01 de abril de 2019

Publicação: OESP, p. B-7

Caoa fecha acordo de confidencialidade em negociação com Ford.

Montadora americana decidiu fechar unidade no ABC Paulista; grupo brasileiro negocia para assumir a fábrica.

A montadora brasileira Caoa assinou um acordo de confidencialidade para negociar uma potencial compra da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (SP), de acordo com fonte familiarizada com a questão. A Caoa já é a maior distribuidora da marca no País.

As negociações não seriam finais, mas são um sinal de que as duas empresas estão mais próximas de chegar a um acordo, disse a fonte.

A Caoa, que começou como uma cadeia de concessionárias, expandiu-se para a fabricação nos últimos anos, primeiro como parceira da coreana Hyundai no País e mais recentemente comprando metade de uma fábrica originalmente desenvolvida pela chinesa Chery.

Em fevereiro, a Ford anunciou que iria fechar a fábrica, a mais antiga de sua propriedade no Brasil, em meio a um plano de reestruturação global, com a demissão de um total de 4,5 mil trabalhadores, entre diretos e indiretos.

A empresa ligou a decisão à necessidade de retomar a lucratividade sustentável de suas operações na América do Sul, onde afirmou ter registrado prejuízos de US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 16,6 bilhões) entre 2013 e 2018. O Brasil responde por cerca de 60% das vendas da marca na região.

O anúncio do fechamento da unidade no ABC – uma planta histórica, que estava nas mãos da empresa americana há 50 anos – provocou uma campanha liderada pelo governador de São Paulo, João Doria, para encontrar um comprador para o local. O ativo teria atraído, até agora, três interessados.

A unidade de São Bernardo do Campo – que produzia caminhões e também o veículo Fiesta, que tem vendas fracas e será descontinuado pela montadora – está com a linha de produção parada desde 19 de fevereiro, quando a Ford anunciou o fechamento da planta. Trabalhadores e sindicatos têm realizado protestos. Líderes sindicais e chegaram a negociar a reversão da decisão com a montadora nos EUA, sem sucesso.

A Ford se recusou a comentar sobre o acordo de confidencialidade. Procurada, a Caoa não respondeu às solicitações de contato ontem.

01 de abril de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Yamaha promove Aguiar Júnior a presidente das empresas financeiras

Executivo está há 11 anos na montadora e vai dirigir o banco, consórcio e corretora de seguros

REDAÇÃO AB

A Yamaha promoveu Nelson Dias de Aguiar Júnior a presidente das empresas financeiras (banco, consórcio e corretora de seguros). O executivo até então atuava como diretor comercial do banco e do consórcio da montadora. Ele vai se reportar ao presidente da Yamaha Motor do Brasil, Mitsuyoshi Sunakawa.

Aguiar Júnior atua na Yamaha há 11 anos e participou da criação do Banco Yamaha. Tornou-se assistente da diretoria em julho de 2017 e foi promovido a diretor no ano seguinte. Com a ajuda do executivo a empresa pretende manter a expansão dos negócios financeiros do Grupo Yamaha no Brasil, além de fortalecer o apoio às atividades comerciais.

A Yamaha terminou 2018 com 129 mil motos emplacadas, 13,7% do mercado brasileiro e crescimento de 11,8% sobre 2017.

01 de abril de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Denso tem novo presidente no Brasil e COO da América do Sul

Giuseppe Zippo assume os novos cargos no lugar de Hiroshige Shinbo, que retorna ao Japão

REDAÇÃO AB

O executivo Giuseppe Zippo assume na segunda-feira, 1º, o cargo de presidente da Denso do Brasil e também o de COO da empresa para a América do Sul, funções antes exercidas por Hiroshige Shinbo, que retorna ao Japão após nove anos no País.

O executivo assume a responsabilidade das operações da Denso, que possui fábricas em Curitiba (PR) e Santa Bárbara d’Oeste (SP), além de acumular o cargo que ocupava anterior, de presidente e CEO da divisão da Denso para sistemas térmicos no Brasil, com unidades em Betim (MG) e Goiana (PE). Além disso, supervisionará a unidade da Denso em Córdoba, na Argentina.

Pela primeira vez a liderança da empresa será exercida por alguém de descendência não-asiática. De origem italiana, Zippo está na Denso há 22 anos, começando sua carreira na unidade de Turin, Itália, logo após a aquisição da Magneti Marelli na região. Em 2000, chegou ao Brasil para ocupar o cargo de diretor industrial da Denso Sistemas Térmicos. Seis anos depois, foi para Portugal na função de CEO da João de Deus, empresa do Grupo Denso no país. Após quatro anos, retornou ao Brasil como presidente e CEO da divisão de sistemas térmicos.

Graduado em Engenharia Mecânica pelo Instituto Politécnico de Turin, o executivo é pós-graduado em Gestão Empresarial.

29 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Vendas do Jeep Renegade crescem 73% no trimestre

Modelo teve 15,5 mil emplacamentos no período e lidera com certa folga o segmento dos SUVs

REDAÇÃO AB

O Jeep Renegade não só fechou o primeiro trimestre com folga na liderança entre os SUVs, mas também obteve importante alta nas vendas: com 15,5 mil unidades emplacadas no período, registrou crescimento de 73% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Neste período de um ano ele saltou da 18ª para a sexta posição no ranking dos automóveis mais vendidos do País, de acordo com dados do Renavam e estimativas de Automotive Business.

