Conjuntura do Agronegócio

1. Índice de preços de alimentos da FAO subiu 1,8% em janeiro

O índice de preços de alimentos da FAO, braço das Nações Unidas para agricultura e alimentação subiu 3 pontos percentuais (1,8%) em janeiro em relação a dezembro, para 164,8 pontos. Na comparação com o mesmo mês de 2018, o indicador ficou 3,7 pontos percentuais abaixo.

Depois de três meses consecutivos de níveis relativamente estáveis, informa a FAO, o aumento de janeiro foi impulsionado por uma forte recuperação das cotações dos lácteos e pelos preços mais firmes dos óleos vegetais e dos açúcares.

Em janeiro, o indicador que mede especificamente as oscilações dos cereais ficou em 168,1 pontos, avanço marginal em relação ao mês anterior mas 11,5 pontos percentuais acima do mesmo mês do ano passado. “Foi um mês relativamente calmo para milho e trigo, em parte devido à ausência de importantes relatórios do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) devido ao fechamento de serviços do governo”, diz a FAO em relatório.

O indicador de preços dos óleos vegetais alcançou 131,2 pontos em janeiro, um avanço mensal 5,4 pontos. O aumento devese principalmente ao óleo de palma, que está em declínio sazonal de produção. Mas o óleo de soja também subiu no mês, diz a instituição. O índice de preços das carnes ficou quase inalterado em relação a dezembro, com 162,9 pontos.

Já os lácteos apresentaram elevação forte de 12,2 pontos na comparação mensal, para 182,1 pontos. Essa recuperação ocorreu após sete meses consecutivos de queda e, segundo a FAO, deve-se ao aumento do consumo de todos os lácteos e derivados na Oceania, o que fez diminuir as exportações para a Europa. A maior elevação foi a do leite em pó desnatado - 16,5% em relação a dezembro.

O indicador do açúcar ficou em 181,9 pontos em janeiro, com alta de 2,4 pontos. “Os preços internacionais do açúcar foram influenciados pelos movimentos da moeda brasileira (real), que ganhou força frente ao dólar dos Estados Unidos”, diz o texto da FAO.

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Fonte: Valor Econômico

2. Autoridades dos EUA reforçam pressão por mercados agrícolas no Brasil

Na esteira dos acenos positivos de Jair Bolsonaro ao presidente Donald Trump, autoridades do governo americano estão em Brasília para reforçar a pressão para que os EUA ampliem as vendas de etanol e trigo ao mercado brasileiro.

Como mostrou o Valor, depois da eleição de Bolsonaro os Estados Unidos voltaram a pedir ao Itamaraty uma cota para o trigo americano e a retirada do limite estabelecido para suas vendas de etanol.

Esses temas, que precisam ser aprovados pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), foram revisitados hoje em uma reunião entre uma comitiva americana liderada pelo subsecretário de Comércio e Assuntos Agrícolas Internacionais do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), Ted McKinney, e funcionários do Ministério da Agricultura do Brasil.

Gregg Doud, negociador-chefe agrícola do USTR, escritório de representação comercial da Casa Branca, integra a missão americana a Brasília, que também terá agendas no Itamaraty e no Ministério da Educação.

O Ministério da Agricultura aproveitou a visita da delegação americana para apresentar a pauta agrícola do Brasil, que inclui a retomada dos embarques de carne bovina in natura aos EUA e a ampliação das exportações de melão e frutas cítricas.

Ontem, o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, também esteve com o Representante do Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, em Washington, tratando do comércio bilateral. O governo brasileiro também já prepara a viagem que o presidente Bolsonaro deverá fazer em março aos EUA, com foco em questões econômicas e comerciais.

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Fonte: Valor Econômico

3. Congresso deve trabalhar pela valorização do produtor rural, diz Heinze

Ao mesmo tempo em que o agronegócio é considerado o carro-chefe da economia do país — em 2018, o setor faturou R$ 580 bilhões — os produtores rurais vivem com uma renda média de apenas R$ 6 mil brutos ao ano, lamentou o senador Luis Carlos Heize (PP-RS), durante pronunciamento em Plenário nesta quinta-feira (7).

