28 de fevereiro de 2019

Publicação: Valor Econômico, p. B-6

Acionista propõe mudança gradual na Klabin.

Luiz Barsi, maior acionista individual da Klabin com cerca de 2% das de ações preferenciais, contou em entrevista ao Valor que sugeriu em janeiro um plano à administração da empresa para uma migração "paulatina" ao Novo Mercado da B3, dentro de dez ou até 20 anos. "Faz tempo que provoco a turma da Klabin sobre o que planejam para a empresa."

Enquanto os investidores se articulavam para melhorar a governança da empresa e ampliar a independência do conselho, a fabricante de papel anunciou neste mês, como um passo nessa direção, um acordo com seus controladores para dar fim ao pagamento de royalties ao seus controladores. Mas a condução da transação teve efeito contrário: colocou a companhia, suas práticas e relações familiares na vitrine, alvo de críticas e até queixas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

"A Klabin é uma companhia muito boa. Mas os controladores têm um sentimento de posse muito grande e fazem tudo no sentido de privilegiar as ações ordinárias. Isso prejudica a imagem da empresa no mercado", disse Barsi ao Valor. Consultada, a Klabin alega que não recebeu, de nenhum acionista, por meio de sua diretoria ou de sua área de relações com os investidores, uma plano de migração para o Novo Mercado.

Royalties pelo uso do nome foram avaliado em R$ 700 milhões; acordo fechado com a família saiu por R$ 344 milhões

Depois de a BNDESPar levar ao regulador do mercado um pedido de maiores informações à Klabin sobre o acordo de royalties e pedir a interrupção do prazo para a assembleia que avaliará o negócio (convocada para 14 de março), ontem foi a vez da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), que reúne gestores com R$ 700 bilhões em patrimônio, fazer críticas ao formato do negócio. Embora os temas sejam diversos (o Novo Mercado, a independência do conselho e o contrato de royalties), a combinação expôs a companhia a uma cobrança maior.

A Amec, em carta pública, solicitou maiores informações para que a proposta do fim do contrato de royalties possa ser melhor avaliada pelo mercado. E também provocou os investidores para que "exerçam seu poder de voto na assembleia, conscientes das reais alternativas para a companhia". A aprovação do acordo está nas mãos do mercado. Os controladores não votarão no encontro de acionistas.

A Klabin afirmou que o fluxo de pagamentos futuros de royalties pelo uso do nome da família foi avaliado em laudo por R$ 700 milhões. O acordo com os donos desse direito foi fechado por R$ 344 milhões, para ser honrado com ações ordinárias - equivalentes a 1,8% do capital total.

Fernando Tendolini, vice-presidente da Amec, afirmou que a ideia da carta, que partiu dos associados, é pedir mais transparência da. "O que a companhia apresentou foi o fluxo da despesa socializada. Mas não sabemos o valor que a marca efetivamente possui", afirmou em entrevista exclusiva.

"Também não sabemos se o contrato podia ser extinto sem esse pagamento, o que nos traz o debate sobre o dever de lealdade dos administradores. A questão não é pontual. É um dos grandes temas deste século", ressaltou Tendolini. Por isso, a Amec também pede aos reguladores "que acompanhem e apurem a regularidade dos atos que levam a esta importante transação com partes relacionadas".

"Se a Klabin for ao Novo Mercado, passará a disputar recursos de fundos soberanos internacionais", diz Barsi

Em nota ao Valor, a Klabin afirmou que "sempre se pautou pela transparência em seus relacionamentos e pelo alto nível de governança corporativa em seu modelo de gestão". Disse ainda que atua de maneira "a garantir sua visão de longo prazo que, nesses mais de 120 anos, tem contribuído para a consolidação do mercado de papel e celulose e para o desenvolvimento do país."

Além de criticar o valor acordado e a transparência, Barsi destacou que os sócios beneficiados terão, além de mais ações, dividendos maiores daqui para frente. Nos últimos cinco anos, conforme as demonstrações de mutação do patrimônio líquido, a Klabin desembolsou R$ 2 bilhões em dividendos. A fatia adicional de 1,8% do capital que alguns controladores poderão ter daria a eles R$ 36 milhões a mais desses proventos.

Há uma "espécie de mágoa" entre os preferencialistas em relação aos controladores da companhia, segundo Barsi. Ele questionou o benefício do programa de units, adotado em 2013 - o que já fez publicamente no fim de novembro, em encontro da Klabin com analistas e investidores em São Paulo. Unit é a forma que a fabricante de papel é negociada na bolsa: um pacote com uma ação ordinária e quatro preferenciais. Barsi, que alega ser minoritário da companhia há 40 anos, não converteu sua posição nesse combo.