Na lista dos SUVs ele era apenas o quinto colocado um ano atrás. As mudanças na linha 2019, uma opção mais competitiva na faixa dos R$ 80 mil e uma forte campanha publicitária vêm atingindo o objetivo da FCA de aumentar as vendas do utilitário esportivo.

O Jeep Compass mantém desde o começo do ano o segundo lugar entre os utilitários esportivos. Teve 12,9 mil unidades emplacadas no trimestre. Recuou apenas 0,9% pela comparação interanual.

O Nissan Kicks surge no acumulado do trimestre como novo terceiro colocado. Com 12,1 mil unidades, tomou o posto do Honda HR-V, que teve 11,6 mil emplacamentos no período, 9,8% abaixo na comparação interanual. O Hyundai Creta ocupa a quinta colocação, com 10,9 mil unidades emplacadas em três meses. O volume é 13,9% mais alto que o alcançado no primeiro trimestre de 2018.

O Ford EcoSport vem na sequência, com 7,5 mil unidades licenciadas de janeiro a março. Apesar do aumento da concorrência, o modelo conseguiu ampliar suas vendas em 6,6% na comparação com iguais meses de 2018. Tudo indica que a nova versão sem estepe na tampa traseira já traz algum resultado.

29 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Grupo assina termo para negociar compra da Ford São Bernardo

Sem revelar nome da empresa, governador diz a sindicato que negociação evolui para manter empregos na fábrica

REDAÇÃO AB

Wagner Santana, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, saiu do encontro com o governador paulista João Doria na quinta-feira, 28, com a confirmação de que um dos grupos interessados em comprar a fábrica da Ford em São Bernardo do Campo assinou um termo de confidencialidade com a montadora, para seguir adiante com as negociações. Existe a expectativa que o negócio seja fechado durante o mês de abril.

Há pouco mais de um mês a Ford anunciou que iria encerrar as atividades industriais da planta até o fim deste ano. Dias depois Doria prometeu ajudar a encontrar um comprador e já havia dito que três empresas, uma nacional e duas estrangeiras, tinham manifestado interesse, mas não disse qual delas assinou o termo. Até agora, somente o Grupo Caoa confirmou que conversava com a empresa sobre a possível compra.

“Saímos esperançosos. O governador se mostrou confiante com o encaminhamento das negociações, cujo conteúdo é tratado em sigilo comercial”, afirmou em comunicado Santana, que participou da reunião no Palácio dos Bandeirantes junto com o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, do diretor e ex-presidente do sindicato, Rafael Marques, e dos membros do Comitê Sindical na Ford, José Quixabeira de Anchieta e Adauto de Oliveira.

Segundo Santana, Doria também informou que as negociações estão sendo encaminhadas levando em conta a manutenção de todos os 2,8 mil empregados diretos da linha de produção da Ford em São Bernardo. “Ele (o governador) reafirmou que essa tem sido a exigência constante nas conversas com os possíveis investidores. É uma condição para que o acordo seja feito”, contou o presidente do sindicato.

O sindicato também negocia com a direção da Ford as condições de desligamento dos trabalhadores da montadora. “Havendo comprador, será necessário encerrar um contrato e iniciar outro. Estamos atentos para fechar um acordo que seja justo para esses trabalhadores, que fizeram a riqueza da empresa por tanto tempo. A Ford tem um preço a pagar por sua decisão”, destaca Santana. Quando anunciou o fechamento da unidade, em 19 de fevereiro, a Ford informou que a operação implicaria em custos calculados de US$ 460 milhões, que seriam gastos ainda em 2019.

Na próxima terça-feira, 2, o sindicato convocou nova assembleia em frente à fábrica, “para informes e encaminhamentos”. Todas as atividades industriais da planta estão paralisadas desde o anúncio de seu fechamento.

29 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Renault Sport e DuPont desenvolverão produtos para veículos eletrificados

Parceria prevê Fórmula 1 como laboratório de novas soluções para motores híbridos e elétricos

REDAÇÃO AB

A Renault Sport, divisão do grupo para o automobilismo, se uniu à DuPont em uma parceria técnica para o desenvolvimento de soluções para motores híbridos e elétricos, que devem contribuir para o avanço da Fórmula 1, com o objetivo de, no futuro, também explorar oportunidades de novas tecnologias para veículos de passeio em um modelo de negócio de co-inovação.

As áreas de colaboração incluem o desenvolvimento de soluções adesivas estruturais para o gerenciamento térmico de baterias, bem como materiais para energia, infraestrutura e sinal eletrônico. Como materiais inovadores e de alto desempenho, poderão ser rapidamente validados no ambiente automobilístico, podendo beneficiar diretamente o design de veículos mais leves e mais econômicos, sem comprometer o desempenho, o conforto ou a segurança - seja em um carro de corrida ou em um carro de estrada.

“A Fórmula 1 é conhecida por ser o esporte mais tecnologicamente avançado do mundo e adotou os motores elétricos híbridos nos últimos anos. Se as tecnologias co-desenvolvidas entre DuPont e o time Renault F1 puderem fazer uma diferença no desempenho da velocidade, do estresse e do calor de um carro de F1 correndo em uma pista a 370 km /h, então estamos confiantes de que podemos acelerar essas soluções para beneficiar aplicações em carros individuais”, declarou o diretor de operações da divisão de produtos especiais e diretor executivo da DuPont, Marc Doyle.

