Conjuntura do Agronegócio

1. Governo nega que tenha se tornado 'refém' dos caminhoneiros

Depois de anunciar medidas para aplacar as demandas dos caminhoneiros e as ameaças de novas paralisações, o governo negou que tenha se tornado "refém" da categoria. "Não é se entregar à chantagem de caminhoneiro, é ter consciência da importância", afirmou o chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno.

Em sua fala, Heleno reclamou que o governo está sendo cobrado como se estivesse "no terceiro mandato" e afirmou que o modal rodoviário não é o ideal para o país, mas foi o escolhido há muitos anos. "Está errado o modal rodoviário, mas fizeram essa besteira há muito tempo. Até conseguirmos instalar modal ferroviário e fluvial leva tempo", afirmou.

O ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que os governos anteriores foram reativos, agindo apenas depois das paralisações. "Seremos proativos. Vamos construir o cartão caminhoneiro para dar estabilidade no preço do diesel", afirmou.

Lorenzoni disse que mesmo a linha que será criada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para caminhoneiros, inicialmente prevista em R$ 500 milhões, poderá ser ampliada, se for necessário. "É demasia exigir que em 100 dias governo tenha solução para todos problemas construídos em 50 anos", completou.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse que os caminhoneiros querem condições mínimas, como estradas em boas condições, e que o governo tem que prover. "Não tem pleito absurdo, são construídos com diálogo, sem chantagem.

"Segundo o ministro, o governo vem conversando com representantes dos caminhoneiros, por meio do WhatsApp. Uma das medidas que serão adotadas é colocar nos novos contratos de concessão construção de pontos de parada nas estradas. Também serão alterados os contratos atuais com as concessionárias para "impor" a construção desses pontos. "Hoje é obrigatório o descanso, mas não tem lugar. O caminhoneiro é quase que impelido a seguir em uma jornada suicida", afirmou.

Notícia na íntegra

Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

2. CNA discutirá tecnologias no comércio agrícola entre Brasil e China

As novas tecnologias no contexto do comércio entre Brasil e China serão discutidas no dia 25 de abril, em Brasília, durante o seminário "Agro em Questão: China e Brasil - Agricultura e Biotecnologia". A realização é da Superintendência de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

"A China é um dos países que mais investem em tecnologias voltadas para as ciências agrícolas. Em virtude da preocupação com a segurança alimentar, o volume de recursos destinado para essa área é impressionante", disse a assessora de Investimentos e especialista em mercado chinês, Larissa Wachholz, que participará do painel "Novas tecnologias e o impacto para o comércio de alimentos entre China e Brasil."

Ela relatou também do potencial para cooperação em aquicultura, em comunicado da CNA. "A China é, de longe, o maior produtor mundial de pescados e mariscos. Essa área da piscicultura é bastante tecnificada e exige muita pesquisa até que sejam encontradas novas espécies que possam ser trabalhadas comercialmente."

Notícia na íntegra

Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

3. Banco do Brics investirá US$ 621 milhões em projetos no Brasil

O Brasil receberá US$ 621 milhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), instituição financeira criada em 2015 pelo grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o Brics. Nos três primeiros anos de operação da instituição, foram aprovados quatro projetos brasileiros que abrangem as áreas de energia renovável (eólica, solar e hidrelétrica), construção de estradas, reconstrução de rodovia férrea, esgotamento sanitário, telecomunicações e refinarias da Petrobras. Os dados são do estudo Arquitetura Financeira Conjunta do BRICS: o Novo Banco de Desenvolvimento, lançado (17) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O estudo estima que o deficit de investimentos em infraestrutura nos países em desenvolvimento seja de US$ 1 trilhão e US$ 1,5 trilhão por ano. Criado para oferecer crédito a projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos BRICS e em outros países em desenvolvimento, o NDB aprovou, entre 2016 e 2018, 30 projetos num total de US$ 8,1 bilhões. Segundo a pesquisa, quase um terço do valor se destina a financiamentos no setor de transporte, enquanto 26% é direcionado à energia limpa. Além desses setores, o banco também é voltado para projetos contemporâneos nas áreas de mobilidade urbana e rural, eficiência na oferta e uso da água, proteção contra enchentes, infraestrutura (social e urbana) e produção limpa (atividades poupadoras de emissão de CO2).

