08 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Volvo vai limitar a velocidade de seus carros em 180 km/h

Montadora percebeu que é impossível evitar mortes apenas com tecnologias embarcadas

REDAÇÃO AB

A Volvo vai limitar em 180 km/h a velocidade máxima de seus carros a partir do ano-modelo 2021. A empresa propôs como meta que ninguém mais morra ou sofra ferimentos graves dentro de seus novos carros, mas percebeu que nem mesmo as tecnologias de segurança mais avançadas serão suficientes para atingir esse objetivo se ainda houver excesso de velocidade.

Pesquisas da empresa identificaram três pontos relacionados à segurança que servem de obstáculo à meta de zerar as mortes ou ferimentos graves. O excesso de velocidade é um deles.

"A limitação da velocidade não resolve todos os problemas, mas vale a pena se pudermos salvar uma vida", afirma Hakan Samuelsson, presidente e CEO do Grupo Volvo Car.

Além de limitar a velocidade máxima em estradas, a empresa também está investigando como combinar no futuro um controle inteligente da velocidade do automóvel, reduzindo-a nas proximidades de escolas e hospitais.

Quando se trafega em velocidades muito altas, nem a tecnologia de segurança do carro nem a infraestrutura inteligente ao redor são suficientes para evitar acidentes graves.

Estatísticas mostram que 25% das mortes no trânsito em 2017 foram causadas por excesso de velocidade. De acordo com Jan Ivarsson, especialista em segurança da Volvo, os motoristas têm dificuldade para reconhecer o perigo inerente à velocidade excessiva.

Os outros dois obstáculos encontrados pela Volvo em sua meta de zerar as mortes e ferimentos graves dentro de seus carros são a intoxicação (por álcool ou drogas) e a distração, especialmente aquela causada pelo uso de smartphones.

08 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Renault faz parceria com Rappi para delivery de teste drives

Novidade funcionará por meio de aplicativo com usuários cadastrados

REDAÇÃO AB

A Renault firmou uma parceria com a Rappi, aplicativo de entregas (delivery), para realizar um projeto de teste drive no qual o cliente cadastrado poderá agendar e realizar o teste via aplicativo da empresa parceira, bastando solicitar o veículo e o vendedor da concessionária leva o carro até o cliente.

Por enquanto, a novidade só vai funcionar em duas concessionárias do grupo Sinal, em São Paulo, e em caráter experimental. Com isso, a área de ação é limitada. Os primeiros modelos disponíveis para o teste são o Kwid Intense e o Captur Intense 1.6.

“A parceria com a Rappi é muito importante para oferecer maior comodidade e uma nova experiência a quem deseja conhecer nossos veículos”, afirma o vice-presidente comercial da Renault do Brasil, Alejandro Botero.

A fabricante planeja expandir o serviço para outros veículos e concessionárias do grupo futuramente. A realização dos testes via delivery servirá para entender o perfil do cliente e realizar possíveis melhorias no processo.

“Queremos oferecer cada vez mais serviços para nossos usuários e esta parceria vêm ao encontro do nosso objetivo estratégico. Somos o delivery de tudo e agora podemos levar também os carros da Renault até os clientes. Basta solicitá-lo”, afirma Fernando Vilela, diretor na Rappi do Brasil.

Para solicitar um test drive, o cliente deve entrar no aplicativo da Rappi e procurar pela loja Renault. Antes de agendar o horário, é necessário realizar um cadastro rápido. O usuário pode então selecionar o veículo que deseja testar, visualizar os horários disponíveis e escolher o melhor horário para realizar o teste. Para confirmar o pedido, é necessário informar o número da CNH, a validade e a categoria da habilitação. A concessionária irá contatar o cliente uma hora antes do horário agendado para confirmar o teste drive. Isto feito, o vendedor vai ao encontro do cliente com o carro solicitado, portando um termo de responsabilidade, que deverá ser assinado pelo usuário para antes da realização do teste.

08 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

São Caetano também cria incentivo à GM

Prefeitura oferece redução de IPTU, ISS e tarifa de água

REDAÇÃO AB

No mesmo dia em que o governo de São Paulo anunciou a criação de programa de incentivos a montadoras no Estado, o IncentivAuto, a prefeitura de São Caetano do Sul também decidiu conceder benefícios tributários a fabricantes de veículos já instalados ou que queiram se instalar no município. Na prática, a medida foi criada sob medida para a GM, única montadora na cidade, que mantém lá sua mais antiga linha de produção no País, inaugurada em 1930.

Segundo o prefeito José Auricchio Jr. (PSDB) disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a prefeitura já apresentou à GM proposta que prevê reduções do Imposto Sobre Serviços (ISS), Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e tarifa de água. Não foram revelados montantes nem porcentuais dos benefícios oferecidos, mas o prefeito adiantou que a renúncia fiscal deve chegar a 10% do que se esperava arrecadar da GM ao longo dos 10 próximo anos. Auricchio Jr. espera que a empresa apresente uma resposta no início da próxima semana. “A negociação está praticamente concluída, falta o OK final deles”, afirmou. Um projeto de lei deverá ser encaminhado à Câmara Municipal para aprovação.

A concessão ocorre em meio ao processo de cortes de custos no País aberto pela GM em janeiro. Desde então a empresa conversa com as várias esferas governamentais para obter incentivos e créditos tributários devidos, encaminhou a fornecedores pedidos de redução de preços e iniciou negociações com funcionários para congelar reajustes salariais e eliminar benefícios, em troca de um novo plano de investimentos no País de R$ 10 bilhões de 2020 a 2024. Em São Caetano, no entanto, os empregados recusaram qualquer concessão antes de 2020, quando termina o atual acordo coletivo negociado em 2017.

08 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Mercedes-Benz fortalece Fleetboard com a compra do app Habbl

Com plataforma de logística, companhia ganha novas possibilidades na oferta de serviços digitais

REDAÇÃO AB

Para acompanhar a necessidade de oferecer mais soluções digitais aos transportadores, a Daimler trabalha para fortalecer o Fleetbord. A solução de telemetria, que era uma marca independente, passa agora a ser integrada à estrutura da Mercedes-Benz Trucks, fazendo parte do negócio principal da companhia, com espaço nos processos de desenvolvimento dos veículos e de soluções aos clientes.

Para complementar a oferta, a Daimler investiu ainda na aquisição do aplicativo de logística Habbl, feito pela desenvolvedora de software Eikona. A ideia é usar a plataforma para ampliar a oferta de serviços digitais do Fleetboard. O sistema, segundo a companhia, reúne uma rica base de dados sobre a operação logística, entregando no momento certo as informações necessárias para motoristas, transportadoras e clientes finais.