Por mais de 80 anos, a DuPont vem trazendo inovações para a indústria automotiva por meio de suas principais soluções em polímeros e adesivos de engenharia, que atualmente desempenham um papel vital em termos de redução de peso, gerenciamento térmico, conectividade e segurança.

“A DuPont tem um legado de longa data na criação e desenvolvimento de produtos inovadores que melhoram o desempenho de veículos de automobilismo e individuais, ao mesmo tempo em que os tornam mais seguros, eficientes e sustentáveis”, disse Cyril Abiteboul, diretor administrativo da Renault Sport Racing. “Nossa parceria de desenvolvimento técnico de vários anos permitirá avanços na tecnologia híbrida e nas soluções de chassi. Acreditamos que isso resultará em maior eficiência e competitividade.”

29 de março de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Hyundai HB20 volta ao segundo lugar em vendas

Hatch superou o Ford Ka por cerca de 500 unidades no trimestre; emplacamentos do Onix crescem 32%

MÁRIO CURCIO, AB

O Hyundai HB20 retomou do Ford Ka no acumulado até março o segundo lugar entre os automóveis mais vendidos no Brasil. O Hyundai fechou o trimestre com 24,2 mil unidades, ante 23,7 mil do Ford. Os números foram obtidos a partir de resultados do Renavam e de estimativas de Automotive Business. O HB20 recupera o posto que ocupou nos acumulados de 2016, 2017 e 2018, mas é importante ressaltar que a briga com o Ka foi intensa em 2018 (105,5 mil unidades para o Hyundai, ante 103,3 mil do Ford). A liderança no ranking nacional permanece com o Chevrolet Onix, que nestes três meses já teve 55,1 mil unidades emplacadas, 32% a mais que no mesmo período do ano passado. O Fiat Argo ocupa a quarta posição entre os hatches, com 16,2 mil unidades no trimestre e alta de 26% sobre o mesmo período do ano passado. As estimativas mostram o Volkswagen Gol como o quinto hatch mais vendido, com 15,5 mil unidades, 44 carros à frente do Renault Kwid. O Volkswagen Polo somou 15,2 mil emplacamentos no trimestre e ocupa o sétimo lugar entre os hatches. Caiu duas posições no ranking em relação a fevereiro e 14% em volume de vendas na comparação interanual.

PRISMA MANTÉM A PONTA ENTRE OS SEDÃS

O Chevrolet Prisma manteve o bom ritmo de vendas e anotou 20,4 mil unidades emplacadas no acumulado do ano. O volume é 24,5% mais alto que no primeiro trimestre do ano passado. No ranking geral ele é o quarto automóvel mais vendido.

O segundo sedã mais vendido é o Corolla, com 11,1 mil licenciamentos no trimestre. Na comparação com o primeiro trimestre de 2018 suas vendas recuaram 19,2%. Entre os motivos estão a migração de consumidores de sedãs para SUVs e também o fato de que o carro será renovado este ano.

O Volkswagen Virtus segue firme como terceiro sedã mais vendido do País, com 9,7 mil unidades emplacadas no trimestre. A presença do modelo se torna cada vez mais comum nas ruas, tanto nas mãos de consumidores comuns como de taxistas.

Parece que a Volkswagen acertou a mão não só no estilo mas no espaço interno, para bagagem e na oferta de equipamentos e motorização. O Ka sedã (8,7 mil licenciamentos) e o Toyota Yaris sedã (6,9 mil) aparecem como quarto e quinto colocados.

01 de Abril de 2019 (06:26)

Publicação: Baguete Diário - Notícias

Toyota: vazamento de dados no Japão

Caminhonetas da Toyota são resistentes, o problema são os sistemas. Foto: Pixabay.

Hackers invadiram os sistemas da Toyota na sede da montadora no Japão, roubando dados relacionados a uma série de subsidiárias da empresas focadas em vendas em todo o país.

De acordo com a companhia, os servidores invadidos tinham armazenadas informações de 3,1 milhões de clientes. A empresa ainda está investigando se dados foram roubados ou não.

Dados financeiros não estavam nos servidores invadidos, garante a empresa, que não disse que tipos de dados podem ter sido copiados.

Esse é o segundo incidente de segurança afetando a Toyota no que vai de ano. Em fevereiro, um ataque similar afetou a filial na Austrália.

O ataque australiano foi mais grave, impossibilitando a empresa de gerenciar vendas e entregas.

Alguns analistas apontam como possíveis culpados o grupo de hackers vietnamitas APT32 (OceanLotus), que costumam atacar players da indústria automotiva. Os dois ataques estariam relacionados.

31 de Março de 2019

Publicação: Agência Estado Conjuntura e Finanças

Autopeças sentem efeitos de saída da Ford do ABC

A decisão repentina da Ford de fechar a fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, deixou várias de suas fornecedoras com altos estoques de peças encomendadas dias antes do comunicado, feito em 19 de fevereiro.

Com R$ 2 milhões em peças encalhadas, a Fastplas, de Diadema (SP), aguarda sinal da montadora para entregar a encomenda ou ser indenizada. Um grupo de 60 funcionários, de um total de 480, está em férias coletivas desde que os trabalhadores da Ford decidiram não ligar mais as máquinas, em protesto contra o fechamento.