— A agricultura vai bem, mas o agricultor vai mal, tem problemas. Quem está lá na roça, lá no campo é que paga o pato — disse o parlamentar.

Essa desvalorização, disse o parlamentar, é resultado do oligopólio de empresas do ramo. Segundo Heinze, o número de empresas que vendem tanto insumos, máquinas, defensivos agrícolas, quanto grãos, carnes e lácteos, é muito pequeno, não chegando a 50 em todo o país.

Outra questão reivindicada por Heinze é quanto à carga tributária que incide sobre a produção. Segundo o parlamentar, os impostos representam 30% do custo de um saco de arroz, o que dificulta a competitividade do produto nacional, principalmente, com os advindos do Mercosul, mais baratos.

Defender a classe dos produtores rurais, na qual Heinze também se inclui, será uma das principais bandeiras do parlamentar no Congresso. O senador prometeu trabalhar para valorizá-los.

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Fonte: Agência Estado/Notícias Agrícolas

Insumos

4. Governo resiste em ampliar recursos do Moderfrota

O governo dá sinais de que não vai ampliar os aportes no Moderfrota, principal linha de crédito a juros subsidiados que financia máquinas agrícolas no país, caso os recursos se esgotem até o fim de março, como projetam bancos e a indústria do segmento, disse uma fonte a par do assunto.

“Sem sinalização de novos recursos. Os atuais tendem a acabar até março ou, no máximo, abril”, afirmou outra fonte, ligada a um banco.

O atual Plano Safra (2018/19), que terminará em 30 de junho, reservou R$ 8,9 bilhões para o Moderfrota, R$ 300 milhões a mais do que na temporada anterior (2017/18). De acordo com dados do Banco Central, os bancos já concederam R$ 5,7 bilhões referentes à linha nos primeiros sete meses do ciclo (julho do ano passado a janeiro último). O montante representa 64% do total à disposição e representa um aumento de 45,6% em relação ao desembolsado no mesmo período do anosafra anterior.

O Valor apurou que os bancos já estão processando pedidos de contratos do Moderfrota que elevam o total comprometido a R$ 7,6 bilhões. Assim, sobram apenas R$ 1,3 bilhão.

Na avaliação das montadoras de maquinário agrícola, a falta de recursos pode ser agravada com a temporada de feiras agropecuárias do primeiro semestre,. Nesta semana, acontece a Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), que servirá como termômetro para a demanda por tratores e colheitadeiras, entre outros equipamentos. O Valor mostrou recentemente que a iminente falta de crédito para aquisição de maquinas têm levado os produtores a anteciparem as compras.

Questionada sobre a situação do Moderfrota, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, respondeu que “ainda tem dinheiro para a linha”.

Caso de fato esgotem-se os recursos do Moderdota, no entanto, os bancos apostam em suas linhas a juros livres, abastecidas com recursos próprios, que não contam com subsídios públicos e, portanto, têm taxas maiores. No Moderfrota, os juros variam de 7,5% ao ano para tomadores com faturamento até R$ 90 milhões a 9,5% ao ano para aqueles com faturamentos maiores.

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Fonte: Valor Econômico

5. Venda de máquinas perde força, mas indústria ainda prevê resultados positivos

As vendas de máquinas agrícolas perderam ritmo no país em janeiro, ainda que tenham aumentado de forma expressiva em relação ao mesmo mês de 2018, quando o mercado estava atipicamente desacelerado.

Segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), foram comercializadas 2.636 unidades, 40,1% menos que em dezembro. Em relação a janeiro do ano passado, houve alta de 64,5%.

Como informou o Valor, nos últimos meses de 2018 o salto das vendas foi muito influenciado pela antecipação de compras por produtores rurais que temiam a escassez de crédito no Moderfrota e em outras linhas de crédito do Plano Safra destinadas à aquisição de máquinas.

