29 de dezembro de 2019

Publicação: FSP

Nissan expande investigação sobre Carlos Ghosn.

Empresário é investigado por supostamente usar fundo para pagamentos emergenciais, diz jornal.

A Nissan expandiu significativamente sua investigação interna sobre os assuntos financeiros de Carlos Ghosn, ampliando seu escopo a fim de incluir transações entre ele e associados de negócios na Índia, outras partes da Ásia, Oriente Médio e América Latina.

O ex-presidente do conselho da Nissan, que continua a ser presidente-executivo da Renault, parceira da montadora japonesa em uma aliança automotiva, está preso em Tóquio desde 19 de novembro.

Pessoas próximas à Nissan dizem que uma investigação iniciada alguns meses atrás, com uma operação altamente sigilosa e conduzida por poucos executivos seniores, agora envolve "centenas" de pessoas nos departamentos de fiscalização, jurídico e de contabilidade da empresa, em todo o mundo.

Elas disseram que a empresa tem a obrigação prática de compartilhar as descobertas de sua investigação substancialmente ampliada com os procuradores públicos de Tóquio, o que traz a possibilidade de que surjam novas acusações contra Ghosn nas próximas semanas.

Um dos focos da investigação, segundo o Financial Times apurou, é o uso por Ghosn do "fundo de reserva da presidência" — criado para o caso de pagamentos inesperados.

Qualquer coisa que pareça indicar desembolsos regulares de verbas desse fundo seria coberta pela investigação interna da Nissan, disseram pessoas informadas sobre a investigação.

Pessoas que trabalham na Nissan disseram que a prisão de Ghosn afetou o moral da companhia. Nos últimos dias, uma ordem geral circulou na montadora proibindo os empregados de contatar Ghosn ou Greg Kelly, assessor muito próximo deste e membro do conselho da empresa, também detido em novembro.

Kelly foi libertado sob fiança alguns dias atrás, e ao que se sabe está internado em um hospital de Ibaraki, uma prefeitura [província] vizinha a Tóquio. Ele divulgou um comunicado à imprensa no qual afirma acreditar que o tribunal o considerará inocente.

Ghosn está preso há mais de cinco semanas, sob acusações de ocultar parte do seu pagamento como presidente da empresa. Na semana passada, os procuradores públicos estenderam seu período de prisão, com novas acusações de violação de confiança.

A procuradoria está investigando os antecedentes de uma série de pagamentos realizados pela Nissan a Khaled al-Juffali, executivo de um dos maiores conglomerados da Arábia Saudita, de acordo com pessoas informadas sobre as investigações.

Na semana passada, uma declaração breve da procuradoria de Tóquio informava que as autoridades estão investigando informações de que Ghosn havia tentado lidar com prejuízos não realizados de uma transação com derivativos, em valor de 1,85 bilhão de ienes (US$ 16,7 milhões), transferindo-os da empresa que administra seus ativos pessoais para a Nissan, no pico da crise financeira de 2008.

Ghosn também teria transferido, por meio de uma série de pagamentos ao longo de quatro anos, US$ 14,7 milhões da conta de uma subsidiária da Nissan para uma conta detida por um titular desconhecido, afirmou a procuradoria.

Essa pessoa teria supostamente ajudado o ex-chefe da Nissan a transferir a operação de derivativos de volta à sua companhia de administração de ativos no Líbano, ao obter uma carta de crédito para o Shinshei Bank, que exigiu garantia adicional para o acordo de swap de câmbio. O Shinsei se recusou a comentar.

Os pagamentos para Juffali foram supostamente realizados em quatro anos separados, de junho de 2009 a março de 2012, por meio do fundo de reserva da presidência da Nissan, de acordo com pessoas informadas sobre o assunto. Juffali —vice-presidente do conselho do EA Juffali and Brothers, um conglomerado de infraestrutura, construção, seguros e automóveis, a quem Ghosn conhece há cerca de 20 anos— não foi localizado para comentar.