“Dez dias antes de anunciar o fechamento, a Ford confirmou pedidos”, diz Peter Otto Köcher, presidente da Fastplas. A empresa fornece peças plásticas para interior, exterior e compartimento do motor para a Ford desde 2002 e tem 15% da produção destinada à montadora.

Köcher afirma que, na semana passada, se reuniu com a montadora para buscar entendimento, mas as negociações devem se estender por 30 dias. Diferentemente da Fastplas, a Parker Hannifin, fabricante de mangueiras de alta pressão, válvulas e conectores em Diadema, ainda não conseguiu contato para negociar o estoque destinado à Ford. Turíbio Lombardi, gerente de vendas e marketing, diz que a empresa recebeu pedidos um dia antes do anúncio do fim da produção. “A paralisação afetou 30% da nossa produção de conexões para linha de freio e combustível.” Com 140 funcionários, a empresa estuda dar férias coletivas a parte deles.

Em Guarulhos (SP), a Cummins dispensou 70 operários que tinham contratos temporários por mais seis meses, informa o vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos local, Josinaldo José de Barros. A fábrica tem 1,3 mil funcionários e dedicava 25% da produção de motores à Ford. A Cummins espera que essa produção seja absorvida por outras fabricantes.

“Como o mercado de caminhões está em plena recuperação, acreditamos que, no médio prazo, outros clientes vão dividir a parcela que era da Ford”, diz Besaliel Botelho, presidente da Bosch, que faz diversos componentes eletrônicos. Ele admite que, no curto prazo, o impacto da interrupção do fornecimento “será importante”.

Em 2018, as vendas de caminhões somaram quase 76 mil unidades, 46% a mais que em 2017. A Ford respondeu por 12% dos negócios. Para este ano, o setor prevê nova alta de 15%. A Volkswagen Caminhões e a Mercedes-Benz já entraram na disputa pela clientela da Ford.

É com essa substituição que Reynaldo Contreira, presidente da Wabco, conta. Cerca de 5% do faturamento do grupo vêm das vendas de compressores de ar e cilindros de freios para caminhões Ford.

Do faturamento das cinco fábricas de peças plásticas da Autometal no ABC e São Paulo, 5% vêm das vendas para a Ford. “Vamos desenvolver novos projetos para usar essa capacidade com outros clientes”, diz Júlio César Sanches, responsável pelo grupo.

Enquanto a situação não é resolvida, a empresa poderá dar férias coletivas. Só as unidades do ABC empregam mil trabalhadores. “Se os novos projetos não derem certo, haverá cortes”, lamenta Sanches.

Trabalhadores esperam por um comprador

Os cerca de 4,5 mil trabalhadores da Ford no ABC paulista - 3 mil diretos e 1,5 mil terceirizados - depositam as esperanças em manter os empregos nas negociações que estariam em andamento entre grupos interessados em adquirir a fábrica.

Desde o anúncio do fechamento, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC orientou os trabalhadores a não retomarem as atividades por questões de segurança. “Há riscos de acidentes, pois como alguém vai conseguir trabalhar numa situação dessas?”, justificou o presidente da entidade, Wagner Santana.

Desde então, os trabalhadores têm realizado diversos protestos em assembleias e passeatas pela cidade. Na terça-feira, será realizada nova assembleia nos portões da fábrica.

Na quinta-feira à noite, Santana e outros dirigentes do sindicato estiveram com o governador João Doria (PSDB) e ouviram dele que as negociações estão em andamento e que foi assinado um termo de confidencialidade entre a montadora e um dos grupos interessados.

Logo após o anúncio do encerramento das atividades, Doria se comprometeu a buscar um investidor interessado em manter no local atividades produtivas e, assim, garantir os empregos. Ele disse ter falado com três empresas, duas multinacionais que não tiveram os nomes divulgados e uma brasileira, o grupo Caoa, que tem fábricas em Anápolis (GO), onde produz caminhões e automóveis da marca Hyundai, e em Jacareí (SP), onde produz carros em parceria com a Chery.

O presidente do grupo Caoa, Mauro Correia, disse na semana passada que as discussões são incipientes. “Ainda estamos avaliando, tentando entender o processo, e isso leva tempo.”

Indenizações. Santana informou que tem se reunido com a direção da Ford para negociar o encerramento dos contratos dos funcionários, pois, havendo um comprador, será necessário fechar um contrato e iniciar outro. “Estamos atentos para fechar um acordo que seja justo para esses trabalhadores”, disse. “A Ford tem um preço a pagar por sua decisão.”

A montadora disse ter reservado US$ 460 milhões (cerca de R$ 1,7 bilhão) para pagar indenizações a trabalhadores, fornecedores e revendedores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

30 de Março de 2019 (17:14)

Publicação: Jornal O Tempo - Economia

Montadoras querem mais detalhes sobre redução de ICMS oferecido por Doria

O programa de incentivo ao setor automotivo, anunciado há três semanas pelo governo de São Paulo para permitir novos investimentos da General Motors, tem informações insuficientes para que outras montadoras possam seguir o mesmo caminho e anunciar aportes adicionais, segundo as empresas.

