Conjuntura do Agronegócio

1. Governo Bolsonaro pede ‘práticas severas’ contra entidade camponesa

O secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Luiz Antônio Nabhan, afirmou, nesta segunda-feira, que pediu ao governador do Pará, Hélder Barbalho, a adoção de "práticas severas" contra cerca de 500 integrantes da entidade União Nacional Camponesa (UNC). Eles teriam invadido uma propriedade rural em Itupiranga, no interior do Pará, no último fim de semana.

De acordo com Nabhan, cuja secretaria será responsável no novo governo por todas as regularizações fundiárias do país, a Fazenda Novo Mundo, de cerca de 2,9 mil hectares -- "altamente produtiva" e que mantém atividades agrícola e pecuária - -, foi invadida na última quinta-feira, e 14 funcionários chegaram a ser mantidos em cárcere privado, porém liberados nesta manhã.

A propriedade, no entanto, segue ocupada, disse ele, que se apresenta como conselheiro de Bolsonaro na área agropecuária. "Estamos cobrando das autoridades do Pará o cumprimento da lei e pedindo que o Estado Democrático de Direito seja restabelecido, e esses invasores sejam identificados e punidos com todo o rigor da lei", afirmou o secretário, em entrevista coletiva.

"Não podemos aceitar que sem-terras pratiquem invasões. Invadiu, é crime. Nesse governo, eles vão se deparar com o rigor da lei. Quem estiver armado vai ser preso em flagrante", acrescentou.

Nabhan negou que a política de reforma agrária será paralisada no governo de Jair Bolsonaro e afirmou que será executada "dentro da lei". Ele defendeu que os assentados sejam produtivos para futuramente serem enquadrados como agricultores familiares. "Vamos fazer o maior pente-fino em instituições públicas da República", declarou.

Nabhan também questionou a legitimidade da União Nacional Camponesa e disse que a entidade não possui estatuto ou registro. "É simplesmente uma sigla de sem-terra. Ela tem todo o direito de representar quem quer que seja, mas precisa ter um estatuto registrado em cartório, sede fixa, e aí sim, vamos receber."

Por fim, o secretário defendeu alterações na legislação brasileira para endurecer o enquadramento penal a invasões de terras. Durante a campanha eleitoral, Bolsonaro defendeu uma lei para tipificar as invasões como crime terrorista.

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Fonte: Valor Econômico

2. Brasil fica no Acordo de Paris, diz ministro do Meio Ambiente

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse nesta segunda-feira (14/1) que há um consenso no governo para que o Brasil permaneça no Acordo de Paris, que estabelece metas entre os signatários para redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. Durante a campanha e depois de eleito, o presidente Jair Bolsonaro criticou por diversas vezes o acordo e sinalizou que o Brasil poderia abandoná-lo.

Salles disse que, “por ora”, o Brasil permanece comprometido com a agenda. Entretanto, segundo o ministro, a implementação ocorrerá de forma a evitar prejuízos aos empresários brasileiros. “Há pontos importantes no acordo que a gente quer valorizar, como aqueles que podem trazer recursos financeiros para o país”, disse após participar de um almoço promovido pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP).

Segundo o ministro, há pontos mais sensíveis que dizem respeito a transformação de princípios, valores ou ideias na legislação nacional. “Restrição a gerenciamento do território, políticas públicas, nós vamos olhar com muito cuidado, porque o Brasil tem autonomia, como todo país, e deve conseguir tomar conta do território de acordo com seus interesses e prioridades”, disse.

Parques nacionais

Salles disse ainda que pretende acelerar a concessão dos parques nacionais para a iniciativa privada. “Quanto mais concedidos estiverem os parques, melhores eles estarão: para a sua conservação, para o turismo, para a população brasileira. Então, nós vamos acelerar bastante a concessão dos parques nacionais para exploração pela iniciativa privada, feitas todas as garantias para que haja preservação ambiental”.

Segundo o ministro, até o momento não foi estabelecido um cronograma de trabalho para fazer as concessões. Salles disse, no entanto, que tem como modelo o Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná.

Desburocratização

O ministro defendeu também a desburocratização dos processos de licenciamento ambiental. De acordo com ele, o ministério deverá ajudar a subsidiar as discussões sobre a Lei Geral do Licenciamento, em tramitação no Congresso Nacional.

“Quando você tem o licenciamento mais objetivo, mas específico nos pontos sensíveis, você está preservando e cuidando mais do meio ambiente. Hoje, se perde muito tempo, de maneira geral em temas que não são a maior preocupação do licenciamento e, aquilo que era realmente o mais importante, acaba sendo tratado, se não em segundo plano, em pé de igualdade com questões mais simples”, disse.

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Fonte: Agência Brasil/Revista Globo Rural

3. Perspectiva: Demanda chinesa e o clima na América do Sul devem orientar cotações em Chicago

Investidores do mercado futuro de soja, milho e trigo na Bolsa de Chicago (CBOT) devem começar a semana atentos a relatos de vendas de soja dos Estados Unidos para a China, ao clima e à perspectiva de oferta na América do Sul e à competitividade do trigo norte-americano no mercado internacional. A paralisação parcial do governo norte-americano segue no radar dos traders em virtude da falta de relatórios do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) como o mensal de oferta e demanda e o semanal de exportações.