Pessoas próximas à Nissan disseram que a empresa estava surpresa por os promotores terem decidido investigar Ghosn quanto a essa transação específica, detalhes da qual surgiram no começo da investigação interna da empresa; a Nissan atribuiu baixa prioridade a esse caso.

Por meio da Al-Dahana, uma empresa da qual ele é sócio majoritário, Juffali se associou estreitamente às operações da Nissan no Oriente Médio, formando uma joint venture que pessoas próximas à família de Ghosn dizem ter sido parte crítica das operações da Nissan na região.

Juffali, que é parte do conselho do banco central saudita desde 2016, também é investidor em outra joint venture com a Nissan na região.

Uma pessoa informada sobre o pensamento de Ghosn e de sua família disse que eles não acreditavam que houvesse nada de suspeito ou incriminador nos supostos pagamentos feitos a Juffali, ou que eles representassem um pagamento "compensatório" relacionado a transações financeiras de Ghosn.

Os advogados de Ghosn não foram localizados de imediato para comentar, mas, de acordo com uma pessoa que conhece sua estratégia de defesa judicial, o executivo se declara inocente.

Ghosn também disse a investigadores que os pagamentos foram feitos por motivos legítimos de negócios, de acordo com a mídia japonesa.

A Nissan declarou que não comentaria sobre assuntos relacionados à suposta violação de confiança por Ghosn, mas afirmou em comunicado que sua investigação havia descoberto provas substanciais e convincentes de delitos de conduta, o que resultou em voto unânime do conselho pela destituição de Ghosn como presidente e de Kelly como diretor representante.

"Nossa investigação prossegue, e seu escopo continua a se expandir", o comunicado afirma.

25 de dezembro de 2019

Publicação: OESP

Montadoras reagem, mas ociosidade está em 40%.

Indústria automobilística. Fabricantes de automóveis esperam repetir em 2019 o crescimento de dois dígitos registrado neste ano em vendas; aumento, no entanto, não deve ser suficiente para reduzir capacidade ociosa de 2 milhões de veículos.

Depois de registrar crescimento de cerca de 15% nas vendas deste ano – segunda alta consecutiva após quatro anos de queda –, a indústria automobilística começa 2019 otimista. A recuperação, porém, ainda não é suficiente para reverter a ociosidade, hoje de 40%. Com capacidade de fazer 5 milhões de carros, o setor só produz atualmente 3 milhões.

Depois de um crescimento de cerca de 15% nas vendas deste ano – a segunda alta consecutiva após quatro anos de queda –, a indústria automobilística começa 2019 mais otimista e com previsão de novo resultado positivo. O mercado em recuperação, porém, não é suficiente para reverter a ociosidade, hoje de 40%. Isso significa que há uma sobra de capacidade de produção de 2 milhões de veículos por ano nas fábricas do País.

Essa ociosidade é cara para as montadoras porque edifícios e equipamentos parados ou subutilizados precisam de manutenção. Ao mesmo tempo em que precisa lidar com ativos ociosos, a indústria enfrenta uma revolução com a chegada de carros elétricos e autônomos, a digitalização das fábricas e revendas virtuais – processos que exigem elevados investimentos.

A capacidade produtiva brasileira está em cerca de 5 milhões de unidades anuais desde 2014. Um ano antes, as montadoras tinham batido recorde de 3,7 milhões de veículos produzidos, após quase uma década de crescimento contínuo, e projetavam vender mais de 5 milhões de unidades (entre nacionais e importados) a partir de 2017.

Diante dessas expectativas, as empresas investiram em aumento de capacidade com base em uma demanda crescente. Esse movimento também teve ajuda das marcas premium Audi, BMW, Jaguar Land Rover e Mercedes-Benz, que abriram fábricas no País para escapar da taxação extra imposta aos veículos importados pelo programa Inovar-Auto, encerrado em 2017.