"Há coisas que minam a simpatia do investidor", afirmou Barsi, lembrando que anos antes a companhia trocou o dividendo 10% superior das ações preferenciais pelo acesso ao prêmio de controle em caso de venda ("tag along"). Segundo ele, a medida, mesmo aprovada por maioria dos detentores dessa espécie de papéis, desagradou quem tem o investimento por causa dessa remuneração.

Por isso, diante das insatisfações, decidiu levar à companhia sugestões para uma migração gradual ao Novo Mercado, antecedida pelo grupamento de ações da companhia. A base atual de 5,4 bilhões de papéis, em seu projeto, seria reduzida na proporção de dez para um. Dessa forma, segundo ele, o programa de units seria encerrado, as ações ordinárias valeriam mais e os dividendos teriam maior representatividade numérica. "Se a Klabin for ao Novo Mercado passará a disputar recursos de fundos soberanos internacionais. A companhia deveria ao menos acenar com essa possibilidade."

Para evitar uma mudança abrupta ou gerar receios entre os controladores, que do capital total possuem apenas 26%, a conversão das preferenciais ocorreria ao ritmo de 5% ou 10% ao ano. Conforme o Valor noticiou ontem, além do Novo Mercado, Barsi sugeriu à companhia uma chapa com a indicação de um nome para o conselho de administração e outro para o fiscal. A iniciativa tem apoio de diversos acionistas institucionais domésticos e internacionais.

27 de fevereiro de 2019

Publicação: Valor Econômico, p. B-4

Minoritários querem levar a Klabin para o Novo Mercado da B3.

Um grupo de acionistas minoritários da Klabin, maior fabricante brasileira de papéis para embalagem, embalagens de papelão ondulado e celulose fluff, está aumentando a pressão para que a empresa implemente melhorias na governança corporativa. Antigo pleito dos investidores, a migração para o Novo Mercado da B3 está nessa pauta, apurou o Valor.

A primeira iniciativa foi compor uma chapa para disputar uma vaga no conselho de administração e outra no fiscal. Com 13 assentos, praticamente todo o colegiado é formado por membros com sobrenomes vinculados aos diferentes núcleos de controladores, mesmo entre aqueles listados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) como independentes. Isso não agrada aos minoritários.

Pelo calendário público, estava previsto para ontem o edital de convocação da assembleia geral ordinária (AGO), que elegerá o novo conselho e estava estimada para 28 de março. No fim do dia, a companhia anunciou que a AGO foi adiada para 30 de abril. Mas, procurada, não comentou o tema.

Os investidores organizados querem melhorar o retorno sobre capital e ainda separar os temas familiares da gestão do negócio. "Família e companhia são muito misturados na Klabin", afirmou um acionista minoritário.

Também causa desconforto a valorização mais forte das ações ON da Klabin relativamente aos papéis preferenciais. Nos últimos 12 meses, enquanto as ON subiram 18,89%, a R$ 5,75, as PN ganharam apenas 5,92%, para R$ 3,21. Mais de 50% do capital ordinário é detido por famílias controladoras, por meio da Niblak e Klabin Irmãos e Cia (KIC). A liquidez da companhia está concentrada nas units, que são formadas por quatro papéis preferenciais e um ordinárias e têm alta de 9,45% em 12 meses, negociadas a R$ 18,76 no fechamento de segunda-feira.

Foi indicado, para o conselho de administração Mauro Cunha, presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), com o advogado Marcelo Gasparino como suplente. Para o conselho fiscal, o nome sugerido é o da filha do investidor Luiz Barsi, Louise Barsi, com Geraldo Affonso Ferreira para suplente. Questionado sobre a indicação, Mauro Cunha limitou-se a dizer que a informação procede. "Sim, é verdade que irei concorrer, com objetivo de trazer independência ao conselho de administração." Mas, segundo ele, não há uma missão específica.

O pedido de inclusão dos conselheiros será feito exclusivamente por Barsi, o maior acionista individual da Klabin. Porém, o movimento conta com apoio de diversos outros acionistas institucionais nacionais e internacionais e também individuais. Entre os favoráveis a iniciativa, segundo o Valor apurou, está a BNDESPar, que detém 2,8% das ações ordinárias e 6,6% das preferenciais - 5,2% do capital total.

