27 de Fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Após três anos, Honda monta primeiro Fit na fábrica de Itirapina

Por Marli Olmos | De São Paulo

A pacata Itirapina começa, hoje, a produzir automóveis. O primeiro modelo, um Honda Fit, sai de uma fábrica que ficou pronta há quase três anos, mas, por conta da crise, nunca foi inaugurada. Não haverá inauguração tampouco hoje. Mas a cidade de cerca de 17 mil habitantes está em festa.

Já em Sumaré, a 100 quilômetros dali, não há motivos para comemorações. A cidade onde a Honda construiu a primeira fábrica de automóveis brasileira, em 1997, vai, pouco a pouco, perder a produção de carros para Itirapina.

A crise que atingiu duramente a indústria automobilística entre 2013 e 2017 derrubou os planos da Honda de ter duas fábricas de carros no país, expandir produção e dobrar o número de empregos. Por isso, em 2016, a empresa decidiu sequer inaugurar a fábrica que acabara de ficar pronta. Seria melhor, decidiram os japoneses, manter o imóvel fechado à espera de um cenário melhor.

Há pouco mais de um ano, o mercado de veículos começou a recuperar-se, mas não o suficiente, na avaliação da montadora, para retomar o plano tal como era originalmente. A opção foi transferir a produção de carros de Sumaré para a fábrica mais nova, mais moderna e mais eficiente.

Sumaré passará a abrigar uma atividade industrial mais modesta, voltada à produção de motores e injeção plástica. Continuará também nessa unidade o centro de pesquisa e desenvolvimento, treinamento, planejamento e a sede administrativa. Trata-se de um modelo muito semelhante ao que a também japonesa Toyota definiu para a antiga fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC, quando decidiu concentrar a produção de veículos em Indaiatuba e Sorocaba, também no interior paulista.

O presidente da Honda na América do Sul, Issao Mizoguchi, não está com pressa para concluir a transferência das linhas dos cinco modelos produzidos em Sumaré. O processo levará dois anos. O importante, diz, é que "graças a Deus" todos os trabalhadores envolvidos nas linhas de montagem aceitaram a transferência. E, por coincidência, a maioria dos fornecedores está no meio do caminho entre as duas cidades.

Mizoguchi diz que essa transferência requer treinamento cuidadoso e intenso. "Igual ou melhor do que fizemos em Sumaré", afirma. Apesar da frustração em relação aos planos de expansão iniciais, Mizoguchi parece aliviado com a solução de um problema que carregou ao longo de meses.

A produção de motores em Sumaré, diz, continuará voltada, inclusive à exportação. A unidade abastece a linha do utilitário esportivo WR-V feito no México. Já a opção por concentrar a produção de carros em Itirapina se deve, primeiro, à busca de modelo de manufatura mais eficiente para enfrentar a concorrência.

Issao diz estar assutado com a enxurrada de promoções que tomou conta do mercado brasileiro. "São financiamentos sem juros de um lado, carro com IPVA pago de outro...", afirma. Ele suspeita que a crise na Argentina provocou um aumento de oferta de produtos no Brasil. Itirapina é também mais interessante do ponto de vista ambiental, diz Mizoguchi, por conta do processo de pintura à base de água, menos poluente.

O modelo Fit será todo produzido na nova unidade durante este ano. A partir do próximo chegarão Civic, City, HR-V e WR-V. Não existe, por enquanto, segundo Mizoguchi, nenhum plano de investimentos para ampliar a linha de produtos da Honda ou entrar em segmentos nos quais a marca não atua, como o de carros populares.

Na nova etapa, a marca japonesa seguirá, portanto, com a mesma linha de produtos. O executivo diz que a companhia está satisfeita com a estratégia atual. A Honda concentra-se num segmento de mercado voltado a consumidores dispostos a gastar pelo menos R$ 60 mil num carro.

Com 5,7% das vendas de automóveis e comerciais leves, em 2018 a Honda ocupou o oitavo lugar do mercado brasileiro. No mundo ela ficou na sétima posição em 2017, atrás da Ford e na frente da Fiat Chrysler. A companhia não detalha resultados financeiros na América do Sul. Segundo Mizoguchi, a "situação está suportável".

27 de Fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Fiat Chrysler investirá em Michigan, mas demitirá em Illinois

Por Dow Jones Newswires

DETROIT - A montadora ítalo-americana Fiat Chrysler anunciou nesta terça-feira (26) que investirá US$ 4,5 bilhões na expansão da produção no Estado de Michigan, o que inclui a construção de uma nova fábrica na cidade de Detroit, que produzirá utilitários esportivos da marca Jeep. Ao mesmo tempo, a empresa anunciou que vai demitir 1.371 trabalhadores de uma fábrica no Estado de Illinois.

A decisão é parte do plano de reestruturação das operações industriais iniciado pelo ex-diretor-presidente Sergio Marchionne, que morreu em julho de 2018, e que foi mantido por seu sucessor, Mike Manley.

A empresa, terceira maior montadora dos Estados Unidos em vendas, está investindo bilhões de dólares na atualização das fábricas existentes para produzir mais utilitários esportivos e camionetes, buscando aumentar seu lucro e receita com modelos mais lucrativos e atender à nova demanda dos consumidores, que não buscam mais carros menores e sedãs.

A notícia dos investimentos foi acompanhada pelo anúncio da demissão de 1.371 funcionários em sua fábrica no Estado de Illinois, em que são produzidos os Jeep Cherokee.

A Fiat Chrysler planeja gastar US$ 1,6 bilhão para construir a nova fábrica de Detroit, convertendo uma estrutura já existente, utilizada para fabricar motores, em uma linha de montagem que construirá a nova geração dos modelos Jeep Grand Cherokee e um novo modelo de utilitário esportivo que ainda será anunciado.

A companhia informou que pretende iniciar a construção neste ano e estima que a nova fábrica começará a produzir carros ao final de 2020, gerando 3.850 empregos.