O cálculo da capacidade instalada considera a jornada em dois turnos em cada fábrica, com jornada diária de 8 horas, 250 dias por ano, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

A recessão, contudo, freou o avanço do setor. Em 2016, a produção recuou a 2,17 milhões de veículos, voltando aos níveis de 12 anos antes. A retomada começou ter resultados significativos na geração de empregos, embora as empresas já tenham anunciado contratações. Caso da Mercedes-Benz, que abriu 600 vagas temporárias em São Bernardo, no ABC, para voltar a operar em dois turnos. A fábrica da Fiat em Betim (MG) também pode ampliar a mão de obra com o início da produção de um novo veículo em 2019, diz o presidente da FCA Fiat Chrysler, Antonio Filosa.

A Ford e a Volkswagen têm espaço para elevar a produção, ainda sem contratar. No caso da Ford, a unidade do ABC opera com metade de sua capacidade. “Se precisarmos ampliar a produção, faremos sem contratar”, diz o presidente do grupo na América do Sul, Lyle Watters. Pablo Di Si, que comanda a Volks, diz que a unidade Curitiba pode ir a dois turnos a partir de 2019 com a produção do T-Cross.

2 de janeiro de 2019

Publicação: automotivebusiness

Vendas de veículos leves crescem 13,7% em 2018

Com 2,47 milhões de licenciamentos, setor tem melhor desempenho desde 2015; GM lidera mais uma vez com 17,6%

Faltou pouco para as vendas chegarem aos 2,5 milhões de unidades: 2018 fechou com 2.470.292 automóveis e comerciais leves licenciados, desempenho que agrada os fabricantes e atinge a meta traçada no início do ano, de crescimento em torno de 14%. O aumento foi de exatamente 13,7% sobre 2017, quando foram comercializadas 2.172.594 unidades.

As vendas em 2018 representam o melhor desempenho do setor no mercado doméstico desde 2015 e sinaliza as expectativas da indústria de um crescimento sustentável, que ocorre pelo segundo ano consecutivo. Segundo a Anfavea, a associação dos fabricantes, as vendas devem continuar crescendo em ritmo semelhante este ano, mas o presidente da entidade, Luiz Megale, não arrisca um número fechado, falando apenas em “crescimento de dois dígitos”.

Com 250 dias úteis, as vendas diárias atingiram 9.881 unidades no ano.

Foram vendidos em dezembro 224.389 carros, 1,4% a mais do que em novembro e 9,5% acima dos emplacamentos do mesmo mês de 2017.

Com 433.955 unidades vendidas, a GM Chevrolet fechou o ano como a marca mais vendida no Brasil pela quarta vez consecutiva e colocou quase três pontos porcentuais de participação sobre a Volkswagen, segunda colocada. A GM conquistou 17,6% de market share, contra 14,9% da concorrente, que vendeu 366.931 carros. Terceira colocada, a Fiat vendeu 325.760 e ficou com 13,2% de participação.

22 de dezembro de 2018

Publicação: G1

Volkswagen prevê que escândalo de emissões custará 2 bilhões de euros em 2019, diz jornal

Desde 2015, a montadora pagou mais de 27 bilhões de euros para resolver ações judiciais de investidores e consumidores pelo Dieselgate.

A resolução de um escândalo no controle de emissões de carros a diesel, o Dieselgate, custará 5,5 bilhões de euros à Volkswagen em 2018 e 2 bilhões de euros em 2019, disse o vice-presidente financeiro da empresa, Frank Witter, ao jornal Boersen-Zeitung.

Desde 2015, a montadora alemã pagou mais de 27 bilhões de euros para resolver ações judiciais de investidores e consumidores, bem como multas e remédios regulatórios ligados à resolução de níveis excessivos de emissões de carros a diesel.

Em 2020, a Volkswagen terá custos de cerca de 1 bilhão de euros relacionados à fraude de emissões, disse Witter ao jornal.