“Estamos interconectando todos os processos de transporte e todas as partes envolvidas nessas operações. Isso está tornando as fases da logística dos nossos clientes mais eficientes, além de aperfeiçoar os fluxos de trânsito, reduzir o volume de tráfego e acelerar os procedimentos de transporte em geral”, apontou em comunicado Volker Hansen, CEO da Fleetboard e também chefe de soluções digitais da empresa.

08 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Governo de SP cria incentivo duvidoso a montadoras

Para obter desconto de ICMS, fabricante de veículos no Estado deve no mínimo investir R$ 1 bilhão e criar 400 empregos

PEDRO KUTNEY, AB

Pressionado por fabricantes de veículos que levantaram problemas de competitividade para operar fábricas no Estado, o governo de São Paulo anunciou a criação de programa de incentivos a montadoras denominado IncentivAuto. Ainda sem muitas definições, na sexta-feira, 8, o governador João Doria informou à imprensa que estão previstas concessões de descontos gradativos de ICMS para veículos produzidos em São Paulo, desde que sejam resultantes de projetos previamente aprovados de novos investimentos em fábricas e produtos das montadoras no Estado, no montante acima de R$ 1 bilhão e que gerem no mínimo 400 empregos (não se sabe se somente diretos ou também indiretos). O benefício será concedido somente após a conclusão do projeto, por tempo não informado.

“Quanto mais rápido a empresa fizer a implementação, mais rapidamente terá acesso ao benefício. Não é guerra fiscal, não queremos fazer concorrência desleal com outros estados, nem queremos tirar investimentos já consolidados em outros estados”, disse o governador. Poderão ser aceitos projetos de novas fábricas ou linhas de produção, novos produtos e expansão de plantas industriais.

Não foi apresentada a escala porcentual dos descontos progressivos de ICMS previstos no IncentivAuto. Henrique Meirelles, secretário da Fazenda e Planejamento do Estado, afirmou que o teto máximo será de 25%, que ele calcula seria concedido a investimentos acima de R$ 10 bilhões. É duvidoso que alguma montadora no Estado consiga usar esse teto, pois são muito raros investimentos de fabricantes de veículos em montante tão elevado. Para se ter ideia, na última década, o conjunto de todos os fabricantes de veículos instalados em São Paulo não somou aportes desse tamanho.

“É uma escala gradativa, em que os incentivos vão aumentando conforme for aumentando os investimentos”, explicou Meirelles – ex-ministro da Fazenda que se notabilizou por ser contra a concessão de benefícios fiscais a montadoras quando o Rota 2030 estava em negociação. O secretário disse, contudo, que o programa não traz perda de receita, pois incentiva aportes que não existiriam sem o IncentivAuto. “Com novos investimentos, o efeito líquido é até haver um aumento no volume de arrecadação”, afirmou.

Para se candidatar aos incentivos estaduais, as empresas deverão apresentar seus planos à Comissão de Avaliação da Política de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, formada por integrantes da Secretaria da Fazenda e Planejamento e da Secretaria Desenvolvimento Econômico. Se aprovados, os processos serão acompanhados pela Investe São Paulo (Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade) por meio de relatório demonstrativo semestral do cumprimento do cronograma de execução.

Segundo Meirelles, o programa a princípio não tem prazo de vigência. Também não foi informado por quanto tempo a empresa poderá usufruir do desconto tributário de ICMS. Os detalhes do programa só serão conhecidos quando a lei de criação do IncentivAuto for efetivamente publicada no Diário Oficial do Estado, o que deverá acontecer na próxima semana.

PRESSÃO DOS FABRICANTES

Doria negou que o programa estadual de incentivos às montadoras tenha sido montado às pressas por sua gestão após o anúncio da Ford de encerrar atividades industriais no Estado, fechando a cinquentenária fábrica de São Bernardo do Campo. O governador admitiu que o IncentivAuto poderá ser usado pela Ford, caso desista de fechar a unidade e decida fazer investimentos na unidade. Também poderá ser usado por um possível comprador da planta que o governo promete ajudar a encontrar – Doria disse que três interessados fizeram contato e o Grupo Caoa admitiu o interesse.

Segundo Doria, o IncentivAuto começou a ser desenhado após conversas no início de sua gestão com representantes da GM, que foram pedir incentivos e liberação de créditos de ICMS devidos pelo Estado por exportações. Em janeiro a GM anunciou que colocaria em andamento processo de reestruturação para estancar seguidos prejuízos no Brasil, iniciando duras negociações de cortes de custos com fornecedores e empregados que poderiam culminar na descontinuação de investimentos no País, especialmente em suas fábricas paulistas em São Caetano do Sul e São José dos Campos. Nesta última chegou-se a acordo com os funcionários para um novo aporte da GM na planta de R$ 5 bilhões para fazer a nova geração da picape S10, segundo o sindicato local. Em tese, este seria um investimento beneficiado pelo programa estadual, assim como poderão ser incentivados os R$ 10 bilhões que a GM promete aplicar no País de 2020 a 2024, caso esses aportes venham para São Paulo.

08 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Sindicato leva a crer que Ford está irredutível

Representantes que se reuniram nos Estados Unidos com direção da montadora só falarão na terça, 12

REDAÇÃO AB

Os três representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que viajaram até os Estados Unidos só irão se pronunciar no dia 12 de março sobre a reunião que tiveram em Dearborn com a direção da Ford. Eles aguardam agora a realização de assembleia marcada com os trabalhadores em São Bernardo do Campo.

O silêncio faz acreditar que a matriz está irredutível. Segundo o sindicado, os representantes que viajaram aos EUA não querem que os metalúrgicos tomem conhecimento dos resultados da reunião pela imprensa.

O atual presidente do sindicato, Wagner Santana, viajou ao lado do ex-presidente, Rafael Marques, e do coordenador do comitê sindical na Ford, José Quixabeira de Anchieta. Eles se encontraram na noite de quinta-feira, 7, com os representantes da Ford na tentativa de reverter a decisão de fechar a unidade de São Bernardo do Campo, comunicada no dia 19 de fevereiro.

08 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Noma lança nova geração de implementos Titanium

Família é a evolução da tradicional linha Fênix, lançada em 2011

REDAÇÃO AB

A fabricante de implementos Noma lança a nova geração de implementos rodoviários Titanium, a evolução da linha Fênix lançada em 2011. A apresentação da nova linha foi realizada durante o encontro anual de vendedores em Maringá (PR), no início desta semana e a linha já está disponível na rede Noma.