Os futuros de soja fecharam em alta na sexta-feira na CBOT, com compras técnicas e de oportunidade depois do recuo de mais de 1% na quinta-feira. Na semana, a oleaginosa acumulou perdas de 1,22%. Conforme o analista Aedson Pereira, da IEG FNP, investidores seguem atentos à negociação comercial entre Estados Unidos e China e à demanda chinesa pela oleaginosa norte-americana. "As variações nos preços vão sendo ditadas por compra da China nos EUA. Quando a China fecha alguma operação nos EUA, a bolsa esboça recuperação", apontou o analista. Os ganhos esbarram, contudo, em uma perspectiva de estoque ainda confortável. "Por mais que haja quebra de produção no Brasil, a Argentina deve ter uma safra boa e os EUA estão com estoques historicamente elevados. Chicago está com dificuldade de ultrapassar US$ 9,20/bushel, quanto mais bater em US$ 9,50/bushel."

Pereira destacou que, por enquanto, o mercado tem sido balizado por rumores de novas compras chinesas, já que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) continua não apresentando dados de venda semanais ou diários por causa da paralisação do governo norte-americano. "Nos bastidores, a gente tem acompanhado que estão acontecendo algumas operações, mas ainda em volumes muito pontuais. A firmeza dos preços está sendo balizada por esses reportes." O analista ponderou que a alta de sexta-feira foi mais uma recomposição de carteira após as perdas da véspera. "Mas na terça e quarta-feira podem surgir mais reportes de aquisições chinesas nos EUA. Aqui no Brasil a China não está conseguindo fazer novas compras." Pereira disse que produtores brasileiros estão focados na colheita e no cumprimento de contratos até que saibam efetivamente o volume que vão produzir em meio às perdas causadas por adversidades climáticas. Além disso, os preços atuais não atraem interesse de venda por causa do recuo do dólar e dos prêmios. "O mercado brasileiro está com liquidez praticamente nula."

Quanto à safra brasileira, Pereira ressaltou que a IEG FNP está fazendo um levantamento junto a produtores, cooperativas e tradings e avalia um corte na previsão de produção do Brasil entre 3 milhões e 5 milhões de toneladas, o que se traduziria em uma safra entre 117 milhões e 119 milhões de toneladas. Conforme o analista, o clima seco e as temperaturas elevadas causaram problemas principalmente no Paraná e em Mato Grosso do Sul, mas também em algumas áreas de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. "Mesmo que venha a chover em janeiro não é possível recuperar parte dessas lavouras, porque o dano foi severo em algumas áreas", disse. "Infelizmente o potencial de 120 milhões de toneladas já foi abandonado."

Além das perdas já consolidadas, o mercado segue atento ao clima no País. "Agora os olhos se voltam para Rio Grande do Sul e Santa Catarina bem como para a região do Matopiba", ponderou o analista. Segundo ele, para Norte e Nordeste, as previsões meteorológicas indicam períodos de seca no fim de janeiro. "Essas previsões trazem certa preocupação. Se faltar chuvas com um mínimo de regularidade, ou se a temperatura aumentar como aumentou no Paraná e no Rio Grande do Sul, podemos ter problemas de safra do Matopiba." Já para o Rio Grande do Sul, a perspectiva é de chuvas mais amenas e com boa distribuição, o que beneficiaria as lavouras do Estado.

Na Argentina, o plantio da safra 2018/19 de soja atingiu 96,1% da área prevista, de 17,9 milhões de hectares, informou na quinta-feira a Bolsa de Cereais de Buenos Aires. O plantio está 1,8 ponto porcentual adiantado em relação a igual período do ano passado. Segundo a bolsa, a tendência para a safra continua sendo favorável, apesar da disparidade de cenários nas regiões de cultivo. A maioria da safra (91%) se encontra em condições normais, boas e excelentes.

O trigo negociado em Chicago fechou em alta na sexta-feira. Segundo analistas, o preço do trigo norte-americano está US$ 1,50 por bushel mais baixo que o do grão do Mar Negro, o que vem atraindo compradores para o mercado futuro. "Os preços do trigo dos EUA caíram para níveis que o tornam bastante competitivo no mercado mundial", disse Don Roose, da US Commodities. Especialistas acreditam que a oferta da Rússia está apertada e que o país terá de restringir suas exportações em algum momento. Até agora, porém, isso não aconteceu. Em sua mais recente licitação, a agência estatal de grãos do Egito comprou 415 mil toneladas de trigo russo. Embora o trigo norte-americano esteja mais competitivo, os custos de frete acabam tornando o produto mais caro. Na CBOT, o vencimento março do trigo subiu 5,75 cents (1,12%) e terminou em US$ 5,1950 por bushel. Na semana, o contrato avançou 0,48%.