A Fiat Chrysler divulgou ainda que investirá US$ 900 milhões na modernização da fábrica de Jefferson North, também em Detroit, o que deve resultar na abertura de 1,1 mil postos de trabalho.

O investimento na fábrica de caminhões de Warren, também no Estado de Michigan, teve seu montante elevado, de US$ 1 bilhão para US$ 1,5 bilhão. A expectativa é de uma geração de 1 mil novos empregos.

26 de Fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

FT: Após 30 anos, Peugeot retorna para América do Norte

Por Peter Campbell | Valor

FINANCIAL TIMES, DE LONDRES - A Peugeot vai retornar ao mercado americano após quase 30 anos de ausência, como parte de um plano da controladora francesa PSA para entrar em outros países e passar a depender menos da Europa.

A montadora apresentou a nova estratégia depois de anunciar resultados recordes, beneficiados pelas marcas da Opel-Vauxhall, que teve seu primeiro lucro em 20 anos. A unidade foi comprada da General Motors em 2016.

A empresa pretende aumentar as vendas fora da Europa em 50% até 2021.

“[Os resultados] demonstram a capacidade de nosso grupo de apresentar um crescimento recorrente e lucrativo”, disse o executivo-chefe da PSA, Carlos Tavares.

As novas metas foram determinadas “com confiança, dentro de um contexto de ventos contrários ainda mais fortes”, como a estagnação do mercado na Europa e a queda das vendas na China.

As ações caíram 3%, em parte afetadas pelas fortes perdas na China, onde o grupo teve prejuízo de 302 milhões de euros na segunda metade de 2018, e pelo fato de seus lucros dependerem demasiadamente da Europa.

A ponta de lança do retorno do grupo à América do Norte vai ser a marca Peugeot. O grupo também vai lançar as marcas Citroën na Índia e Opel na Rússia, dois anos após a dona anterior da Opel, a GM, tê-la retirado do mercado.

A Peugeot saiu dos Estados Unidos em 1991 e Tavares havia apresentado os planos para voltar ao mercado em 2016, primeiro com um aplicativo oferecendo serviços de carona para os consumidores e, posteriormente, com vendas diretas.

Ele prometeu uma abordagem “frugal” para o lançamento. Os carros serão fornecidos pelas fábricas existentes na Europa e China, sem a necessidade de que se construam instalações produtivas no país. O lançamento, no entanto, não vai ocorrer até que a situação das tarifas americanas de importação de carros esteja mais clara.

“Acreditamos que sabemos como voltar de uma forma que seja lucrativa”, disse o executivo. “Estamos preparando isso há um bom tempo.”

A aquisição da Opel pela PSA em 2016 trouxe para a empresa engenheiros na Alemanha especializados em preparar veículos para atender as regulamentações dos EUA e Canadá, o que ajudou-a a preparar seus modelos para o mercado.

A nova investida internacional vai ser encabeçada por uma enxurrada de lançamentos, com 116 novos modelos previstos até 2021. A ideia é reduzir a idade média dos modelos à venda de mais de quatro anos para três anos e meio.

No balanço anual, o grupo anunciou que a Opel-Vauxhall registrou lucro de 859 milhões de euros em 2018, primeiro resultado positivo desde 1999, após um plano de reestruturação.

O lucro líquido do grupo subiu 40% e somou 3,3 bilhões de euros em 2018. A margem de lucro operacional foi de 7,7%. As vendas subiram 6,8% para 3,9 milhões de veículos e a receita cresceu 19%, para 74 bilhões de euros.

A margem de lucro das marcas mais antigas do grupo, Peugeot, Citroën e DS, foi de 8,7% e o lucro operacional totalizou 3,6 bilhões de euros, com crescimento de 20%.

Em decorrência do bom desempenho, a empresa elevou a meta de lucro e agora prevê margem de lucro operacional média de 4,5% para suas operações principais automotivas no período entre 2019 e 2021, incluindo a Opel-Vauxhall. A meta anterior não incluía a divisão.

A PSA prevê estagnação no mercado na Europa, mas se houver um “Brexit duro” as condições poderiam piorar.

Tavares disse que a empresa, que produz carros Opel e Vauxhall em sua fábrica em Ellesmere Port, para exportação, e vans de todas suas marcas em Luton, ambas no Reino Unido, poderia ver-se obrigada a fechá-las.

“Se tivermos que tomar decisões impopulares, vamos tomar”, disse, embora tenha acrescentado que o grupo poderia se tornar “o sobrevivente da indústria automotiva no Reino Unido”, por meio de sua marca Vauxhall.

O executivo disse que os lucros das outras marcas da PSA no Reino Unido, a Peugeot, Citroën e DS, dobraram desde a votação do Brexit em 2016.

Tavares havia sinalizado anteriormente que o grupo também poderia passar a produzir em Ellesmere Port carros britânicos para suas outras marcas, algo que exigiria uma ampliação significativa do uso de fornecedores britânicos.

27 de Fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

ZF terá novo presidente para a América do Sul

A partir do meio do ano Carlos Delich substituirá Wilson Bricio, que se aposenta depois de 17 anos na companhia

GIOVANNA RIATO, AB

A ZF terá novo presidente na América do Sul a partir do meio deste ano. Carlos Delich, 59, dará continuidade ao trabalho de Wilson Bricio, 60, que se aposenta depois de 17 anos na companhia, 14 deles na liderança da operação local. Graduado em engenharia com MBA em administração de empresas e pós-graduação em gestão de engenharia, Delich vai assumir a empresa na região depois de quatro anos no comando da unidade de negócios de sistemas de chassis da ZF na Alemanha.

Neste período, ele coordenou o trabalho de 21 fábricas distribuídas por todo mundo, responsáveis pela produção de componentes e tecnologias para marcas como Audi, BMW, Ford e Jaguar Land Rover. O executivo está na ZF desde 2001 e, neste período, trabalhou na unidade industrial da Sachs, na Argentina, atuou por longo período nos Estados Unidos e trabalhou ainda no México.