Entre as principais características da família Titanium, a empresa destaca a lona de freio Carbon Fiber (fibra de carbono), que segundo a fabricante amplia a eficiência de frenagem e dependendo do uso eleva em até 40% a vida útil do produto em comparação a modelos convencionais.

“A tecnologia carbon-fiber passa a estar presente em 100% dos produtos da geração Titanium. Estas lonas de freios proporcionam ao implemento mais quilometragem entre paradas e, consequentemente, mais lucratividade ao transportador”, comenta o gerente de engenharia da Noma, Josué Correia de Araújo.

Segundo a empresa, a concepção da nova linha Titanium foi feita a partir de um intenso trabalho de pesquisa com os transportadores. Os engenheiros foram a campo entender quais eram as principais demandas no mercado e a meta imposta era desenvolver soluções tecnológicas práticas.

Com isso, os produtos da geração Titanium trazem exclusividades, como para-lamas bipartidos, que podem ser encaixados e trocados separadamente. O sistema pneumático foi todo reformulado, com a implantação de válvulas e tubulações para maior resistência e menor necessidade de reparos. Na linha graneleira, as bocas de escoamento foram niveladas com o assoalho, beneficiando a higiene e a prevenção de contaminação. Os para-barros também receberam sistemas anti-spray, enquanto as caixas de mantimentos são confeccionadas em plástico de alta resistência, com divisórias, gavetas, luz em led e projetadas contra a entrada de poeiras.

“A linha Titanium foi concebida com foco em oferecer o produto mais leve e resistente do mercado e que permita ao transportador ter o caminhão mais tempo em suas mãos, para que ele rode mais. É a sinergia entre a capacidade de carga e a disponibilidade do equipamento”, reforça o CEO, Marcos Noma

08 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Daimler e Grupo BMW formalizam cooperação para carro autônomo

Companhias vão compartilhar experiências com o objetivo de acelerar o desenvolvimento da tecnologia

REDAÇÃO AB

A Daimler e o Grupo BMW assinaram a cooperação para o desenvolvimento de sistemas para carros autônomos. As duas empresas vão compartilhar suas experiências para acelerar os ciclos de inovação nessa área. A meta é lançar na próxima década automóveis com nível 4 da tecnologia, capazes de rodar praticamente sozinhos, com intervenções pontuais do motorista.

Com a união dos esforços, além de compartilhar custos a Daimler e o Grupo BMW pretendem unir forças no desenho dos padrões da tecnologia para a indústria automotiva, além de trabalhar pela regulamentação dos carros autônomos. “É um dilema do ovo e da galinha. Alguém precisa definir os parâmetros para a legislação acompanhar”, comentou à Reuters Klaus Froehlich, membro do conselho da BMW com responsabilidade pelo desenvolvimento.

As duas empresas também têm outra parceria focada no desenvolvimento de serviços de mobilidade, oficializada em fevereiro deste ano. O trabalho envolve a criação de cinco joint ventures voltadas às diferentes demandas deste mercado: serviços multimodais, recarga elétrica, transporte sob demanda, estacionamento e compartilhamento de carros.

11 de março de 2019

Publicação: OESP, p. B-8

SP dará desconto de ICMS a montadoras.

Incentivo. Abatimento de imposto poderá chegar a 25% para empresas que aportarem pelo menos R$ 1 bilhão em novas fábricas ou em expansões de unidades existentes; proposta veio após GM ameaçar deixar o País e Ford anunciar fechamento de planta no ABC Paulista.

Após Ford fechar fábrica e GM ameaçar deixar País, governo dará abatimento para empresas que investirem R$ 1 bilhão.

Incentivo. Abatimento de imposto poderá chegar a 25% para empresas que aportarem pelo menos R$ 1 bilhão em novas fábricas ou em expansões de unidades existentes; proposta veio após GM ameaçar deixar o País e Ford anunciar fechamento de planta no ABC Paulista

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) anunciou ontem um programa de incentivo fiscal à indústria paulista de veículos para tentar assegurar novos investimentos no Estado. A decisão ocorre poucas semanas após a General Motors ameaçar suspender investimentos no País e a Ford comunicar o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.

Segundo Doria, o programa, chamado de IncentivAuto, dará descontos de até 25% no ICMS para montadoras que apresentarem planos de investir pelo menos R$ 1 bilhão em novos produtos, ampliação de fábricas, novas unidades e gerarem no mínimo 400 postos de trabalho.

“Somos um governo que tem visão liberal da economia, propositiva, para estimular a produção e com vinculação à geração de emprego e à melhoria da produtividade”, disse o governador. Para ele, o programa não significa a entrada do governo paulista na guerra fiscal.

“Não é concorrência desleal. Outros Estados que já produzem devem continuar a fazê-lo, não queremos tirar investimentos de nenhum deles; queremos mais investimentos no parque industrial de São Paulo”, disse Doria. Segundo ele, não haverá renúncia fiscal pois o desconto será dado na venda de veículos adicionais aos produzidos hoje.

O secretário da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o estímulo busca uma “racionalidade econômica para evitar distorções com empresas que estão instaladas em determinadas regiões que não fazem muito sentido”. Ele não citou nomes, mas é provável que tenha se referido ao regime especial que favorece fábricas da Ford e da Fiat no Nordeste. A Ford, aliás, informou que, após fechar a fábrica de São Bernardo até o fim deste ano, concentrará sua produção na unidade de Camaçari (BA).

Ameaças. As discussões para o pacote ao setor começaram após a GM, que tem duas fábricas no Estado, sinalizar que deixaria de fazer novos investimentos se não voltar ao lucro neste ano. Desde então, negocia com governos do Estado e dos municípios, sindicatos, concessionários e fornecedores medidas de redução de custos. Em troca, promete um plano de investimento de R$ 10 bilhões para renovar fábricas e produtos – coincidentemente o valor que terá direito ao teto de desconto do ICMS, de 25%.

O desconto inicial não foi revelado, mas deve constar de decreto a ser publicado hoje. As prefeituras de São Caetano do Sul e de São José dos Campos, onde estão as fábricas da GM, ofereceram redução de ISS, IPTU e da conta de água.

O pacote vale para as 13 montadoras instaladas no Estado, que juntas têm 29 fábricas. Também pode beneficiar o possível comprador da fábrica da Ford.

Crédito. A agilização do processo de devolução do ICMS retido pelo governo paulista e pertencente às montadoras não consta do programa, o que frustrou algumas empresas que contavam com esse dinheiro, como GM e Toyota. Em nota, a GM afirmou ser “positiva a ação do governo no sentido de fomentar novos investimentos” e que “a iniciativa vai contribuir na busca de competitividade para a indústria automotiva”.