O milho terminou com ganhos na sexta-feira na CBOT, impulsionados pelo desempenho do trigo. Os dois grãos tendem a se mover na mesma direção porque um é substituto direto do outro em ração animal. A alta da soja também deu suporte às cotações. O milho vem acompanhando a soja porque o desempenho da oleaginosa deve influenciar as intenções de plantio do cereal nos Estados Unidos este ano. O vencimento março do milho ganhou 2,00 cents (0,53%), para US$ 3,7825 por bushel. Na semana, o milho recuou 1,24%. Esses fatores vêm tendo maior influência porque a paralisação parcial do governo dos EUA está deixando produtores e traders sem dados necessários para a negociação de commodities agrícolas. O aguardado relatório mensal de oferta e demanda do USDA, por exemplo, não foi publicado na sexta-feira. Já o relatório semanal de vendas externas dos EUA não vem sendo divulgado há três semanas. "Relatórios agrícolas publicados pelo governo dos EUA são considerados o padrão-ouro de informação por traders em todo o mundo", disse Sal Gilbertie, presidente e diretor de investimentos da Teucrium Trading.

Café: contratos sobem 2,2% na semana

Os contratos futuros de café arábica apresentaram valorização de 2,2% (225 pontos) na semana passada na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), base vencimento março de 2019. As cotações encerraram na sexta-feira (11), a 103,85 centavos de dólar por libra-peso. No período, os contratos marcaram máxima de 106,25 cents (quarta, dia 9) e mínima de 100,40 cents (sexta, dia 4).

O Escritório Carvalhaes, tradicional corretora de Santos (SP), destaca em boletim semanal Destaca que, tradicionalmente, o mercado físico brasileiro de café costuma ser calmo nas duas primeiras semanas do ano. Em 2019, os negócios foram ainda mais lentos por causa dos baixos preços oferecidos pelos compradores e da expectativa dos brasileiros com as mudanças que deverão ser feitas pelo novo governo de Jair Bolsonaro.

Em Nova York, a alta na semana ocorreu em virtude da "queda do valor do dólar frente ao real nas últimas semanas com o otimismo dos mercados com as primeiras medidas anunciadas pelo novo governo", diz Carvalhaes.

Conforme a corretora, os números divulgados sobre o crescimento da produção e das exportações brasileiras de café acabam sendo usados pelos operadores para pressionar as cotações em Nova York e, consequentemente, no físico brasileiro. O forte e constante crescimento do consumo mundial, ano após ano, tanto nos mercados tradicionais como em novos mercados na Ásia, como o da China, chama a atenção e cria manchetes nos noticiários e jornais ao redor do mundo, mas quase não influenciam as bolsas, onde os operadores estão voltados para o curto prazo e para o resultado que alcançarão no fim do mês, comenta Carvalhaes.

Açúcar: mercado deve continuar atento ao clima no Brasil

Participantes do mercado de açúcar demerara na Bolsa de Nova York (ICE Futures) seguem atentos ao tempo no Centro-Sul do Brasil. A depender do comportamento do clima, há possibilidade de o contrato março romper a resistência de 13 cents por libra-peso. Altas pontuais do petróleo, a melhora do humor no mercado e o enfraquecimento do dólar contribuem para ao avanço dos contratos do adoçante.

A previsão de chuvas apenas esparsas na região brasileira ao menos até o fim da próxima semana ofuscou a queda do petróleo e manteve os futuros do demerara em alta na sexta-feira. Falta de água nas lavouras e altas temperaturas podem prejudicar o desenvolvimento da cultura e a oferta do açúcar durante a próxima safra.

Na última sessão da semana, na sexta-feira (11), o vencimento março operou em alta e fechou o dia com ganho de 11 pontos, ou 0,87%, sobre quinta-feira, em 12,78 cents. Segundo analistas, a máxima, de 12,91 cents, mostra certo temor de investidores para apostas mais agressivas nesse mercado. Otimista, Michael McDougall, da ED&F MAN Capital Markets, lembra que os fatos de o açúcar ter se descolado do petróleo e a consolidação do açúcar entre 12,60 e 12,90 cents nesse primeiro vencimento ampliam a chance de o mercado testar os 13 cents

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Fonte: Agência Estado

Insumos

4. Estudo do governo do Canadá diz que glifosato é seguro

A Health Canada, departamento do governo canadense responsável pela saúde pública no país, voltou a afirmar que o glifosato, herbicida mais utilizado no mundo, é seguro. Em 2017, o órgão havia concluído uma investigação e aprovado o uso do herbicida nas fazendas do país. Mas resolveu testar novamente a segurança do produto a pedido de ambientalistas.

Segundo os ambientalistas, o governo canadense havia se apoiado em estudos moldados pela Monsanto para aprovar o uso de glifosato. Agora, as autoridades canadenses disseram que seus estudos "não deixaram pedra sobre pedra", mas garantiram que continuarão monitorando o assunto.

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Fonte: Valor Econômico

5. Divisão agrícola da CNH Industrial tem novo presidente

A CNH Industrial, dona das marcas de máquinas agrícolas Case IH e New Holland, decidiu estabelecer uma nova estrutura organizacional com o objetivo de acelerar o crescimento e a rentabilidade do grupo. Com a reorganização, a companhia deve se concentrar ainda mais em seus cinco segmentos operacionais principais: agricultura, veículos comerciais e especiais, construção, powertrain e serviços financeiros.