O Brasil, como um dos cinco acionistas do NDB, já aportou US$ 1 bilhão até 2019 e deverá destinar mais US$ 1,050 bilhão para a instituição até 2022. Até o momento, o banco já recebeu aportes de US$ 5,3 bilhões de seus sócios fundadores, e a meta de integralização do capital até 2022 é de US$ 10 bilhões.

Juntos, os países do BRICS têm uma participação de 33% no produto global, 42% da população mundial e 43% de contribuição no crescimento do produto global, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2018.

Escritório no Brasil

O NDB tem sede em Xangai, na China, além de um escritório em Johanesburgo, na África do Sul. Em novembro de 2019, está prevista a inauguração de um escritório no Brasil, na cidade de São Paulo. Há, ainda, expectativa de criação de uma representação na capital federal. Em 2020, o Brasil indicará o novo presidente do banco, lembra o Ipea.

Notícia na íntegra

Fonte: Agência Brasil/Notícias Agrícolas

Insumos

4. Francesa Vetoquinol fecha acordo para adquirir a goiana Clarion

O processo de concentração da indústria veterinária brasileira segue em curso. O grupo francês Vetoquinol, ainda pouco expressivo no país, acaba de adquirir a goiana Clarion Saúde Animal, especializada em produtos para bovinos.

"Nosso tamanho era muito limitado no Brasil", afirmou ao Valor o CEO da Vetoquinol, o francês Matthieu Frechin. Com a aquisição, a empresa acresceu um faturamento anual de R$ 50 milhões, totalizando R$ 86 milhões no país. Com isso, a participação do Brasil nas vendas totais da companhia francesa deve passar de somente 2% para 7%. Listada na bolsa de Paris, a Vetoquinol faturou € 367 milhões em 2018.

Neto do fundador da companhia sediada em Lure, no leste da França, Frechin aposta na capacidade de inovar da Clarion para aumentar o faturamento no Brasil.

Com uma fábrica em Goiânia, a companhia recém-adquirida conta com uma equipe de 45 funcionários dedicados à área de pesquisa e desenvolvimento (P&D), o que é inusual para as indústrias veterinárias no Brasil. Ao todo, a Clarion tem 180 funcionários, de acordo com Jorge Espanha, executivo que comanda a Vetoquinol no Brasil.

Conforme Frechin, a empresa tem um lista ampla de medicamentos prontos para serem lançados para os mercados de bovinos e animais de companhia (cães e gatos). Com esses lançamentos, a Vetoquinol pretende ser tão relevante no Brasil como já é no mundo. Na prática, o objetivo é estar entre as dez maiores indústrias veterinárias.

Pelas projeções do executivo, a Vetoquinol precisará faturar cerca de R$ 200 milhões por ano no Brasil para figurar no ranking das dez maiores do setor. No ano passado, a companhia francesa ficou na 22ª posição do ranking, segundo ele.

Com os lançamentos de produtos pela Clarion e a diversificação geográfica das vendas da companhia, a Vetoquinol poderá atingir a meta de faturamento em "três a cinco anos".

Para o futuro, Frechin não descarta novas aquisições no Brasil. O objetivo de curto prazo, porém, é "integrar e consolidar" as operações da Clarion. Além da fábrica de Goiânia, a Vetoquinol possui uma unidade em Mairiporã (SP), fruto da aquisição da Farmagrícola, em 2011. Essa compra, aliás, marcou o ingresso da Vetoquinol no Brasil.

Além das duas fábricas no Brasil, a Vetoquinol tem unidades na França, Canadá, Itália e Polônia. Em vendas, porém, os Estados Unidos são o principal mercado, seguidos por França e Canadá. No momento, a Vetoquinol está em busca de aquisições nos Estados Unidos.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

5. Governo vai liberar R$ 2 bi para obras e manutenção de rodovias

Na tentativa de atender demandas dos caminhoneiros, o governo vai liberar R$ 2 bilhões do Orçamento do Ministério da Infraestrutura para conclusão de obras importantes e manutenção de rodovias essenciais. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou que o governo vai concluir a pavimentação da BR-163 até Miritituba e finalizar a rodovia na parte que depende do governo federal. Ele citou ainda a recuperação de BR-135, duplicação da BR-101 (Bahia) e BR-116 (Rio Grande do Sul). "O governo não vai deixar faltar recursos", garantiu.