E o problema existe. Dos recursos reservados para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), por exemplo, 80% já foram desembolsados e a linha tende a secar antes do fim do atual Plano Safra, em 30 de junho.

A despeito da queda em relação a dezembro, a Anfavea continua otimista quanto às vendas em 2019 como um todo. "Tudo indica que teremos uma boa rentabilidade no setor [agrícola] e, quando isso acontece, sempre há aumento de vendas", disse Antonio Megale, presidente da Anfavea. A entidade estima avanço de quase 11% das vendas no ano.

Ainda segundo a Anfavea, a produção de máquinas somou 2.819 unidades em janeiro, 3,5% mais que no mesmo mês de 2018. Na comparação com o mês de dezembro do ano passado, quando as montadoras ampliaram tendo em vista a temporada de feiras agropecuárias que já começou em diversos polos agrícolas, houve queda de 49,2%.

"Na Show Rural Coopavel, as vendas estão indo muito acima das expectativas, o que nos leva a continuar com otimismo muito grande", disse Alfredo Miguel Neto, vice-presidente da Anfavea. Uma das mais importantes feitas do país, a Show Rural é organizada pela cooperativa Coopavel em Cascavel (PR).

De acordo com o vice-presidente da Case IH para América do Sul, Christian Gonzales, havia dúvidas em relação às vendas na feira por causa dos problemas climáticos no Paraná, mas os negócios estão sendo fechados. "Esperávamos algum desânimo. Apesar disso, há um otimismo contido". A expectativa da marca é de aumento de 5% a 10% nas vendas na mostra deste ano ante a 2017.

Segundo Miguel Neto, mesmo as perdas que poderão ser registradas pelos agricultores em razão do clima adverso a lavouras de soja em Mato Grosso deverão ser compensadas pela grande colheita de milho prevista para esta safra 2018/19.

Já as exportações de máquinas continuaram retraídas. Foram 693 unidades em janeiro, ante 884 em dezembro e 775 em janeiro de 2018. "Há preocupação em relação à Argentina. O país tem dificuldades econômicas e políticas e houve seca no ano passado. O produtor fica inseguro", afirmou Miguel Neto.

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Fonte: Valor Econômico

6. Desembolsos de crédito rural desaceleram

O volume de crédito rural liberado pelos bancos alcançou R$ 110,1 bilhões no acumulado dos primeiros sete meses do Plano Safra 2018/ 2019, crescimento de 13% na comparação com o mesmo intervalo da temporada anterior (2017/18).

Ainda que todas as linhas de crédito continuem registrando crescimento, sobretudo as de investimento, o resultado geral -- os dados englobam agricultura empresarial e familiar -- revela uma desaceleração no ritmo de desembolsos na virada do atual ano-safra, que se encerrará em 30 de junho. A demanda por esses financiamentos chegou a registrar um incremento de até 25% nos primeiros meses deste ciclo.

Até o fim de janeiro, produtores de todo país conviviam com dúvidas sobre a disponibilidade de crédito a juros controlados nas agências bancárias, após esgotarem os recursos subsidiados em algumas das linhas - principalmente as voltadas a investimento.

O diagnóstico do setor de agronegócios é que mudanças regulatórias feitas pela equipe econômica quando do lançamento do Plano Safra 2017/18, no ano passado, retiraram recursos do crédito rural. A forte demanda, num cenário de taxas de juros mais baixas, também contribuiu para esse quadro.

Na semana passada, porém, o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a ampliação de recursos controlados para médios e pequenos produtores, uma injeção de R$ 6 bilhões na oferta de financiamentos, o que pode aliviar as preocupações do setor com a falta de crédito rural.

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Fonte: Valor Econômico

Proteína Animal

7. Venda de ativos frustra expectativas e adia 'ajuste' da BRF

À frente da BRF desde 27 de abril do ano passado, Pedro Parente encerrou ontem sua primeira missão na endividada companhia. O plano de emergência com o qual buscava R$ 5 bilhões para diminuir o passivo foi cumprido parcialmente, o que desapontou os investidores. Em razão do impasse envolvendo a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit), a BRF teve uma frustração de receita da ordem de R$ 1 bilhão nas vendas de ativos operacionais.