"A antiga estrutura regional (presente nos continentes) será em grande parte absorvida pelos segmentos operacionais, levando as marcas mais perto dos negócios de seus clientes e acelerando os processos de tomada de decisão", afirmou a companhia.

A divisão de agricultura será comandada por Derek Neilson, com o cargo de presidente da Agricultura. O Conselho Executivo do grupo passou a ser denominado Comitê Executivo Global.

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Fonte: Valor Econômico

6. Bayer recupera patente de semente de algodão na Índia

A alemã Bayer, maior empresa de agroquímicos do mundo, obteve mais uma vitória na Justiça nesta semana. A Suprema Corte da Índia anulou uma decisão de primeira instância que havia invalidado uma das patentes da Bayer relacionadas a sementes de algodão resistentes a pragas, decisão que a Monsanto vinha combatendo antes de completar a sua venda para Bayer.

No ano passado, a Bayer concluiu a compra da Monsanto e passou a deter todas as patentes da americana.

O fabricante de sementes biotecnológicas argumentou que a invalidação da patente era ilegal e prejudicaria as proteções à propriedade intelectual na Índia em vários setores.

Agora haverá um novo julgamento na disputa entre a Bayer e uma empresa de sementes indiana que licenciava os genes de sementes da empresa.

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Fonte: Valor Econômico

Proteína Animal

7. Suinocultura brasileira deve retomar crescimento em 2019

O ano de 2018 foi marcado por diversas dificuldades para os suinocultores brasileiros e também para as agroindústrias. O custo de produção permaneceu em patamares elevados, a remuneração paga ao produtor não atingiu as cifras desejadas e as empresas sofreram com os reflexos das operações Carne Fraca e Trapaça, que fizeram com que países importadores das carnes brasileiras suspendessem as importações do Brasil. Em meio ao caos político, no ano passado também houve a greve dos caminhoneiros, que resultou em perdas para vários setores da economia.

Apesar do grave período de recessão atravessado pelo Brasil no ano passado, a economia deve se recuperar em 2019, gerando reflexos positivos para a produção de proteína animal. Em entrevista ao Informativo ACCS, o diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, fez projeções otimistas para a suinicultura.

ACCS – Quais são as expectativas para a suinocultura brasileira em 2019?

Ricardo – Tivemos um ano de 2018 difícil por causa do bloqueio das exportações para a Rússia, mas no final do ano nós conseguimos a reabertura deste mercado. Na China vemos a Peste Suína Africana (PSA) avançar em proporções grandes. Fala-se que a China precisará importar de três a cinco milhões de toneladas de carne suína para atender a demanda. A gente já sabe que essa quantia não está disponível nos países exportadores, incluindo o Brasil.

Os chineses vão precisar aumentar o consumo de carne de frango e bovina para suprir a falta de carne suína. Pela retomada das exportações para a Rússia e o episódio de PSA na China, o Brasil vai ter um ano positivo na suinocultura.

Em relação ao volume de exportações, qual o patamar o Brasil deve atingir?

Devemos exportar muito mais do que as quase 600 mil toneladas de 2018. Infelizmente o envio de carne suína para outros países foi menor no ano passado em relação a 2017, mas em 2019 pretendemos ter patamares muito mais positivos. Como ainda dependemos verificar o panorama global, principalmente o de importação de carne suína da China, a gente ainda não fala em números. Mas se não houver nenhum episódio diferente, nós devemos ter crescimento entre 2% e 5% nos embarques de carne suína.

O que podemos esperar do novo Governo Federal e também da nova composição do Ministério da Agricultura?

As expectativas que a gente tem com o novo governo e com o Ministério da Agricultura são positivas. O novo governo traz a responsabilidade de fazer reformas e colocar o país nos trilhos de novo. Nós já percebemos a economia caminhando, o crescimento do emprego e a confiança dos empresários retomada. Felizmente acabou aquele ciclo de retração econômica que nós vivenciamos nos últimos três anos. O crescimento projeto para a economia em 2019 está na casa dos 2,5% e 3%.

Com relação a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a expectativa é mais que positiva. A ministra é uma grande conhecedora do nosso setor, uma especialista em agronegócio. Ela também tem o apoio do secretário-executivo Marcos Montes. Vamos ter um ciclo muito positivo para as carnes suína, de aves e de ovos, que são representadas pela ABPA.

Como está a imagem do Brasil perante o mundo após as operações Carne Fraca e Trapaça? O país já conseguiu recuperar a sua credibilidade perante os mercados compradores?

Nós estamos fazendo um trabalho de recuperação e imagem global, mostrando a qualidade do nosso produto. Tivemos dificuldades de imagem sim, mas é importante lembrar que desde a operação Carne Fraca, apenas 70 dos 160 mercados que nós atendemos barraram a importação de carnes do Brasil. Hoje todos esses países reabriram mercado com o Brasil.

No caso de frango continuamos a vender mais de quatro milhões de toneladas e 600 mil toneladas de suínos. Isso mostra a confiança que o mercado internacional tem em nosso produto. Existe muito trabalho para reconquistar a credibilidade e acredito que este ano será muito positivo não somente para o setor, mas também para a imagem brasileira do agronegócio.