25 de Dezembro de 2018

Publicação: Estadão Economia e Negócios

Montadoras reagem em 2018, mas ociosidade das fábricas está em 40%

Depois de um crescimento de cerca de 15% nas vendas deste ano - a segunda alta consecutiva após quatro anos de queda - a indústria automobilística começa 2019 mais otimista e com previsão de novo resultado positivo. O mercado em recuperação, porém, não é suficiente para reverter a ociosidade, hoje de 40%. Isso significa que há uma sobra de capacidade de produção de 2 milhões de veículos por ano nas fábricas do País.

Essa ociosidade é cara para as montadoras porque edifícios e equipamentos parados ou subutilizados precisam de manutenção. Ao mesmo tempo em que precisa lidar com ativos ociosos, a indústria enfrenta uma revolução com a chegada de carros elétricos e autônomos, a digitalização das fábricas e revendas virtuais - processos que exigem elevados investimentos.

A capacidade produtiva brasileira está em cerca de 5 milhões de unidades anuais desde 2014. Um ano antes, as montadoras tinham batido recorde de 3,7 milhões de veículos produzidos, após quase uma década de crescimento contínuo, e projetavam vender mais de 5 milhões de unidades (entre nacionais e importados) a partir de 2017.

Diante dessas expectativas, as empresas investiram em aumento de capacidade com base em uma demanda crescente. Esse movimento também teve ajuda das marcas premium Audi, BMW, Jaguar Land Rover e Mercedes-Benz, que abriram fábricas no País para escapar da taxação extra imposta aos veículos importados pelo programa Inovar-Auto, encerrado em 2017. O cálculo da capacidade instalada considera a jornada em dois turnos em cada fábrica, com jornada diária de 8 horas, 250 dias por ano, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

A recessão, contudo, freou o avanço do setor. Em 2016, a produção recuou a 2,17 milhões de veículos, voltando aos níveis de 12 anos antes. A retomada começou no ano passado, quando atingiu 2,7 milhões de veículos (comerciais leves, caminhões e ônibus). Neste ano a produção deverá crescer 11%. Só não será melhor porque as exportações para a Argentina (que fica com 70% das vendas externas) e para o México, principais clientes brasileiros, tiveram forte retração.

"O mercado deve fechar 2018 perto de 3 milhões de unidades e, em 2019, poderemos chegar a 3,1 milhões apesar da já esperada queda nos volumes para a Argentina", prevê Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford.

A pequena melhora não deve ter resultados significativos na geração de empregos, embora as empresas já tenham anunciado contratações. Caso da Mercedes-Benz, que abriu 600 vagas temporárias em São Bernardo, no ABC, para voltar a operar em dois turnos. A fábrica da Fiat em Betim (MG) também pode ampliar a mão de obra com o início da produção de um novo veículo em 2019, diz o presidente da FCA Fiat Chrysler, Antonio Filosa.

A Ford e a Volkswagen têm espaço para elevar a produção, ainda sem contratar. No caso da Ford, a unidade do ABC opera com metade de sua capacidade. "Se precisarmos ampliar a produção, faremos sem contratar", diz o presidente do grupo na América do Sul, Lyle Watters. Pablo Di Si, que comanda a Volks, diz que a unidade Curitiba pode ir a dois turnos a partir de 2019 com a produção do T-Cross. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

28 de Dezembro de 2018 (07:07)

Publicação: Fator Brasil - Automotivo

Ford cria centro de manufatura avançada para desenvolver a fábrica do futuro

A Ford inaugurou um centro de manufatura avançada em Redford, nos Estados Unidos, para desenvolver as tecnologias das fábricas do futuro. No local, que parece ter saído de um filme de ficção científica, cerca de 100 especialistas trabalham com equipamentos como máquinas de impressão 3D, óculos de realidade virtual e rob's colaborativos, testando novas formas de produção. O investimento na instalação foi de US$45 milhões.