Com isso, a única promessa de Parente teve de ser flexibilizada. Pelos planos iniciais, o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado) da BRF deveria cair das 6,7 vezes registradas em setembro para 4,35 vezes no balanço que será divulgado em 28 de fevereiro.

No entanto, como a empresa recebeu menos do que esperava, a redução da alavancagem será mais lenta. Ontem, a BRF informou que o índice deverá ficar próximo de 5 vezes. A frustração de receita também afetou a projeção para o fim de 2019. Agora, a expectativa é que o índice de alavancagem atinja 3,65 vezes em 31 de dezembro. Inicialmente, a BRF imaginava 3 vezes.

Diante da revisão nas metas, os investidores reagiram mal, anulando a forte valorização das ações que ocorreu na terçafeira, quando Ivan Monteiro, ex-presidente da Petrobras, foi indicado para a vice-presidência financeira e de reações com investidores. Na B3, as ações da BRF recuaram 4% ontem, maior baixa do Ibovespa.

A decepção dos investidores foi conhecida na madrugada de quinta-feira, quando a Tyson Foods, maior empresa de carnes dos EUA, anunciou a aquisição dos ativos da BRF na Europa e na Tailândia por US$ 340 milhões (R$ 1,264 bilhão, conforme cálculos do Valor Data).

Esses eram os últimos ativos à venda no plano de desinvestimentos. Entre dezembro e janeiro, a BRF já havia vendido as operações na Argentina e uma fábrica de hambúrguer no Brasil. Ao todo, a empresa obteve R$ 1,9 bilhão com a venda de ativos operacionais, abaixo dos R$ 3 bilhões projetados. Somados a outras medidas (sobretudo de gestão de capital de giro), a BRF conseguiu cerca de R$ 4 bilhões. Foi a frustração na venda de ativos, portanto, que impediu os R$ 5 bilhões.

Apesar disso, Parente sustentou que o plano de emergência foi bem sucedido na visão do conselho de administração da BRF e também do time de executivos. Segundo ele, a companhia garantiu uma trajetória descendente da alavancagem.

Com os recursos do plano de desinvestimentos e a rolagem de empréstimos já feita, a BRF pode pagar todas as dívidas que vencem em 2019. Ao final do processo, sobrariam cerca de R$ 5,8 bilhões, montante mais do que suficiente para a companhia tocar o dia a dia. Segundo Lorival Luz, vice-presidente executivo da BRF, o caixa mínimo necessário é de R$ 5 bilhões.

Sendo assim, frisaram Luz e Parente, a BRF não precisa vender mais ativos. "Não há qualquer necessidade de caixa adicional", afirmou o vice-presidente. A analistas, Parente admitiu que a BRF chegou a considerar a venda de mais ativos para atingir a meta de R$ 5 bilhões, mas que o conselho de administração chegou à conclusão de que isso não será necessário, ao menos no curto prazo.

A avaliação foi essa porque a companhia aposta na recuperação gradual dos negócios. O entendimento é que as turbulências - investigações da Polícia Federal, embargo da União Europeia, preços elevados dos grãos - foram superadas ou estão em vias de ser. No caso do mercado de frangos e suínos, os preços ajudam, acrescentou Luz.

De acordo com o vice-presidente da BRF, o preço da carne de frango aumentou 50% na comparação com igual período do ano passado, e o da carne suína, 20%. Nesse cenário, a empresa vai voltar a gerar fluxo de caixa livre em 2019, disse Parente.

Paralelamente, a BRF dará início à segunda fase do processo de alongamento de sua dívida, que somava R$ 22 bilhões em setembro. Para isso, a empresa contará com a experiência de Ivan Monteiro, que fez o mesmo processo na Petrobras.

Em relação à Monteiro, aliás, chamou atenção a forma como a BRF citou o executivo na teleconferência. Em uma tentativa de afastar especulações de que o ex-Petrobras será uma "ameaça" em seu caminho rumo ao posto de CEO, Lorival Luz mencionou, espontaneamente, as qualidades do executivo e as missões que ele terá na BRF.