Parte delas está com planos em curso e não seria um incentivo no ICMS que as faria aumentar a aposta. Para outras, a exigência mínima é alta para justificar novo investimento num momento em que o mercado se recupera gradualmente e está longe de chegar ao auge de 2012. O principal fator para não aderir ao programa, no entanto, é a falta de detalhes.

O que está no decreto publicado dia 9 de março é insuficiente para tomar uma decisão. A Secretaria da Fazenda, em nota, disse que o governo ainda trabalha na resolução que vai regulamentar os termos do decreto. O IncetivAuto, nome dado ao programa, oferece descontos de até 25% no ICMS para montadoras que investirem a partir de R$ 1 bilhão e gerarem no mínimo 400 vagas diretas. Para obter o desconto máximo, o investimento tem de ser de pelo menos R$ 10 bilhões.

As empresas que atenderem às exigências mínimas do programa terão desconto de 2,5% no ICMS. A cada bilhão a mais, o desconto cresce 2,5 pontos percentuais. O incentivo foi anunciado após negociação de quase dois meses com a GM, que em janeiro ameaçou deixar de investir nas fábricas de São Caetano do Sul e São José dos Campos. Não por acaso, após o anúncio do programa a GM anunciou plano de R$ 10 bilhões até 2024.

A Volkswagen, com fábrica em São Bernardo do Campo e Taubaté, tem plano em curso de investir R$ 7 bilhões de 2017 a 2020 no Estado. A empresa ressaltou que considera positiva a medida do governo e até avalia nova rodada de investimento para depois de 2020. Porém, disse que "é necessário maior entendimento dos detalhes da medida para uma visão mais clara sobre possíveis impactos para a empresa".

A Scania, com fábrica em São Bernardo, disse que "aguarda mais detalhes do programa para entender os benefícios e obrigações previstas". A Honda tem duas plantas no Estado (uma delas inaugurada nesta semana), e já havia dito que a medida não teria impacto sobre seu negócio. O programa, além disso, não fez a Ford voltar atrás em sua decisão de encerrar a operação de São Bernardo destinada à caminhões e ao Fiesta. A fábrica está à venda e há três interessados. O programa pode beneficiar o possível comprador.

30 de Março de 2019

Publicação: Agência Estado Conjuntura e Finanças

Peugeot acelera plano para voltar ao mercado americano, após quase 30 anos de ausência

Paris, 30/03/2019 - O executivo-chefe da Peugeot, Carlos Tavares, disse que a montadora francesa está acelerando seu cronograma de retorno ao mercado norte-americano após uma ausência de quase três décadas e planeja oferecer modelos a motoristas americanos de toda a linha da marca.

O plano para a incursão da Peugeot nos EUA veio depois que o The Wall Street Journal informou que a Fiat Chrysler Automobiles NV recusou uma oferta da Peugeot para explorar uma combinação entre as montadoras.

Em uma entrevista em seu escritório perto de Paris, Tavares disse que a Peugeot começaria a exportar uma seleção de modelos de toda a marca Peugeot para os EUA e Canadá dentro de três a quatro anos. Isso é mais cedo do que seu cronograma anterior de entregar a Peugeots aos EUA até 2026. A capacidade de se mover mais rápido nos EUA, disse Tavares, foi ajudada pela aquisição da Opel porque deu à empresa uma equipe de engenheiros familiarizados com as especificações dos EUA. por meio de sua experiência anterior com a General Motors Co. A mudança, disse Tavares, também seguiu o feedback positivo de "testes clínicos intensivos" com consumidores americanos.

Tavares disse que, em vez de construir uma rede tradicional de revendedores, a Peugeot identificou uma maneira "relativamente inovadora" de distribuir carros que incluía vendas on-line, mas também permitiria que os clientes testassem seus veículos. "Como as pessoas não conhecem nossos produtos, não vão comprar apenas com base no que veem na tela", disse ele.

Tavares explica que está se aproximando dos EUA com cautela porque quer ser rentável o país desde o começo. "Eu quero ser um jogador de longo prazo nos EUA", acrescentou Tavares. "O que podemos trazer para os EUA é baseado em tudo que você vê hoje. Estamos lançando nossos carros elétricos, estamos lançando nossos carros híbridos plug-in, estamos lançando grandes SUVs. Não há limite."

O plano de Tavares de entrar novamente no mercado dos EUA, no entanto, traz riscos. O mercado é dominado por caminhonetes e grandes veículos utilitários esportivos - que não são o forte da linha da Peugeot. O mercado automobilístico dos EUA também ultrapassou seu pico, e marcas globais bem estabelecidas, como Ford Motor, General Motors, Toyota, Nissan, Volkswagen AG, competiram agressivamente pelas vendas declinantes de carros novos.

"O Grupo PSA tem 18% do mercado europeu, e os concorrentes na Europa são os mesmos que eu tenho nos EUA", disse Tavares, acrescentando que "levará muitos anos até que tenhamos participação de mercado". Fonte: Dow Jones Newswires.

30 de Março de 2019

Publicação: Estadão Economia e Negócios

Montadora quer rever acordo com o México

As montadoras brasileiras vão formalizar ao ministro da Economia, Paulo Guedes, um pedido para que o acordo de livre-comércio de veículos com o México seja revertido e que volte a ser adotado o sistema de cotas livres de impostos. Também pedirão uma regra mais suave quanto à origem das peças usadas nos carros, segundo fontes do setor.