Segundo o ministro, o principal esforço do governo será construir uma referência de piso para o preço do frete que seja aceito por todos. "Modelar preço do frete não é uma tarefa simples. O trabalho está pronto e vamos debater", afirmou.

Freitas afirmou que o governo desenvolveu um programa para melhorar as condições dos caminhoneiros e aumentar a renda. Uma das ideias é eliminar intermediários (como despachantes) para tentar melhorar a remuneração. "A discussão do frete é uma coisa que todos têm razão, embarcador e caminhoneiro. O embarcador paga caro e o caminhoneiro ganha pouco, onde está o dinheiro?", afirmou.

De acordo com o ministro, serão incluídas nas novas modelagens de concessão a construção de pontos de paradas obrigatórias, o que também será incluído nas concessões existentes. Ele citou ainda medidas para desburocratização, como a entrada em vigor neste mês do documento eletrônico de transporte.

Além disso, o programa para caminhoneiros terá um "pilar na comunicação" com o restabelecimento do Fórum Nacional de Transporte de Cargas. "Teremos fórum permanente de dialogo, a porta está aberta. Teremos metas em fórum com caminhoneiros", afirmou. Ele disse ainda que há um excesso de demanda e o esforço é garantir que os caminhoneiros autônomos sejam contratados.

Notícia na íntegra

Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

6. Deputado defende que benefício dado a caminhoneiros seja estendido ao agro

O deputado federal Jerônimo Goergen (Progressistas), coordenador da Comissão de Endividamento Rural, disse nesta terça-feira, dia 16, que o setor produtivo vai lutar para conseguir linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos mesmos moldes das que foram anunciadas para os caminhoneiros.

“Nós vamos querer usar como parâmetro o próprio juro que o governo vai usar na política do pacote dos caminhoneiros. Para nós, isso serve de exemplo, indicando que o agro também pode ser beneficiado, ainda mais com o Fundo de Aval”, falou.

No anúncio feito pelo governo, o BNDES vai oferecer R$ 500 milhões em apoio aos caminhoneiros, com um limite de até R$ 30 mil para autônomos para que seja feita a compra de pneus e manutenção de veículos.

“Não queremos um tratamento diferente, até porque o produtor rural saiu muito prejudicado com a questão do tabelamento do frete. Não queremos dois pesos e duas medidas”, disse.

Na visão do parlamentar, não há razão para o governo não reduzir os juros dos produtores rurais, já que a fonte de recurso dado aos caminhoneiros também é o BNDES. “Vamos fazer pressão. A fazenda (ministério da economia) não vai, mas nós vamos”, disse.

Fundo de Aval

O parlamentar ressalta que o setor está debatendo medidas para solucionar o problema do endividamento rural. Entre elas, está o Fundo de Aval, que deve ser anunciado ainda nesta semana.

De acordo com a Frente Parlamentar da Agropecuária, a ação é uma alternativa para assegurar a retomada de crédito dos produtores rurais junto aos bancos.

Na prática, a proposta permite que os produtores rurais se reúnam em pequenos grupos, formando um fundo financeiro como forma de garantia para novos créditos junto à rede bancária. O sistema de aval cruzado teria grupos de 10 a 12 produtores que se avalizariam entre si. Além do produtor, indústria, banco e tesouro também participariam, já que estes últimos têm a intenção de mitigar os riscos de não pagamento por parte dos credores. Com a redução do risco, os juros ficariam mais baixos.

O que sai encarecendo ainda mais hoje é que o produtor tem que financiar fora dos bancos, com o risco desta operação, com o aumento do custo do dinheiro que, somado à falta de um seguro agrícola consistente no Brasil, faz com que o dinheiro do agro seja muito caro”, disse o parlamentar.

Fonte: Canal Rural

Proteína Animal

7. Tudo certo para o IPO da Athena no Chile

Depois de receber sinais positivos de investidores de Estados Unidos e Chile, a Athena Foods, subsidiária da brasileira Minerva, pode lançar o prospecto da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na próxima semana, apurou o Valor. A empresa será listada na bolsa de Santiago. Procurada, a Minerva não comentou.