Ricardo Bastos, diretor da Toyota, disse que IncentivAuto demonstra que o governo de São Paulo está sensível aos investimentos da indústria. “Ajuda a reforçar planos futuros, inclusive junto às matrizes.” Ressaltou que seria bom também avançar na discussão da devolução mais rápida dos créditos de ICMS “para resolvermos também o passado.”

A Scania disse apoiar iniciativas que tornem o ambiente de negócios mais favorável às indústrias. Sobre o IncentivAuto, afirmou que analisará o texto a ser publicado hoje para entender os benefícios e obrigações previstas. A Honda informou que a medida não gera nenhum impacto para suas operações. Ford, Hyundai, Mercedes-Benz e Volkswagen não comentaram.

11 de março de 2019

Publicação: FSP, p. A-17

Para governo Bolsonaro, Ford deve ação social em São Bernardo por ter recebido subsídio federal.

Em reunião tensa, União pediu plano para mitigar fechamento de fábrica em São Bernardo.

O governo quer que a Ford arque com os efeitos negativos provocados pelo fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo (SP), anunciado para o fim do ano.

Em uma reunião entre representantes da empresa, do governo federal, do estado e da prefeitura, na quinta-feira (7), a Ford foi cobrada por ter se beneficiado de subsídios que, só na esfera da União, somaram R$ 7,5 bilhões nos últimos cinco anos.

Por ter se beneficiado de recursos públicos, o governo de Jair Bolsonaro (PSL) entende que a empresa deve assumir a responsabilidade no impacto socioeconômico da decisão de fechar a fábrica, que pode desempregar 2.800 funcionários diretos e 22 mil indiretos, segundo o sindicato local.

À Folha, nesta sexta (8), o secretário de Produtividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, afirmou que empresas beneficiadas por incentivos têm que ter uma avaliação mais rigorosa do impacto social de suas ações.

"É uma situação diferente quando uma empresa recebeu um subsídio e quando uma empresa não recebeu um subsídio", afirmou. "A Ford recebeu bilhões em subsídios para que fossem criados esses empregos. Logo, seria importante que qualquer decisão no sentido contrário ao objetivo dos subsídios concedidos que a empresa também considerasse o seu impacto."

O secretário reafirmou que o governo não pretende interferir na decisão da empresa de fechar, vender ou mesmo de reduzir a operação em São Bernardo. Mas espera que seja traçado um plano de mitigação do impacto social para cada um destes cenários.

"Quando uma empresa pede um subsídio, ela conversa com o governo, trabalha junto, então qualquer decisão posterior que envolva uma reversão desse investimento, que gere impactos contrários aos dos subsídios, tem que conversar", disse. "Isso não é privilégio nosso. Quando a Ford fechou fábricas em Detroit [EUA], houve muita conversa sobre como minimizar o impacto no entorno."

Pessoas presentes à reunião narram que o clima foi tenso, pois a Ford defendeu que sua responsabilidade recairia apenas sobre funcionários, no que foi contrariada por representantes do setor público.

A Prefeitura de São Bernardo, por exemplo, está preocupada com os efeitos financeiros que já estão sendo provocados pelo fechamento, como o atraso de um empréstimo que seria usado em serviços públicos na cidade.

Segundo um dos presentes à reunião, Costa sublinhou que a unidade da Ford em Camaçari (BA) continua recebendo benefícios federais, por meio de incentivos tributários e pela recente prorrogação do regime especial automotivo do Nordeste até 2025.

A declaração foi interpretada como uma ameaça velada de retirada de incentivos. Conforme um dos presentes, os executivos da Ford disseram ao secretário que, se essa fosse a decisão do governo, seria necessário fazer contas para verificar a viabilidade da operação em Camaçari.

À Folha Costa negou qualquer ameaça. Segundo ele, o governo deixou claro que espera uma "uma atitude social e eticamente responsável".

"Não tem nada a ver uma coisa com a outra [São Bernardo e Camaçari]. Não vinculei [as duas unidades] e tenho certeza de que essa não foi a mensagem percebida pela Ford", disse. "Agora, estamos deixando claro que gostaríamos de receber da Ford o plano de mitigação do impacto social". Procurada, a Ford não quis comentar.

11 de Março de 2019 (11:33)

Publicação: Agência IN - Caderno Setorial

CARROS: Nissan vai eletrificar um quarto dos modelos vendidos na Ásia

SÃO PAULO, 11 de março de 2019 - O novo Nissan LEAF estará à venda na Indonésia e nas Filipinas até 2020, ressaltando o compromisso da Nissan de impulsionar a eletrificação na região. A expansão da disponibilidade do veículo elétrico mais vendido do mundo é uma parte importante da meta da Nissan de eletrificar um quarto do volume de vendas, que é parte do plano Nissan M.O.V.E to 2022. Essa aceleração da eletrificação também inclui a montagem e localização de componentes de eletrificação nos principais mercados do Sudeste Asiático.

O vice-presidente sênior regional da Nissan e chefe da Ásia e Oceania, Yutaka Sanada, disse que a empresa está trabalhando para tornar a mobilidade segura, inteligente e sustentável disponível para o maior número possível de pessoas: "A Nissan está liderando a conscientização e abraçando a mobilidade eletrificada na Ásia e Oceania. Estamos trazendo o novo Nissan LEAF para mais mercados na região e iniciar as vendas na Indonésia e nas Filipinas é um passo fundamental. Isso permite que os clientes obtenham experiência em primeira mão com os benefícios dos veículos elétricos para si mesmos e para as sociedades".

O novo Nissan LEAF é o ícone da Nissan Intelligent Mobility, a visão da empresa para levar as pessoas a um mundo melhor, mudando a maneira como os carros são movidos, impulsionados e integrados à sociedade. Com mais de 400 mil unidades vendidas desde que foi colocado à venda em 2010, o Nissan LEAF é o veículo 100% elétrico mais vendido no mundo. Dentro da região, a Nissan apresentou o veículo elétrico este ano à Austrália, Nova Zelândia, Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, Hong Kong e Malásia.

A introdução do novo Nissan LEAF, juntamente com uma série de modelos e-POWER, representa um passo importante na eletrificação da mobilidade na Ásia e na Oceania. A e-POWER é a tecnologia da Nissan que oferece aos clientes os benefícios dos veículos elétricos, mas sem a necessidade de recarregar as baterias. O Nissan Serena e-POWER será o primeiro modelo e-POWER a ser lançado na região, começando por Cingapura, ainda este ano.

