavs), Tomazoni aproveitou para entrar no debate ambiental provocado pelo aumento dos incêndios na Amazônia.

"Temos que mostrar que uma coisa é a percepção e outra a realidade. Não é a agricultura moderna destruindo o planeta. As lideranças do setor precisam fazer esse trabalho de fechar esse 'gap'", ponderou o executivo. Ele realçou que o trabalho de monitoramento de fornecedores via satélite feito pela companhia "é do tamanho da Espanha".

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Produção de proteína animal no Brasil é sustentável, diz CEO da JBS

O CEO da JBS, Gilberto Tomazoni, afirmou hoje, em evento em São Paulo, que existe um "gap" de percepção em relação à sustentabilidade da produção brasileira de proteína animal. "Hoje se produz muito mais e se polui muito menos do que antes", afirmou ele durante o Salão Internacional da Avicultura e Suinocultura (Siavs).

"Nós temos que construir e mostrar que uma coisa é a percepção e outra a realidade. Não é a agricultura moderna destruindo o planeta. As lideranças do setor precisam fazer esse trabalho de fechar o 'gap' que existe entre a percepção e a realidade", ponderou. Tomazoni ressaltou que o trabalho de monitoramento de fornecedores via satélite feito pela companhia "é do tamanho da Espanha".

O executivo reafirmou a intenção da empresa de voltar a crescer por meio de aquisições e marcas de valor agregado. "Vamos continuar crescendo em geografias que estamos posicionados, onde temos sinergias e marcas de valor agregado e processados como um todo.

“Esse aumento da demanda [mundial por proteínas] encontra a JBS num momento favorável. Vamos voltar a focar no crescimento inorgânico", disse Tomazoni. Ele ressalvou, porém, que a empresa não "vai participar em países que não têm posição de liderança".

A JBS anunciou hoje a aquisição da Tulip Company, por meio de sua controlada Pilgrim’s Pride, por 290 milhões de libras esterlinas (US$ 354 milhões).

Tomazoni também destacou os recentes resultados da companhia. Entre abril e junho, a JBS registrou um lucro líquido de R$ 2,2 bilhões ante um prejuízo de R$ 911,1 milhões no mesmo período do ano passado.

"De 2006 até 2014, dobramos o tamanho da empresa a cada três anos. Nos últimos três anos crescemos menos por uma estratégia de pagamento de dividas e para preparar a empresa para o futuro", afirmou.

O CEO avaliou o cenário atual como favorável para proteína animal e com demanda crescente. "Todas as proteínas têm crescimento. O mercado está favorável para quem atua nessa área".

Tomazoni ainda afirmou estar muito otimista com o Brasil do ponto de vista econômico. "Tem muita notícia favorável ao setor. É importante distribuir segurança e que a gente surfe esse momento favorável".

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Fonte: Valor Econômico

9. CICB volta atrás e nega que marcas tenham suspendido compras de couro

Depois de enviar carta ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, manifestando preocupação com a suspensão das compras de couros brasileiro por parte de quase 20 marcas internacionais, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) voltou atrás e negou a informação.

A primeira carta, assinada pelo presidente da entidade, José Fernando Bello, dizia que importantes marcas internacionais teriam suspenderam novos pedidos de compra de couros brasileiros. O documento listava 18 empresas, entre as quais Timberland, Kipling, Vans, JanSport e The North Face.

Posteriormente, Bello distribuiu uma nota esclarecendo que "o indicativo de suspensão de pedidos, no entanto, não se confirmou. Fornecimento e exportações continuam normais". O que aconteceu, segundo o dirigente, foi que sua associação recebeu "a solicitação de levantamento de informações por parte de importadores mundiais de couro acerca do produto brasileiro, em função de notícias relacionando queimadas na região amazônica ao agronegócio do país".

O segundo documento diz que "cancelamento de pedidos de couro do Brasil, ou qualquer determinação neste sentido, não estão ocorrendo, dado um trabalho de sensibilização intenso que as empresas têm feito junto a seus clientes, mostrando que têm à disposição e com facilidade uma ampla gama de dados, certificados e registros".