O LEGADO DE BRICIO NA ZF

Durante o AB Webinar no último dia 14 de fevereiro, uma de suas mais recentes entrevistas, Bricio falou sobre os desafios de ocupar posição de liderança em uma empresa automotiva enquanto conduz a saída da crise no Brasil e a transformação digital que afeta os negócios no segmento. “Se o propósito da companhia em que você trabalha não te faz levantar da cama feliz de manhã, é melhor procurar outro lugar. Pessoas frustradas não dão bons líderes.”, declarou durante a conversa, enquanto comentava os resultados da pesquisa Liderança do Setor Automotivo.

Com este olhar, Bricio trouxe conquistas importantes para a ZF América do Sul. A operação local se transformou em centro global de desenvolvimento de eixos agrícolas do grupo, como contou nesta entrevista exclusiva. Sob sua coordenação, a companhia também avançou em mercados de alta competição, como o de tecnologia para o powertrain de veículos comerciais.

Em paralelo ao trabalho na ZF, Bricio presidiu por três anos a VDI, Associação de Engenharia Brasil-Alemanha e, depois deste período, se tornou presidente de honra da instituição. Na gestão dele, a entidade trabalhou para explorar as tendências globais em engenharia e tecnologia. Além disso, a organização investiu na promoção da diversidade no setor, que é predominantemente masculino e branco em um país que abriga diferentes etnias e conta com ampla população feminina.

Como resultado do trabalho, a VDI desenvolveu o conceito de inovação inclusiva. O executivo defende que, ao fomentar a participação de perfis diversos, as empresas abrem “um potencial enorme ao trazer formas diferentes de pensar, de perceber o mundo. Todos estes olhares estão corretos e podem se complementar. É aí que conseguimos uma combinação explosiva em termos de potencial de sucesso.”

Segundo Bricio, liderar é, acima de tudo, trabalhar bem com pessoas, algo que ele diz ter se empenhado em desenvolver ao longo de sua carreira. Na ZF, a marca desta busca foi o desenvolvimento de modelos de trabalho mais colaborativos e flexíveis, com o compartilhamento de recursos entre divisões, por exemplo, solução criada no Brasil e reproduzida globalmente.

27 de Fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Caoa admite interesse na fábrica da Ford em São Bernardo

Governador de São Paulo afirma que recebeu consultas de três empresas, uma nacional e duas multinacionais

PEDRO KUTNEY, AB

Após o governador de São Paulo, João Doria, ter se proposto na semana passada a encontrar um comprador para a fábrica que a Ford pretende fechar em São Bernardo do Campo (SP), na terça-feira, 26, o político declarou que recebeu consultas de três possíveis compradores, segundo ele duas empresas multinacionais e uma nacional. No fim do dia, o Grupo Caoa confirmou ao Estadão/Broadcast que é um dos interessados – no caso, o nacional.

Faz sentido, tendo em vista que o Grupo Caoa nasceu há 40 anos com a aquisição de uma concessionária Ford na Paraíba e hoje a empresa de Carlos Alberto de Oliveira Andrade é o maior concessionário da marca no Brasil – ao lado das operações da Caoa Chery, Hyundai e Subaru do grupo, que juntas somam mais de 160 lojas e duas fábricas próprias, uma em Anápolis (GO) que monta modelos Chery e Hyundai e outra em Jacareí (SP) que faz Chery. Segundo comunicado da empresa enviado ao Estadão, “é natural que a Caoa e a Ford conversem sobre futuros negócios, assim como ocorre com outras empresas sempre que há uma boa oportunidade”. Contudo, a nota ressalva que “até o momento não há nenhuma definição ou compromisso para a aquisição da planta” de São Bernardo.

Outro ponto de forte conexão entre as duas empresas está em boa parte dos executivos da Caoa, muitos deles ex-empregados da Ford, a começar pelo presidente do grupo, Mauro Correia, que trabalhou lá por 20 anos e foi um dos responsáveis pela instalação da fábrica da Ford em Camaçari (BA). Portanto, são pessoas que já conhecem bastante bem a operação de São Bernardo.

O interesse maior da Caoa, especula-se, seria por herdar a preço de ocasião a operação de caminhões da Ford no Brasil, única no mundo e restrita à fábrica de São Bernardo, com fornecedores modulares já desenvolvidos, incluindo cabines, motores, transmissões, chassis e eixos. Se a planta for mesmo fechada, a Caoa perde esse negócio, ficará sem a linha Cargo, que tem modelos leves, médios, semipesados e pesados. Dependendo do ano a Ford é a terceira ou quarta marca de caminhões mais vendida no Brasil.

Por outro lado, se comprar a unidade sem precisar empatar muito capital, o grupo brasileiro se transforma instantaneamente em um dos maiores fabricantes de caminhões do País, sem interferência com nenhuma de suas outras operações e sem fazer concorrência à Ford.

Pode parecer estranho o surgimento de interessados em comprar a fábrica agora, depois que a própria Ford quando anunciou o fechamento da planta há uma semana admitir que tinha tentado negociar, sem sucesso, a venda da unidade para uma outra montadora – rumores davam conta que havia conversas com a DAF no ano passado. Mas agora o fator motivador pode ser o preço muito menor – ou mesmo simbólico –, uma vez que a Ford quer precisa se livrar da operação deficitária em face de seu plano mundial de reestruturação, ao mesmo tempo em que enfrenta fortes resistências contra o fechamento, principalmente de seus 2,8 mil empregados de São Bernardo.

Na mesma terça-feira o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC confirmou que terá uma reunião com a direção mundial da empresa nos Estados Unidos na semana que vem, em 7 de março, para tentar reverter a decisão da empresa.

27 de Fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Volvo CE vai exportar 54% da produção local em 2019

Além da América Latina, EUA, Europa, Oriente Médio e Ásia serão outros mercados importantes

MÁRIO CURCIO, AB | De Pederneiras (SP)

A fábrica brasileira da Volvo Construction Equipment, instalada em Pederneiras (SP), exportará este ano 54% de sua produção de caminhões articulados, pás carregadeiras, compactadores de solo e escavadeiras hidráulicas.