Em esforços coordenados pelos bancos BTG Pactual e J.P. Morgan desde a semana passada, a proposta de abertura de capital da Athena foi apresentada a cerca de 35 investidores institucionais do Chile e aproximadamente 20 dos EUA.

Conforme fonte a par do assunto, as conversas com os investidores - conhecidas no jargão do mercado como "pilot fishing" - dão segurança para o sucesso da oferta.

A conjuntura, acrescentou a fonte, pesa a favor da Athena. Nos últimos dias, as ações dos frigoríficos listados na B3 (JBS, Marfrig, BRF e Minerva) foram impulsionadas pelo surto de peste suína africana na China. A doença pode reduzir a produção global de carne suína em 15%.

Nesse cenário, os preços das carnes devem aumentar, beneficiando os exportadores da América do Sul. Esse é justamente o caso da Athena, subsidiária que reúne as operações da Minerva fora do Brasil. Com abatedouros de bovinos na Argentina, Paraguai, Uruguai e Colômbia, a Athena Foods faturou R$ 6,9 bilhões no ano passado, 40% da receita da Minerva.

A expectativa da Minerva, conforme já indicado, é levantar entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão com o IPO da Athena, vendendo até um terço do capital. A maior parte dos recursos deverá ser usado para a empresa brasileira pagar dívidas.

Para ter sucesso no IPO, a Athena deve ir à bolsa com um múltiplo (relação entre valor empresarial e Ebitda) melhor que o da Minerva - hoje, as ações da brasileira são negocias a um múltiplo próximo de seis vezes na B3. Em 2018, o Ebitda da Athena foi de US$ 143 milhões (cerca de R$ 560 milhões, ao câmbio de ontem). Se conseguir um múltiplo de seis vezes, a Athena seria avaliada em US$ 840 milhões (R$ 3,3 bilhões).

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Iogurte viking desbanca o grego e reanima fazendeiros nos EUA

O que tem bastante proteína, pouco açúcar e é perfeito para o momento difícil da indústria de laticínios dos Estados Unidos? É o skyr, o iogurte da Islândia, que veio contrabalançar a perda do entusiasmo pelo iogurte grego após uma ascensão meteórica.

As fazendas leiteiras dos EUA precisam de boas notícias. Há mais de quatro anos, o preço do leite no varejo fica abaixo do esperado e os criadores reagem abatendo mais vacas do que podem substituir. Em julho, o preço do galão (3,78 litros) de leite integral chegou a US$ 2,84, o menor desde 2007, segundo o Departamento de Agricultura (USDA, na sigla em inglês). Agora em março, o preço ficou abaixo de US$ 3 pelo 15º mês consecutivo.

Com o iogurte islandês, a história é diferente. As vendas nos 12 meses até fevereiro deram um salto de 24% e somaram US$ 173,9 milhões, segundo dados da Nielsen.

A invasão viking é “uma das poucas coisas boas” no setor, disse o presidente da Icelandic Provisions, Mark Alexander, que assumiu o comando há dois meses, vindo da Campbell Soup, onde foi responsável pela aquisição e expansão da linha de papinhas para bebês Plum Organics. Ele espera repetir a façanha na nova empresa, que tem três anos de idade, mas conseguiu dobrar as vendas em todos os trimestres do ano passado.

A Siggi, outra fabricante de skyr, também sonha com o crescimento. A empresa compra leite de fazendas localizadas nos Estados de Nova York, Wisconsin e Pensilvânia.

O iogurte islandês é mais espesso do que o grego porque separa a água e o soro do leite, retendo mais material sólido.

“O iogurte grego foi um sopro de vida na categoria, mas houve pouca inovação desde que foi introduzido”, disse Darren Seifer, analista do setor de alimentos e bebidas da firma de pesquisas NPD Group.

O skyr ainda é um produto de nicho em um mercado maduro e é cedo para apostar em sua capacidade de impulsionar as vendas totais de iogurte. O consumo anual de iogurte nos EUA vem caindo desde 2014. O consumo médio no país foi de 6,2 kg por pessoa em 2017, segundo os dados mais recentes do USDA. Um terço da população nunca compra iogurte.