Pelo acordo, os dois países passaram a ter livre-comércio a partir do último dia 19, com a exigência de que os carros produzidos no México e exportados ao mercado brasileiro tenham 40% de peças produzidas localmente, e vice-versa. Antes, o comércio tinha um sistema de cotas e a exigência de conteúdo local era menor, de até 35%.

De acordo com representantes das montadoras, desde que o acordo passou a ser de livre-comércio, o México tem tido dificuldades para atingir a exigência de 40% de conteúdo local e, em razão disso, o comércio diminuiu significativamente.

O país importa grande parte dos componentes usados na produção dos veículos - especialmente dos Estados Unidos, para onde exporta a maioria dos automóveis que produz.

Com isso, a associação que representa as montadoras do México (Amia) entrou em contato com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para tentar convencer os dois governos a reverem as condições anteriores da parceria comercial em vigor desde 2002.

Se os dois governos concordarem em retomar a exigência de conteúdo ao nível de 35%, estariam reduzindo uma barreira para a exportação de veículos mexicanos para o Brasil. Para compensar essa "abertura", o livre-comércio seria revertido, com o retorno do sistema de cotas.

Antes do acordo vencer, a Anfavea já defendia a manutenção de cotas por pelo menos mais três anos, alegando falta de competitividade do produto brasileiro em relação ao mexicano. O receio é de fuga de investimentos no País.

Após reunião realizada na quinta-feira com representantes das montadoras, a Anfavea decidiu mandar uma carta ao ministro Paulo Guedes com a sugestão e as devidas explicações técnicas.

No ano passado, nem Brasil nem México atingiram as cotas estabelecidas no comércio bilateral. De acordo com a Anfavea, as empresas brasileiras exportaram cerca de US$ 500 milhões para o mercado mexicano que, por sua vez, vendeu aproximadamente US$ 1,2 bilhão ao Brasil.

Investimentos

A pedido do ministro Paulo Guedes, um grupo de executivos das montadoras se reuniu com ele ontem de manhã no Rio de Janeiro, mas o tema principal teria sido os investimentos que o setor está promovendo.

Neste mês, a General Motors, por exemplo, anunciou investimentos de R$ 10 bilhões para suas duas fábricas no Estado de São Paulo no período de 2020 a 2024, após ter ameaçado suspender aportes no País em razão dos elevados custos locais e da falta de retornos financeiros nas operações da América do Sul.

O presidente da GM América do Sul, Carlos Zarlenga, foi um dos presentes ao encontro de ontem. Também participou Antonio Filosa, presidente da FCA para América Latina - que tem em andamento um programa de R$ 14 bilhões para o período de 2018 a 2022.

Embora presida a Anfavea, Antonio Megale representou a Volkswagen, empresa na qual trabalha. Nenhum dirigente nem a entidade quis comentar sobre o encontro, que também teve as presenças de outros dirigentes do setor automotivo e de secretários do governo.

A questão do acordo com o México foi mencionada, porém não aprofundada, segundo fontes a par da agenda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

30 de Março de 2019

Publicação: Estadão Economia e Negócios

Programa de Doria ainda não atrai fabricantes

O programa de incentivo ao setor automotivo, anunciado há três semanas pelo governo de São Paulo para permitir novos investimentos da General Motors tem informações insuficientes para que outras montadoras possam seguir o mesmo caminho e anunciar aportes adicionais, segundo as empresas.

Parte delas está com planos em curso e não seria um incentivo no ICMS que as faria aumentar a aposta. Para outras, a exigência mínima é alta para justificar novo investimento num momento em que o mercado se recupera gradualmente e está longe de chegar ao auge de 2012.

O principal fator para não aderir ao programa, no entanto, é a falta de detalhes. O que está no decreto publicado dia 9 é insuficiente para tomar uma decisão. A Secretaria da Fazenda, em nota, disse que o governo ainda trabalha na resolução que vai regulamentar os termos do decreto.

O IncetivAuto oferece descontos de até 25% no ICMS para montadoras que investirem a partir de R$ 1 bilhão e gerarem no mínimo 400 vagas diretas. Para obter o desconto máximo, o investimento tem de ser de pelo menos R$ 10 bilhões. As empresas que atenderem às exigências mínimas do programa terão desconto de 2,5% no ICMS. A cada bilhão a mais, o desconto cresce 2,5 pontos.

O incentivo foi anunciado após negociação de quase dois meses com a GM, que em janeiro ameaçou deixar de investir nas fábricas de São Caetano do Sul e São José dos Campos. Não por acaso, após o anúncio do programa a GM anunciou plano de R$ 10 bilhões até 2024.

A Volkswagen, com fábrica em São Bernardo do Campo e Taubaté, tem plano em curso de investir R$ 7 bilhões de 2017 a 2020. A empresa ressaltou que considera positiva a medida do governo e até avalia nova rodada de investimento para depois de 2020. Porém, disse que "é necessário maior entendimento dos detalhes da medida para uma visão mais clara sobre possíveis impactos para a empresa".