O principal destino é a América Latina (19%), mas Estados Unidos (13%), Ásia-Pacífico (12%), Europa e Oriente Médio (9%) também recebem os equipamentos montados na cidade de cerca de 45 mil habitantes a 330 quilômetros da capital paulista.

“Apesar da queda do mercado argentino, conseguimos um equilíbrio pelo envio de máquinas ao Peru e ao Chile”, afirma o presidente da Volvo Construction Equipment para a América Latina, Luiz Marcelo Daniel.

Com área total de 390 mil metros quadrados e 75,4 mil m² de área construída, a planta de Pederneiras emprega 324 trabalhadores na fábrica e outros 55 nos setores administrativos. A produção ocorre em dois galpões. Um deles fabrica as escavadeiras hidráulicas. O outro monta os caminhões articulados, pás carregadeiras e compactadores.

A área tem cinco estações de robôs e pode receber mais uma até o fim do ano. As soldas são feitas tanto em uma seção automatizada como de forma manual. Um equipamento de ultrassom em 3D permite a verificação detalhada das soldagens. Pederneiras é a provedora exclusiva dos caminhões articulados A25G e A30G para os Estados Unidos, que consomem 70% da produção desses fora-de-estrada.

PROCESSOS UTILIZADOS

A fábrica também adota o processo de usinagem a seco, o que elimina o odor e os vapores de óleo dos métodos usuais. E a usinagem por dois braços simultâneos permite ganho considerável de tempo.

Apertadeiras eletrônicas ajudam a padronizar o torque e equipamentos instalados na linha de montagem reduzem o esforço daqueles que trabalham na produção. Além das boas perspectivas para o mercado externo, a Volvo CE aposta em alta de 10% na venda de máquinas de construção no Brasil.

26 de Fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

MWM entra no mercado de geradores no Brasil

Com nova unidade de negócio, empresa investirá o total de R$ 20 milhões em sua fábrica paulista

SUELI REIS, AB

A tradicional fabricante de motores MWM diversifica seu portfólio com a criação da nova unidade de negócio MWM Geradores para a produção e venda de geradores de energia no Brasil, cuja linha de montagem foi inaugurada na terça-feira, 26, na fábrica da empresa localizada na região de Santo Amaro, na zona sul da capital paulista. Com investimento total estimado em R$ 20 milhões pelos próximos 10 anos em produto, fábrica e fornecedores e rede de distribuição. Deste total, R$ 5 milhões já foram utilizados para alocar a nova linha dentro da planta de motores. Com isso, devem ser gerados cerca de 1 mil novos empregos, incluindo a cadeia de produção, distribuição e serviço.

A capacidade da nova linha é de 4 mil unidades por ano considerando três turnos de trabalho. Em seu primeiro ano, a MWM prevê a produção de 600 unidades, volume que deve dobrar em 2020, em uma estimativa conservadora. Ela abastecerá o mercado brasileiro, mas também a América Latina, sendo a Colômbia, Peru, Chile, Uruguai e Paraguai, além do México, os principais destinos.

“Entrar no segmento de energia é uma quebra de paradigma: a MWM sempre fabricou motores para quem fabrica veículos ou mesmo para quem produz geradores. Nunca estivemos na ponta, sempre fomos B2B. E hoje este é um passo a mais no Brasil e muito importante não só para a MWM, mas para a Navistar”, afirma o presidente e CEO da Navistar Mercosul, José Eduardo Luzzi.

O executivo explica que o novo negócio deve injetar receitas adicionais na ordem de R$ 2,7 bilhões pelos próximos 10 anos, o que elevaria os ganhos da companhia a novos patamares no Brasil: no ano passado, seu faturamento líquido foi de R$ 1,3 bilhão, com crescimento em todos os segmentos em que atua: as vendas de motores cresceram 15%, enquanto a divisão de peças registrou índice de 16%. A empresa também viu as exportações saltarem 70%.

Para Luzzi, apostar em um novo nicho do mercado é uma grande oportunidade para a MWM. “A crise profunda que tivemos trouxe dificuldades para alguns fabricantes do segmento de geradores de energia no Brasil. Com isso, há uma carência muito grande neste setor. Nós vamos continuar vendendo nossos motores para o segmento, mas também vamos atuar nele”, comenta.

Segundo o executivo, a nova linha já está produzindo suas primeiras unidades, cujas vendas são demandas do setor marítimo, construção civil e condomínios residenciais.

MERCADO PROMISSOR

O setor de energia é um dos que mais cresce no País: uma pesquisa encomendada pela MWM Geradores aponta que entre 2018 e 2022, enquanto o PIB brasileiro deve crescer 2,7% em média, o consumo de eletricidade subirá 3,2%. Mesmo na crise, entre 2014 e 2017, enquanto o PIB brasileiro recuou 1,3% em média, o consumo de energia subiu 0,2%. Em 10 anos, contando a partir de 2017, o consumo terá crescido 43%.

Com isso, o mercado de geradores vem apresentando avanços significativos a cada ano desde 2016, após atingir o pico em 2012, com 17 mil unidades. No ano passado, o mercado ficou em 8 mil geradores e a estimativa é de que o volume chegue a 15 mil até 2024.

“É uma demanda importante e uma grande oportunidade de negócio. Atualmente, as hidrelétricas respondem por 66% da energia produzida no Brasil e a tendência é que essa participação caia para 50% em 10 anos por vários motivos, entre eles, o custo da construção de novas hidrelétricas – vide Belo Monte – além de fatores que não se pode controlar, como as chuvas cada vez mais escassas, fora a complexidade na distribuição”, argumenta Luzzi.

A linha de geradores da MWM no Brasil se une à da Argentina, que começou em agosto do ano passado. A MWM Geradores ingressará no mercado em duas fases: a primeira, de início imediato, oferecerá uma linha de geradores a diesel que abrangerá as faixas de potência entre 30 kVA a 770 kVA em 50Hz e de 40 kVA a 800 kVA em 60Hz, para aplicações diversas em diferentes setores, como condomínios residenciais e industriais, agricultura, sucroalcooleiro, avicultura, telecomunicações, hospitais, supermercados e construção civil entre outros. Para geradores acima de 600 KvA, a empresa conta com parcerias com a MAN, Scania e Volvo.