Iogurtes mais espessos e cremosos como o skyr parecem ter vantagem sobre os mais ralos e doces. Uma embalagem de 150 gramas da Danone com morangos no fundo contém 22 gramas de açúcar. Uma embalagem do mesmo tamanho da Siggi tem metade do açúcar e o triplo de proteína. Isso atrai consumidores americanos.

Tendência

O sucesso do iogurte grego desencadeou buscas ao redor do mundo, na esperança de que alguma outra modalidade virasse moda. Uma tentativa é o quark, que tem origem na Bavária e é produzido nos EUA pela Commonwealth Dairy, que descreve o produto como um “casamento entre o iogurte e o cream cheese” em seu website.

Também chegaram ao mercado americano a versão francesa, vendida pela General Mills, e a da Bulgária, acondicionada em jarras de vidro que, segundo a fabricante White Mountain Foods, preservam o sabor melhor do que embalagens de plástico.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

9. Preços de carne suína podem subir 70%, diz funcionário do governo chinês

Os preços da carne suína na China podem subir mais de 70% neste ano, segundo um funcionário do governo chinês, em virtude da eliminação de animais por causa peste suína africana (ASF, na sigla em inglês). Em 31 de março, o plantel de suínos do país chegava a 375,3 milhões de animais, quase 40 milhões a menos do que um ano antes, de acordo com a Agência Nacional de Estatísticas da China. É o nível mais baixo em quase duas décadas.

"O mercado de carne suína é uma preocupação para todos", disse Tang Ke, porta-voz do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China, nesta quarta-feira. O ministério estima que os estoques de suínos diminuíram 19% em relação ao ano anterior, uma queda maior do que os números do departamento de estatísticas indicam. Tang disse que o número de matrizes caiu 21%, o maior declínio em uma década.

Os preços domésticos da carne suína em março subiram 6,3% em relação a fevereiro, observou Tang. Ele disse que os preços avançaram 7,6% em relação a um ano atrás, e o governo espera que eles subam mais de 70% no segundo semestre de 2019. Os preços mais altos da carne suína e a menor oferta podem levar consumidores chineses a comprar outros tipos de carne, disse Darin Friedrichs, consultor de gerenciamento de risco da Divisão de Commodities da INTL FCStone na Ásia. Ele disse que alguns participantes esperam que o número de suínos da China caia de 25% a 30% este ano, a menos que haja sinais claros de que a doença está sob controle.

Notícia na íntegra

Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

Agroenergia

10. Fábrica de sílica no RS terá energia gerada a partir de casca de arroz

A Oryzasil Sílicas Naturais vai inaugurar no dia 9 de maio, em Itaqui (RS), uma nova planta que vai gerar energia e produtos químicos a partir da casca de arroz.

Segundo a empresa, a unidade conta com uma caldeira cujos sistema foi projetado para otimizar a combustão das cascas e gerar calor e uma boa qualidade de cinzas necessária para a fabricação de uma sílica “precipitada” usada pela indústria de pneus e borracha, em cremes dentais e no mercado de nutrição e saúde.

Na nova planta, a capacidade de queima chegará a 20 toneladas de cascas de arroz por hora e a geração de energia — que será usada no processo produtivo e o excedente será negociado no mercado livre de energia — será suficiente para abastecer um cidade com 200 mil habitantes.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

11. Balanços de usinas devem apresentar fluxos de caixa negativos

As empresas de açúcar e etanol que atuam na região Centro-Sul do país deverão, nos próximos meses, apresentar balanços com resultados da safra 2018/19 com geração de fluxo de caixa negativo e índices de alavancagem maiores, afirmou Cláudio Miori, diretor da Fitch Ratings para o segmento sucroalcooleiro, durante evento da agência em São Paulo. Segundo ele, a tendência deverá dar o tom também na safra atual, que teve início em 1º de abril.

Nos balanços da safra passada, pesaram sobre os resultados "os preços de açúcar deprimidos, a moagem [de cana] mais fraca no Centro-Sul do Brasil por fatores climáticos e a volatilidade do câmbio". Miori ressaltou, ainda, que as empresas que estocaram etanol para concentrar as vendas na entressafra passada "não tiveram os resultados que imaginavam", já que os preços caíram no período em decorrência da queda do petróleo no mercado internacional e, consequentemente, da gasolina no mercado doméstico. "Quem fez a leitura de mercado correta e vendeu antes da entressafra, como a Jalles Machado, obteve resultados bem melhores", comentou.