Em 2019 quais são os países que devem se posicionar como os principais compradores da nossa proteína e quais são as grandes promessas para este ano?

A figura dos importadores brasileiros não deve mudar muito. A China deve se confirmar como a maior importadora de carne brasileira, superando Hong Kong. Neste ano esperamos a habilitação de novas plantas para a China Continental. Hong Kong, que hoje é o maior importador de proteína brasileira, deve manter um bom volume de compras.

A Rússia deve habilitar novas plantas para importar carne do Brasil. Esperamos exportar para a Coreia do Sul, mas temos grande expectativa em relação ao México, que é também um grande importador de carne.

Várias partes do mundo estão sofrendo prejuízos com a PSA. O Brasil pode ser favorecido com as dificuldades sanitárias pelas quais diversos países enfrentam?

A PSA está presente em vários países da Ásia, mas principalmente na China. Nós como produtores de suínos precisamos reforçar os cuidados com a sanidade da nossa propriedade. A sanidade é um dos grandes segredos do sucesso da nossa exportação. Esses cuidados devem ser maiores em Santa Catarina, que é livre de febre aftosa sem vacinação e de peste suína clássica.

A Ásia, Eurásia e alguns países da Europa estão sentindo os efeitos da Peste Suína Africana. Nós vamos ter a oportunidade de aumentar as nossas exportações porque eles terão diminuição da produção.

Notícia na ítnegra

Fonte: ACCS/Notícias Agrícolas

8. China sacrifica quase 40 mil suínos por surto de peste africana

A China reportou hoje à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) um novo surto do vírus da peste suína africana.Desta vez, a doença ocorreu na província de Jiangsu.

De um total de 68,9 mil suínos suscetíveis, 2,4 mil testaram positivo para a vírus e 1,3 mil morreram em decorrência da doença. Além disso, 39,6 mil suínos foram sacrificados.

Responsável por 50% do consumo global de carne suína, a China vem sofrendo, desde o ano passado, para lidar com o vírus da peste suína africana, que se espalhou de forma rápida pelas principais regiões produtoras do país.

De acordo com estimativa do banco holandês Rabobank, a produção chinesa de carne suína pode cair até 10% neste ano em razão da peste suína africana, provocando mudanças importantes no comércio global de carnes.

A expectativa é que as importações de carne suína -- e também de outras proteínas -- pela China cresçam. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa as indústrias de carne de frango e carne suína do país, conta com um forte aumento das exportações brasileiras.

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Fonte: Valor Econômico

9. . Agricultura homologa protocolo para certificação de animais fora da cota Hilton

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Jorge Caetano Junior, homologou o protocolo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para a certificação de bovinos e bubalinos fora da chamada Cota Hilton de animais a serem exportados à União Europeia (UE). A decisão, publicada nesta segunda-feira (14/01), no Diário Oficial da União (DOU), desobriga o pecuarista que não quiser exportar à UE a seguir uma série de normas rígidas e deve reduzir em três vezes o custo de certificação, segundo a CNA.

De acordo com André Sanches, secretário-executivo do Instituto CNA, o protocolo da entidade foi feito após a publicação da Instrução Normativa (IN) 53, de outubro de 2018, que estabelecia que todos os animais de Estabelecimento Rural Aprovado no Sisbov (ERAS) tinham de ser 100% certificados por exigência da UE.

Pela IN 53, animais que entrassem em propriedades ERAS e não fossem de outras propriedades com igual status sanitário precisariam ser novamente identificados, mesmo que já fossem rastreados. E, mesmo assim, não poderiam ser exportados à UE.

"Com o protocolo proposto e aceito, todas as garantias necessárias de rastreabilidade são dadas para esses animais sem obrigar o produtor a exportar para a União Europeia, mas abre a possibilidade de a carne ser exportada para outros mercados, como Irã, Arábia Saudita e China", disse Sanches. "O custo é três vezes menor que o previsto para os animais da Cota Hilton", completou o representante da CNA.

Cálculo da entidade estima que o custo por animal rastreado pelo protocolo proposto e aprovado pelo governo é de R$ 900 por ano. Isso inclui, entre outras obrigações, uma vistoria anual, além das taxa de certificação e um controle simplificado de trânsito. Para os animais de propriedades ERAS o custo estimado é de R$ 2,7 mil por ano, que inclui taxas mais caras, vistorias semestrais e rígido controle de trânsito.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

Agroenergia

10. Preço do etanol recua em 13 Estados e no DF, diz ANP

Os preços do etanol hidratado (que é abastecido diretamente nos tanques dos veículos) caíram na maior parte dos Estados brasileiros na semana passada, mantendo-se mais competitivos do que a gasolina em cinco deles.

De acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realizado entre os dias 6 e 12, o produto ficou mais barato do que na semana anterior em 13 Estados e no Distrito Federal. Os preços subiram em 11 Estados e ficaram estáveis em um, Roraima. Não estão sendo feitos levantamentos no Amapá.