Sanada completou: "Acreditamos que a e-POWER é o passo mais pragmático para a eletrificação. Além de introduzir a mobilidade eletrificada, a Nissan está trabalhando para torná-los mais acessíveis por meio da montagem e fabricação de componentes de eletrificação nos principais mercados do Sudeste Asiático".

Esses anúncios foram feitos na edição de Hong Kong do "Nissan Futures", um encontro com líderes do setor, funcionários do governo e mídia da Ásia e Oceania realizado nesse final de semana. O evento de três dias reuniu palestrantes influentes para discutir como criar um futuro sustentável através da eletrificação de veículos e como tornar as tecnologias de direção avançadas mais acessíveis, sob o tema "Transforme a maneira como vivemos e dirigimos".

11 de Março de 2019 (07:12)

Publicação: Baguete Diário - Notícias

Chegou o primeiro ônibus elétrico brasileiro

O Grupo Moura, tradicional fabricante de baterias veiculares, a Eletra, fabricante dos trólebus de São Paulo e a XALT Energy, empresa norte-americana fornecedora de baterias de íon-lítio, firmaram parceria para produção do primeiro ônibus elétrico 100% fabricado no Brasil, segundo a divulgação da própria empresa.

O acordo envolve também um novo modelo elétrico-híbrido e marca o início das operações do Grupo Moura no mercado de baterias de lítio. A empresa já vem trabalhando há cerca de um ano na adaptação dos produtos fabricados pela XALT para o mercado sul americano.

Segundo o comunicado, a Moura espera um aumento na demanda para que o investimento em uma produção nacional das baterias motrizes de lítio se torne viável.

Já para a Eletra, este movimento representa a esperança de alavancar suas vendas.

Pioneira na fabricação de ônibus elétricos no Brasil, fundada em 1988, a empresa tem vendas tímidas. Atualmente, tem apenas 400 veículos em operação, a maioria deles rodando na cidade de São Paulo e região. Emplacou, entretanto, alguma exportação para a Argentina e Nova Zelândia.

Na busca pela modernização, a Eletra também participou no desenvolvimento nacional do caminhão elétrico da Volkswagen, o e-Delivery. Este projeto é particularmente promissor, já que a Ambev anunciou que pretende adquirir mil e seiscentos caminhões elétricos até 2023, o que corresponderá a 35% de sua frota total.

Moura, Electra e XALT não estão sozinhos e nem estão sendo os primeiros a chegar neste mercado. A chinesa BYD (Build Your Dreams) se instalou em Campinas e já vem trabalhando sua clientela desde 2015. A empresa liberou veículos de testes para a prefeitura de Canoas e Porto Alegre. Os negócios no sul, porém, não vingaram até o momento.

Isso não quer dizer que os chineses estão trabalhando em vão. Em 2018, entregaram cerca de trinta carros elétricos para a Guarda Civil de São José dos Campos (SP), vinte caminhões de coleta de lixo para a cidade de Indaiatuba (SP), quinze ônibus para uma operadora paulistana, além de vans elétricas entregues a firmas e operadores logísticos. No total, a BYD afirma ter em torno de 100 veículos rodando no Brasil.

Em contraste, só Shenzhen, uma megalópole de 12 milhões de habitantes no sudeste da China, tem mais de 16 mil ônibus elétricos nas suas ruas.

No Brasil inteiro, existem menos de menos de seiscentos rodando. Destes, a ampla maioria são do tipo trólebus, que é uma quimera de ônibus com bonde, pois circulam presos a cabos suspensos em determinadas rotas, em uma mistura de bonde e ônibus. Evidentemente, há uma série de fatores que explicam este gap.

Para começar, o governo chinês adotou a eletrificação de frota como política de estado tendo em vista tanto o posicionamento em um mercado com potencial futuro como amenizar amenizar a poluição do ar, um problema das cidades chineses.

Enquanto isso, no Brasil, as prioridades são outras. Mesmo com a matriz energética majoritariamente renovável, abundância de incidência solar e ventos constantes, a grande aposta estratégica do programa federal Rota 2030 é o carro híbrido flex. É como se o fantasma do Pró-Alcool não quisesse sair da sala.

Antes da descoberta do pré-sal havia grande empolgação com o etanol brasileiro.

Muitos artigos foram escritos sobre nossas vantagens comparativas frente ao etanol de milho norte-americano. Teve até especialista dizendo que nos tornaríamos a “Arábia Saudita verde".

Pois é, não foi bem assim. A indústria sucroalcooleira tem um histórico e altos e baixos. Em 2016, o Brasil se tornou o maior importador de etanol dos Estados Unidos. Claramente, não nos tornamos ricos como os sauditas, muito menos verdes.

Hoje, em 2019, pouco se fala de etanol no mundo. Não há grandes perspectivas de exportação. Décadas de Mercosul não foram suficiente para levar o jeitinho brasileiro até Uruguai e Argentina. Por lá, só se usa “nafta".

O Rota 2030 não foi muito benevolente com os veículos puramente elétricos e, segundo pude apurar, as montadoras estão com um pé atrás em relação à eletrificação de frota no Brasil. A depender do governo e do lobby das petroleiras, a mudança tardará.

O desafio do grupo Moura-Eletra-Xalt parece grande.

* Carlos Martins é idealizador da E-24, a primeira corrida de carros 100% elétrica do Brasil e escreve para o Baguete sobre temas relacionados com indústria automobilística e mobilidade.

11 de Março de 2019

Publicação: Estadão Economia e Negócios

Hyundai anuncia investimentos de R$ 125 milhões em Piracicaba

A Hyundai Motor Brasil anunciou nesta segunda-feira, 11, investimentos de R$ 125 milhões para ampliar a capacidade produtiva da fábrica em Piracicaba, interior de São Paulo, de 180 mil unidades ao ano para 210 mil.

O grupo já opera em três turnos de trabalho desde 2013 e manterá seu quadro atual de 2,7 mil funcionários.

No ano passado, com trabalho 24 horas nos cinco dias úteis da semana e horas extras aos sábados, a empresa conseguiu produzir volume recorde de 193 mil veículos. Agora, com a melhora do processo produtivo, será possível ampliar a capacidade em 30 mil unidades sem novas contratações.

O investimento será aplicado em melhorias nas operações e aquisição de novos equipamentos de alta tecnologia, inclusive robôs.