Ao deixar a tarefa de explicar os objetivos de Monteiro a Luz, Parente prestigiou o vice-presidente em um momento de desconfiança dos investidores. Luz está sendo preparado para assumir o cargo de CEO global da BRF até meados de junho, prazo final para que Parente deixe de acumular os cargos de presidente do conselho e de presidente-executivo.

A intenção da BRF é que, juntos, Luz e Monteiro façam com que, até 2020, a empresa recupere os níveis históricos de rentabilidade - margens de 10%, segundo analistas. A melhora operacional será vital para que o índice de alavancagem de longo prazo da BRF fique entre 1,5 vez e 2 vezes. Se tudo der certo, a BRF estará pronta para aquisições em 2021, sobretudo na Arábia Saudita. Enquanto isso, a companhia busca parcerias.

Notícia na ítnegra

Fonte: Valor Econômico

8. Marfrig demite 400 funcionários de frigorífico de bovinos em SP

A Marfrig Global Foods, segunda maior indústria de carne bovina do país, demitiu cerca de 400 funcionários do abatedouro de bovinos em Promissão, no interior paulista.

Em carta enviada para a prefeitura da cidade, à qual o Valor teve acesso, o diretor operacional da Marfrig, Artêmio Listoni, informou que as demissões se deram “por conta da readequação nas atividades realizadas na planta no período noturno”.

Os outros 2 mil funcionários do abatedouro de Promissão não serão afetados, segundo a correspondência enviada pelo executivo.

Procurada pelo Valor, a Marfrig confirmou as informações. “A Marfrig ressalta, ainda, que mantém seu compromisso com a geração de emprego, a responsabilidade social e que cumpre rigorosamente com a legislação trabalhista”

Abaixo, a resposta da Marfrig na íntegra:

“A Marfrig Global Foods, uma das companhias líderes em carne bovina do mundo, informa que o desligamento de cerca de 400 colaboradores da linha de desossa da unidade de Promissão, em São Paulo, se deu por conta da readequação nas atividades realizadas na planta no período noturno. A companhia esclarece que a decisão não afeta os demais 2.000 Funcionários que atuam na unidade. A Marfrig ressalta, ainda, que mantém seu compromisso com a geração de emprego, a responsabilidade social e que cumpre rigorosamente com a legislação trabalhista”.

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Fonte: Valor Econômico

9. Companhia busca parcerias com fundos soberanos para ingressar na Arábia Saudita

Sem dinheiro para aquisições, a BRF poderá ingressar no mercado de carne de frango da Arábia Saudita por meio de parcerias com fundos soberanos do Oriente Médio. Mencionada como uma possibilidade pelo CEO global, Pedro Parente, a iniciativa já atraiu o interesse de alguns investidores, apurou o Valor.

A Saudi Agriculture and Livestock Investment Company (Salic), gestora do Reino da Arábia Saudita com foco em agronegócios, está interessada, disseram duas fontes.

No ano passado, os sauditas já haviam demonstrado interesse em investir na BRF. À época, a Salic chegou a conversar com outros investidores - como o empresário Rubens Ometto e a americana Continental Grain -, que vislumbravam participar de um aumento de capital na empresa, o que não ocorreu.

A ideia da Salic era, ao final de uma complexa transação, assumir a operação de carne de frango halal (que segue preceitos muçulmano) da BRF. Como ficaria claro ao longo do ano passado, a ideia não interessava à empresa brasileira, que dissolveu a OneFoods -subsidiária que reunia os frigoríficos voltados ao mercado muçulmano.

Ontem, em teleconferência, o vice-presidente executivo da empresa brasileira, Lorival Luz, reafirmou que a OneFoods foi incorporada à BRF. Sendo assim, eventuais parcerias serão feitas em outros formatos que interessem à companhia.