Em uma segunda fase de lançamentos, previsto para o segundo semestre deste ano, a empresa terá em seu portfólio geradores maiores, de 800 kVA a 1800 KvA, além de modelos abastecidos com etanol e gás com motores de 4 cilindros e que serão lançados entre o fim de 2019 e o início de 2020.

No total, serão 23 modelos de geradores com um sistema modular capaz de fornecer até 234 configurações diferentes. A maior parte da rede de distribuição, 55%, ficará a cargo da própria MWM para parte da região Sudeste e toda a região Nordeste do Brasil. Norte e Centro do País ficará nas mãos da BRG, que deterá 30% da distribuição no País, enquanto a CuriTek ficará com 15%, na região Sul. Os pontos de serviços serão 567, incluindo 50 da própria MWM Geradores, além de pontos de parceiros, como a WEG, Volvo Penta, Scania e da MWM Motores.

26 de Fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Porsche Macan só terá opções elétricas na próxima geração

Estratégia é resultado do investimento de € 6 bilhões da companhia em novas tecnologias de propulsão

REDAÇÃO AB

A nova geração do Porsche Macan terá apenas opções com motorização elétrica. O SUV atualizado deve ser lançado no começo da próxima década como parte da estratégia da companhia de investir em fontes alternativas de energia. O plano é aplicar € 6 bilhões neste tipo de solução até 2022. Em 2025 a empresa planeja que metade de seu portfólio de veículos já conte com propulsão elétrica.

Assim, o Macan dará sequência ao lançamento do Taycan, primeiro esportivo totalmente elétrico da marca, que dará origem ainda ao Taycan Cross Turismo, versão perua do modelo. Com produção na fábrica alemã de Leipzig, a nova geração do SUV será baseada na arquitetura PPE, de Premium Plartform Electric, desenvolvida em parceria com a Audi. O modelo vai disputar a atenção do cliente no mercado com concorrentes de peso, como o pioneiro Tesla Model X, o Jaguar I Pace e o E-Tron, da marca do mesmo grupo.

Assim como as outras fabricantes do Grupo Volkswagen, a ofensiva da Porsche em carros elétricos é uma forma de limpar a imagem da organização após o dieselgate, escândalo causado pela fraude no controle de emissões de 11 milhões de carros vendidos globalmente.

26 de Fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

BMW apresenta assistente digital que reconhece voz e gestos

Chamado de Natural Interaction, sistema vai equipar o iNext, modelo automatizado que chega ao mercado em 2021

REDAÇÃO AB

Alexa, Siri, Cortana: esqueça a geração atual de assistentes digitais. Ao menos esta é a proposta do BMW Natural Interaction, sistema que a montadora apresenta no Mobile World Congress, evento que acontece em Barcelona, na Espanha, até 28 de outubro. A novidade promete agregar novas camadas de complexidade na interação entre as pessoas e a tecnologia, já que, além de funcionar por comando de voz, é capaz de identificar gestos e reconhecer o olhar.

Segundo a fabricante, as primeiras funções do Natural Interaction vão estrear no BMW iNEXT, carro elétrico com alto nível de automação que chega ao mercado em 2021. Com o sistema, o motorista poderá interagir e dar comandos para o veículo por meio de diferentes combinações de voz, gestos e olhar, algo mais parecido com a comunicação natural entre pessoas, aponta a BMW.

Para realizar tal feito com segurança, a fabricante afirma ter equipado o sistema com uma série de sensores e câmera 3D que fazem uma análise sensível da voz, dos gestos e do contexto. A ideia é que o motorista tenha uma resposta mesmo se ele apontar para fora do carro e pedir informações sobre um prédio, como o preço do estacionamento ou em qual horário o restaurante instalado ali funciona, por exemplo. Cada instrução é processada pelo algoritmo de aprendizado inteligente, o que permite ao veículo aprimorar suas habilidades de interação ao longo do tempo, aponta a empresa.

26 de Fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Europa e Opel garantem rentabilidade recorde ao Grupo PSA

Com 3,88 milhões de carros vendidos, faturamento soma € 74 bi e lucro líquido cresce 40%, para € 3,3 bi

PEDRO KUTNEY, AB

No primeiro ano inteiro em que contabilizou em seu balanço o desempenho da Opel/Vauxhall (comprada da GM no segundo semestre de 2017), o Grupo PSA apurou recordes de vendas, faturamento, rentabilidade e lucro em 2018.

Conforme resultados divulgados na terça-feira, 26, as vendas da companhia no mundo somaram quase 3,9 milhões de veículos, em expansão de 6,8% sobre 2017. A divisão Opel/Vauxhall sozinha acrescentou pouco mais de 1 milhão de unidades ao total, quase todas vendidas na Europa – sem essa contribuição, levando em conta só as marcas Peugeot, Citroën e DS, os volumes teriam caído 12% no ano.

Com isso, as receitas cresceram 19%, para € 74 bilhões, com resultado operacional corrente de € 5,7 bilhões, 43% maior em relação ao ano anterior, o que garantiu margem de 7,7%, porcentual 1,3 ponto acima do verificado um ano antes e superior à meta de 6%. O lucro líquido apurado chegou muito perto de € 3,3 bilhões, em alta de 40%, € 1 bilhão a mais, ante 2017. O fluxo de caixa livre teve avanço expressivo de € 3,5 bilhões no decorrer do ano, saltando de € 6,2 bilhões para € 9,1 bilhões ao fim de dezembro passado, já descontados € 597 milhões em dividendos pagos aos acionistas. A Opel, que um ano antes tinha caixa negativo, contribuiu com € 1,35 bilhão para aumentar o saldo positivo da contas do grupo ao fim de 2018.