Para o novo ciclo (2019/20), "não esperamos reversão dessa tendência, que é de elevação de alavancagem", afirmou Miori. A tendência, porém, deve se refletir de formas diferentes no segmento, dadas as disparidades entre as companhias, disse.

"Esperamos ver um mercado de refinanciamento [de dívidas] para as empresas médias ou piores, e a liquidez ainda fluindo para as melhores", atestou Miori. Ele acrescentou que espera ver mais pedidos de recuperação judicial no segmento, por um lado, mas ao mesmo tempo outras empresas com melhor estrutura "desfrutando de liquidez", entre as quais Jalles Machado, Cerradinho Bio, São Martinho e Raízen Energia.

Essa concentração da liquidez já vem ocorrendo nos últimos anos. Segundo Miori, apesar de ter ocorrido um aumento dos desembolsos do BNDES no ano passado para o segmento, mais de 40% do valor ficou concentrado em apenas três companhias. "Há um claro aumento de concentração", ressaltou.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

12. Dívida do setor de cana do Brasil aumenta em 2018/19 com pressão do dólar, diz Rabobank

O endividamento do setor sucroenergético brasileiro pode ter aumentado até mais de 20 por cento na safra 2018/19, encerrada em março, diante de um dólar mais forte e moagem de cana reduzida, disse nesta quarta-feira o gerente sênior de Relacionamento do Rabobank, Manoel Queiroz.

Segundo ele, o endividamento na temporada passada ficou entre 137 e 146 reais por tonelada de cana processada, versus 120 reais no ciclo 2017/18. Os valores consideram uma determinada amostra de usinas analisadas pela instituição.

O intervalo de endividamento projetado pelo banco é o maior desde os 148 reais por tonelada registrados em 2014/15.

“Tem um efeito nessa dívida, que é o câmbio. Entre 30 e 40 por cento da dívida das usinas é em dólar. E o dólar deu um pulo (na última safra) de 18,94 por cento. Além disso, a moagem caiu 4,90 por cento”, comentou ele durante evento do setor sucroenergético em Ribeirão Preto (SP).

Com efeito, as unidades do centro-sul, principal polo canavieiro do mundo, moeram aproximadamente 573 milhões de toneladas de cana na última temporada, de 596 milhões em 2017/18, segundo os dados fechados da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

Já o dólar, que iniciou o ciclo anterior na casa de 3,30 reais, chegou à marca de 4 reais no fim de março, diante de preocupações no mercado quanto ao andamento de reformas macroeconômicas propostas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

Notícia na íntegra

Fonte: Reuters/NovaCana

Grãos e Grandes Culturas

13. São Paulo retoma o fio da meada

A constante busca por rentabilidade em pequenas áreas continua a levar agricultores do oeste paulista a apostar na criação de bicho-da-seda. Com esse movimento, o Estado, que liderou a oferta nacional de casulos verdes no país na década de 1990, quando o volume nacional ainda se aproximava de 20 mil toneladas por ano, já viu sua produção aumentar 240% desde 2012.

Na safra 2018/19, a expansão só não está tendo prosseguimento por causa da seca - São Paulo deve repetir as 350 mil toneladas de casulos verdes obtidas no ciclo anterior -, mas a tendência ainda é positiva. "Não fosse a seca em agosto, setembro e janeiro, o crescimento seria de até 20% nesta temporada", diz William Aita, presidente da câmara setorial da seda do Estado, para quem a escalada será retomada em 2020.

O número de produtores paulistas dedicados à atividade vem crescendo nos últimos quatro anos e deverá somar 290 neste ano, ante 215 em 2018. Em todo o país são 2,5 mil famílias, concentradas em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná, sendo o último responsável por 84% da produção brasileira.

Em São Paulo, são 890 hectares dedicados ao cultivo de amoreiras e aos barracões para a criação das larvas. Na próxima safra, a área deve chegar a 1.050 hectares. Ainda é pouco perto da área dos anos 1990, mas indica que há novamente uma mudança em curso na sericicultura nacional.