A jornalistas, Parente afirmou ontem que Patricio Rohner, à frente das operações da companhia no Oriente Médio, foi incumbido de ouvir interessados em parcerias. O pano de fundo para a entrada na Arábia Saudita é a estratégia do governo local de cortar as importações de frango.

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Fonte: Valor Ecoômico

Agroenergia

10. Tereos inaugura unidade para centralizar serviços corporativos no Brasil

A Tereos, segunda maior produtora mundial de açúcar, inaugurou nesta quinta-feira (7) um centro de serviços para gerenciar os processos corporativos de todas as unidades da companhia no Brasil. O Business Service Center (BSC) ocupa uma área de cerca de 1.700 metros quadrados em São José do Rio Preto (SP). O mesmo modelo está sendo implantado na França, país sede da corporação, na cidade de Lille. O BSC Europa vai atender os negócios do grupo naquele continente.

Segundo a Tereos, a unidade permitirá maior sinergia entre as áreas da empresa, a partir de um novo modelo de gestão de processos. “O modelo do BSC muda o conceito de como a companhia gerencia seus processos corporativos, antes isolados em departamentos e agora integrados, com mais troca de informação, mais agilidade e eficiência”, informou o gerente-executivo da unidade, Edmar Barros.

Para Jacyr Costa Filho, diretor da Região Brasil do Grupo Tereos, a escolha da cidade paulista para implantação do Business Service Center no País levou em conta a infraestrutura oferecida pela cidade e a posição geográfica estratégica em relação às unidades industriais da empresa.

O BSC concentrará as operações de sete usinas da Tereos Açúcar & Energia Brasil na região noroeste de São Paulo, da unidade industrial da Tereos Amido & Adoçantes Brasil, em Palmital, sudoeste do Estado, do centro de distribuição, no Rio de Janeiro, e do escritório de São Paulo, que inclui equipes corporativas, comerciais e o braço de trading da empresa, a Tereos Commodities.

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Fonte: Agência Estado/NovaCana

11. Etanol deixa de ser mais vantajoso que açúcar para usinas brasileiras

A queda no preço do etanol pode fazer com que uma parcela maior da cana-de-açúcar brasileira seja usada para produzir açúcar e uma parte menor, biocombustível.

O petróleo mais barato e os grandes estoques de etanol encerraram anos de desconto no preço do açúcar em relação ao do biocombustível, diferença que em 2018 chegou a 30 por cento. Assim, as usinas têm motivos para refletir antes da próxima safra de cana do Brasil, que começa em abril.

"A vantagem maior do etanol em relação ao açúcar desapareceu", disse Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro, com sede em São Paulo, por telefone.

Em janeiro, a Datagro estimou uma produção de 28,8 milhões de toneladas de açúcar em 2019/20 no Centro-Sul, a principal região produtora do país, 8,9 por cento maior do que a safra 2018/19, que termina em 31 de março.

O apelo do açúcar pode receber novo impulso pelo fato de a demanda global estar ultrapassando a oferta, disse Nastari. A Datagro estima que o mercado passará do superávit para um déficit de 3,05 milhões de toneladas na safra atual e de 8,94 milhões de toneladas em 2019-2020. A safra de açúcar global vai de outubro a setembro.

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Fonte: Blooberg/Nova Cana

12. Wilmar encolhe fatia em exportação de açúcar do Brasil; Sucden e Dreyfus cresce

A Wilmar International, dona da joint venture RAW em parceria com a Raízen, foi a que mais encolheu em participação nas exportações brasileiras de açúcar bruto em 2018, perdendo o posto de maior embarcadora da commodity para a concorrente Alvean, da Copersucar e Cargill.

Outras companhias, como Sucden e Louis Dreyfus, ganharam força no comércio do produto do Brasil, segundo dados da agência marítima Williams sobre os embarques das maiores tradings no ano passado, quando as exportações do país despencaram na esteira de um maior direcionamento de cana para a produção de etanol.

A Wilmar respondeu por 17,9 por cento da fatia exportada pelo Brasil, ou 3,3 milhões de toneladas, em uma sensível queda ante os 21,1 por cento de 2017, quando liderou as vendas de açúcar do Brasil após a formação de parceria com a Raízen, da Cosan e Shell.