Os bons resultados foram obtidos essencialmente na Europa, única região a apresentar crescimento de vendas entre as seis regiões de atuação consideradas pelo Grupo PSA. As cinco marcas da companhia somadas representaram a segunda maior força do mercado europeu de veículos, com participação que saltou 5,2 pontos, de 13,3% em 2017 para 17,1% em 2018, graças ao acréscimo de vendas da Opel/Vauxhall.

Mas a maior rentabilidade foi trazida pelas tradicionais marcas francesas da empresa, Peugeot, Citroën e DS, que juntas apuraram lucro operacional 22% maior em 2018, somando € 3,6 bilhões, com margem recorde de 8,4%. A companhia atribui o bom resultado ao renovado e mais rentável mix de produtos das três marcas, vendidos especialmente na Europa. Além do portfólio ajustado, programas de cortes de custos renderam € 632 milhões em economias acumuladas de 2015 a 2018. Essa estratégia compensou ventos contrários com perdas cambiais e aumentos de custos de matérias-primas.

O ganho anual da operação Opel/Vauxhall foi de € 859 milhões, com margem sobre faturamento de 4,7%, o melhor resultado da história da empresa alemã, o que mostra notável recuperação da divisão comprada da GM, que não apurava lucro fazia 20 anos e nos últimos cinco meses de 2017 registrou prejuízo operacional de € 179 milhões. Boa parte do ajuste foi feito com redução de € 367 milhões em custos desde que o Grupo PSA adquiriu a operação, em agosto de 2017. METAS SUPERADAS E SEGUNDA FASE DO PLANO “PUSH TO PASS”

Carlos Tavares, CEO global do Grupo PSA, destacou que foram superadas todas as metas propostas na primeira fase do plano estratégico “Push to Pass”, desenhado inicialmente para o período 2016-2018, no pós-recuperação da divisão Peugeot/Citroën/DS. Agora, com a volta ao lucro da Opel/Vauxhall, as duas marcas serão integradas à segunda etapa do Push to Pass, de 2019 a 2021, que prevê margem operacional anual média mínima de 4,5% nos próximos três anos.

“Peugeot, Citroën e DS fizeram progressos significativos [com lucro] pelo quinto ano consecutivo e fecham a primeira fase do plano estratégico ‘Push to Pass’ com resultados excepcionais. Isso demonstra a habilidade do Grupo em entregar rentabilidade e crescimento recorrente. A Opel/Vauxhall lançou as fundações para um futuro sustentável com o plano ‘Pace!’, está pronta para soltar todo o seu potencial”, avalia Carlos Tavares.

O executivo alertou, contudo, que “ventos contrários ainda mais fortes” devem ser enfrentados na segunda fase do plano Push to Pass, que começa este ano. “Não há dúvidas que nossa estratégia ágil, focada no cliente e socialmente responsável fará a diferença” nos próximos anos, confia Tavares.

ALTA NA EUROPA, QUEDAS NO RESTO DO MUNDO

Das seis regiões de atuação do Grupo PSA, só houve crescimento de volumes e participação na Europa. Todas as demais caíram ou ficaram estáveis com baixos volumes. Apesar disso, a companhia admite que será difícil continuar a crescer no mesmo ritmo no mercado europeu em 2019. A projeção é de estabilidade, mesmo assim sujeita a muitas incertezas, principalmente a causada pela saída este ano do Reino Unido da União Europeia, o Brexit.

Na América Latina, após três anos seguidos de lucros de três dígitos de milhões de euros (2015, 2016 e 2017), o resultado financeiro em 2018 foi de equilíbrio, o que foi considerado uma vitória diante das perdas cambiais e inflacionárias, principalmente na Argentina, onde a inflação anual de 48% obrigou a companhia registrar perda contábil de € 83 milhões, o que baixou a quase zero o lucro operacional apurado na divisão latino-americana. As vendas na região caíram 15%, de 206 mil unidades em 2017 para 175 mil em 2018, também sob impacto negativo da baixa do mercado argentino, o que fez a participação de mercado regional descer de 3,8% para 3,4%. Para 2019 o grupo projeta nova queda de 1% nos volumes negociados nos mercados latino-americanos.

Na China e Sudeste Asiático os volumes estão declinantes há três anos. O grupo vendeu 263 mil unidades na região em 2018, o que representou baixa de 32% sobre 2017, o que fez a participação de mercado regional cair de 1,3% para apenas 0,9%. Para 2019 a previsão é de novo declínio, desta vez em torno de 3%.

Na região Eurásia, que envolve países como Rússia, Ucrânia, Bielorússia e Cazaquistão, as vendas permaneceram estáveis entre 2017 e 2018, mas os volumes são baixos, apenas 15 mil unidades foram vendidas no ano passado e a participação de mercado permaneceu em 0,8%. É esperado crescimento de 5% na Rússia este ano.

26 de fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Lexus comemora 10 milhões de veículos vendidos no mundo

Em 2018, marca de luxo atinge recorde de vendas globais, com mais de 698 mil unidades

REDAÇÃO AB

A Lexus atingiu o marco de 10 milhões de veículos vendidos em todo o mundo, após reportar recorde de vendas globais em 2018. No ano passado, a marca que pertence ao Grupo Toyota, emplacou 698,3 mil unidades, um aumento de 4,5% na comparação com o ano anterior. Entre eles, estão os híbridos da marca, cujo volume foi 20% na mesma base de comparação. Atualmente, seu portfólio conta com onze modelos híbridos.

“Continuamos a desfrutar de um crescimento substancial em todo o mundo, expandindo presença nos mercados emergentes e reafirmando a força da Lexus nos mercados estabelecidos. O foco claro da marca em produtos e experiências marcantes fornecidas pelos nossos revendedores apoiarão seu crescimento global nos próximos anos”, disse o presidente da Lexus International, Yoshihiro Sawa.

No Brasil, a marca registrou a venda de 784 modelos em 2018 e para este ano planeja superar as 2 mil unidades. Atualmente, seu portfólio conta com cinco modelos no Brasil, sendo quatro híbridos: o compacto premium CT 200h, os SUVs NX 300h e RX 350 (este movido somente a combustão) e os sedãs de luxo ES 300h e LS 500h.