A Scania, com fábrica em São Bernardo, disse que "aguarda mais detalhes do programa para entender os benefícios e obrigações previstas". A Honda tem duas plantas no Estado (uma delas inaugurada nesta semana), e já havia dito que a medida não teria impacto sobre seu negócio. O programa, além disso, não fez a Ford voltar atrás em sua decisão de encerrar a operação de São Bernardo destinada à caminhões e ao Fiesta. A fábrica está à venda e há três interessados. O programa pode beneficiar o possível comprador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

30 de Março de 2019

Publicação: Diario ABC - Economia

Ford recebeu R$ 20 bi em incentivos no País

A Ford Motors Company, montadora norte-americana que anunciou em 19 de fevereiro o fechamento da fábrica de São Bernardo, recebeu, ao longo das últimas duas décadas, pelo menos R$ 20 bilhões de incentivos fiscais. A cifra se baseia em dados da Receita Federal e estudos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Os descontos concedidos à montadora são contabilizados desde 1999, quando o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB) editou MP (Medida Provisória) beneficiando a Ford com incentivos fiscais para a instalação da fábrica em Camaçari, na Bahia (leia mais abaixo). Foram reduzidos 32% de alíquota de IPI (Impostos sobre Produtos Industrializados), sem contar outros impostos federais. A empresa provavelmente deve ter recebido incentivos fiscais do governo do Estado e descontos no ISS (Imposto Sobre Serviços) em Camaçari. Somente de 2013 para cá, ela recebeu R$ 7,5 bilhões e também pegou mais R$ 5 bilhões do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). Para produzir e vender caminhões, a empresa teve ajuda do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos). Isso sem falar de outros benefícios, como o programa automotivo do governo federal Inovar-Auto, afirmou o deputado estadual Teonílio Barba (PT). No fim de 2018, estava assegurado que a fábrica de São Bernardo não seria fechada, mas depois da aprovação do Rota 2030, com os benefícios fiscais para o Nordeste, a empresa anunciou o encerramento aqui.

O parlamentar, responsável pelo levantamento, quer incluir a Ford dentro de uma CPI de Renúncia Fiscal para apurar o montante concedido. Nós não somos contra benefícios, desde que a empresa continue no Brasil. A questão é que a Ford agiu de má-fé, afirmou o deputado. A Ford está assaltando e roubando o povo brasileiro, que também contribuiu para estes incentivos, disse.

NO MUNICÍPIO - A Prefeitura de São Bernardo informou, por meio da Secretaria de Finanças, que nos arquivos digitais que datam desde 1995 não há concessão de benefícios para a Ford. Há pedido de isenção parcial do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) de uma de suas áreas, mas que não se refere ao espaço da fábrica. Esse pedido é relativo a desconto por possuir área de cobertura vegetal, com fundamento no artigo 27 da Lei Municipal 6.594/2017, e está sob análise, disse em nota.

Além disso, a Prefeitura destaca que não há pleitos associados às legislações de incentivos que vigoraram no município e nem associados à atual Lei de Incentivo por criação de postos de trabalho. Em 2017, a administração municipal entregou alargamento de faixa na Avenida Taboão e novo sistema de sinalização semafórica na portaria dois da empresa. A medida atendeu antiga demanda da montadora e tinha como objetivo facilitar a entrada e saída de carros na empresa para melhora do fluxo na região.

A planta, que emprega 2.800 trabalhadores diretos, irá fechar porque a Ford não fará mais caminhões na América do Sul. Questionada, a empresa disse que não vai se manifestar.

Fechamento de planta na Europa gera indenização para governo

Nas últimas semanas, a montadora norte-americana também anunciou reestruturação em diversas unidades na Europa. A empresa pretende finalizar as atividades de unidade fabril em Blanquefort, na França, onde produz caixas de câmbio e emprega 850 trabalhadores. O encerramento das operações, porém, vai render à montadora o desembolso de 20 milhões de euros para o governo e média de 190 mil euros para cada operário. Além disso, a Ford também vai fechar 6.000 postos de trabalho na Alemanha.

Segundo análise do coordenador de MBA em gestão estratégica de empresas da cadeia automotiva da FGV (Fundação Getulio Vargas), Antonio Jorge Martins, a empresa está estancando a sangria e deve direcionar os recursos para as operações mais lucrativas. Ela está encerrando atividade em locais que demandam grandes investimentos e que não compensam mais. Cada vez mais, as empresas vão analisar onde é mais viável a atuação, avaliou ele.

No caso da indenização que a montadora deve pagar ao governo francês, o especialista acredita que há especificidades relacionadas a legislações de cada nação que podem influenciar nesta questão. Se a empresa sair do país, terá que reembolsar o Estado. Pode ser uma cláusula contida nos contratos. Isso é uma evolução de cultura e talvez, mais para frente, caminharemos para algo assim, afirmou Martins. Além disso, lá foram concedidos incentivos por dez anos, mas a empresa respondeu com enxugamento e, agora, com o encerramento da operação no país. Por isso a devolução de valores.

O coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero, endossa que, se nada for impedido contratualmente, a empresa pode tomar essa decisão unilateral. Se não houver nenhum tipo de cláusula que a empresa tenha que pagar por eventuais benefícios fiscais que ela recebeu, ela pode simplesmente fechar as portas e ir embora. É claro que, envolvendo setor público e trabalhadores, essa negociação pode evoluir. No caso da Ford, vejo como pouco provável a indenização, já que quando a montadora chegou aqui no País acredito que ainda nem havia este tipo de cláusula, assinalou Balistiero, ao lembrar que a fábrica se instalou na região 51 anos atrás.