O volume da Wilmar foi ainda 36,9 por cento inferior na comparação anual, caindo mais do que os embarques do Brasil, maior exportador mundial da commodity, que registrou perda de 25,5 por cento nas exportações em 2018, para 18,5 milhões de toneladas.

Já a Alvean exportou 3,45 milhões de toneladas (-22 por cento na comparação anual), o equivalente a 18,6 por cento do total enviado pelo país, segundo os dados da Williams. Em 2017, tal fatia havia sido de 17,8 por cento.

Ao lado da Wilmar, apenas a Copa Shipping, quinta maior exportadora, registrou perda de participação dentre as empresas que enviaram mais de 1 milhão de toneladas de açúcar. A companhia viu sua fatia passar para 7,4 por cento, de 7,9 por cento, com quase 1,4 milhão de toneladas --volume 30,3 por cento menor.

Ainda entre as grandes, a Nolis, do conglomerado argelino Grupo Cevital e sexta maior exportadora, embarcou 1,15 milhão de tonelada de açúcar brasileiro em 2018 (-14,6 por cento), ou 6,2 por cento do total nacional, um avanço 0,8 ponto percentual.

Em alta

Sucden e Louis Dreyfus também impulsionaram suas fatias nas exportações brasileiras de açúcar, mas, ao contrário das outras grandes tradings, conseguiram elevar o volume embarcado.

Terceira maior exportadora, a Sucden enviou no ano passado 2,9 milhões de toneladas de açúcar do Brasil, alta de 21,3 por cento. Sua participação nas vendas nacionais passou a 15,6 por cento, de 9,6 por cento em 2017.

Já a Louis Dreyfus exportou 6,9 por cento mais, com 1,5 milhão de toneladas, superando a Copa Shipping para assumir o posto de quarta maior exportadora. Com o desempenho, respondeu por 7,9 por cento do que o Brasil exportou em 2018, contra 5,5 por cento em 2017.

Procuradas para comentar o assunto, Alvean, Wilmar, Sucden, Louis Dreyfus, Copa Shipping e Nolis não responderam de imediato.

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Fonte: Reuters/Udop

Grãos e Grandes Culturas

13. Importação de algodão pela Índia dispara com produção em baixa

As importações de algodão pela Índia devem avançar 80 por cento ante um ano atrás, com a produção podendo cair ao menor nível em nove anos por conta de poucas chuvas em áreas importantes de plantio, afirmou uma autoridade da indústria à Reuters nesta quinta-feira.

Maiores importações do maior produtor mundial de algodão podem sustentar os preços globais, operando próximo de seu menor valor em mais de um ano.

A queda na oferta indiana pode ajudar rivais como Estados Unidos, Brasil e Austrália a ampliarem exportações para asiáticos, como China, Bangladesh e Paquistão.

“A produção não é suficiente para satisfazer o consumo local. A partir de março as importações vão avançar”, declarou Atul Ganatra, presidente da Associação de Algodão da Índia (CAI, na sigla em inglês).

O país pode importar 2,7 milhões de fardos no ano comercial de 2018/19, que termina em 30 de setembro, alta de 1,5 milhão de fardos em relação a um ano atrás, informou.

Empresas importaram 548 mil fardos até o fim de janeiro, de contratos totais de 1 milhão de fardos assinados até agora no ano comercial corrente, disse Ganatra.

As importações de algodão da Índia são principalmente de Estados Unidos, Brasil e Egito.

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Fonte: Reuters/Agrolink

14. BrasilAgro: produção de grãos deve atingir 250,4 mil toneladas

A produção de grãos da BrasilAgro deve alcançar 250,4 mil toneladas na safra de 2018/19, estimou o diretor presidente da companhia, André Guillaumon. Em teleconferência para comentar os resultados financeiros do segundo trimestre de 2019, o executivo afirmou que cerca de 153 mil toneladas referem-se à colheita de soja e o restante cultivos de milho verão e safrinha.