Em nota, o presidente da Hyundai Brasil, Eduardo Jin, afirma que a fábrica passou por diversas melhorias, principalmente nas estruturas de solda, pintura e montagem. "O volume adicional de 30 mil veículos vai atender prioritariamente o mercado brasileiro, respondendo às expectativas de crescimento do mercado brasileiro". Segundo o executivo, com essa ampliação a marca "poderá manter sua participação de mercado ao longo do ano."

A fábrica produz os modelos HB20 - terceiro carro mais vendido no País atualmente - e o utilitário-esportivo (SUV) Creta. Por não ter capacidade de atender a demanda, a Hyundai vinha reduzindo sua participação no mercado , que em 2016 chegou a 10% e a colocou como quarta maior marca em vendas no Brasil. No primeiro bimestre deste ano ela ficou em sétimo lugar no ranking, com 7,5% de participação no mercado de automóveis e comerciais leves e vendas de 28,7 mil veículos.

Desde a inauguração da fábrica, em 2012, inicialmente com capacidade para 150 mil carros ao ano, o grupo já havia investido US$ 830 milhões.

O novo aporte ocorre num momento em que a Ford anuncia o fechamento de sua fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, e a General Motors negocia corte de custos com governos, trabalhadores e fornecedores para manter investimentos no País.

Ambas são grandes concorrentes da marca coreana.

11 de Março de 2019

Publicação: Estadão Economia e Negócios

Anfavea: incentivo de Doria não resolve maior preocupação, os créditos acumulados

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, afirmou nesta segunda-feira, 11, que o incentivo criado para o setor pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), é positivo, mas não resolve a maior preocupação da indústria de veículos no Estado, a acumulação de créditos no ICMS.

"Toda redução de carga tributária é bem-vinda, mas o programa do Doria não tem impacto de curto prazo, pois é voltado para novas fábricas, novos produtos, exige um tempo de maturação. E não resolve nossa maior preocupação, que são os créditos acumulados no ICMS, que é muito elevado e é importante que seja equacionado", disse Megale.

O programa anunciado na sexta-feira, 8, por Doria oferece desconto de até 25% no ICMS para montadoras que anunciarem novos investimentos de pelo menos R$ 1 bilhão e a geração mínima de 400 empregos. Para chegar ao desconto máximo de 25%, as empresas teriam de investir pelo menos R$ 10 bilhões. A aplicação do desconto seria dado só em novas vendas de novos produtos. O governo não divulgou mais detalhes.

Megale pontuou que oferecer o desconto apenas na venda do produto pode ser um problema, pois, se também não houver desconto na compra de insumos, pode ocorrer novas acumulações de crédito.

Ele disse que o programa não foi discutido com a Anfavea, embora a associação soubesse que o regime estava em elaboração. "É uma reação do governo para manter investimentos no Estado, pois outros Estados têm regimes diferenciados e São Paulo está tentando manter investimentos das empresas", disse.

O programa de Doria, chamado de IncentivAuto, foi elaborado após a GM sinalizar que poderia deixar de produzir no Brasil caso não voltasse a ter lucro em 2019. Duas das três fábricas da montadora no Brasil estão no Estado, uma em São José dos Campos e outra em São Caetano do Sul. Em negociações iniciadas com o governo, a empresa tem prometido, em troca de incentivos, um plano de investir R$ 10 bilhões.

11 de Março de 2019

Publicação: Estadão Economia e Negócios

Venda de veículos cresce 26,6% em fevereiro ante igual mês de 2018, diz Anfavea

A venda de veículos novos cresceu 26,6% em fevereiro ante igual mês do ano passado, com o emplacamento de 198,6 mil unidades, informou nesta segunda-feira, 11, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O resultado engloba os segmentos de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

Na comparação com janeiro, as vendas, contudo, apontam recuo de 0,6%.

Nos dois primeiros meses do ano, os licenciamentos somam 398,4 mil unidades, avanço de 17,8% em relação a igual período de 2018.

Máquinas agrícolas

As vendas internas de máquinas agrícolas cresceram 19,8% em fevereiro ante igual mês do ano passado, informou a Anfavea. Foram comercializadas 2,9 mil unidades. O volume, se comparado a janeiro, aponta avanço de 7,9%.

No primeiro bimestre, foram 5,5 mil unidades vendidas, alta de 38,4% em relação a igual período do ano passado.

11 de Março de 2019

Publicação: DCI - Notícias

Doria propõe redução de ICMS a montadoras

O governador de São Paulo João Doria (PSDB) anunciou na sexta-feira (08) um programa de incentivo fiscal à indústria paulista de veículos. Segundo ele, o programa vai oferecer reduções do ICMS de até 25% para montadoras que apresentarem planos de investir pelo menos R$ 1 bilhão e gerarem no mínimo 400 postos de trabalho.

Somos um governo que tem uma visão liberal da economia, propositiva, para estimular a produção, e com vinculação à geração de emprego e à melhoria da produtividade, disse o governador, sem dar mais detalhes.

Ao lado de Doria estava o secretário da Fazenda e ex-ministro, Henrique Meirelles.

As empresas inicialmente deverão apresentar os projetos junto à Comissão de Avaliação da Política de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, constituída por integrantes da Secretaria da Fazenda e Planejamento e de Desenvolvimento Econômico. Uma vez aprovados, os projetos serão acompanhados pela Investe São Paulo (Agência Paulista de Promoção de Investimentos e Competitividade) através de relatório demonstrativo semestral do cumprimento do cronograma de execução do projeto de investimento.

A montadora que aderir ao Regime Automotivo Para Novos Investimentos do Governo do Estado deverá gerar, no mínimo, 400 postos de trabalho, e todo o investimento deverá ser feito no Estado. Entre os critérios, poderão ser aceitas propostas de novas fábricas, novas unidades de produção, novos produtos e expansão de plantas industriais. São Paulo conta hoje com 13 empresas do setor e 29 fábricas.

As discussões para o pacote paulista de incentivo ao setor tiveram início após a GM, que tem duas fábricas no Estado e outra no Rio Grande do Sul, anunciar aos funcionários, em comunicado, que a operação brasileira poderia ficar insustentável se a empresa reportasse mais um ano de prejuízo em 2019.

Desde então, a GM tentou negociar de várias formas para reduzir custos, recorrendo inclusive aos governos dos Estados e dos municípios onde mantém linhas de produção. Para convencê-los a ceder, a montadora tem prometido programa de investimentos de R$ 10 bilhões para renovar a linha de produtos.

Além do acordo com o governo paulista, que resultou nas medidas anunciadas na sexta, a GM já tem um acerto com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que definiu que os trabalhadores passariam dois anos com perda real de salários em 2019 não haverá reajuste e, em 2020, haverá apenas a reposição de 60% da inflação.