A pressão sobre a Klabin vem na esteira de movimento realizado pela Suzano, que após aderir ao Novo Mercado e adotar melhorias na governança deu um salto também nos negócios. A companhia migrou para o segmento especial da B3 em novembro de 2017 e, em março de 2018, fez a maior transação já realizada no mercado de capitais brasileiro ao adquirir a Fibria. O fortalecimento das ações da empresa permitiu que parte do pagamento fosse feito com uma emissão de novos papéis.

A percepção de que há uma mistura relevante na Klabin entre família e negócios vai para além do contrato de uso da marca, sobrenome de um dos núcleos fundadores, que pode ser extinto em breve. A empresa acordou com esse grupo o fim desse contrato com a extinção do pagamento anual em troca da quantia de valor equivalente a R$ 344 milhões na forma de ações ordinárias.

Há críticas também aos salários pagos aos conselheiros. O total da remuneração prevista para o conselho de administração da companhia em 2018 é de R$ 16 milhões, comparado aos R$ 27 milhões previstos para a diretoria estatutária - 1,7 vez o total pago ao conselho.

Como comparação, na Suzano são sete membros na composição do colegiado, sendo três independentes. Com a perspectiva de nove membros, o pagamento reservado para 2018 somava R$ 13 milhões, sendo R$ 5,7 milhões de salário fixo e R$ 5,2 milhões em bônus e R$ 2,35 milhões pela participação em comitês. O pagamento previsto para a diretoria estatutária somava R$ 45,8 milhões, quase três vezes a previsão para o conselho.

Apesar da intenção de no futuro conseguir levar a Klabin ao Novo Mercado, a estrada é difícil. As holdings controladoras, KIC e Niblak, detêm 54,5% das ações ordinárias, mas não possuem preferenciais, o que faz com que a participação delas no capital total seja de 20% hoje. A estrutura de capital da Klabin, que migrou para o nível 2 da B3 em 2014, na esteira do programa de emissão de units, é das mais antigas. O capital preferencial representa 63% do total.

Com a família Monteiro Aranha no bloco de controle, o total subiria para 26%. Isso porque essa holding detém 3,3% das ações ordinárias e 7,7% das preferenciais, o que resulta numa fatia de 6% do capital total. Dentre as famílias relevantes na composição societária, seria o núcleo mais beneficiado pela migração. No geral, porém, a simplificação da estrutura societária daria maior liberdade às gerações mais recentes das famílias controladoras de decidir sobre o futuro de suas participações. Entre os investidores de mercado, os dois maiores internacionais são BlackRock, com 2,2% das ordinárias e 5,12% das preferenciais, e Capital World Investors, com 2,95% dos papéis votantes e 6,84% dos sem voto.

Apesar de ser concentrada em papel, o ciclo positivo da celulose também beneficia a companhia. A receita líquida teve expansão de 20% em 2018, para R$ 10 bilhões, a despeito de o volume comercializado ter registrado leve recuo de 1%, para 3,19 milhões de toneladas. O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado teve alta de 47%, para R$ 4 bilhões. O maior fator de pressão no negócio é o endividamento, que foi impulsionado pelo investimento bilionário na unidade de celulose em Ortigueira (PR). Ao fim de dezembro, a dívida líquida somava R$ 12,4 bilhões ou 3,1 vezes o Ebitda.

25 de fevereiro de 2019

Publicação: Valor Econômico, p. B-6

Fábrica de papéis para embalagens da IP atrai três interessados.

Ao menos três grandes empresas, incluindo duas companhias de capital estrangeiro, demonstraram interesse pela fábrica de papéis para embalagens da International Paper (IP) em Nova Campina (SP), apurou o Valor. Segundo fontes da indústria, a brasileira Klabin, a chinesa Nine Dragons e a irlandesa Smurfit Kappa estão no páreo pelo ativo.

A fábrica de Nova Campina pode produzir cerca de 165 mil toneladas por ano de papel kraftliner, integradas à produção de celulose de fibra longa não branqueada. A Klabin e a Smurfit Kappa têm produção no país. Enquanto a brasileira é líder isolada no mercado doméstico de embalagens de papelão ondulado, a Smurfit Kappa desembarcou no país com a compra de duas empresas há dois anos e tem a ambição de crescer na região.