A atividade voltou a atrair a atenção dos produtores paulistas por causa do aumento dos preços. Nos últimos seis anos, o preço do quilo do casulo verde (com teor líquido de 15%) pago ao produtor aumentou 45,4%, para a referência atual de R$ 16,80. Mas o valor pode chegar a R$ 25 dependendo da qualidade do fio. Na safra passada, a referência foi de R$ 16 por quilo, com picos de R$ 20.

"Como a atividade se tornou rentável, o produtor voltou a apostar na sericicultura, especialmente em São Paulo", confirma Shigueru Taniguti Junior, presidente da Bratac. A fiação, com sede em Londrina (PR), é a única do ramo no país com escala industrial e recebe quase toda a produção brasileira de casulos. A Bratac foi fundada por imigrantes japoneses em 1940, em Bastos (SP).

No Pontal do Paranapanema, extremo oeste paulista, a opção tem agradado inclusive a famílias que vivem em assentamentos. Segundo Renata Amano, presidente da Associação Brasileira da Seda (Abraseda), isso acontece porque, além dos preços mais altos, o investimento inicial é baixo e o retorno, rápido.

"É preciso entre R$ 20 mil e R$ 50 mil para um produtor começar do zero. O retorno vem em até três anos", afirma. Ela calcula que o número de sericicultores está aumentando 10% ao ano no país.

"O número de produtores que entram na atividade supera os que saem. Há três não registramos mais queda", diz Renata. Ela observa, porém, que os produtores mais antigos encontram dificuldade em passar o ofício para seus filhos ou dependem de mão-de-obra terceirizada, o que eleva custos e leva a desistências.

Cada produtor costuma ter área de 2 a 5 hectares. No Paraná, líder nacional, a produtividade média alcança 650 quilos por hectare ao ano, mas pode chegar a 1,7 mil, de acordo com Oswaldo da Silva Pádua, gerente da câmara técnica do complexo da seda do Estado.

"Avanços como a mecanização da colheita da amoreira, o uso de novas variedades e a adoção de tecnologias de fertilização do solo também contribuem para elevar o rendimento e atrair o interesse dos produtores", afirma Pádua.

Toda evolução é bem vinda, porque a criação do bicho-da-seda não é tarefa simples. Os produtores recebem da Bratac larvas, que têm de ser alimentadas cinco vezes ao dia com folhas de amoreira frescas. Cada caixa com 33 mil larvas consome 1,7 tonelada de ramas e folhas de amoreira nos 25 dias em que ficam sob o cuidado dos criadores. Cada produtor tem de quatro a cinco caixas por propriedade em barracões.

Quando atingem a idade certa, as lagartas formam os casulos e estes são entregues à fiação. Na indústria, eles passam por um processo de secagem em altas temperaturas (130ºC) para matar as crisálidas que permanecem em seu interior antes que se tornem mariposas. Após a secagem, é hora de limpeza, seleção por qualidade e cozimento, a partir do qual é possível encontrar o fio da meada. A etapa final é a fiação propriamente dita.

Além de abastecer o mercado doméstico, o produto dará origem a kimonos vendidos no Japão, tecidos no Vietnã e peças de luxo de grifes europeias. "Como a demanda externa está aquecida, as perspectivas para o segmento são as melhores possíveis", comemora Pádua.

Nesta safra 2018/19 (de setembro do ano passado a maio próximo), a Bratac estima que receberá 3 mil toneladas de casulos verdes (cada um tem 1 quilômetro de fio), 1,4% mais que no ciclo anterior. "Até dezembro, nossa projeção era de um aumento de 5% nesse volume, mas com a falta de chuvas não contamos com essa recuperação", afirma o presidente da Bratac.

A fiação projeta produzir 507 toneladas de fio de seda neste ano, crescimento de 3,8%. Do total, 80% serão fios de alta qualidade e 94% serão exportados. Junior calcula que a empresa tem condições de ampliar em 20% a produção sem fazer investimentos estruturais, apenas com uma maior oferta de casulos.

As exportações deverão crescer 4% neste ano, para 489 toneladas. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), em 2018 a receita com os embarques de fio de seda subiu 2%, para US$ 32,6 milhões, e os principais destinos foram Vietnã (32%), Japão (28%), França (26%) e Itália (10%).