O preço do biocombustível segue abaixo de 70% do valor da gasolina em cinco Estados: Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná e São Paulo. O etanol é considerado mais vantajoso do que o combustível fóssil para a média da frota brasileira quando seu preço está abaixo de 70% do valor da gasolina. Há veículos, porém, em que o rendimento do etanol ante a gasolina é superior a 70%.

A relação mais vantajosa para o etanol é encontrada em Mato Grosso. Na semana passada, o produto representou, em média, 59,5% do preço da gasolina nos postos.

Em São Paulo, maior polo consumidor, o etanol foi vendido nos postos a R$ 2,644 o litro, o equivalente a 64,4% do preço da gasolina no período.

No Paraná, a correlação do etanol com o fóssil manteve-se em 69,5%, como na semana anterior.

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Fonte: Valor Econômico

11. Adecoagro e TIM firmam parceria para instalar 4G em região de usinas

A argentina Adecoagro, companhia de agronegócios listada na bolsa de Nova York, firmou uma parceria com a TIM para implementar uma rede de internet 4G na do Vale do Ivinhema (MS), onde a empresa tem um polo industrial com duas usinas sucroalcooleiras.

A operadora fornecerá atendimento de voz, dados móveis e Internet das Coisas (IoT) com a instalação de equipamentos 4G (eNodeB) na faixa de 700 MHz nas fazendas e usinas da companhia.

Será coberta uma área de mais de 600 mil hectares na qual a companhia atua. A instalação da rede 4G na região atenderá uma extensão que cobrirá as cidades Ivinhema, Angélica, Glória de Dourados e Deodápolis, o que também deve beneficiar mais de 100 mil habitantes da região.

Para essa iniciativa, a TIM forneceu todo o sistema de comunicação de dispositivos móveis e soluções de Internet das Coisas (IoT), com investimentos em infraestrutura de rede na região e cobertura 4G nas suas áreas de produção e industrial, além de contar com a parceria da BRFibra, da BRDigital e a tecnologia certificada para o Agronegócio da Nokia.

A rede permitirá à Adecoagro agilizar seus fluxos de produção, automatizar seus processo de apontamento com o uso de smartphones, e conectar computadores de bordo das máquinas agrícolas.

Serão ativadas de 1.516 linhas corporativas e o projeto permitirá o controle e o acompanhamento em tempo real das colheitadeiras e dos tratores da fazenda, assegurando decisões rápidas, com redução de custos, melhor manejo das lavouras e maior velocidade no escoamento da produção.

A Nokia tem aplicado sua tecnologia celular e conhecimento para tornar mais eficiente a conexão das máquinas, acelerando o processo de digitalização do agronegócio.

A parceria da TIM com a Adecoagro faz parte de uma estratégia recente da operadora de apresentar soluções para companhias do agronegócio brasileiro, o projeto "4G TIM no Campo". A operadora já fez duas parcerias do tipo, uma com a sucroalcooleira Jalles machado, em Goianésia (GO), e outra com a SLC Agrícola, fechada em outubro do ano passado, para a cobertura da Fazenda Panorama, em Correntina (BA).

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Fonte: Valor Econômico

12. Alta de custos afeta resultados das usinas sucroalcooleiras

As usinas de cana do Centro-Sul do Brasil, principal região produtora do país e do mundo, deverão se defrontar, no fim desta safra 2018/19, que terminará em março, com muitos números negativos em seus balanços.

A quebra na safra de cana impediu que o segmento diluísse seus custos, que voltaram a crescer nesta temporada enquanto os preços dos produtos vendidos não conseguiram remunerar o custo do capital investido -- e, em alguns casos, sequer cobriram o custo para manter as indústrias funcionando.

Pressionados por altas sobretudo dos fertilizantes e do óleo diesel, além do aumento de gastos relacionados à mecanização, o custo médio de produção por tonelada de cana processada subiu acima da inflação de 2018.

Os dados fazem parte do "Levantamento de Custos de Produção de Cana-de-açúcar, Açúcar, Etanol e Bioeletricidade", realizado pelo Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (Pecege) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e com a Organização de Plantadores de Cana-de-Açúcar do Centro-Sul do Brasil (Orplana).

No levantamento, foram pesquisadas 88 usinas, que processaram cerca de 200 milhões de toneladas de cana no período.

A maior parte dos custos do segmento sucroalcooleiro é fixa, proveniente de colhedoras e manutenção da indústria na entressafra, por exemplo. Segundo o Pecege, na área agrícola, que absorve 70,8% de todos os custos de uma usina, os custos fixos representam 86% do total. A parcela fixa dos custos também é elevada nas áreas industrial (75%) e administrativa (50%). Essa estrutura de custos, portanto, torna imperativo que as empresas busquem maximizar sua produção para diluir o custo relativo. Mas o que acontece nesta safra é exatamente o contrário.

No Centro-Sul, a moagem de cana diminuiu 4% até 15 de dezembro, para 557 milhões de toneladas, segundo dados da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica). E, conforme Pecege, o volume de cana processada deve fechar a temporada com queda de 4,36%, a 570 milhões de toneladas. Essa redução reflete a seca prolongada no primeiro semestre do ano passado e os baixos investimentos nas lavouras.