Para a Nine Dragons, maior empresa de papéis da China, uma eventual aquisição representaria a chegada ao mercado brasileiro. O grupo chinês é o maior fabricante de papel a partir de fibras recicladas do mundo, com capacidade instalada superior a 13 milhões de toneladas por ano. O grupo é comandado pela fundadora, Cheung Yang, e por seu marido, Liu Ming Chung, cidadão brasileiro nascido em Taiwan. Não é a primeira vez que a Nine Dragons explora oportunidades de aquisição no Brasil.

Segundo uma fonte do setor, o grande interesse da Klabin, líder no mercado brasileiro de embalagens de papelão ondulado, estaria no ativo florestal que abastece a unidade, e não necessariamente na operação fabril, com tecnologia considerada defasada. Haveria necessidade de investimentos para tornar a operação rentável, acrescentou essa fonte.

A IP estreou na indústria brasileira de embalagens em 2012, quando iniciou a aquisição de ativos da Jari Celulose Papel e Embalagens, do grupo Orsa. Em uma compra com duas etapas distintas, desembolsou R$ 1,27 bilhão. Mas, no fim do ano passado, após registrar perdas consecutivas com o negócio, revelou que estava buscando uma opção estratégica, incluindo venda, para sair desse segmento no Brasil. À época, a companhia americana informou que ainda estava começando a explorar alternativas, e não tinha mais informações sobre o processo.

No terceiro trimestre, a IP reconheceu uma baixa contábil de ativos fixos e intangíveis no negócio brasileiro de embalagens de US$ 122 milhões (R$ 455 milhões ao câmbio de hoje), já se preparando para o desinvestimento. No balanço global do quarto trimestre, a companhia traz informações sobre as vendas em volume de embalagens no Brasil, mas não tece comentários específicos sobre o desempenho dessa área no país. No ano passado, as vendas somaram 318 mil toneladas (351 mil toneladas curtas), menos 1,7%.

No total, a capacidade de produção de papel para embalagens da IP no país é de 366 mil toneladas por ano, com capacidade produtiva de caixas e chapas de papelão de 360 mil toneladas. Suas fábricas estão instaladas em Franco da Rocha (SP), Manaus (AM), Paulínia (SP), Rio Verde (GO) e Suzano (SP), além de Nova Campina.

Procurada, a Klabin informou que não comentaria o assunto e a Smurfit Kappa disse que não tinha nada a declarar. A International Paper, por sua vez, informou que "não comenta rumores ou especulações". A Nine Dragons não deu retorno ao pedido de entrevista.

28 de Fevereiro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Com histórico de perdas e dívida de R$ 1,2 bilhão, Jari Celulose busca sócio

A Jari Celulose, controlada pelo empresário Sérgio Amoroso, está em negociações com investidores para vender uma parte ou totalidade de seu negócio. Instalada na região amazônica, entre os Estados do Amapá e do Pará, a fábrica da Jari acumula dívidas de R$ 1,2 bilhão. A entrada de um sócio é vital para manter as operações da companhia, especializada em celulose solúvel (usada para a produção de tecido).

Idealizado pelo americano Daniel Keith Ludwig, o projeto Jari começou a sair do papel no fim dos anos 1960. O bilionário mandou construir uma fábrica de celulose no Japão, transportada por meio de barcaças até as margens do rio Jari. Instalada em uma área de mais de 1 milhão de hectares, a fábrica inclui uma ferrovia, um terminal portuário e florestas de eucaliptos. Por causa da localização, no entanto, a viabilidade econômica do projeto é questionada. O empresário deixou o País no início dos anos 1980, após vender a Jari com prejuízo.

O projeto mudou de mãos algumas vezes antes de ser adquirida por Sérgio Amoroso, que era dono do grupo Orsa, no início dos anos 2000. O empresário comprou a empresa por um valor simbólico e assumiu as dívidas, que à época já eram de US$ 400 milhões.

Agora, com o aumento do preço da celulose no mercado internacional e o movimento de consolidação do setor - que ganhou força após a fusão entre Suzano e Fibria -, os acionistas da Jari Celulose começaram a se articular para buscar um sócio para o negócio e evitar uma recuperação judicial, afirmaram fontes próximas às negociações.

No fim de 2018, a empresa contratou os bancos BTG Pactual e o Bradesco BBI para procurar investidores. Os donos - Amoroso tem 75% e o empresário Jorge Henriques, os outros 25% - estão abertos à entrada de um sócio ou à venda de todo o projeto industrial.