Para alcançar sua meta, a empresa quer continuar a expandir sua rede, que atualmente conta com 25 pontos de atendimento ao cliente em todo o País, com venda, pós-venda e showroom. Segundo a Lexus, esses pontos cobrem 80% do mercado automotivo de luxo no Brasil.

Para este ano, está prevista a chegada do Lexus UX ainda no primeiro semestre. A empresa reforça ainda que o Brasil será o primeiro País no mundo a contar com um portfólio de veículos 100% híbrido, conforme já havia adiantado no Salão do Automóvel de São Paulo.

26 de fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Peugeot reinventa o 208, que poderá ser argentino

Imprensa aponta que novo hatch será feito na Argentina sobre plataforma CMP

PEDRO KUTNEY, AB

A Peugeot mostra em março no Salão de Genebra, Suíça, a nova geração do hatch compacto 208 totalmente reinventada em relação ao modelo atual, fabricado na França e no Brasil. Completamente redesenhado por dentro e por fora, o carro ganhou mais estilo e tecnologia, agora produzido sobre a nova plataforma modular compacta CMP (de common modular plataform) do Grupo PSA – também controlador das marcas Citroën, DS, Opel e Vauxhall. As vendas do novo Peugeot 208 na Europa começam no segundo semestre deste ano. Parte da imprensa especializada aposta que o modelo será fabricado também na Argentina, mas só a partir de 2021.

Consultada, a Peugeot afirma que “não tem informações sobre o 208” para o Mercosul, não confirma nem nega a manobra que iria transferir a produção do hatch de Porto Real (RJ), onde é feito desde 2012, para o país vizinho. Essa informação ganha força pelo fato de já ter sido confirmada a introdução da plataforma CMP na fábrica de El Palomar, que desde 2017 recebe investimentos de US$ 320 milhões para produzir novos veículos sobre a nova base. Contudo, a informação oficial, de março de 2017, sem especificar nenhum modelo, era de que o Grupo PSA colocaria em produção o primeiro carro sobre a CMP já a partir de 2019, não em 2021. Desde 2016 executivos da PSA prometeram a CMP também para o Brasil a partir deste ano.

Sem nenhuma indicação do fabricante, fica difícil saber quando o novo 208 chega ao Mercosul e em qual planta será produzido. Mas é fato que ele faz parte dos 16 lançamentos prometidos pela PSA na região até 2021, dos quais nem metade ainda foi realizada. A penúria de vendas das marcas da PSA com crises no Brasil e na Argentina podem ter atrasado os planos da plataforma CMP em ambos os lados da fronteira. O certo é que com exceção do Citroën C4 Cactus brasileiro, lançado no ano passado, todos os outros produtos feitos em El Palomar (Peugeot 308, 408 e Partner; Citroën C4 Lounge e Berlingo) e Porto Real (Peugeot 208 e 2008; Citroën C3 e Aircross) estão em fim de ciclo de vida. O 2008 passará por renovação ainda este ano, mas pelo que se sabe ainda não será construído sobre a CMP, o que aconteceria só em 2022.

Construído sobre a CMP, o novo Peugeot 208 ficou mais largo e mais baixo que o atual, integrou ao seu desenho os traços da mais recente identidade da marca francesa, notadamente já expressos nos SUVs 3008 e 5008 e no sedã 508, como grade frontal generosa e faróis e lanternas com a assinatura luminosa da três faixas, como se fossem rasgadas pelas patas do leão símbolo da Peugeot.

O interior redesenhado do novo Peugeot 208 apresentado na Europa: cockpit digital

Por dentro o processo de transformação foi parecido. Desenho de bancos e painel se assemelham aos dos mais novos Peugeot. O quadro de instrumentos i-Cockpit segue na posição visual acima do volante, mas ganhou a mesma versão digital dos irmãos de marca. O compacto também incorporou tecnologias de assistência ao motorista, como controle automático de velocidade adaptativa em relação ao carro da frente assistente de permanência em faixa.

A motorização na Europa permanece igual, com três versões a gasolina do tricilíndrico PureTech 1.2, aspirado de 75 cv com câmbio manual de cinco marchas ou turbinado com duas calibrações, de 110 ou 130 cavalos, que podem ser equipados com transmissão manual de seis marchas ou automática de oito. Também há opção do motor turbodiesel 1.5 BlueHDI de quatro cilindros e 100 cv, só com caixa manual de seis.

A maior novidade do powertrain da nova geração do compacto é a oferta de uma versão 100% elétrica, o e208, equipado com motor elétrico de 136 cv. A plataforma CMP já foi projetada para versões eletrificadas. As baterias de 50 kWh garantem autonomia de até 340 km rodando no modo mais econômico, são recarregadas em 16 horas em uma tomada comum, tempo que cai para 5 a 8 horas ligado em um Wall Box, dependendo da potência. Em postos públicos de recarga rápida é possível repor 80% da capacidade em 30 minutos.

25 de fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Grupo Traton eleva receitas e lucro operacional 2018

MAN e Scania tem bons resultados e VWCO volta ao lucro após recessão no Brasil

REDAÇÃO AB

O Grupo Traton, antigo Volkswagen Truck & Bus, divulgou na segunda-feira, 25, que sua receita e lucro subiram 6% e 13%, respectivamente em 2018, apontando bons resultados pelas três marcas: MAN, Scania e Volkswagen Caminhões e Ônibus. Em nota, a companhia informa que as vendas renderam faturamento de € 25,9 bilhões, enquanto o lucro (operacional ajustado) atingiu € 1,7 bilhão no período.

“O Traton tem apresentado um desempenho excepcional desde que foi estabelecido há três anos. Como um grupo de marcas fortes, criamos sucesso para nossos clientes e aproveitamos as sinergias. Estamos prontos para dar os próximos passos”, declarou o CEO e membro do conselho de administração do Grupo Volkswagen, Andreas Renschler.