Há mais de 100 anos, a Ford criou a linha de montagem móvel e mudou para sempre a produção dos veículos em massa, diz Joe Hinrichs, presidente de Operações Globais da Ford. Hoje, estamos reinventando a linha de montagem, testando tecnologias do futuro que até agora só eram imaginadas no cinema para aumentar nossa eficiência e qualidade de produção. Impressão 3D: novos horizontes " A Ford está abrindo caminho para o futuro da impressão 3D na indústria automotiva. Em 1988, a empresa adquiriu a terceira impressora 3D fabricada no mundo e hoje possui 90 desses equipamentos para a produção de peças e ferramentas. Os engenheiros do seu Centro de Manufatura Avançada trabalham com 23 máquinas de impressão 3D e dez empresas especializadas nessa tecnologia para desenvolver aplicações com diferentes materiais " desde areia e pó de náilon a carbono. Apenas uma das aplicações em estudo tem o potencial de gerar uma economia de mais de US$ 2 milhões para a empresa.

Peças impressas em 3D já começam a ser usadas na produção de carros da marca. O Shelby Mustang GT500 que será lançado no Salão de Detroit em janeiro traz duas peças do freio impressas em 3D. A F-150 Raptor fabricada para a China também tem um componente da cabine feito dessa forma. Com a disseminação da tecnologia, será cada vez mais comum encontrar esse tipo de peças nos carros.

A impressão 3D também é usada para a produção de ferramentas e peças de reposição para a própria linha de montagem, economizando tempo e dinheiro na encomenda de componentes que poderiam demorar semanas para ser fabricados. Realidade virtual e aumentada " A maioria das pessoas conhece o uso da realidade aumentada em shows e videogames, mas na Ford ela serve para simular e projetar linhas de montagem. Com essa tecnologia, os especialistas do Centro de Manufatura Avançada da Ford podem melhorar a segurança e o fluxo de trabalho de uma linha de produção muito antes da sua construção. A realidade virtual e aumentada também permite que os times de manufatura de diversas regiões do mundo trabalhem juntos para ajustar o processo de montagem de um veículo global que será produzido em fábricas de vários países. Rob's colaborativos " A Ford tem feito grandes avanços no uso de rob's colaborativos " também conhecidos como cobots ", com mais de 100 unidades operando em 24 fábricas ao redor do mundo. Esses rob's são menores e podem trabalhar com segurança ao lado das pessoas, sem a necessidade de gaiolas de proteção.

Na fábrica de transmissões de Livonia (em Michigan, EUA), por exemplo, um cobot é usado em um trabalho de ergonomia tão difícil que os operadores só podem executá-lo durante uma hora por turno. Os estudos desenvolvidos no Centro de Manufatura Avançada da Ford permitem identificar e resolver possíveis problemas de produção antes que os cobots sejam instalados nas fábricas.

O uso de rob's colaborativos vem crescendo e acreditamos que eles podem ser muito úteis na produção, apoiando os operadores, diz Hinrichs. Ambos são necessários: as pessoas são melhores em determinadas tarefas e os rob's em outras " principalmente aquelas que são ergonomicamente pesadas para as pessoas.

01 de Janeiro de 2019

Publicação: Folha - Economia

Prisão de Carlos Ghosn é prorrogada por mais 10 dias

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Tribunal Distrital de Tóquio decidiu nesta segunda-feira (31) prorrogar mais uma vez a detenção do ex-presidente do conselho da Nissan Carlos Ghosn por dez dias, até 11 de janeiro. O juiz aceitou o pedido do promotor, que considerou necessário mais tempo para decidir se indicia Ghosn com novas acusações, disse o tribunal.

Ghosn está detido no Japão desde 19 de novembro. Sua prisão havia sido prorrogada por dez dias em 23 de dezembro e expiraria nesta terça-feira (1º).

O executivo já foi indiciado por má conduta financeira, após supostamente não declarar renda às autoridades financeiras japonesas durante cinco anos.