Somente em 2021 os salários voltarão a ser repostos totalmente. De acordo com o sindicato, a fábrica do interior paulista deve receber metade dos R$ 10 bilhões em investimentos. /Agências

10 de Março de 2019 (11:00)

Publicação: Abril - Revista Exame.COM

O futuro do turbulento mercado automotivo pode estar em Genebra

A grande transformação do setor automotivo começou a chegar com força. Quem presta atenção sabe que uma mudança vem aí para as fabricantes de veículos globais que estão lidando com novas tecnologias, padrões de emissões mais rigorosos e aplicativos que transformaram os compradores de carros em locatários ou simples passageiros.

Por enquanto, a mudança do setor tem sido abstrata, mas novas revelações começaram a chegar nesta semana, no salão do automóvel de Genebra. Nas discussões entre executivos predominaram assuntos como a colaboração e a consolidação, em vez de novos modelos. Nos mercados, as consequências da transformação estão provocando cada vez mais vítimas.

Advertências sobre lucros, metas descumpridas e preços de ações em queda em fornecedoras de autopeças como a Schaeffler e a ElringKlinger - pilares do setor - evidenciam a profundidade da turbulência na base. Além disso, com as notícias de que duas arquirrivais do segmento de luxo, a BMW e a Daimler, farão uma parceria em direção autônoma e de que a Volkswagen deixará que uma startup compartilhe a tecnologia para carros elétricos que a empresa alemã quer tornar padrão global, os novos contornos do setor já estão se delineando.

“Estamos entrando em um período em que o caos vai tornar a concorrência extremamente seletiva", disse Carlos Tavares, CEO da PSA Group, em Genebra. “Talvez isso mude o modo como nossas empresas operam e também pode acabar criando oportunidades para fazer transações."

Mudanças

As avaliações baixas do setor mostram que os investidores querem mais mudanças em um momento de gastos recorde, lucros em queda e novos concorrentes que disputam um lugar ao sol. A consolidação não é um remédio infalível, mas ajudaria a eliminar diversas despesas duplicadas, dos caros empreendimentos de software à tecnologia para baterias.

“Fazer parcerias é essencial para sobreviver à transformação do setor", disse o diretor de desenvolvimento da BMW, Klaus Fröhlich, a jornalistas em uma entrevista coletiva conjunta com seu homólogo da Daimler, Ola Källenius.

Fornecedores em problemas

A Schaeffler, que fabrica componentes para motores a combustão e transmissões, anunciou na quarta-feira que vai demitir 900 trabalhadores e abandonar antigas metas de resultados. As ações da empresa caíram cerca de 44 por cento nos últimos 12 meses, após duas advertências sobre lucros em 2018.

As ações da fabricante de pneus e fornecedora de autopeças Continental, que também não conseguiu cumprir suas metas, caíram mais de um terço. A situação é ainda pior entre fornecedores de porte um pouco menor, como a ElringKlinger, fabricante de vedações para cabeçotes de cilindro, cujas ações sofreram uma queda de 60 por cento.

“Darwin, a sobrevivência dos mais aptos, os sinais estão em todos os lugares", disse Arndt Ellinghorst, analista da Evercore em Londres, repetindo uma das frases favoritas de Tavares. “Agora, a combinação entre regulamentações extremas sobre emissões, a convergência de mobilidade e tecnologia e a desaceleração dos mercados finais vai acabar impondo a consolidação."

10 de Março de 2019 (03:00)

Publicação: Jornal O Tempo - Economia

Mercedes-Benz vai transferir atividades de Minas Gerais

Em 1999, a Mercedes-Benz inaugurava, na Zona da Mata mineira, a sua primeira fábrica fora da Alemanha. Em abril deste ano, a unidade de Juiz de Fora completará 20 anos, em meio a rumores de que pode transferir suas operações para São Paulo e para o Espírito Santo. As informações já circulam pelos bastidores do governo mineiro, que teme até o fechamento da unidade, que hoje emprega cerca de 1.100 trabalhadores.

A montadora confirma que estuda levar para o porto de Vitória o desembaraço da Sprinter, van que vem da Argentina e é nacionalizada no porto seco em Juiz de Fora. Confirma também que, embora não tenha data definida, a montagem do caminhão Actros vai para São Bernardo do Campo (SP). Entretanto, garante que não vai desativar a fábrica de Juiz de Fora, onde faz a soldagem e pintura das cabinas de todos os modelos de caminhões produzidos por ela no Brasil.

Por meio de nota, a Mercedes-Benz ressalta que a unidade de Juiz de Fora recebeu R$ 230 milhões em investimentos nos últimos cinco anos e, só de setembro de 2018 até agora, contratou mais de cem colaboradores e ativou um segundo turno de produção, o que, segundo ela, confirma o interesse em permanecer na cidade.

A empresa não comentou também a medida do governador de São Paulo, João Doria, anunciada na sexta-feira, de oferecer desconto no ICMS de até 25% às montadoras que investirem mais de R$ 1 bilhão e criarem ao menos 400 postos de trabalho no Estado. O governo de Minas, em nota no dia do anúncio do tucano, não comentou a medida, mas disse que está atento às questões que possam impactar a economia regional.

Vendas. Em 2018, a Mercedes-Benz vendeu mais de 19 mil caminhões no Brasil, um crescimento de 50% em relação a 2017. Estamos aumentando as nossas vendas de caminhões, e a fábrica de Juiz de Fora acompanha esse crescimento, uma vez que produz todas as cabinas de nossos caminhões, diz a montadora.

Nem todos esses números positivos conseguem dissipar a preocupação entre os trabalhadores. Essa mudança do Actros para São Bernardo do Campo já era prevista. Mesmo assim, contrataram quase 500 pessoas em um ano e três meses. A questão é se esses trabalhadores continuarão aqui depois da transferência, destaca o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora, João César da Silva.

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agricultura de Juiz de Fora, Rômulo Veiga, afirma que a preocupação não é em relação ao Actros. Essa mudança faz parte do planejamento global da marca e não dá para mudar. Já a transferência do desembaraço da Sprinter é algo reversível, pois não foi fechado. O Estado precisa atuar o mais rápido possível, o que pode ser feito reduzindo a burocracia. Em conversas, algumas empresas me disseram que o desembaraço no porto de Vitória tem demorado de dois a quatro dias a menos em relação ao porto seco de Juiz de Fora. A estrutura da Mercedes-Benz já está aqui e é interessante para ela ficar, mas, se tiver vantagens em outro Estado, pode ir. É isso que o governo mineiro tem que impedir, explica.