A empresa informa que agora se concentrará em um novo sistema de relatórios financeiros, mudança que afeta as comparações com o ano anterior. Com isso, será dividida em dois segmentos: negócios industriais, que inclui as atividades operacionais das marcas de caminhões e ônibus, e sérvios financeiros.

Em 2018, os negócios industriais geraram receita de € 25 bilhões, alta de 6,8% sobre o ano anterior, e lucro operacional ajustado de € 1,5 bi, incremento de 15%. Já os serviços financeiros renderam faturamento de € 760 milhões contra os € 721 milhões de um ano antes. O lucro operacional ajustado fechou em € 138 milhões, avanço de 24%.

A Scania foi a marca que mais deu lucro em 2018: o resultado (operacional ajustado) chegou a € 1,2 bilhão, 3% a mais do que em 2017, com faturamento de € 13 bilhões, alta de 4%. Segundo o Traton, o lucro operacional foi atenuado pelos custos adicionais associados à introdução da nova geração de caminhões na América Latina.

A MAN contribuiu com lucro 13% maior ao atingir os € 540 milhões. A receita fechou em € 10,8 bi, aumento de 8% no comparativo anual.

Por sua vez, a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) voltou ao lucro após um ano fraco em 2017 no Brasil: a marca registrou ganhos pela primeira vez desde a crise econômica, para € 28 milhões, graças ao aumento de 22% da receita, que ficou em € 1,8 bi em 2018.

26 de fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Grupo VW tem crescimento leve do lucro e do faturamento

CEO Herbert Diess alerta investidores para mais um ano difícil em 2019

REDAÇÃO AB

O Grupo VW apurou resultados financeiros amenos em 2018 com crescimento leve do lucro e do faturamento, embora os ganhos sejam favoráveis. Em comunicado, a companhia informa que o lucro líquido aumentou 6% com relação ao ano anterior, para € 4,62 bilhões, enquanto o faturamento subiu 2,7% no comparativo anual, para € 235,8 bilhões. Com isso, o CEO do Grupo Volkswagen, Herbert Diess, alertou investidores sobre um ano difícil à frente:

“Os ventos contrários nos principais mercados devem se fortalecer ainda mais em 2019. No geral, teremos que redobrar nossos esforços para atingir nossas ambiciosas metas no novo ano fiscal”, disse Diess em comunicado que acompanha a divulgação do balanço financeiro.

O novo recorde das vendas globais em 10,8 milhões de veículos ajudou a manter o grupo em curso positivo, embora o volume tenha aumentado apenas 0,9% na comparação com 2017, incluindo os emplacamentos da divisão de veículos comerciais (Grupo Tranton: VWCO, MAN e Scania). Considerando apenas as vendas de automóveis (Volkswagen, Audi, Porsche, Skoda e Seat) os volumes somam 10,1 milhões, crescimento de 0,6%.

No comunicado, a VW reforça que os melhores volumes e o mix de produtos tiveram um impacto positivo no faturamento, embora tenha sido em parte prejudicado por efeitos cambiais. O lucro antes de impostos subiu para € 15,6 bilhões e a parcela do lucro operacional atribuível às joint ventures que mantém na China caíram 2%, para € 4,6 bilhões.

Os melhores resultados, considerando os índices de aumento das vendas, foram registrados na América Latina e Europa Oriental e Central, onde as entregas do grupo foram 13,1% e 7,1% maiores. Na América do Norte os emplacamentos caíram 2%, enquanto houve leve incremento de 0,9% na Ásia.

Os ganhos também foram impactados por itens especiais no balanço, como os custos relacionados com o dieselgate: em 2018, o grupo gastou € 2,4 bilhões com os acordos legais. Desde 2015, quando a fraude foi descoberta, o grupo computa gastos equivalentes a € 28,2 bilhões.

Contudo, a empresa comemora os € 19,4 bilhões em caixa (liquidez da divisão de automóveis, não inclui serviços financeiros).

Na nota, a Volkswagen diz que espera vendas com volume um pouco maior em 2019 com relação ao ano passado em torno dos 5%, o que ainda assim significaria um novo recorde. Segundo a companhia, as entregas deste ano podem ser impactadas por diferentes cenários econômicos e pela crescente intensidade de competição nos vários mercados, além da volatilidade do câmbio e pelos requisitos mais rigorosos da WLTP (novo sistema de medição de emissões e consumo para homologação de veículos novos).

25 de fevereiro de 2019

Publicação: automotivebusiness

Mercedes-Benz amplia frota de ônibus do Grupo CSC

Até o fim de fevereiro serão entregues 86 veículos para rodar no interior de Minas Gerais

REDAÇÃO AB

A Mercedes-Benz prevê concluir até o fim deste fevereiro a entrega de 86 ônibus urbanos vendidos para o Grupo CSC, com sede em Viçosa (MG). Do total vendido, 56 unidades vão para a Expresso Planalto, que a partir de março passa a prestar serviços de transporte público em Pouso Alegre, enquanto as demais 30 unidades vão renovar a frota da Ansal, que opera em Juiz de Fora.

“O atendimento a essa nova demanda do Grupo CSC reforça ainda mais a já destacada presença da nossa marca em Minas Gerais: fechamos 2018 com 86% de participação no segmento de urbanos no Estado, um aumento de dois pontos porcentuais em relação aos 84% do ano anterior”, ressalta o diretor de vendas e marketing para ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, Walter Barbosa.

Para a Expresso Planalto, a nova operação em Pouso Alegre contará com 41 ônibus do modelo OF 1519 e 15 micro-ônibus LO 916. Já a Ansal, em Juiz de Fora, são 18 unidades do OF 1519 e outras 12 do modelo OF 1721 L com suspensão pneumática.

A venda reforça a presença da companhia no mercado nacional de ônibus: em janeiro, a Mercedes obteve mais de 70% de participação, considerando apenas o mercado de chassis de ônibus acima de 8 toneladas de PBT, com 400 unidades vendidas. No ano passado, a fabricante encerrou como líder do segmento, coma mais de 51% de participação, sendo 80% nos urbanos e 55% nos rodoviários.

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