Por ter qualidade superior, o produto brasileiro custa de 15% a 20% mais que o chinês, seu principal concorrente. O país asiático abastece 80% do mercado mundial, e mesmo o Brasil importou 5 toneladas do produto chinês (US$ 1,2 milhão) no ano passado.

"Mas temos espaço para produzir mais porque falta no mercado internacional fio de seda de qualidade. Não conseguimos atender novos clientes por causa da falta de matéria-prima", diz Junior, que é neto de um dos fundadores da Bratac.

Com a demanda externa firme, a empresa deve manter em 2019 o ritmo de aumento de 10% a 15% no faturamento registrado nos últimos anos. Em 2016, a fiação faturou R$ 100 milhões, mas de lá para cá não divulgou seus resultados.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

14. Lucro líquido da Amaggi aumentou 50% em 2018

A Amaggi, maior produtora e processadora de grãos de capital nacional, com sede em Cuiabá (MT), surfou a onda que favoreceu o mercado de soja em 2018 e viu seus resultados anuais melhorarem de maneira expressiva.

Em balanço publicado ontem no "Diário Oficial do Estado do Mato Grosso", a empresa controlada pela família do exministro da Agricultura, Blairo Maggi, informa que fechou o ano com receita líquida de R$ 17,3 bilhões, 22,4% maior que a do ano anterior (R$ 14,1 bilhões), e lucro líquido de R$ 804,8 milhões, alta de 50,6% na mesma comparação.

O resultado antes de receitas e despesas financeiras líquidas e impostos somou R$ 1,3 bilhão, 62% superior ao de 2017. As receitas financeiras alcançaram R$ 711,1 milhões, aumento de 50%, e as despesas financeiras subiram 53,4%, para R$ 759,8 milhões.

De acordo com a companhia, sua receita com exportações avançou 37,9%, para R$ 9,3 bilhões. Também registrou incremento expressivo a receita com serviços prestados a terceiros, o aumento foi de 75%, para R$ 82,4 milhões. Nessa linha entram os serviços prestados pela Navegações Unidas Tapajós e pela Terminal Fronteira Norte - Logística, duas empresas que têm participação da Bunge Alimentos.

Carro-chefe do agronegócio brasileiro - e da companhia -, a soja representou a maior parte da receita da Amaggi em 2018. A participação foi de 57%, ou cerca de R$ 10 bilhões, 30% mais que no ano anterior. O salto foi determinado pela colheita recorde do grão no país na temporada 2017/18 e pela demanda chinesa aquecida em virtude das disputas do país asiático com os EUA.

Já o faturamento com milho cresceu 2% em 2018, para R$ 2,2 bilhões, e representou 12,7% das vendas totais. A receita com farelo de soja - tanto comum quanto de alto teor de proteína (hypro) - também aumentou. Com farelo comum o avanço foi de 38,2%, para R$ 303,2 milhões, e com o hypro chegou a 5,2%, para R$ 1,4 bilhão. A quebra de produção na Argentina - grande exportadora do farelo de soja - abriu uma janela de oportunidade para as vendas brasileiras.

Em 2018, a Amaggi também viu os custos subirem em relação a 2017. O valor consolidado de custos dos produtos vendidos e serviços prestados ficou em R$ 15,5 bilhões, um crescimento de 20,5% na comparação anual.

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

15. Conab agenda para 24 de abril novo leilão de estoques de milho

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) marcou para o dia 24 de abril mais um leilão para o escoamento de 50 mil toneladas de milho dos estoques públicos. Conforme a companhia informou em nota, o leilão ocorrerá a partir das 9h e haverá um diferencial: "O limite para a aquisição foi ampliado para mil toneladas por CPF ou CNPJ (o limite anterior era de 500 toneladas)".

Para participar do pregão é obrigatório estar devidamente cadastrado no Sistema de Cadastro Nacional de Produtores Rurais (Sican) e também na Bolsa por meio da qual pretenda realizar a operação, entre outras exigências que podem ser conferidas no edital publicado na página da Companhia.

No leilão realizado na sexta-feira passada (12), foram negociadas 12,6 mil toneladas do cereal, que representou 25% do volume ofertado.

Notícia na íntegra

Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

Siga nossas Redes Sociais

Receba nossas Notícias

SiteLock