"Na safra 2018/2019, o menor volume de cana processada e, consequentemente, a maior ociosidade dos ativos industriais pressionaram os custos de processamento da cana-de-açúcar no período", ressaltou Haroldo Silva, gestor de projetos de Pecege, em relatório.

As operações de vendas de açúcar foram as mais afetadas, já que os preços da commodity mantiveram-se nos menores níveis em dez anos por causa da sobreoferta global -- provocada, em grande medida, pela produção da Índia.

Os preços médios em reais do açúcar VHP não conseguiram superar nem os custos operacionais, que ficaram em média em R$ 967,53 a tonelada. O custo médio total para a produção de açúcar, que inclui depreciação e custo de capital, atingiu, em média, R$ 1.288,40 por tonelada.

Nas últimas dez safras, o açúcar só ofereceu remuneração acima do custo de capital em quatro. A última safra em que a margem líquida média do açúcar ficou positiva foi a 2016/17, quando as cotações dispararam em meio a um déficit de oferta global. Na safra passada, os preços só pagaram os custos operacionais, mas não superaram a depreciação e o custo de capital.

No caso do etanol, a situação foi menos pior. Os preços médios praticados pelo etanol hidratado (o mais vendido nesta safra) até superaram os custos operacionais, mas não chegaram a pagar toda a depreciação dos ativos nem o custo do capital. Enquanto o preço médio até 15 de dezembro ficou em R$ 1.771 por metro cúbico, o custo total de produção ficou, em média, em R$ 2.065 por metro cúbico.

Silva ressalta, porém, que essa análise se trata de uma média a respeito de um setor muito heterogêneo, dado que, enquanto algumas usinas estão na espiral negativa de baixos investimentos, outras têm conseguido manter bons patamares de investimento para reduzir seus custos.

Existem também os casos das usinas que vendem eletricidade cogerada do bagaço da cana. Os negócios de cogeração nesta safra geraram uma receita incremental de R$ 23,9 milhões ao setor, e permitiram às usinas com atuação nessa área encerrar o período com resultados melhores.

Para 2019/20, safra que terá início em abril, o Pecege estima que a produtividade agrícola pode ter "recuperação marginal", mas que a pressão de custos aumentará devido à expectativa de alta do preço dos agrotóxicos.

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Fonte: Valor Econômico

Grãos e Grandes Culturas

13. Camil vê cenário de preços melhores para o arroz

A menor produção de arroz na safra 2018/19, prevista pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 12,06 milhões de toneladas — 7,1% menos que em 2017/18 — deve melhorar os preços do cereal para os produtores e aumentar as margens dos varejistas. Isso pode elevar os ganhos operacionais da Camil no segmento no ano, sinalizou o CEO da companhia, Luciano Quartiero, em teleconferência com analistas sobre os resultados financeiros.

No terceiro trimestre fiscal de 2018 (encerrado em 30 de novembro), a companhia registrou aumento de vendas e de rentabilidade em todas as categorias em que atua, menos no arroz. “O cenário para o arroz foi desafiador, principalmente em novembro, quando os preços médios caíram 7%. Essa redução nos valores fez com que o varejo preferisse aguardar para recompor os estoques para não comprometer a margem deles”, afirmou.

Segundo ele, os varejistas têm diferentes comportamentos no que diz respeito ao estoque e compras de arroz, sendo que alguns fazem compras semanais, outros quinzenais ou até mensais. “O quarto trimestre é historicamente ruim para as vendas de arroz, mas já começamos a ver uma retomada de compras pelo varejo”, observou.

A Camil vendeu 133,6 mil toneladas do grão entre setembro e novembro, 17,9% menos que no mesmo período do ano anterior e 7,4% menos que na comparação com o segundo trimestre.

No período, o preço médio da saca de arroz foi de R$ 44,01, 18,9% superior ao registrado nos mesmos três meses de 2017 e 5,5% maior que no segundo trimestre fiscal de 2018. Apesar de os preços de venda praticados pela Camil também terem subido nas mesmas comparações, não chegaram a compensar os custos de aquisição. O preço médio bruto de vendas no período ficou em R$ 2,60 o quilo, com alta anual de 11,8% e de 4,5% no trimestre.

A participação de mercado da Camil no mercado de arroz ficou em 7,6% no trimestre. Se considerada as marcas da SLC Alimentos, cuja aquisição foi concluída em dezembro, a fatia seria de 9,5%.

Nos demais segmentos, a Camil teve um ganho de 24,7% no volume de vendas de pescados e de 1,8% no açúcar, além de 3,2% no segmento de feijão. As vendas internacionais cresceram 23,7%.

A empresa reportou um lucro líquido de R$ 150,3 milhões entre setembro e novembro — mais que o dobro do mesmo período do ano fiscal anterior, quando a empresa havia lucrado R$ 71,9 milhões. Desconsiderando os ganhos não recorrentes, no entanto, a Camil teria lucrado R$ 71,8 milhões no último trimestre.