É acusado também de grave violação de confiança e enfrenta alegações de supostamente fazer a fabricante de automóveis sacar 1,85 bilhão de ienes (US$ 16,8 milhões) em perdas com investimentos pessoais. Ghosn nega.

Procurado, o advogado de Ghosn, Motonari Otsuru, não respondeu às ligações, em um dia de feriado extraoficial no Japão. Um porta-voz da Nissan disse que a montadora não está em posição de comentar sobre o mais recente desenvolvimento do caso. Ele afirmou apenas que a investigação da empresa está em andamento e seu escopo continua a se ampliar. Na semana passada, Greg Kelly, ex-diretor da Nissan, foi solto sob fiança enquanto aguarda julgamento.

Tanto Ghosn quanto Kelly foram presos no final de novembro acusados de supostamente subestimarem o salário de Ghosn na Nissan em um período de cinco anos a partir de 2010. Ambos negam.

O conselho da Nissan demitiu Ghosn como presidente e Kelly como diretor em novembro, embora tecnicamente os dois permaneçam membros do conselho porque só podem ser removidos pelos acionistas da empresa.

A prisão de Ghosn abalou a indústria automobilística e estreitou os laços da Nissan com a parceira francesa Renault, em que Ghosn ainda é presidente e CEO.

Ghosn atuou como CEO da Nissan por mais de uma década até 2017 e, simultaneamente, ocupou o cargo de executivo-chefe da aliança Renault-Nissan-Mitsubishi até sua prisão.

As três montadoras estão ligadas por uma complicada estrutura acionária, sob a qual a Renault detém uma participação de 43,4% na Nissan, e a Nissan detém uma participação de 15% na Renault, sem direito a voto. A Nissan tem ainda uma participação de 34% na Mitsubishi Motors.

Desde a prisão de Ghosn, o presidente-executivo da Nissan, Hiroto Saikawa, pediu mudanças para enfraquecer a influência do acionista controlador, a Renault.

A prisão de Ghosn também colocou o sistema de justiça criminal do Japão sob escrutínio internacional e provocou críticas por algumas de suas práticas, incluindo manter suspeitos detidos por longos períodos e proibir advogados de defesa de estarem presentes durante os interrogatórios, que podem durar oito horas por dia.

26 de Dezembro de 2018 (15:08)

Publicação: Portal Nacional Segs - Notícias

Dassault Systèmes anuncia aquisição da IQMS por US$ 425 milhões

A Dassault Systèmes, empresa 3DEXPERIENCE, líder mundial em software de projetos 3D, 3D Digital Mock Up e Product Lifecycle Management (PLM), anuncia a aquisição por US$ 425 milhões da IQMS, companhia líder no mercado de software ERP para operações de manufatura

Com a negociação, a Dassault Systèmes amplia a plataforma 3D EXPERIENCE para pequenas e médias empresas de manufatura que buscam transformar digitalmente suas operações comerciais. A conclusão da transação está sujeita à aprovação dos órgãos antitruste nos Estados Unidos. A expectativa é que a finalização deste processo aconteça até o início de 2019.

Disponível em versões locais e também como serviço em Nuvem, o software ERP da IQMS oferece solução completa para gerenciamento de ecossistemas de engenharia, manufatura e negócios, conectando digitalmente o processo de pedidos, agendamento, produção e remessa em tempo real. Ao integrar as soluções da IQMS à plataforma 3D EXPERIENCE, a Dassault Systèmes fornecerá um sistema acessível para melhorar a colaboração, eficiência de fabricação e a agilidade comercial das organizações.

Atualmente, as soluções da IQMS são usadas por mais de 1.000 clientes da indústria automotiva, equipamentos industriais, dispositivos médicos e bens de consumo, entre outros. A Dassault Systèmes ajudará a IQMS a expandir essa base de clientes e, ao mesmo tempo, irá ampliar ainda mais sua presença no mercado com os aplicativos SOLIDWORKS, que são fornecidos e suportados pelo canal global de parceiros profissionais da empresa.