Em ambas as cartas, o presidente da CICB afirma que o Brasil segue as melhores práticas em manejo, controle e rastreabilidade na produção de couro. Na primeira, pedia ao ministro Salles ações para "contenção de danos à imagem do país no mercado externo sobre as questões amazônicas". Na segunda, reitera ser "importante que todos os públicos tenham conhecimento sobre o potencial de prejuízo que uma imagem errônea sobre a realidade do bioma amazônico pode causar a toda a cadeia do agronegócio".

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. Índia aprova subsídio para exportar 6 milhões de toneladas de açúcar

O governo da Índia anunciou nesta quarta-feira um subsídio para a exportação de 6 milhões de toneladas de açúcar na safra 2019/20, que começa em outubro, segundo o jornal indiano “The Economic Times”, citando o porta-voz do governo, Prakash Javadekar.

O governo pagará às usinas 10.448 rúpias (o equivalente a US$ 146,14) por tonelada de açúcar na próxima temporada. Se o custeio cobrir todo o volume pretendido, o governo indiano terá um gasto de 62,68 bilhões de rúpias (o equivalente a US$ 876,74 milhões).

O objetivo é reduzir o excedente de açúcar nos estoques domésticos do país e ajudar as usinas a reduzirem os atrasos na produção de cana.

A Índia já enfrenta investigações (paineis) na Organização Mundial do Comércio (OMC) abertas por Brasil, Austrália e Guatemala por causa dos subsídios aplicados à produção e às exportações nas últimas safras.

O anúncio da uma nova temporada com subsídios foi repudiado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que representa as usinas do Centro-Sul do Brasil. “Na prática, significa que teremos mais um ciclo de safra internacional com preços distorcidos artificialmente, prejudicando milhares de produtores de diversos países”, afirmou Evandro Gussi, presidente da entidade, em nota.

Em meados do ano passado, a Índia anunciou medidas que incluíam apoio à exportação de até 5 milhões de toneladas de açúcar, o que ajudou a pressionar os preços internacionais do produto aos menores patamares em cerca de dez anos. Nos últimos 12 meses, os preços recuaram cerca de 30%.

Segundo estimativas feitas pela Unica, somente nesta última safra, a política indiana foi responsável por um prejuízo de mais de US$ 1,2 bilhão aos produtores brasileiros.

“A política indiana é insustentável no longo prazo e é preciso que o governo local reveja sua estratégia para a cana-de-açúcar. O setor produtivo brasileiro busca apenas o respeito às regras estabelecidas pela OMC para que todos os países produtores possam competir de forma justa em um cenário internacional que siga os preceitos de mercado”, acrescentou Gussi. “Estamos sendo punidos por nossa eficiência”, complementou.

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Fonte: Valor Econômico

11. Usinas indianas querem produzir etanol direto do açúcar a fim de neutralizarem estoques

Os sinais de que o modelo indiano de subsídios à produção de cana, de açúcar e às exportações estão se esgotando, com os produtores ainda não alcançando receita suficiente, pode ser o direcionamento para a produção de etanol. Agora, as próprias usinas solicitam ao governo autorização para as empresas petroleiras comprarem o biocombustível produzido do açúcar e subtrair estoques do alimento.

Ao contrário do etanol de cana produzido pela fermentação, o etanol feito a partir do açúcar acabado -- depois de dissolvido em água e transformado em xarope -- necessita de regulamentação pelo Ministério do Petróleo da Índia. E o Ministério da Alimentação já teria adiantado solicitação de avaliação, a fim de desviar os estoques do adoçante que tiram a liquidez dos mercados externos e internos.

A informação desta quarta (28), do portal indiano Sugar News, apresenta o caso do estado de Maharashtra, de onde partiu o pleito das usinas. Até o final de setembro, estima-se um estoque de 5 milhões de toneladas, mais que o dobro do consumo atual e cujo excedente não tem suporte em preços com o atual estágio dos futuros em Nova York (11.37 c/lp o outubro hoje).

Para a próxima temporada, a Índia toda deverá ter o recorde de 14,5 milhões de toneladas nos inventários. Somado à projeção de 28,2 milhões de toneladas que podem ser produzidas, a oferta total do país ultrapassará as 43 milhões de toneladas.

Essa montanha de açúcar precisa ser neutralizada em parte, discute o Ministério da Alimentação e produtores, não sem antes alertarem para os custos decorrentes para a conversão do açúcar em etanol anidro para a mistura à gasolina.