A empresa se beneficiou de ganhos tributários com o reconhecimento de atualizações monetárias dos créditos de IRPJ e CSLL sobre o reconhecimento da subvenção de ICMS, além de créditos de PIS e COFINS gerados pela exclusão do ICMS da base de cálculo.

A receita líquida da Camil totalizou R$ 1,266 bilhão, crescimento de 9,3%. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) subiu 17,5%, para R$ 151,4 milhões. A margem Ebitda aumentou 0,8 ponto percentual, para 12%.

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Fonte: Valor Econômico

14. ADM adquire a empresa de citros Florida Chemical Company

A companhia americana de agronegócios Archer Daniels Midland (ADM) anunciou hoje a aquisição da Florida Chemical Company (FCC), uma divisão da Flotek Industries especializada em sabores e fragrâncias cítricas e uma das maiores produtoras de óleos e ingredientes de citros do mundo.

De acordo com a agência Dow Jones Newswires, a transação foi fechada por US$ 175 milhões.

"A ADM já é líder em sabores naturais para alimentos e bebidas, oferecendo uma ampla variedade de produtos e soluções de alto valor em áreas como baunilha e hortelã, e essa aquisição nos colocará em uma posição de liderança para os sabores cítricos" disse, em nota, Vince Macciocchi, presidente da unidade de negócios de nutrição da ADM.

"A divisão citros é uma das categorias de sabor que mais cresce dentro da ADM e é o perfil de sabor mais importante para bebidas, e ninguém na América do Norte faz produtos cítricos melhor que a Florida Chemical Company", disse.

A transação, que requer a aprovação dos órgãos regulatórios, deve ser concluída no primeiro trimestre de 2019. Quando a transação for concluída, aproximadamente 75 funcionários da FCC serão transferidos para a ADM

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Fonte: Valor Econômico

15. Para evitar desabastecimento, China deve triplicar compras de milho

A redução nos estoques de milho na China deverá aumentar a necessidade de importações do país nos próximos três anos. De acordo com análise do banco holandês Rabobank, o consumo no gigante asiático deve chegar próximo de 300 milhões de toneladas do cereal na temporada 2021/22. Para fazer frente a essa demanda, os chineses terão de triplicar suas importações, conforme o banco.

Nesse cenário, grandes produtores do cereal, como é o caso do Brasil, poderão se beneficiar da demanda extra vinda de Pequim. “A demanda maior que a oferta no país duraria por múltiplos anos, a menos que o governo mude suas políticas de importações”, apontou o Rabobank, em estudo assinado por Lief Chiang.

Conforme as últimas estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), de dezembro, os estoques de milho na China ao final da atual safra (2018/19) totalizarão 207,5 milhões, redução de 6,7% ante as 222,5 milhões de toneladas da temporada anterior. Segundo o Rabobank, esse volume cairá rapidamente a níveis críticos.

Mesmo com um provável aumento de área destinada ao milho no país, apontou o estudo, será necessário ampliar as importações. Até o ciclo 2021/22, a produção na China deverá crescer cerca de 10% por safra e chegar aos mesmos níveis de 2015, quando a colheita alcançou o pico de 265 milhões de toneladas. “Ainda assim, a China necessitará importar 40 milhões de toneladas de grãos para ração, sendo 15 milhões de milho e 25 [milhões] de grãos alternativos”, projetou o banco holandês.

Para a atual temporada, o USDA estima que 5 milhões de toneladas de milho serão importadas pela China. Esse volume é 44% superior às importações da última safra (2017/18), estimadas em 3,4 milhões de toneladas.

Além disso, as reservas estatais do país caíram bastante, de 236 milhões de toneladas em 2015/16 para 89 milhões de toneladas em 2017/18. “Isso é consequência de uma política de vendas e nenhuma aquisição”, ressaltou o Rabobank.

Em 2016, a China mudou a política de estocagem de milho. Naquele momento, o gigante asiático tinha estoques suficientes para mais de um ano de consumo.

Pequim aplicava a política de comprar milho a preços até 50% superiores aos praticados no mercado. Agora, apontou o Rabobank, o país asiático terá de voltar a buscar milho em outros mercados.

Segundo o Rabobank, nos próximos dois anos Pequim deverá repensar as políticas de aquisição de milho. “Sem aumentar a oferta de forma rápida e eficaz, a China correrá o risco de ter um esgotamento do estoque de milho”, apontou o banco holandês. Essa avaliação já considera a desaceleração do ritmo de crescimento da demanda.

Segundo dados analisados pelo Rabobank, a taxa de crescimento anual composta (CAGR) da indústria de milho na China deve desacelerar para 5% até 2021/22. Nos últimos cinco anos, essa taxa foi de 8,5%. A taxa de crescimento de uso de milho para ração também deve desacelerar, para 3%. Nos últimos cinco anos, esse indicador foi de 6% ao ano. Mesmo com o ritmo mais fraco, o consumo doméstico na China pode chegar a 291 milhões de toneladas, enquanto a produção alcançaria 268 milhões de toneladas, projetou o banco.

“Qualquer quebra de safra em decorrência de problemas climáticos causaria sérios problemas aos participantes do mercado”, advertiu o analista do Rabobank.

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Fonte: Valor Econômico

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