Procurada, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes) informou, por nota, que já manteve contato com a direção da Mercedes-Benz, e a que trabalha para que não haja a redução nem a paralisação nas operações da fábrica de Juiz de Fora. Existe o compromisso da empresa em manter as atividades no município, principalmente na fabricação de cabinas de caminhões, mantendo os investimentos previstos e a manutenção dos empregos gerados atualmente, concluiu a nota.

Em 2018: A Mercedes-Benz vendeu mais de 19 mil caminhões no Brasil, uma alta de 50% em relação a 2017, que garantiu à marca uma participação de 27,8% no mercado brasileiro de caminhões.

Em 2019: Considerando somente os meses de janeiro e fevereiro, a Mercedes-Benz vendeu mais de 3.900 caminhões, alta de 67% em relação ao mesmo período do ano passado, 30% do mercado brasileiro.

Mercado nacional: De cada cem caminhões vendidos no Brasil em 2018, cerca de 28 foram da Mercedes-Benz. Em fevereiro, anunciou o fechamento da unidade de São Bernardo do Campo que produz o Fiesta, além de caminhões. São 3.000 trabalhadores.

Compradores: Segundo o governador de São Paulo, João Doria, três empresas já teriam entrado em contato, com interesse em comprar a fábrica, sendo duas multinacionais e uma brasileira.

Negativa: Por meio de nota, a Mercedes não confirma o interesse, diz que não comenta a decisão da Ford e reitera que a sua produção de veículos comerciais acontece na fábrica de São Bernardo do Campo e em Juiz de Fora.

Perdas financeiras seriam grandes para a Zona da Mata

Em duas décadas, a fábrica da Mercedes-Benz em Juiz de Fora nunca conseguiu operar em 100% da sua capacidade, o que cercou a trajetória de boatos sobre fechamento. Mesmo assim, a montadora nunca desistiu. Em 2012, virou a chave dos comerciais leves e passou a produzir caminhões na planta. Hoje, monta o Actros, solda e pinta as cabinas dos demais modelos pesados da marca e faz o desembaraço da Sprinter.

É importante que os governos do Estado e do município trabalhem pela manutenção do desembaraço das vans importadas da Argentina. Caso saia, a perda na arrecadação será significativa. E isso não pode acontecer no atual momento (econômico). Tem que sentar para negociar com a Mercedes, afirma o presidente da regional da Zona da Mata da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Aurélio Marangon.

De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento, Turismo e Agricultura de Juiz de Fora, Rômulo Veiga, só o repasse dos 25% do ICMS que ficam com o município gira em torno de R$ 3 milhões. Sem falar nos empregos e no impacto na economia local, diz.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora, João César da Silva, afirma que nesta semana haverá reunião com um diretor de Recursos Humanos da fábrica de São Bernardo do Campo, para entender as mudanças que estão por vir.

09 de Março de 2019 (09:02)

Publicação: Fator Brasil - Automotivo

Audi instala baterias de lítio usadas em veículos de apoio da fábrica de Ingolstadt

Marca aplica baterias usadas de seus produtos híbridos e elétricos em sua própria planta de produção. Teste do conceito de reutilização de baterias já ocorre na planta de Ingolstadt, na Alemanha.

Ingolstadt, " Uma segunda vida para baterias de carros elétricos: a Audi instalou em veículos de apoio da sua planta principal em Ingolstadt, na Alemanha, baterias de lítio usadas. Uma equipe interdisciplinar de projetos está estudando como baterias de carro de teste do Audi e-tron, por exemplo, ou de modelos híbridos, como A3 e-tron e Q7 e-tron, podem continuar a ser utilizadas, uma vez que ainda possuem vasta capacidade de sua carga original. Inúmeras outras vantagens se tornaram aparentes durante a fase de testes.

Veículos utilizados na fábrica da Audi, como empilhadeiras e tratores de reboque, costumam ser alimentados por baterias de chumbo-ácido. Quando as baterias estão vazias, os funcionários as removem e as conectam a uma estação de carregamento por várias horas. Além disso, as baterias chegam a pesar até duas toneladas. Já as baterias de íons de lítio podem ser carregadas diretamente no local em que os veículos estão estacionados durante períodos de inutilização ou em intervalos de turnos, por exemplo. Isso economiza espaço e também elimina o esforço manual necessário para substituir as baterias. A Audi economizaria milhões caso convertesse toda a sua frota de veículos de fábrica em baterias de lítio em seus 16 locais de produção no mundo.

Cada bateria de íons de lítio representa um alto consumo de energia e de recursos que devem ser usados ??da melhor maneira possível, diz Peter Kössler, membro do Conselho de Administração de produção e logística da Audi AG. Para nós, uma estratégia sustentável de mobilidade elétrica inclui um conceito sensato da reutilização destas baterias.

A capacidade de carga restante de uma bateria de íons de lítio após seu uso em um carro é mais que suficiente para as exigências dos veículos de transporte. As características de direção melhoram consideravelmente como resultado deste uso: podem manter sua velocidade constante mesmo em rampas " instrumentos de fábrica (empilhadeiras e tratores) alimentados por baterias de chumbo-ácido não podem fazer isso. Além disso, a recarga regular durante os intervalos evita paralisações durante o horário de trabalho.

A bateria de um Audi e-tron, por exemplo, consiste em 36 módulos individuais, localizados embaixo do banco do passageiro do carro entre os eixos, em um formato de bloco plano e extenso. Depois que as baterias são levadas de volta, a equipe de projetos verifica cada módulo para que seu uso seja contínuo. Em seguida, instalam 24 módulos em cada nova bateria, de forma a manter as mesmas dimensões e peso que baterias de chumbo ácido dos veículos de fábrica. Desta forma, a empresa pode continuar a usar esses veículos sem investimentos grandiosos. No futuro, funcionários especializados poderão assumir a montagem de baterias reutilizáveis no próprio centro de produção de baterias.

A equipe de projeto das áreas de produção, logística e desenvolvimento tem trabalhado no reaproveitamento do uso de módulos de bateria usadas ??por cerca de dois anos. Depois dos primeiros testes bem sucedidos, eles estão testando os primeiros veículos de fábrica na produção diária. Este projeto pioneiro é um dos muitos que demonstram o compromisso da Audi com o uso mais eficiente de baterias de carros elétricos. Também passa a ser mais concebível a ideia de que os módulos de bateria usadas poderão ser utilizados ??em contêineres de carregamento móvel para veículos elétricos ou em sistemas de armazenamento de energia.

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