Mas para fazer frente a isso, uma das medidas que poder ser adotada é um preço diferenciado para o etanol do alimento. Hoje, os compradores internos do biocombustível possuem três tabelas para o etanol, nos diferentes graus de rendimento. Os produtores pedem uma quarta cotação.

O contexto da solicitação dos produtores chega também no momento que a Índia estuda acelerar maior mistura de etanol. Sob torcida dos principais exportadores, Brasil a frente, que defendem o desvio do açúcar para etanol, a fim de equilibrar o balanço de oferta e demanda a favor dos produtores.

Este ano é de 7,5% e a política governamental fala em 10% até 2022 e 20% até 2030.

Espera-se que a capacidade anual de produção de etanol na Índia cresça para 6/7 bilhões nos próximos dois a três anos, de 3,55 bilhões de litros no momento.

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Fonte: Money Times/UDOP

12. Ministra conversa com secretário dos EUA sobre tarifa e cota de etanol

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, conversa na manhã desta quarta-feira, 28, com o secretário do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Sonny Perdue, sobre a tarifa imposta pelo Brasil sobre o etanol norte-americano. Segundo a agenda da ministra, uma ligação telefônica ocorreria a partir de 9 horas.

No próximo sábado expira o prazo de dois anos da tarifa de 20% aplicada pelo Brasil sobre o biocombustível adquirido no exterior para um volume acima de uma cota trimestral de 150 milhões de litros.

Como essa cota é sempre superada e praticamente todo etanol importado vem dos Estados Unidos, os norte-americanos pedem o fim da taxação, pois praticam tarifa zero quando compram o mesmo combustível exportado pelo Brasil.

O Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou que o tema foi tratado em uma reunião na noite de terça-feira no Ministério da Agricultura, em Brasília.

Participaram do encontro representantes da Pasta e dos ministérios da Economia e das Relações Exteriores. Tereza Cristina deve propor a Perdue que os Estados Unidos deixem de taxar o açúcar brasileiro, produto, como o etanol, feito a partir da cana-de-açúcar. Em troca, o Brasil pode pelo menos aumentar a cota de álcool sem a tarifa de 20%.

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Fonte: Estadão Conteúdo/UDOP

Grãos e Grandes Culturas

13. Cargill investe US$ 75 milhões em empresa de proteína de ervilhas

A americana Cargill, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, anunciou um investimento de US$ 75 milhões na Puris Proteins, empresa produtora de proteínas a partir de ervilhas que fornece matéria-prima à Beyond Meat.

Cargill e Puris já são parceiras em uma joint venture criada no início de 2018 - a Cargill investiu US$ 25 milhões no negócio.

Segundo a Cargill, o novo investimento permitirá que a Puris dobre sua produção de proteína de ervilha na fábrica em Dawson, Minnesota. O aporte na unidade vai começar imediatamente e deverá ser concluído no fim de 2020.

O contrato de fornecimento da Puris com Beyond Meat vai até 2021.

Segundo a agência de notícias Dow Jones Newswires, mais de uma dúzia de grandes redes de restaurantes nos EUA adicionaram produtos à base de vegetais da Beyond Meat e da Impossible Foods em seus cardápios desde 2017, e as vendas de carnes vegetais no varejo aumentaram 10% no ano passado, para cerca de US$ 800 milhões.

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Fonte: Valor Econômico

14. Preço da soja em baixa no Brasil

Segundo apurou a pesquisa diária do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da USP), os preços da soja no mercado físico brasileiro fecharam a quarta-feira (28.08) com preços médios da soja nos portos do Brasil sobre rodas para exportação recuando 0,02%, para a média de R$ 88,50/saca (88,52 no dia anterior) no mercado spot. Desta forma, os ganhos da soja exportada em agosto também voltaram a recuar para 14,50% (14,53%).

“O dólar não ajudou os preços da soja nesta quarta-feira, fechando praticamente estável (levíssima queda) em relação ao dia anterior, muito embora Chicago tenha fechado com alta e a China tenha retornado ao mercado, fortalecendo os prêmios. A estabilidade do dólar neutralizou a alta nos prêmios e de 6,50cents/bushel nas cotações de Chicago (que deixou tudo igual ao dia anterior), levando os preços oferecidos pelas Tradings nos portos brasileiros a caírem”, explica o analista da T&F Consultoria Agroeconômica, Luiz Pacheco.