Pessoas próximas às negociações afirmaram que grupos asiáticos estariam interessados, entre eles a RGE (Royal Golden Eagle), que já tem uma unidade de celulose solúvel no Brasil. Procurada, a RGE informou que sempre analisa oportunidades, mas não comenta rumores de mercado. Em janeiro, os bancos começaram a receber propostas não vinculantes. As propostas firmes deverão ser analisadas nos próximos 90 dias.

A expectativa dos sócios, segundo pessoas par do assunto, é levantar entre R$ 1,4 bilhão e R$ 1,5 bilhão com a venda da Jari.

O presidente da companhia, Patrick Nogueira, confirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que os controladores estão em conversas para a entrada de um investidor, mas não deu detalhes do negócio.

Segundo ele, a planta da Jari produz 250 mil toneladas por ano de celulose solúvel e fatura cerca de R$ 700 milhões. As dívidas estão nas mãos do BNDES, Banco do Brasil e bancos privados, entre eles o Bradesco. O atual projeto comporta um aumento de 20% da produção e há possibilidade de criação de uma nova linha de celulose para outras 750 mil toneladas.

Entrave

Uma das maiores dificuldades para a entrada de um sócio é a localização em plena floresta amazônica. A venda do pacote completo do projeto Jari é considerada complexa. Instalada no meio da floresta, a área agrícola e florestal da companhia não pode ser repassada a investidores estrangeiros, uma vez que o País impõe restrições para aquisição de terras por grupos internacionais.

Fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo afirmaram que há na mesa discussões para a venda da área industrial e de ativos florestais, sem incluir as terras. Os atuais controladores ficariam como proprietários da área florestal e poderiam diluir suas participações. Do total de 1 milhão de hectares sob a gestão do grupo, somente 120 mil hectares são ocupadas por florestas de eucalipto que viram matéria-prima para o projeto industrial.

Em 2016, após novos investimentos, a Jari converteu a unidade de celulose tradicional para solúvel, que é destinado para a produção de tecido (viscose) e toda a produção voltada 100% para exportação, sobretudo mercado chinês. No entanto, os acionistas acumularam mais dívidas desde então e precisam de capital para que a empresa não tenha de recorrer à recuperação judicial.

Em 2012, Amoroso, que já era dono do grupo Orsa, vendeu a Jari Celulose e Papel, de embalagens, para o grupo International Paper. O valor do negócio foi de R$ 1,27 bilhão. A companhia, porém, tinha seis fábricas, não estando concentrada na região amazônica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

27 de Fevereiro de 2019 (15:34)

Publicação: Portal Nacional Segs - Notícias

Valmet moderniza automação da Oji Papéis Especiais

Projeto foi realizado em uma parada única de 72 horas sem comprometer a atividade fabril do cliente

A Valmet instalou um novo Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD) na caldeira a gás, tratamento de água e efluentes da fabricante de origem japonesa Oji Papéis Especiais, localizada em Piracicaba (SP). A solução denominada Valmet DNA foi fornecida após minucioso levantamento de campo a fim de garantir a substituição do sistema em um curto espaço de tempo e em linha com todos os requisitos de segurança.

Seu diferencial é a vasta biblioteca com "templates" de malhas lógicas e telas gráficas, que garante eficiência de engenharia, e um software já consolidado proveniente de uma base instalada com mais de 4.500 sistemas entregues ao redor do globo. Outra vantagem é o sistema replay de tela de operação, no qual é possível voltar no tempo para identificar na tela algo que possa ter ocorrido em meses anteriores e até mesmo rodar vídeos da tela, operando em algum período do passado.

Na definição de um plano diretor de automação, a Valmet se mostrou um player interessante devido à possibilidade de integrar as suas soluções, afirmou Alessandro Rodrigues Frias, consultor de projetos da Oji Papéis Especiais.

Um dos desafios do projeto foi o prazo. A substituição de todo o sistema foi realizada em uma parada única de 72 horas em que a Valmet cumpriu todos os padrões definidos para os equipamentos e virtualização. Um dos diferenciais da Valmet foi a implementação das ferramentas de gerenciamento de ativos (FDM Field Device Manager) e do historiador (TEA Trend, Events and Archive) com êxito. Um outro fator de sucesso do fornecimento foi a realização de um TAF (Teste de Aceitação de Fábrica) bem feito, que mitigou surpresas durante o start-up do projeto.

Trabalhamos de maneira bastante planejada junto à Valmet para que a partida do sistema fosse o mais eficiente possível. A Valmet nos suportou de forma bastante consultiva, entendendo as necessidades e os desafios desse projeto. Com isso, o cumprimento do prazo e a manutenção da qualidade puderam ser atingidos de modo bem-sucedido, avalia Frias.