Instalação na Bahia foi alvo de polêmica e disputa política

Desde que a Ford anunciou a possibilidade de se instalar em Camaçari, as negociações foram alvos de polêmica e disputas políticas. Inicialmente, a unidade deveria abrir planta no Rio Grande do Sul, com investimento de US$ 1,3 bilhão, mas com a troca do governo estadual que rediscutiu os benefícios que tinham sido concedidos anteriormente, a empresa se negou a manter o plano original. À época, Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Pernambuco chegaram a oferecer condições especiais e subsídios na disputa pela nova fábrica da montadora norte-americana. O então presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), da Bahia, havia sido um dos grandes defensores da instalação no local.

Para ter a Ford na Bahia, ACM liderou ação política para a inclusão da empresa no regime automotivo especial para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste feita em 1997 justamente para favorecer negociações com outra montadora, a Asia Motors, da Coreia do Sul, que não se instalou no Estado. A Ford acabou substituindo-a. Na época, ACM chegou a ter conversas com FHC dizendo que não admitia que a empresa não se instalasse na Bahia. O então presidente assinou medida provisória que previa redução de 32% na alíquota do IPI e isenção parcial do IRPJ. Ao período, foram estimados pelo menos R$ 180 milhões em incentivos.

Em 2001, quando a planta baiana foi inaugurada, mediante aporte de US$ 1,9 bilhão, a unidade de São Bernardo também recebeu a operação de caminhões, que anteriormente era realizada no Ipiranga. O último grande investimento da empresa na planta foi de R$ 800 milhões, em 2013, para a adequação da linha à produção do New Fiesta.

30 de Março de 2019

Publicação: Jornal O Globo

Não é só o aluguel de patinete elétrico que tem feito sucesso no Rio

RIO, 30 (AG) - Não é só o aluguel de patinete elétrico que tem feito sucesso no Rio. Agora, quem está em busca de um carro para chamar de seu por algumas horas ou dias também também pode usar uma plataforma on-line. Funciona assim: o interessado busca os veículos disponíveis na vizinhança e fecha o aluguel, através do aplicativo. Na hora marcada, encontra o dono do carro e já sai dirigindo. Os preços do moObie, nome da empresa que oferece o serviço desde fevereiro no Rio, são mais camaradas do que os das locadoras tradicionais. A diferença na diária pode chegar a 50%.

Até agora, 10 mil usuários já se inscreveram no aplicativo. O número de pessoas dispostas a alugar seus carros é bem menor - são apenas mil cadastrados. A analista Camila Melo foi uma delas. Como usa o carro apenas nos finais de semana e trabalha perto de onde mora, ela resolveu arriscar. Botou seu Sandero à disposição de desconhecidos por R$ 88 a diária, e calcula que ganhará mil reais mensais. A moObie fica com 20% da operação.

- Gostei muito da ideia de compartilhamento. Durante quase todo o mês de março, meu carro ficou alugado. No início, estranhei e tive até medo, mas o fato de existirem seguradoras conhecidas por trás do aplicativo me tranquilizou - disse Camila, que conseguiu ser ressarcida rapidamente depois que um cliente danificou o gradil do ar-condicionado do carro dela.

O primeiro a usar o carro de Camila foi o universitário Felippe Leandro, de 20 anos. Acostumado a alugar carros em locadoras para viajar, ele decidiu experimentar a nova plataforma para ir até a Região Serrana :

- O contato pessoal, direto com o proprietário, me fez ter até mais cuidado com o veículo. Estou pegando emprestado e tento devolver melhor do que peguei.

Presidente da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis, Paulo Miguel, diz que, apesar da concorrência, a entidade não vê a novidade de forma negativa:

- Estudos ao redor do mundo mostram que esse modelo não se expandiu a ponto de afetar o serviço das locadoras.

Procurada, a Secretaria municipal de Transportes informou que não há regulamentação para o serviço. Em nota, a Secretaria municipal de Fazenda informou que não há tributação de ISS, já que a empresa startup não está localizada na cidade. As secretarias estaduais de Transportes e da Fazenda não responderam se há alguma regulamentação sendo estudada.

29 de Março de 2019 (17:46)

Publicação: Zero Hora - Mundo

Volkswagen diz representar 2% das emissões mundiais de CO2

O grupo Volkswagen calculou que é responsável por 2% das emissões mundiais de CO2, quase tanto quanto toda a Alemanha, indicou nesta sexta-feira um responsável da fabricante em uma entrevista.

"Calculamos a parte que o grupo representa entre as emissões mundiais de CO2", explicou Michael Jost, estrategista-chefe da Volkswagen, ao jornal alemão Wirtschaftswoche.

"É um 1% para os carros e 1% para os veículos pesados", indicou.

Em comparação, com quase 800 milhões de toneladas de emissões de CO2, a Alemanha era em 2017 o sexto país com maiores emissões, que representavam 2,2% das emissões mundiais, segundo as cifras do Global Carbon Project.

Na semana passada, o presidente do grupo, Herbert Diess, citou diante dos funcionários a cifra de 1% pelos 100 milhões de automóveis do grupo utilizados atualmente.

"Podemos reduzir a zero este percentual até 2050", disse então, recordando a ambiciosa estratégia de eletrificação da VW.

A montadora alemã, que está se reerguendo após o escândalo do Dieselgate, prevê lançar 70 modelos elétricos no mercado até 2028.

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