27 de Dezembro de 2018 (07:36)

Publicação: Zero Hora - Economia

Crise argentina faz Brasil voltar a cumprir acordo de exportação de veículos

O acordo comercial entre Brasil e Argentina para veículos, que impõe limites de exportação e importação, voltou a ser respeitado pelas montadoras nos últimos meses, depois que o país vizinho entrou em uma nova crise econômica e passou a demandar menos carros brasileiros. O novo cenário facilita as negociações para renovação do acordo, uma vez que a situação anterior, de excesso, incomodava o governo argentino.

Pelo acordo em vigor entre os dois países, para cada US$ 1 em veículos e autopeças importados da Argentina, o Brasil pode exportar no máximo US$ 1,50 para lá. No entanto, durante 2016, 2017 e o primeiro semestre deste ano, o lado brasileiro excedeu esse limite. Isso ocorreu porque, enquanto o mercado argentino batia recorde e demandava mais carros, as vendas de veículos no Brasil se recuperavam lentamente. Nesse período, a relação de comércio chegou a superar a casa de US$ 2. Desde maio, no entanto, a Argentina tem passado por um período de aceleração da inflação e depreciação da moeda, levando a taxa básica de juros do país a mais que dobrar, para cerca de 60% ao ano. As condições piores de crédito derrubaram as vendas de veículos para o consumidor argentino, enquanto o mercado brasileiro passou a crescer com mais força, reequilibrando a balança.

Em cálculo que considera os volumes de exportação e importação entre maio e novembro, para cada US$ 1 importado da Argentina, o Brasil exportou US$ 1,14 para o país. Ou seja, o lado brasileiro virou deficitário nos últimos meses, embora historicamente seja superavitário.

Limites. Com o limite novamente respeitado, as discussões para renovação do acordo terão uma barreira a menos. Antes, durante o período de excesso, a Argentina, incomodada, chegou a notificar as montadoras responsáveis, exigindo garantias de que, ao fim da vigência do documento, as multas cabíveis seriam pagas.

Essa atitude do governo argentino contribuiu para que as discussões para renovação do acordo fossem antecipadas para 2018, embora a vigência do contrato atual só acabe em junho de 2020. As conversas, porém, foram interrompidas após a vitória de Jair Bolsonaro para presidente. Com a transição de governo, a negociação foi suspensa e, segundo representantes das montadoras, só deve ser retomada em 2019.

Por enquanto, a proposta da Argentina é de ampliar o acordo por mais três anos. O governo brasileiro concorda, desde que o limite da relação de comércio seja ampliado para ao menos US$ 1,70. O governo argentino resiste em elevar o índice porque não quer aumentar o déficit de suas contas. De qualquer forma, está afastada a possibilidade de haver livre comércio, desejo antigo das montadoras.

Para 2019, não há perigo de a relação de comércio voltar a ser desrespeitada. Isso porque as empresas apostam em novo recuo para o mercado argentino, de 20% a 25%, e mais um ano de expansão para o Brasil, de 10% a 13% (leia mais ao lado). Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as vendas na Argentina só devem começar a se recuperar no segundo semestre de 2019, por causa do acordo do país com o Fundo Monetário Internacional (FMI). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

25 de Dezembro de 2018

Publicação: Diário Catarinense - Economia

Honda deve abrir fábrica que ficou fechada por 3 anos

Pronta há quase três anos e mantida fechada por causa da queda de demanda durante a recessão, a fábrica da Honda em Itirapina (SP), projeto de R$ 1 bilhão, finalmente será inaugurada no primeiro trimestre de 2019.

A expectativa de geração de empregos na cidade de 17 mil habitantes, que mobilizou boa parte dos moradores no período das obras, está voltando. No entanto, a Honda vai começar inicialmente empregando apenas 200 funcionários, todos eles transferidos de sua fábrica de Sumaré (SP).