Sobre a Valmet

A Valmet é líder mundial no desenvolvimento e fornecimento de tecnologias, automação e serviços para os setores de celulose, papel e energia, com mais de 220 anos de história e 12.000 funcionários. No Brasil, a Valmet está presente com três unidades.

A gestão da Valmet na América do Sul está concentrada na unidade de Araucária-PR, com o suporte das unidades de Sorocaba-SP, Belo Horizonte-MG, Santiago e Concepción, as duas últimas no Chile. Mais informações em: https://www.valmet.com.br

27 de Fevereiro de 2019 (12:34)

Publicação: Money Times - Notícias

Exportações consolidadas do setor de papel e celulose crescem 25,5% em 2018

O número de produtos exportados do setor de papel e celulose em 2018 apresentou um desempenho 25,5% melhor do que o registrado em 2017, de acordo com o Boletim Cenários Ibá, divulgado pela Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) nesta quarta-feira (27). Com isso, o montante chegou a US$ 10,7 bilhões.

As exportações de celulose cresceram 31,5%, e os outros produtos da cadeia, painéis de madeira e papel, apresentaram altas de, respectivamente, 7,3% e 8,3%. O saldo da balança comercial terminou positivo em US$ 9,7 bilhões, 28,4% a mais em comparação a 2017.

Produção

A produção de celulose encerrou 2018 com crescimento de 7,7% frente ao ano anterior. Foram 21 milhões de toneladas fabricadas, segundo a Ibá.

O papel fechou em 10,4 milhões de toneladas fabricadas, tendo como destaque o tipo “tissue", com produção 3,7% superior no ano.

Vendas domésticas

Os painéis de madeira registraram aumento de 2,9% na comparação com 2017. Com isso, o total negociado no país foi de 6,7 milhões de m³.

O papel manteve sua trajetória de vendas, encerrando 2018 com 5,5 milhões de toneladas comercializadas.

25 de Fevereiro de 2019

Publicação: Celulose OnLine - Notícias

Licença de instalação da fábrica de celulose em Ribas é anunciada na CBN Agro

Notícia veiculada na manha deste sábado, dia 23, pelo site JP News (Campo Grande) anunciou como certo, o início das obras neste ano de 2019, para implantação em Ribas do Rio Pardo do projeto que irá construir a terceira fábrica de papel e celulose de Mato Grosso do Sul. Informações dão conta de que o projeto é de uma `grande planta industrial' e terá capacidade de produção maior do que qualquer outra indústria do setor em todo o mundo.

Segundo o engenheiro Ireno Golin a fábrica de Ribas do Rio Pardo, inicialmente leva o nome de Rio Verde Empreendimentos. “Existe uma grande planta industrial em andamento que deve começar agora em 2019, já a implantação dos canteiros e todos os projetos iniciais, para ser um grande empreendimento para a produção de papel e celulose, e aproveitamento então de todo esse maciço florestal de eucalipto que estão plantados e pretende-se plantar, acredito eu, pelo menos de 250 a 300 mil hectares", pontuou Golin.

As declarações foram dadas durante entrevista ao programa CBN Agro da rádio CBN Campo Grande 93,7 FM.

Ribas do Rio Pardo (MS) vive a expectativa da chegada da indústria, desde quando foi anunciada pelo então governador André Puccinelli, em 8 de outubro de 2013, em São Paulo (SP). Passados quase seis anos, a cidade continua recebendo de maneira positiva a notícia. A publicação de hoje (23) não foi diferente.

Em 3 de julho de 2014, Ribas do Rio Pardo sediou, no Centro Educacional Rosa Mosso, audiência pública para avaliar o impacto ambiental da implantação da fábrica. Na época, os rumores eram de quem a implantação da fábrica seria através da Celulose Rio Pardense e Energia - CRPE Holding S.A. Mas a promessa de iniciar as obras em janeiro de 2015 não se concretizou.

Hoje, um novo grupo denominado Holding Corus, lidera o projeto que possui um agremiado de várias empresas, entre elas: Corus Florestal S.A, Bandeirante Florestal S.A e Caravelas Florestal S.A. Em 2019, a celulose já lidera em Mato Grosso do Sul, o ranking de produtos exportados. Sendo ainda o principal produto adquirido pela China no Estado.

Fonte: Rio Pardo News

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