No mercado interno, porém, que segue outros fatores, houve alta de 0,06%, contra queda de 0,32% do dia anterior. Os preços médios oferecidos pelas indústrias esmagadoras estão se mantendo no território positivo já por nove dias ininterruptos, em R$ 82,15 (82,10)/saca, com ganhos no mês de 13,55% (13,48)%.

De acordo com a Consultoria ARC Mercosul, no Brasil a moeda doméstica continua em desvalorização frente ao Dólar norte-americano: “A economia global segue em desaceleração, uma vez que a Guerra Comercial entre EUA e China já traz seus resultados negativos. Todas as principais moedas emergentes perderam valor nestas últimas semanas, o que acabou arrastando o Real brasileiro para os menores patamares dos últimos 13 meses”.

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Fonte: Agrolink

15. União deve indenizar exportadores de café por intervenção no mercado

A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve acórdão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) que condenou a União a indenizar empresas exportadoras pela participação na Operação Patrícia (conhecida também como Operação London Terminal), realizada pelo governo federal na década de 1980 como forma de contra-atacar manobras especulativas que estavam mantendo em baixa a cotação do café brasileiro no mercado internacional, gerando prejuízos para a receita cambial do país.

Com a operação, planejada pelo Ministério da Indústria e Comércio e executada pelo extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), retirou-se café do tipo robusta da Bolsa de Londres com o objetivo de aumentar a cotação do café arábica brasileiro.

De acordo com as empresas especializadas na comercialização de café, em 1986, o IBC comunicou que o governo federal havia decidido realizar a intervenção no mercado internacional para enfrentar a crise mundial no setor cafeeiro. Por isso, elas celebraram contrato com o IBC para a compra do produto no mercado inglês e, em contrapartida, o instituto ficou obrigado a trocar o café adquirido no exterior por café arábica.

Ainda segundo o acordo, caso a troca não fosse feita, o IBC deveria ressarcir as empresas. No processo, as exportadoras alegaram que o IBC não cumpriu o acordo de permuta, tampouco pagou os valores contratualmente estipulados, apesar de ter contraído empréstimo de US$ 15 milhões para pagar parcialmente os créditos das 18 empresas.

Competência

O juiz de primeiro grau condenou a União a indenizar em dólares norte-americanos, convertidos em reais, os valores equivalentes ao que foi efetivamente pago pelas empresas na aquisição ou na liquidação dos contratos na Bolsa de Londres, deduzidos os montantes já pagos. Em relação ao ressarcimento, a sentença foi mantida pelo TRF2.

Em recurso especial, a União alegou que o extinto IBC não tinha competência para firmar acordos desse tipo com empresas privadas, pois sua função era apenas supervisionar as atividades relacionadas com a comercialização externa do café. Segundo o ente federativo, houve ilegalidade em razão de o IBC ter se comprometido a vender o café arábica sem processo licitatório, tendo convidado as empresas mediante correspondência individual, o que viciou o processo e tornou nulos os contratos.

A relatora do recurso, ministra Regina Helena Costa, afirmou que a alegação de invalidade do contrato, pela própria União, implica violação do princípio que veda a invocação da própria torpeza ensejadora do enriquecimento sem causa e, além disso, gera o reconhecimento da boa-fé da parte que atendeu à convocação do poder público. Para ela, é necessário o ressarcimento dos recursos que as empresas investiram na operação.

Segundo a ministra, os pagamentos parciais realizados pela União revelam o reconhecimento da legitimidade do débito, tendo em vista que o poder público atuou em operação de defesa de produto nacional.

No voto, acompanhado de forma unânime pelo colegiado, Regina Helena Costa lembrou que o TRF2, a partir do exame das cláusulas do contrato de promoção do café no exterior, concluiu que as empresas autoras da ação cumpriram suas obrigações contratuais, ao passo que a União permaneceu inadimplente.

"Rever tal entendimento, com o objetivo de acolher a pretensão recursal, demandaria necessária interpretação de cláusula contratual, além do imprescindível revolvimento de matéria fática, o que é inviável em sede de recurso especial, à luz dos óbices contidos nas Súmulas 5 e 7 desta corte", concluiu a ministra.

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Fonte: Globo Rural

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