O número relativamente baixo de uso de mão de obra reflete tanto a cautela da montadora japonesa no País quanto uma mudança estrutural do emprego no setor automotivo, segundo especialistas.

"Antes, quando a produção de veículos aumentava, o emprego bombava", diz o presidente da consultoria Bright, Paulo Cardamone. "Isso não vai ocorrer mais pois a indústria está cada vez mais competitiva e eficiente com a digitalização da produção, a chamada indústria 4.0, que vem aumentando."

Ou seja: a tendência de geração de empregos em montadoras tende a ser menor. Hoje, as montadoras empregam atualmente 111,7 mil funcionários que devem produzir aproximadamente 3 milhões de veículos este ano, sem contar as máquinas agrícolas. Como base de comparação, em 1980, para uma produção de 1,1 milhão de unidades, as montadoras empregavam 133 mil pessoas.

Nos três piores anos da crise, de 2014 a 2016, o setor fechou 30,9 mil vagas. Nos dois anos de recuperação foram gerados, até novembro, 7,3 mil postos.

Mesmo assim, em Itirapina, muita gente está se preparando para uma vaga na Honda. Nesse contingente está Flaviane Estela Bressani, 33 anos, que conseguiu um emprego de analista de custos há um mês, em uma empresa na cidade vizinha de Limeira, após ficar desempregada por dois anos.

"Todos estão ansiosos novamente", afirma Flaviane, que mora com a mãe. "Aguardamos informações se será preciso atualizar os currículos já enviados e se teremos de fazer novo curso, mas até agora ninguém recebeu qualquer informação", diz ela, ciente de que as primeiras vagas ficarão com os funcionários atuais. Entre 2015 e 2016, Flaviane e centenas de moradores do município fizeram cursos no Senai abertos para preparar mão de obra para a montadora, que havia anunciado potencial de 2 mil empregos quando a fábrica estivesse operando em capacidade plena.

Manter a fábrica fechada por tanto tempo foi muito caro, segundo o presidente da Honda, Issao Mizoguchi. O arranjo possível foi transferir toda a linha de carros para Itirapina e manter em Sumaré a produção de componentes, como motores e estamparia.

Quando confirmou a segunda fábrica, em agosto de 2013, o grupo japonês tinha a intenção de dobrar sua produção no País - mas isso deve demorar para acontecer. As duas unidades têm capacidade para 120 mil carros ao ano. Inicialmente será transferida apenas a linha do Fit, que será produzido isoladamente pelo menos por dois anos, em um turno, informa Mizoguchi. Para essa atividade serão necessários cerca de 500 funcionários. Os demais modelos da marca, Civic, City, HR-V e WR-V só deverão chegar à fábrica em 2021.

Pelo segundo ano seguido, o crescimento das vendas de veículos no Brasil está ancorado nas vendas diretas - feitas pelas montadoras a frotistas, locadoras, produtores rurais, taxistas, pessoas com deficiência física e pequenas empresas. Esse tipo de negócio, normalmente feito com descontos de 10% a 30%, tem sido a alternativa das montadoras para ocupar a capacidade das fábricas. Atualmente, essa modalidade responde por 43% das vendas de automóveis e comerciais leves, que até novembro somam 2,25 milhões de unidades. É a maior participação desde 2003, quando esse dado passou a ser divulgado. Serão comercializados neste ano cerca de 340 mil veículos a mais do que em 2017. As vendas diretas colaboram com 62% desse crescimento. Os negócios diretos devem somar 1,1 milhão de unidades, 24% mais que em 2017. As vendas para pessoas físicas devem crescer 10%, para 1,48 milhão de unidades.

Alguns executivos do setor acreditam que essa relação vai mudar em 2019, previsão que não é compartilhada por Paulo Cardamone, presidente da consultoria Bright. "Há uma 'pejotização' no mercado pois, além dos grandes frotistas, qualquer pessoa que tenha CNPJ consegue comprar com desconto maior do que o oferecido ao consumidor normal", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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