Com a colheita de soja já iniciada, o plantio de milho segunda safra 2018/19 atinge 15% a 20% da área esperada. “Com a venda da fazenda Jatobá, tomamos a decisão estratégica de converter áreas que antes eram de pastagens em cultivos de grãos, principalmente soja, e por isso nossa produção de carne vai cair”, disse o executivo. Em 2018/19, a BrasilAgro deve registrar em torno de 22,5 mil cabeças de gado.

Em 2018, a empresa vendeu uma área de 9.784 hectares da Fazenda Jatobá, localizada no município de Jaborandi, na Bahia. A propriedade foi adquirida em 2007 e possuía uma área total de 31.606 hectares, dos quais foram vendidos 625 hectares em julho de 2017, restando 21.197 hectares no portfólio após estas vendas. A BrasilAgro é líder brasileira na aquisição, desenvolvimento e venda de propriedades rurais com alto potencial de valorização.

Hedge

Guillaumon acrescenta que as discussões entre Estados Unidos e China, por causa da guerra comercial entre os dois países, trouxeram incertezas para o mercado de soja. Somando a isso a incerteza política durante o ano passado, com eleições no Brasil, a empresa optou, para mitigar riscos, por travar 73,4% das vendas de soja 2018/19, ou um volume de 105 mil toneladas, ao preço médio de US$ 9,32 por bushel.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Istoé

15. Três a cada quatro produtores de arroz do RS estão endividados

Três a cada quatro produtores de arroz estão com contas atrasadas há mais de um ano ou renegociaram a dívida, aponta a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz). Segundo o presidente da entidade, Henrique Dornelles, o endividamento do setor é complexo.

“Não vem só dos altos custos de produção. Ele vem da insegurança de preço, dos problemas climáticos que infelizmente o seguro agrícola não cobre. Isso tudo junto criou algo bastante considerável”, explica Dornelles.

Empolgado com o preço do cereal em 2014, o produtor Fábio Peres, de Camaquã (RS), resolveu expandir a área plantada de 500 hectares para 850 hectares. Mas, após três safras com as cotações em queda, faltou dinheiro para cobrir os investimentos que a plantação maior exigia. “Se aumenta a área, você é obrigado a comprar maquinário e aumentar o número de funcionários”, diz. Não teve jeito. Peres acabou endividado junto ao banco e, atualmente, mais da metade do plantio passou a ser financiado por fornecedores de insumos.

Altas no preço do arroz poderiam amenizar a dificuldade enfrentada pelos orizicultores, mas tem acontecido exatamente o contrário. De acordo com o economista da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, o produtor está vendendo a saca abaixo do custo de produção.

O especialista elenca os desafios: “Precisamos baixar nosso custo de R$ 8,5 mil para R$ 5 mil. Só que isso não pode ser feito sem ter liberdade para comprar insumos onde quisermos, sem fazer investimentos pesados na geração de energia elétrica no Brasil e com a tributação imensa que a gente tem no óleo diesel”.

Para a Federarroz, o custo alto tira competitividade em relação a países que não gastam tanto para ofertar arroz ao mercado. “Eu tenho que cumprir com todas as minhas obrigações sociais, ambientais e tributárias para manter a máquina do governo em dia. Tudo isso torna a minha saca muito mais cara do que a dos outros países”, afirma Dornelles.

Sem alternativa, os produtores estão reduzindo a área plantada. Antônio da Luz chama atenção para o fato de que isso pode causar problemas de abastecimento no futuro.

Beco sem saída

A cada safra, o custo de Peres fica maior mesmo sem novos investimentos. Na conta, entram os ajustes no óleo diesel e nos fertilizantes, além da terra arrendada. “Na minha lavoura mesmo tem três mãos de ureia. Sou obrigado a colocar. Se não fizer isso, não vou produzir. Não tem como dizer que eu vou produzir bastante tendo custo pequeno. Não dá, eu não consigo”, lamenta.

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Fonte: Canal Rural

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